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O que é história?
Primeiramente história é a ciência que estuda o passado. Ela é uma ciência da área de
humanas e como a maioria ou todas, acaba que por estudar fenômenos sociais, políticos
e religiosos e suas transformações no decorrer do tempo.
Ressaltando que não existiu, não existe e não existirá uma única definição de história,
haja vista o tipo de pesquisa e que as opiniões mudam de acordo com o tempo. Esse é o
motivo de haver diferentes pontos de vista sobre um mesmo tema ou período histórico.
O que é cronologia?
A palavra cronologia é formada por dois vocábulos gregos: chronos (tempo)
e logos(tratado, estudo). Assim, a cronologia pode ser entendida como a ciência que
estuda as várias formas de contar o tempo. Pode ser vista também como ordem pela
qual certos acontecimentos se sucedem no tempo. Assim, quando ordenamos fatos de
acordo com a época em que aconteceram, dizemos qe foi estabelecida uma "ordem
cronológica", ou seja, colocamos primeiro aquilo que ocorreu antes, depois o que
aconteceu a seguir e assim por diante.
Conceito de História
História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo. A
História analisa os processos históricos, personagens e fatos para poder compreender
um determinado período histórico, cultura ou civilização.
Principais objetivos
Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um
determinado povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento.
Entender o passado também é importante para a compreensão do presente.
Fontes principais
O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré-História (antes do surgimento
da escrita) e a História (após o surgimento da escrita, por volta de 4.000 a.C).
Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes materiais
(ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e artísticas (arte
rupestre, esculturas, adornos).
Já o estudo da História conta com um conjunto maior de fontes para serem analisadas
pelo historiador. Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros
orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc.
Ciências auxiliares da História
A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências auxiliares,
podemos citar: Antropologia (estuda o fator humano e suas
relações), Paleontologia(estudo dos fósseis), Heráldica (estudo de brasões e
emblemas), Numismática (estudo das moedas e medalhas), Psicologia (estudo do
comportamento humano), Arqueologia (estudo da cultura material de povos
antigos), Paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras.
Periodização da História
Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em períodos:
- Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C.
- Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C. até 476 (invasão do Império Romano).
- Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos
turcos otomanos).
- Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa).
- Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.
Outras informações:
- O grego Heródoto, que viveu no século V a.C é considerado o “pai da História” e
primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigação do passado para obter o
conhecido histórico.
- A historiografia é o estudo do registro da História.
- O historiador é o profissional, com bacharelado em curso de História, que atua no
estudo desta ciência, analisando e produzindo conhecimentos históricos.
As civilizações clássicas –
A civilização grega Grécia Antiga é o termo geralmente usado para descrever, em seu
período clássico antigo, o mundo grego e áreas próximas (como Chipre, Anatólia, sul da
Itália, da França e costa do mar Egeu, além de assentamentos gregos no litoral de outras
regiões, como no Egito). A História da Grécia tradicionalmente compreende o estudo
não apenas da Grécia em si, mas também das áreas por eles governadas. O âmbito da
habitação e governo do povo grego sofreu várias mudanças através dos anos e, como
consequência, a história da Grécia reflete essa elasticidade. Cada era, cada período de
sua História antiga, tem suas próprias características.
Os primeiros gregos chegaram na Europa pouco antes de 1,5 mil a.C. A civilização
grega estabeleceu tradições de justiça e liberdade individual, que viriam a se estabelecer
como as bases da democracia contemporânea. A sua arte, seu pensamento filosófico e
sua Ciência tornaram-se fundamentos do pensamento e da cultura ocidentais. Os gregos
da antiguidade chamavam a si próprios de helenos (todos que falavam grego, mesmo
que não vivessem na Grécia), e davam o nome de “Hélade” à sua terra, sendo
considerado bárbaro todo povo que não fosse considerado grego e não falasse a língua
grega. Ainda assim, os gregos nunca chegaram a formar um governo nacional, ainda
que estivessem unidos pela mesma cultura, religião e língua; exatamente por isso o que
temos é um conjunto de cidades-Estado que possuem entre si traços culturais em
comum que as reúnem sob uma mesma designação: Grécia. Em outras palavras, não
existiu um Estado politicamente unificado entre os gregos antigos. Situada na porção sul
da Península Balcânica, o território da Grécia continental caracteriza-se pelo seu relevo
montanhoso. Mas também faz parte do território grego uma região insular. Os gregos
originaram-se de povos que migraram para a península balcânica em diversas ondas
migratórias, com início no terceiro milênio a.C.; entre os invasores, merecem destaque
os pioneiros: os aqueus, os jônicos, os dóricos e os eólios (todos indo-arianos
provenientes da Europa Oriental). A História da Grécia antiga, para efeito didático,
divide-se em cinco períodos, a saber:
- Pré-Homérico (1900–1100 a.C.): período anterior à formação do homem grego; nessa
época, estavam se desenvolvendo as civilizações cretense ou minoica (na ilha de Creta)
e a micênica (na parte continental).
- Homérico (1100–700 a.C.): período em que ocorre a chegada de Homero, que foi
considerado marco na história por suas epopeias, a Ilíada e a Odisseia; há, também, o
início da ruralização e da formação da comunidade gentílica (comunidade na qual um
ajuda o outro na produção e colheita); plantavam apenas o que iriam consumir.
- Arcaico (800–500 a.C.): formação da polis; colonização grega; aparecimento do
alfabeto fonético, da Arte e da Literatura, além de progresso econômico com a expansão
da divisão do trabalho, do comércio e processo de urbanização; é neste período em que
os vários modelos das polis vão se constituindo, definindo assim a estrutura interna de
cada cidade-Estado.
- Clássico (500–338 a.C.): período de esplendor da civilização grega, ainda que
discutível; as duas cidades consideradas mais importantes desse período foram Esparta e
Atenas; além delas, outras cidades muito importantes foram Tebas, Corinto e Siracusa;
nesse momento a História da Grécia é marcada por uma série de conflitos externos
(Guerras Médicas) e internos (Guerra do Peloponeso).
Helenístico (338–146 a.C.): crise da civilização grega, invasão macedônica, expansão
militar e cultural helenística, a civilização grega se espalha pelo Mediterrâneo e se funde
a outras culturas.
