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DISCIPLINA: HISTÓRIA

ESCOLA ESTADUAL MARCÍLIO TEIXEIRA – ENSINO DE 1º E 2º


GRAUS PROFESSORA: JADNA KARINA
Conteúdo: Introdução à História
Em nosso primeiro conteúdo faremos uma reflexão a
cerca do estudo histórico. Para tanto, podemos iniciar
esse estudo partindo dos seguintes questionamentos:

✓ O que é História?
✓ Porque estudá-la?
✓ Para que serve o saber histórico?
“A história pode ser compreendida como a ciência que estuda as ações do
homem no tempo”.

“Estuda o que homens e mulheres, de todas as idades, fizeram, pensaram


ou sentiram como seres sociais” (COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. São Paulo:
Saraiva, p. 09, 2005).

“A história é uma disciplina cujos limites estão em constante redefinição. Isso


acontece porque o seu próprio objeto de estudo, as sociedades humanas no
tempo, está em constante transformação. Conforme as sociedades mudam,
modificam-se as interrogações que os homens fazem ao passado” (ALVES,
Alexandre; OLIVEIRA, Letícia Fagundes de. Conexões com a História: Das origens do homem à conquista do
Novo Mundo. São Paulo: Moderna, p. 10, 2013).

Diante disso, podemos compreender que “a História é um estudo


inacabado”.

A cada nova descoberta os estudos históricos se renovam.


É importante pensar que “a própria história tem uma longa história atrás de si, que começou
na Grécia antiga”. Vamos conhecê-la?

A palavra história vem do grego antigo historie, que em dialeto jônio significa “investigação”, e está
relacionada a outras duas palavras: o substantivo istor, “testemunho”, e o verbo istorein, “informar-
se”. Esse é o sentido usado pelo viajante grego Heródoto (século V a.C.), que escreveu uma história
das guerras dos gregos contra os persas com base em testemunhos dos acontecimentos. Para
Heródoto, o objetivo da história é produzir um discurso ou relato verdadeiro dos fatos, separando-o
dos mitos, fábulas e lendas.

Até o advento do mundo moderno, surgiram muitas outras formas de encarrar a história. Somente
no século XVI, contudo, foram criados métodos para orientar a análise das fontes históricas,
distinguindo os testemunhos falsos dos testemunhos verdadeiros sobre o passado. Por meio dos
contatos diretos com as fontes e do desenvolvimento do método crítico, os historiadores
procuravam compreender toda a diversidade de usos e costumes entre os povos.
Novos rumos da história
A história, no entanto, ainda era considerada um gênero literário, no qual importava mais a
elegância da escrita do que a objetividade do conhecimento. Isso mudaria no século XIX,
quando a história passou a ser considerada uma ciência e tornou-se uma disciplina acadêmica,
ensinada em escolas e universidades. Ao mesmo tempo que a história se afirmou como
disciplina científica, surgiu a preocupação em preservar o patrimônio documental e material do
passado, principalmente o das nações. Para conservar e divulgar a memória nacional, foram
criadas instituições como museus, escolas, arquivos, institutos históricos e associações
arqueológicas.

No século XX, o conhecimento histórico avançou muito. Os historiadores não se restringiam


mais a narrar a história dos acontecimentos que pontuavam a memória das nações (guerras,
batalhas, tratados, revoluções etc.), como no século XIX. Novas áreas de pesquisa e novos
métodos e abordagens surgiram, modificando as relações entre presente, passado e futuro e
transformando o modo como o conhecimento histórico era produzido. Como parte desse
movimento de mudança, novos campos de estudo se desenvolveram, como a história da
infância, das atitudes diante da morte, da loucura, das relações entre o homem e o clima, das
roupas, das mulheres, da leitura, da amizade, e novos vestígios foram tratados como fontes
históricas (ALVES, Alexandre; OLIVEIRA, Letícia Fagundes de. Conexões com a história: Das origens do homem à conquista do Novo
Mundo. 2ª ed. São Paulo: Moderna. P. 11. 2013).
A História fornece um reservatório das múltiplas Esse é o sentido em conhecer o passado:
experiências humanas em espaços e tempos fornecer referências para compreender como as
diferentes. pessoas agem, que fatores as impulsionam
crescer e mudar, ou porque resistem às
Se a nação está em paz, como avaliar o impacto mudanças, o que impacta nossas vidas de
de uma guerra sem recorrer à História? Como maneira positiva e negativa. Esse conhecimento
avaliar a ameaça contra a democracia sem usar amplifica nossa compreensão sobre o mundo
nossos conhecimentos ou experiências de moderno e sinaliza outras possibilidades de
ditaduras do passado? experiências.