O legado cultural da Grécia antiga
A cultura da Grécia antiga é considerada a base da cultura da civilização ocidental. Isso
não ocorreu por acaso: a cultura grega exerceu poderosa influência sobre os romanos,
que se encarregaram de repassá-la a diversas partes da Europa. A civilização grega
antiga teve influência na Política, na linguagem, na Filosofia, no sistema educacional,
na Arte, na Ciência, na tecnologia, na Arquitetura etc. Tem papel especial nesse fato o
Renascimento europeu — a ser estudado mais adiante —, período durante o qual houve
um esforço para reavivar, reafirmar o legado cultural grego. Conceitos como
“democracia” e “cidadania”, tão caros à humanidade atual, são conceitos gregos — ou
ao menos de pleno desenvolvimento pelos gregos —, importantes para a constituição do
que hoje temos como civilização ocidental. É importante salientar, sobretudo, o papel
dos gregos no que se refere ao estudo da História. Se hoje estudamos a História grega de
modo mais objetivo e imparcial, isso se deve à consciência grega de se realizar um
estudo melhor elaborado das fontes históricas, dando-lhes um tratamento mais científico
e metódico, e menos “poético”. Qual seria, pois, a importância do passado para uma
determinada cultura? Mesmo simples, essa é uma questão que atinge a compreensão dos
interesses e hábitos que permeiam uma determinada sociedade. Atualmente,
compreendida como uma ciência, a História se tornou um campo do saber que, por meio
de questões oriundas do presente, busca uma resposta que seja perceptível nos
depoimentos, fontes e demais signos que nos falam sobre “aquilo que aconteceu”.
Sendo uma preocupação instigante, devemos saber que o interesse sobre o tempo
incomodou as civilizações humanas desde as mais remotas épocas. Segundo muitos
antropólogos, a necessidade de se falar sobre as nossas experiências já se via claramente
manifestada nas pinturas rupestres que tomavam as paredes das cavernas. Com isso,
podemos enxergar que o desenvolvimento da História se confunde com a própria
existência do homem. Entre os gregos, a História foi desenvolvida por meio de relatos
que diziam sobre eventos considerados importantes ou que explicariam a origem das
coisas; não sendo prontamente sistematizada como um campo do conhecimento, vemos
que esse interesse dos gregos sobre a recuperação do passado se confundia com a poesia
e a mitologia — as obras Ilíada e Odisseia, por exemplo, reportam a episódios do
passado grego, mas não trazem algum tipo de respaldo que lhe conceda a ideia de
verdade. A primeira tentativa de promover essa separação da História das outras
narrativas existentes na cultura grega aconteceu graças à ação de Heródoto de
Halicarnasso. Popularmente conhecido como o “pai da História”, Heródoto buscou
empreender um método de pesquisa bastante particular: acreditava que primeiramente
teria de conhecer profundamente cada um dos povos e locais em que determinando
evento a ser estudado aconteceu. Entretanto, ainda influenciado por sua cultura, a grega,
esse estudioso interpretava os fatos ocorridos como uma manifestação da vontade dos
deuses. Tucídides, por outro lado, foi o primeiro historiador grego a tentar promover
essa dissociação entre a vontade dos deuses e o sentido daquilo que aconteceu no
passado. Segundo ele, os eventos históricos seriam fruto dos interesses políticos dos
homens, procurando, portanto, narrar objetivamente os acontecimentos ligados a
determinado objeto de estudo, apesar de ter evidenciado traços de tendenciosidade em
favor de sua cidade-Estado, Atenas. Por sua vez, e demonstrando o lugar que esse
campo do saber ocupava na cultura grega, o filósofo Aristóteles teceu alguns
comentários que tratavam sobre a diferença entre história e poesia. Para ele, a forma de
escrita utilizada por um autor tinha pouca importância para compreender o que era a
História. Na verdade, o que definiria a História seria o interesse em se falar sobre coisas
de natureza particular. Em contrapartida, a poesia utilizaria de seus personagens para
debater coisas que seriam comuns a todos os homens. Como se nota, os gregos legaram
às civilizações posteriores uma noção melhor fundamentada sobre o estudo da História.
AS CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS
Grécia:
Grécia Antiga - excelente site sobre a história da civilização grega. Muito bem
organizado retracta de forma interessante diversos temas dos antigos gregos: pré-
história da Grécia, formação da sociedade, arte grega, teatro, mitologia, literatura,
filosofia, guerras, período helenístico e o cotidiano na Grécia Antiga. Vale a pena
conhecer.
Grécia Antiga - Discovery Channel - site completo sobre a Grécia Antiga, retratando
diversos temas interessantes: filosofia, olimpíadas, arte, arquitetura, expansão grega,
guerras, ciências, deuses, heróis gregos e política. Apresenta uma completa linha do
tempo sobre o tema.
A Arte na Grécia Antiga - site que analisa o desenvolvimento artístico dos gregos
antigos. Aborda a arte pré helênica, os deuses nas representações artísticas, arquitetura
(templos) e escultura.
Arte Grega - este site aborda as inspirações e principais características da arte grega,
arquitetura segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia, principais
monumentos da arquitetura grega, pintura em cerâmica, escultura, principais mestres da
escultura clássica grega, etc.
Roma:
História de Roma Antiga - site do Wikipedia que aborda os principais temas da história
de Roma. O mito de origem de Roma, cultura romana, mitologia romana, pão e circo, os
imperadores romanos, república romana, o latim, os gladiadores e muito mais.
Coliseu de Roma - o site apresenta várias fotos sobre esta importante obra da arquitetura
romana. Conheça as características principais, os materiais utilizados na construção e as
relações arquitetônicas com os aspectos históricos.
África subsariana
Diversidade étnica
A diversidade étnica desta região da África é patente nas diferentes formas de cultura,
incluindo as línguas, a música, a arquitetura, a religião, a culinária e a indumentária dos
diferentes povos do continente.
A maioria da população pertence a etnias anteriormente classificadas na "raça negra".
Línguas
A África é provavelmente a região do mundo onde a situação linguística é a mais
diversificada (com mais de 1000 línguas) e a menos conhecida. A classificação
estabelecida por Joseph Harold Greenberg, um famoso linguista norte-americano, em
1955, distingue quatro grandes conjuntos:
População
O continente africano tem hoje cerca de 889 milhões de habitantes, dos quais 500
milhões vivem na África subsariana. Essa população tem um crescimento populacional
na ordem dos 2,5% ao ano.
Esse crescimento elevado da população tem criado duas preocupações muito sérias:
História
A teoria mais aceita entre os antropólogos e arqueólogos diz que "a África é o berço da
humanidade". Na Antiguidade, a Núbia e a Abissínia foram as primeiras regiões a
receber influências externas, principalmente a partir do III milênio a.C.. O território a
oeste do Chade permaneceu mal conhecido, e passou lentamente do Neolítico à Idade
do Ferro. Existiram grandes impérios: Gana, Mali, Songai, Canem. A partir do século
VIII, os Estados sudaneses sofreram a influência dos muçulmanos e tornaram-se
fortemente islamizados. O Império do Gana, entre o Senegal e o Níger, desenvolveu-se
a partir do século IX e foi destruído em 1076-1077 pelos almorávidas. Seu território
controlado no início do século XIII pelo Reino de Sosso, passou em 1240 à dominação
do Império do Mali, que, herdeiro de sua riqueza, se estendeu por uma zona bastante
extensa no Sudão Ocidental. Esse império entrou em lento declínio a partir do século
XV e foi perdendo terreno para o Império Songai, que cresceu às suas custas a partir de
então. O golpe final que desencadeou a extinção do Império do Mali foi dado
pelo Reino de Segu, por volta de 1670.
O islamismo, introduzido pelos almorávidas, durante muito tempo atingiu somente as
classes dirigentes. Ao redor do Chade, sucederam-se ou coexistiram diferentes
reinos: Baguirmi, Uadai e Bornu, islamizados superficialmente. O Islamismo deu
origem também à reinos teocráticos, no vale do Senegal e no Futa Jalom, onde
ocorreram conversões massa no século XIX. Na costa do golfo do Benim formaram-se
reinos animistas, menores, porém, muito centralizados, como Império Axânti e Reino
do Daomé. A leste do deserto da Líbia, o reino cristão da Núbia passou, pouco a pouco
ao controle do Islamismo, o da Etiópia, refugiado nas montanhas após a ruína
de Axum por volta do século VI, sobreviveu - apesar de uma história tumultuada - até a
sua reorganização, na segunda metade do século XIX, sob uma dinastia igualmente
abissínia. Na costa oriental surgiu uma série de sultanatos fundados pelos árabes, que
prosperaram até a chegada dos portugueses, no século XVI. Madagascar povoou-se de
indonésios desde uma data desconhecida até perto do século XIII.
A chegada dos portugueses no século XV trouxe grandes mudanças, pois o comércio
português, em breve seguido pelo de outras nações europeias como os Países
Baixos, Dinamarca, Grã-Bretanha e França, por intermédio de companhias autorizadas,
baseava-se essencialmente no tráfego de escravos. Do século VII ao XX, cerca de 14
milhões de escravos foram levados para o mundo árabe pelo Saara e pelos portos da
costa oriental. A eles se devem somar os que, do século XV ao XIX, foram para
a América: de 15 a 20 milhões, mais os que morreram durante a viagem. Os chefes das
regiões costeiras, foram, no decorrer do século XIX, substituindo a "mercadoria
humana" por produtos tropicais (óleo de coco), que eram trocados por tecidos e armas.
A partir de 1815, a França tentou lentamente extrair recursos do Senegal, que ocupou
em 1658. A Grã-Bretanha se instalou na Costa do Ouro a partir de 1875 e
na Nigéria desde 1880, ano em que a França desencadeou a "corrida do ouro", com a
Marcha do Níger. A Conferência de Berlim (novembro de 1884 - fevereiro de 1885) não
decidiu a partilha da África, mas acelerou a instalação territorial das potências europeias
e a constituição de grandes impérios
coloniais: inglês, neerlandês, italiano, belga e alemão, junto aos restos do
império espanhol e português. Até à Segunda Guerra Mundial, a África subsaariana
evoluiu em ritmos diversos, em função do meio e dos recursos, da precariedade das vias
de comunicação, da densidade das populações e da urbanização. Por toda parte a massa
camponesa (90% da população) sofreu com o domínio colonial. Entretanto a
urbanização, acentuada após a Segunda Guerra Mundial, e a formação de
de elites letradas desenvolveram a consciência da identidade africana.
Após a Segunda Guerra Mundial o prestígio da etnia branca diminuiu (derrota de 1940,
lutas intestinas entre franceses, rivalidade franco-inglesa), fato acentuado com a
propaganda dos movimentos pan-africanistas, que já existiam desde antes da guerra.
Essa evolução foi geralmente pacífica, salvo a rebelião malgaxe de 1947, as
sublevações quicuios (mau-mau) do Quênia, de 1952 a 1956, e a revolta da União das
populações de Camarões (1955–1958), O processo de descolonização iniciado em 1944
(Conferência de Brazzaville), acelerou-se após 1960, ano em que muitos países
africanos conquistaram a independência. Apesar disso continuaram com graves
problemas econômicos e políticos, a despeito do apoio das antigas metrópoles. A África
tornou-se, por outro lado, território de disputa entre os dois blocos então dominantes na
política mundial, acentuada pela assistência militar que a União
Soviética, China, Cuba, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e outras potências
forneciam a governos africanos sob sua influência.
A fragilidade econômica de muitos países africanos levou-os a buscar ajuda nas antigas
metrópoles, das potências que apoiaram os novos governos pós-independência, ou sob
forma multilateral, dos organismos internacionais como a ONU ou a Comunidade
Econômica Europeia. Para superar suas fraquezas os países africanos formaram
a Organização da Unidade Africana (OUA), criada em 1963 em Adis Abeba. A África
negra hoje atravessa uma crise política e econômica que se caracteriza pela rejeição
aos partidos únicos, pelo aumento das tensões tribais e por um desastre econômico sem
precedentes. Desde o início dos anos 80 a recessão vem se ampliando, com a queda das
matérias-primas e o aumento da dívida externa e do desemprego num continente onde a
população cresce num ritmo inédito na história. Tais dados demográficos, no entanto,
podem transformar-se profundamente com a evolução da Aids: em 1991, metade dos 5 a
8 milhões de indivíduos portadores do vírus eram africanos.
Até o final da década de 1980, a maioria dos dirigentes se manteve no poder graças a
partidos únicos que garantiam os privilégios de uma minoria, apoiada
na corrupção generalizada. A crescente pressão dos direitos humanos, no entanto, tem
obrigado vários países a se justificarem perante a comunidade internacional. Nesse
contexto, em 1990 a África negra passou por mudanças políticas fundamentais,
caracterizadas pela implosão dos sistemas
vigentes: pluripartidarismo e democracia tornaram-se as palavras de ordem.