Fonte: https://ensinarhistoria.com.br/para-que-serve-a-historia-por- Fonte: https://ensinarhistoria.com.br/para-que-serve-a-historia-por-


que- estudar-historia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues que-estudar historia/ - Blog: Ensinar História - Joelza Ester Domingues
As fontes da história

Todos os vestígios deixados pelas gerações passadas são fontes históricas que podem ser analisadas pelos
historiadores para produzir conhecimento histórico.

Esses vestígios podem ser registros escritos, monumentos, fotografias, pinturas, instrumentos de trabalho,
joias, vestimentas, entre muitos outros objetos feitos pelo trabalho humano, que servem como base para a
construção do conhecimento histórico.

No século XIX, quando a história tornou-se uma disciplina acadêmica e o ofício do historiador uma profissão
reconhecida, só se considerava fonte histórica os documentos escritos, especialmente os registros oficiais
produzidos pelos Estados, como tratados diplomáticos, narrativas de batalhas, documentos administrativos
etc.

No século XX, a concepção de fonte histórica se ampliou consideravelmente. Vestígios arqueológicos,


imagens, mitos, lendas, relatos orais, literatura, cinema, publicidade, enfim, todas as produções humanas
passaram a ser consideradas fontes para o conhecimento do passado. Essa transformação é um dos fatores
que possibilitaram a ampliação do território do historiador e a abertura de novos campos de pesquisa (ALVES,
Alexandre; OLIVEIRA, Letícia Fagundes de. Conexões com a história: Das origens do homem à conquista do Novo Mundo. 2ª ed. São Paulo: Moderna. P.
11. 2013).
As fontes são classificadas em escritas e não-escritas

“As fontes escritas são registros em “As fontes não-escritas são registros da atividade
forma de inscrições, cartas, letras de humana que utilizam linguagens diferentes da
canções, livros, jornais, revistas e escrita, tais como: pinturas, esculturas, vestimentas,
documentos públicos dentre outros”. armas, músicas, discos fonográficos, filmes,
utensílios”.

“Outro tipo de fonte histórica não-escrita é o depoimento de pessoas sobre aspectos da vida social e
individual. Esses depoimentos, que podem ser colhidos a partir de entrevistas gravadas pelo próprio
historiador, servem para registrar a memória (individual e coletiva) e ampliar a compreensão de um
passado recente ou da história que se está construindo no presente. É o que se chama de história oral”
(COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, p. 10, 2005).

É através da análise e interpretação dessas fontes históricas que o historiador têm acesso ao passado.
“As fontes não falam por si e não trazem a verdade pronta: é preciso que o pesquisador interrogue o
contexto em foram produzidas, que grupo ou valores representam, de que maneira abordam e
retratam os diferentes grupos sociais. Essas perguntas são geradas pelos interesses do historiador e
pelas questões de sua época. Por isso, diferentes perguntas revelarão diferentes respostas de um
mesmo documento, ou levarão a outros documentos” (DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História: Geral e do
Brasil. São Paulo: Editora Scipione, p. 09, 2010).

Ou seja, um mesmo fato histórico pode ser analisado e interpretado de diferentes maneiras.

Ainda de acordo com (DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. P. 12, 2010), é importante entender
que a História não é uma narrativa única e definitiva de tudo o que aconteceu. Ela é construída com
base em vestígios e fontes, e grande parte dessas informações tem autores e intenções.

Também é importante destacar que os estudos históricos não conseguem abarcar e resgatar a
totalidade do passado.
BONS ESTUDOS!

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