O Benim renunciou ao marxismo-leninismo, a Costa do Marfim legalizou os partidos de
oposição após 3 anos
de autoritarismo e Gabão, Zaire, Tanzânia, Camarões, Zâmbia e Congo por sua vez, se
abriram ao pluripartidarismo. Na África do Sul as leis que regiam o apartheid foram
abolidas em 1991, e a maioria dos países da África austral caminha para a
democratização, adotando o pluripartidarismo, novas constituições e eleições livres, na
esperança de atingir a estabilidade política indispensável ao desenvolvimento
econômico.
Doenças da região
*Doença do Sono : A doença do sono ameaça mais de 60 milhões de pessoas em 36
países da África subsaariana. Menos de quatro milhões destas pessoas têm acesso a um
centro de saúde.
Na República dos Camarões, nos anos 20, um médico chamado Jamot implementou
uma estratégia de controle eficaz, enviando equipes móveis às aldeias para diagnosticar
e tratar o máximo de pacientes possível. O programa do Dr. Jamot obteve sucesso no
bloqueio da transmissão da doença do sono, esvaziando a reserva humana de
tripanossomas. Mas, recentemente, as guerras civis desestruturaram sistemas de saúde e
forçaram pessoas a migrar, permitindo que tais reservas fossem reconstruídas.
*Malária: A malária está presente em mais de 100 países e ameaça 40% da população
mundial. A cada ano, 500 milhões de pessoas são infectadas, a maioria delas na África
subsaariana (Estima-se que 90% dos casos mundiais e 90% de toda a mortalidade por
malária ocorram na África subsaariana. A doença também ocorre nas Américas Central
e do Sul, sobretudo na região amazônica, e em países da Ásia), e 2 milhões de pessoas
morrem dessa doença. As vítimas são principalmente crianças de áreas rurais. A malária
é a primeira causa de morte de crianças menores de 5 anos na África, e mata uma
criança a cada 30 segundos no mundo.
*AIDS: Desde que os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida
(AIDS ou SIDA) foram detectados, em 1981, a África é o continente que mais sofre
com a doença, especialmente a região subsaariana, segundo o último relatório publicado
pelo Programa das Nações Unidas contra esta doença (Unaids) em maio de 2006.
Embora os dados sobre a incidência do vírus estejam sofrendo uma "desaceleração",
segundo o relatório, as proporções epidêmicas ainda são graves na África subsaariana.
As taxas de infecção per capita de alguns países da região continuam subindo. Com
pouco mais de 10% da população mundial, a África subsaariana abriga cerca de 24,5
milhões de infectados, quase dois terços dos portadores de HIV em todo o mundo.
Cerca de três quartos dos 25 milhões de pessoas que morreram em decorrência do HIV
desde o início da epidemia, nos anos 80, eram do continente africano.
Caracterização política
Esta região da África é marcada, em geral, por governos autoritários e corruptos que não
se preocupam em melhorar as condições econômicas dos seus países. Nos últimos anos,
no entanto, verifica-se uma tendência democratizadora em toda a região, com eleições
multipartidárias realizadas regularmente.
Ambiente
Os principais aspectos do relevo são, na região do Magrebe, a cordilheira do Atlas, cujo
pico mais alto é o Jebel Tubkhal (4165 m); o grande planalto desértico do Saara, com as
depressões de Catara (Egito) e Bodelê (Chade); a bacia do rio Níger e as cadeias
vulcânicas de Hoggar (Argélia) e de Tibesti (Chade); a sul do planalto do Sudão,
destacam-se a bacia do Congo, o monte Cristal e o planalto dos Grandes Lagos
Africanos, com os pontos culminantes do continente, os montes Quilimanjaro (5895
m), Quênia (5199 m), Ruwenzori (5119 m) e Elgon (4321 m); no nordeste do Vale do
Rift, o maciço da Abissínia.
Hidrografia
A maior bacia hidrográfica da África e segunda do mundo, apenas superada pela do rio
Amazonas, é a do rio Congo, com 3680000 km2. O rio Nilo, com 6690 km, é o segundo
mais longo do mundo. O Zambeze e o Limpopo correm para o oceano Índico.
O Orange, o Níger, o Gâmbia e o Senegal desembocam no Atlântico.
Os principais lagos africanos são o Vitória, segundo do mundo em superfície, com
69485 km², o Tanganica, o Rodolfo, o Alberto, o Eduardo e o Niassa.
Clima
O clima tropical predomina na maior parte da África, tanto na zona tropical, úmida
no verão e seca no inverno, quanto na zona equatorial, com temperaturas elevadas
e chuvas abundantes.
Nos grandes desertos, como o Saara e o Kalahari, as temperaturas são altas de dia e
baixas à noite. Nos extremos norte e no sul do continente encontram-se estreitas regiões
de clima ameno, de tipo mediterrâneo.
Fauna e flora
A distribuição climática do continente africano determina diretamente a configuração de
suas zonas de vegetação e fauna. A selva equatorial, frondosa e exuberante, abriga
numerosas espécies de aves, símios - chimpanzés e gorilas -, répteis, anfíbios e insetos.
Nas zonas tropicais estende-se a savana, paisagem de vegetação herbácea, com árvores
de folhas caducas (baobá, sicômoro) isoladas ou em bosques; nas savanas abundam os
grandes mamíferos herbívoros (elefantes, rinocerontes, hipopótamos, girafas, búfalos,
antílopes, gazelas) e os carnívoros (leões, leopardos, hienas, chacais).
As grandes zonas desérticas do Saara e do Kalahari apresentam vegetação muito
escassa, de plantas espinhosas, exceto nos oásis, onde crescem formações de palmeiras;
insetos, répteis, roedores e alguns mamíferos de grande porte, como os chacais,
constituem a fauna adaptada a essas regiões. Nas zonas mediterrâneas cresce o típico
bosque baixo, combinado com maquis, garrigue e bosques de pinheiros e carvalhos,
onde habitam numerosas espécies de animais de clima temperado: lebres, cabras,
raposas, aves de rapina, pombas, perdizes, répteis etc.
Reinos Africanos
Império do Gana
O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se que
o florescimento desse império remonte ao século IV. Fundado por povos berberes,
segundo uns, e por outros, por negros mandeus, mandês ou mandingas, do grupo
soninkê. O antigo nome desse império era Uagadu, que ocupava uma área tão vasta
quanto à da moderna Nigéria e, incluía os territórios que hoje constituem o Mali
ocidental e o sudeste da Mauritânia. Kumbi Saleh foi uma das suas últimas capitais.
Segundo relatos históricos, o Antigo Império de Gana era tão rico em ouro, que seu
imperador, adepto da religião tradicional africana, tal como seus súditos, eram
denominados “o senhor de ouro”. Com a concorrência de outras potências no comércio
do ouro, o Antigo Império Gana começou a declinar. Até que, por volta de 1076 d.C.,
em nome de uma fé islâmica ortodoxa, os berberes da dinastia dos almorávidas, vindos
do Magrebe, atacam e conquista Kumbi Saleh, capital do Império de Gana.
O atual Gana, que antigamente se chamava Costa de Ouro, deve o seu nome moderno
ao de um antigo imperío que dominava a África Ocidental durante a Idade Média. O
velho Gana ficava a muitos quilómetros mais para norte do actual, entre o deserto do
Saara e os rios Níger e Senegal.O Gana foi provavelmente fundado durante os anos 300.
Desde essa data até 770 os seus governantes constituíram a dinastia dos Magas, uma
família berbere, apesar do povo ser constituído por negros das tribos Soninque. Em 770
os Magas foram derrubados pelos Soninques, e o império expandiu-se grandemente sob
o domínio de Kaya Maghan Sisse, que foi rei cerca de 790.Nessa altura o Gana
começou a adquirir uma reputação de ser uma terra de ouro. Atingiu o máximo da sua
glória durante os anos 900 e atraiu a atenção dos Árabes. Depois de muitos anos de luta,
a dinastia dos Almorávidas berberes subiu ao poder, embora não o tenha conservado
durante muito tempo. O império entrou em declínio e em 1240 foi destruído pelo povo
de Mali.Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava
organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado
por reis conhecidos como caia-maga. Viviam da criação de animais, da agricultura e da
pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para
trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Gana,
tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio. Os habitantes do império deviam
pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos.
Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na
região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e
lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza.
O Império do Mali
Os fundados do Antigo Mali teriam sido caçadores reunidos em confrarias ligadas pelos
mesmos ritos e celebrações da religião tradicional. O fervor com que praticavam a
religião de seus ancestrais veio até bem depois do advento do Islã. Conquistando o que
restara do Antigo Gana, em 1240, Sundiata Keita, expandiu seu império, que já era
oficialmente muçulmano desde o século anterior. E, o Mali se torna legendário,
principalmente sob o mansa (rei) Kanku Mussá, que, em 1324, empreendeu a
peregrinação a Meca com a intenção evidente de maravilhar os soberanos árabes.
O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se que
o florescimento desse império remonte ao século IV. Fundado por povos berberes,
segundo uns, e por outros, por negros mandeus, mandês ou mandingas, do grupo
soninkê. O antigo nome desse império era Uagadu, que ocupava uma área tão vasta
quanto à da moderna Nigéria e, incluía os territórios que hoje constituem o Mali
ocidental e o sudeste da Mauritânia. Kumbi Saleh foi uma das suas últimas capitais.
Segundo relatos históricos, o Antigo Império de Gana era tão rico em ouro, que seu
imperador, adepto da religião tradicional africana, tal como seus súditos, eram
denominados “o senhor de ouro”. Com a concorrência de outras potências no comércio
do ouro, o Antigo Império Gana começou a declinar. Até que, por volta de 1076 d.C.,
em nome de uma fé islâmica ortodoxa, os berberes da dinastia dos almorávidas, vindos
do Magrebe, atacam e conquista Kumbi Saleh, capital do Império de Gana.
No século XVI chegou a ser o mais importante entreposto comercial do império, mas os
mesmos factores que causaram a decadência da «cidade irmã» – o comércio marítimo
dos portugueses, a ocupação marroquina e, depois, francesa – acabaram por torná-la
num insignificante centro agrícola dotado de magníficos exemplares de arquitectura
islâmica.
Djenné foi igualmente um importante centro de peregrinação e cultura, atraindo
peregrinos e estudantes de toda a África ocidental. Durante muito tempo foi uma
verdadeira escola de juristas. Os seus monumentos, entre os quais se destaca uma
Grande Mesquita que remonta ao século XIII, recorrem ao mesmo tipo de material e
técnicas construtivas que os de Tombuctu. O que dá origem a problemas de conservação
muito semelhantes.
Império Songai
A organização do Songai era mais elaborada ainda que a do Mali. O Império Songai
teria suas origens num antepassado lendário, o gigante comilão Faran Makan Botê, do
clã dos pescadores sorkôs. Por volta de 500 d.C., diz ainda a tradição, que guerreiros
berberes, chefiados por Diá Aliamen teriam chegado à curva norte do Níger, tomando o
poder dos sorkôs. A partir daí, a dinastia dos Diá reina em Kukya, uma ilha perto do
Níger, até 1009, quando o reino se converte oficialmente ao islamismo e transfere a
capital para Goa, onde a dinastia reina até 1335. Nesse ano, o povo songai se liberta do
Antigo Mali, de quem se tornara vassalo em 1275 e, começa a conquistar as regiões
vizinhas.
O Império Songhai, também conhecido como o Império Songhay foi um estado pré-
colonial africano e grande civilização oriental, em Mali. Do início dos século XV até o
final do século 16, Songhai foi um dos maiores impérios africanos da história. Este
império tinha o mesmo nome de seu grupo étnico líder, os Songhai. Sua capital era a
cidade de Gao, onde uma pequeno estado Songhai já existia desde o século XI. Sua base
de poder era sobre a volta do rio Níger nos dias atuais Níger e Burkina Faso. Antes do
Império Songhai, a região tinha sido dominada pelo Império Mali, uma das civilizações
mais ricas da história do mundo. Mali tornou-se famoso devido à sua imensa riqueza
obtida através do comércio com o mundo árabe, e os lendários hajj de Mansa Musa. No
início do século XV, o Império do Mali começou a declinar. As disputas pela sucessão
enfraqueceram a coroa e muitos afastaram-se. Os Songhai foram um deles, fazendo a
cidade proeminente de Gao a sua nova capital.
Império Kanem-Bornu
Outro grande Estado da África Negra, florescido por essa época, no norte da atual
Nigéria, foi Kanem-Bornu, em torno do ano 800 d.C. As cidades-estados haussás,
situadas entre o Níger e o Chade que se encontram em uma grande encruzilhada.
Constituíram-se por volta do século XII, em redor das vias comerciais que ligavam
Trípolis e o Egito à floresta tropical, por um lado, e, por outro lado, o Níger ao alto vale
do Nilo pelo Darfur. Os haussás ou a classe dirigente são negros que habitavam muito
mais ao norte e a leste do que hoje. Junto com o Mali e o Songai, um dos mais vastos
impérios dos grandes séculos africanos foi o Kanem-Bornu. A sua influência, no seu
período de maior esplendor, estendia-se da Tripolitânia e do Egito até ao Norte dos
Camarões atuais e do Níger ao Nilo. Nas origens do Kanem encontra-se a conjunção
dos nômades e dos sedentários.
A Reforma Religiosa
Os movimentos religiosos que culminaram na grande reforma religiosa do século XVI
tiveram início desde a Idade Média, através dos teólogos John Wycliffe e Jan Huss.
Esses movimentos foram reprimidos, mas, na Inglaterra e na Boêmia (hoje República
Tcheca), os ideais reformistas perseveraram em circunstâncias ocultas às tendências que
fizeram romper a revolta religiosa na Alemanha.
No começo do século XVI, a Igreja passava por um período delicado. A venda de
cargos eclesiásticos e de indulgências e o enfraquecimento das influências papais pelo
prestígio crescente dos soberanos europeus, que muitas vezes influenciavam
diretamente nas decisões da Igreja, proporcionaram um ambiente oportuno a um
movimento reformista.
No final da Idade Média surgiu um forte espírito nacionalista que se desenvolveu em
vários países onde a figura da Igreja, ou seja, do Papa, já estava em descrédito. Esse
espírito nacionalista foi estrategicamente explorado pelos príncipes e monarcas,
empenhados em aumentar os poderes monárquicos, colocando a Igreja em situação de
subordinação.
Nesse período, os olhos se voltaram para o grande patrimônio da Igreja, que despertou a
ambição de monarcas e nobres ávidos em anexar às suas terras as grandes e ricas
propriedades da Igreja, que perfaziam um terço do território da Alemanha e um quinto
do território da França. Sem contar na isenção de impostos sobre esse território
eclesiástico, que aumentava o interesse dos mais abastados.
Observa-se nessa fase o surgimento de uma nova classe social, que na Itália era formada
por banqueiros e comerciantes poderosos. Mas essa classe social não era tão religiosa
quanto à da Alemanha, para a qual a religião tinha um significado muito mais pungente.
O espírito crítico do Humanismo e o aperfeiçoamento da imprensa, por Gutemberg,
contribuíram para a difusão das obras escritas, entre elas a Bíblia. Ao traduzir a Bíblia
para outras línguas, vislumbrou-se a possibilidade de cristãos e não cristãos interpretá-la
sem mediação, recebendo conhecimento imediato sobre o cristianismo e suas
verdadeiras práticas.
O ponto de partida da reforma religiosa foi o ataque de Martinho Lutero, em 1517, à
prática da Igreja de vender indulgências. Martinho Lutero era um monge da ordem
católica dos agostinianos, nascido em Eisleben, em 1483, na Alemanha. Após os
primeiros estudos, Lutero matriculou-se na Universidade de Erfurt, em 1501, onde se
graduou em Artes. Após ter passado alguns anos no mosteiro, estudando o pensamento
de Santo Agostinho, foi nomeado professor de teologia da Universidade de Wittenberg.
Lutero admirava os escritos e as ideias de Jan Huss sobre a liberdade cristã e a
necessidade de reconduzir o mundo cristão à simplicidade da vida dos primeiros
apóstolos. Através de exaustivo estudo, Lutero encontrou respostas para suas dúvidas e,
a partir desse momento, começou a defender A doutrina da salvação pela fé. Ele
elaborou 95 teses que criticavam duramente a compra de indulgências. Eis algumas
delas:
Tese 21 - Estão errados os que pregam as indulgências e afirmam ao próximo que ele
será liberto e salvo de todo castigo dos pecados cometidos mediante indulgência do
papa.
Tese 36 - Todo cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente
pesar por ter pecado tem total perdão dos pecados e consequentemente de suas dívidas,
mesmo sem a carta de indulgência.
Tese 43 - Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que dá aos pobres ou empresta a
quem necessita age melhor do que se comprasse indulgências.
Esses princípios foram considerados uma afronta à Igreja Católica. Em 1521, o monge
agostiniano, já declarado herege, foi definitivamente excomungado pela Igreja Católica,
refugiando-se na Saxônia. Lutero não tinha a pretensão de dividir o povo cristão, mas a
repercussão de suas teses foi amplamente difundida; e suas ideias, passadas adiante.
Através da tradução da Bíblia para o idioma alemão, o número de adeptos às ideias de
Lutero aumentou largamente; e, por outro lado, o poder da Igreja diminuiu
consideravelmente.
Seus ideais reformistas religiosos desencadearam revoltas e assumiram dimensões
politicas e socioeconômicas que fugiram do seu controle. A revolta social instalou-se e
o descontentamento foi geral. Os príncipes tomaram as terras pertencentes à Igreja
Católica e os camponeses revoltaram-se, em 1524, contra a exploração da Igreja e dos
príncipes. Lutero, que era protegido pelos príncipes, condenou a revolta dos camponeses
e do líder protestante radical, Thomaz Munzer. Munzer foi decapitado e um grande
número de camponeses revoltados foi massacrado pelos exércitos organizados pelos
príncipes locais apoiados por Lutero, que dizia “não há nada mais daninho que um
homem revoltado...”.
A preocupação de Lutero em defender as aspirações feudais fez com que sua doutrina
fosse considerada uma religião, a religião dos nobres. Esses nobres assumiram cargos
importantes na Igreja, que foi chamada de Igreja Luterana. A reforma religiosa de
Lutero chegou a outros países, como a Dinamarca, Suécia, Noruega, os quais foram
rompendo os laços com a Igreja Católica, fomentando a reorganização das novas
doutrinas religiosas.
Antigo Regime
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Formação
Durante a Baixa Idade Média, com o advento do Renascimento Comercial e Urbano,
surge na Europa uma tendência de enfraquecimento do poder dos nobres e
fortalecimento do poder dos reis, que durante o período medieval tinham autoridade
quase nula. Em alguns países, os soberanos contaram com o importante apoio
da burguesia nascente, que tinha forte interesse na centralização política, pois a
padronização de pesos, medidas e moedas e a unificação da justiça e
da tributação favoreciam o desenvolvimento do comércio. A nobreza, sem forças para
se impor, acabou por aceitar a dominação real (em alguns casos, após sangrentos
conflitos). Parte dela foi cooptada por meio da formação das cortes, constituídas por
nobres luxuosamente sustentados pelo Estado. Os reis puderam assim obter para si todo
o controle político, econômico e militar dos países. No auge desse processo de
centralização, estabeleceu-se o absolutismo.
Durante o século XVII, o Antigo Regime entrou em declínio devido, principalmente,
ao iluminismo. Essa corrente de pensamento defendia ideais do liberalismo, como a
instituição de um gestor subordinado a uma carta magna (constituição); fim
do intervencionismo, tanto político quanto econômico; voto universal e a democracia;
valores completamente antagônicos ao absolutismo. Além disso, com a Revolução
Industrial a burguesia assumiu uma posição social extremamente elevada e desejava ter
um representante de seus interesses à frente do governo, o que enfraqueceu ainda mais o
sistema absolutista. Aos poucos, os monarcas foram caindo, com destaque para a
Inglaterra, que foi pioneira graças aos avanços político-sociais gerados pela primeira
revolução industrial.
Contexto
Durante o Antigo Regime a sociedade francesa encontrava-se dividida em três ordens,
classes, estamentos ou estados:
Características
O Antigo Regime tem como características básicas:
Extensão
Iluminismo
O iluminismo, também conhecido como século das luzes[1] e ilustração,[2][3][4][5] foi um
movimento intelectual e filosófico que dominou o mundo das ideias na Europa durante
o século XVIII, "O Século da Filosofia".[6]
O Iluminismo incluiu uma série de ideias centradas na razão como a principal fonte de
autoridade e legitimidade e defendia ideais
como liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e separação
Igreja-Estado.[7][8] Na França, as doutrinas centrais dos filósofos do Iluminismo eram
a liberdade individual e a tolerância religiosaem oposição a uma monarquia absoluta e
aos dogmas fixos da Igreja Católica Romana. O Iluminismo foi marcado por uma ênfase
no método científico e no reducionismo, juntamente com o crescente questionamento da
ortodoxia religiosa - uma atitude capturada pela frase Sapere
aude (em português: "Atreva-se a conhecer" . [9]
Definição
Immanuel Kant.
Ainda que importantes contemporâneos venham ressaltando as origens do iluminismo
no século XVII tardio,[16] não há consenso abrangente quanto à datação do início da era
do iluminismo. Boa parte dos acadêmicos simplesmente utiliza o início do século XVIII
como marco de referência, aproveitando a já consolidada denominação Século das
Luzes .[17]O término do período é, por sua vez, habitualmente assinalado em
coincidência com o início das Guerras Napoleônicas (1804-1815).[18]
Iluminismo é um conceito que sintetiza diversas tradições filosóficas, sociais,
políticas, correntes intelectuais e atitudes religiosas. Pode-se falar mesmo em diversos
"microiluminismos", diferenciando especificidades temporais, regionais e de matiz
religioso, como nos casos de "iluminismo tardio", "iluminismo escocês" e
"iluminismo católico".
O iluminismo é, para sintetizar, uma atitude geral de pensamento e de ação. Os
iluministas admitiam que os seres humanos estão em condição de tornar este mundo um
lugar melhor mediante introspecção, livre exercício das capacidades humanas e
engajamento político-social.[19] Immanuel Kant, como resposta à questão "O que é o
iluminismo?", descreveu, de maneira lapidar, a mencionada atitude:
“ O iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que
estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram
incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de
outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma
deficiência do entendimento mas da falta de resolução e coragem para se ”
fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere
aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão! - esse é o lema do
iluminismo.[20]
Fases do iluminismo
a verdade – rodeada por luz intensa (o símbolo central do iluminismo). Duas outras
figuras à direita, a razão e a filosofia, estão a retirar o manto sobre a verdade.
Os pensadores iluministas tinham, como ideal, a extensão dos princípios do
conhecimento crítico a todos os campos do mundo humano.[21] Supunham poder
contribuir para o progresso da humanidade e para a superação dos resíduos
de tirania e superstição que creditavam ao legado da Idade Média. A maior parte dos
iluministas associava ainda o ideal de conhecimento crítico à tarefa do melhoramento
do estado e da sociedade.
O uso do termo "iluminismo" na forma singular justifica-se, contudo, dadas certas
tendências gerais comuns a todos os iluminismos, nomeadamente, a ênfase nas ideias de
progresso e perfectibilidade humana, assim como a defesa do conhecimento racional
como meio para a superação de preconceitos e ideologias tradicionais.
Entre o final do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a principal influência
sobre a filosofia do iluminismo proveio das concepções mecanicistas da natureza que
haviam surgido na sequência da chamada revolução científica do século XVII. Neste
contexto, o mais influente dos cientistas e filósofos da natureza foi, então, o
físico inglêsIsaac Newton. Em geral, pode-se afirmar que a primeira fase do iluminismo
foi marcada por tentativas de importação do modelo de estudo dos fenômenos físicos
para a compreensão dos fenômenos humanos e culturais.
No entanto, a partir da segunda metade do século XVIII, muitos pensadores iluministas
passaram a afastar-se das premissas mecanicistas legadas pelas teorias físicas do século
XVII, aproximando-se então das teorias vitalistas que eram desenvolvidas pelas
nascentes ciências da vida.[22] Boa parte das teorias sociais e das filosofias da
históriadesenvolvidas na segunda metade do século XVIII, por autores como Denis
Diderot e Johann Gottfried von Herder, entre muitos outros, foram fortemente
inspiradas pela obra de naturalistas tais como Buffon e Johann Friedrich Blumenbach.
Os iluminismos regionais
Alemanha
No espaço cultural alemão, um dos traços distintivos do iluminismo (Aufklärung) é a
inexistência do sentimento anticlerical que, por exemplo, deu a tônica ao iluminismo
francês. Os iluministas alemães possuíam, quase todos, profundo interesse e
sensibilidade religiosas, e almejavam uma reformulação das formas de religiosidade. O
nome mais conhecido da Aufklärung foi Immanuel Kant.[23] Outros importantes
expoentes do iluminismo alemão foram: Johann Gottfried von Herder, Gotthold
Ephraim Lessing, Moses Mendelssohn, entre outros.[24]
Escócia
A Escócia, curiosamente um dos países mais pobres e remotos da Europa ocidental
no século XVIII, foi um dos mais importantes espaços de produção de ideias associadas
ao iluminismo. Empirismo e pragmatismo foram as tendências mais marcantes
do iluminismo escocês.[25] Dentre os seus mais importantes expoentes, destacam-se,
entre outros: Adam Ferguson, David Hume, Francis Hutcheson, Thomas Reid e Adam
Smith.[26]
Estados Unidos
Nas colônias britânicas que formariam os futuros Estados Unidos da América, os ideais
iluministas chegaram por importação da metrópole, mas tenderam a ser redesenhados
com contornos religiosos e politicamente mais radicais. Ideias iluministas exerceram
uma enorme influência sobre o pensamento e prática política dos chamados founding
fathers(pais fundadores) dos Estados Unidos, entre eles: John Adams, Samuel
Adams, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, Alexander Hamilton e James Madison.
[27]
Crítica ao mercantilismo
Toda a estrutura política e social do absolutismo foi violentamente atacada pela
revolução intelectual do iluminismo. O mercantilismo, doutrina econômica típica da
época, também foi condenado e novas propostas, mais condizentes com a nova
realidade do capitalismo, foram teorizadas.
Os primeiros contestadores do mercantilismo foram os fisiocratas. Para os fisiocratas,
a riqueza viria da natureza, ou seja, da agricultura, da mineração e da pecuária.
O comércio era considerado uma atividade estéril, já que não passava de uma troca de
riquezas. Outro aspecto da fisiocracia contrariava o mercantilismo: os fisiocratas eram
contrários à intervenção do Estado na economia. Esta seria regida por leis naturais, que
deveriam agir livremente. A frase que melhor define o pensamento fisiocrata é: Laissez
faire, laissez passer (Deixai fazer, deixai passar).
A fisiocracia influenciou pensadores como Adam Smith, pai da economia clássica.
A economia política como ciência autônoma não existia naquela época. O pensamento
econômico era fruto do trabalho assistemático de intelectuais que, ocasionalmente, se
interessavam pelo problema: um dos principais teóricos da escola fisiocrata era um
médico, François Quesnay.
Impacto
Voltaire (1694-1778),
símbolo do Iluminismo
Em meados do século XVIII, a Europa passou por uma importante transformação
cultural, marcando a decadência do pensamento barroco. A burguesia inglesa e francesa,
impulsionada pelo controle do comércio ultramarino, cresceu, dominando a economia
do Estado. Em contrapartida, a nobreza e o clero, com seus ideais retrógrados, caíram
em descrédito.
A ideologia burguesa culta, sustentada na crítica à velha nobreza e aos religiosos,
propagou-se por toda Europa, sobretudo na França, onde foram publicados O Espírito
das Leis (1748), de Montesquieu, e o primeiro volume da Enciclopédia (1751), que tem
à frente Diderot, Montesquieu e Voltaire. As idéias desses enciclopedistas, defensores
de um governo burguês e do ideal do "bom selvagem", de Rousseau - "o homem nasce
bom, mas a sociedade o corrompe, devendo, portanto, retornar para a natureza"-,
impulsionaram o desenvolvimento das ciências, valorizando a razão como agente
propulsor do progresso social e cultural. A burguesia, em oposição ao exagero cultista
barroco, voltou-se para as questões mundanas e simples, relegando a religião a um
segundo plano. Sua arte emergente caracterizou-se pela volta à simplicidade clássica.
Esse movimento, chamado Iluminismo, espalhou-se pela Europa, influenciando
Portugal. Marquês de Pombal, ministro de D. José I, com o propósito de colocar o país
em dia com o progresso Europeu, executou a tarefa de renovação cultural, expulsando
os jesuítas, em 1759. O ensino, monopólio do clero, tornou-se então leigo. Fundaram-se
escolas e academias, e Portugal passou a respirar um clima de novidade e de mudanças
na arte, ciência e filosofia.
No século XVIII, o Brasil passou por mudanças importantes: a cultura jesuítica
começou a dar lugar ao Neoclassicismo; Rio de Janeiro e Minas Gerais destacaram-se
como centros de relevância política, econômica, social e cultural; foi crescente o
número de estudantes brasileiros, que se expuseram às influências dos novos ideais e
tendências, em universidades da Europa.
Conseqüentemente, o Iluminismo e os acontecimentos que abalaram a ordem política e
social do Ocidente - Independência Norte Americana e Revolução Francesa - tiveram
ampla repercussão no crescente sentimento nativista brasileiro e no descontentamento
reinante, provindo da área de mineração. Vila Rica, em Minas, foi berço dos principais
acontecimentos setecentistas, surgindo os poetas do Arcadismo e a Inconfidência.
Revoluções Liberais
Revolução Americana
A Guerra da Independência dos Estados Unidos, também conhecida como Guerra
da Revolução Americana ou ainda Revolução Americana de 1776, teve suas raízes
na assinatura do Tratado de Paris, que, em 1763, finalizou a Guerra dos Sete Anos. Ao
final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto,
as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova
Hampshire, Nova Jersey, Nova Iorque, Pensilvânia, Delaware, Virgínia,
Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e
crescentes conflitos com a metrópole inglesa, pois, devido aos enormes gastos com a
guerra, a metrópole aumentou a exploração sobre essas áreas. Constituiu-se em batalhas
desfechadas contra o domínio inglês. Movimento de ampla base popular teve como
principal motor a burguesia colonial e levou à proclamação, no dia 4 de julho de 1776,
da independência das Treze Colônias - os Estados Unidos, primeiro país dotado de
uma constituição política escrita.
As ações militares entre ingleses e os colonos americanos começam em março de 1775.
No decorrer do conflito (Lexington, Concord e batalha de Bunker Hill), os
representantes das colônias reuniram-se no segundo Congresso de Filadélfia (1775)
e Thomas Jefferson, democrata de ideias avançadas, redigiu a Declaração da
Independência dos Estados Unidos, promulgada em 4 de julho de 1776, dando um passo
irreversível. Procede-se também à constituição de um exército, cujo comando é
confiado ao fazendeiro George Washington.
Os britânicos, lutando a 5500 km de casa, enfrentaram problemas de carência de
provisões, comando desunido, comunicação lenta, população hostil e falta de
experiência em combater táticas de guerrilha. A Aliança Francesa (1778) mudou a
natureza da guerra, apesar de ter dado uma ajuda apenas modesta; a Inglaterra, a partir
de então, passou a se concentrar nas disputas por territórios na Europa e nas Índias
Ocidentais e Orientais.[1]
Os colonos tinham força de vontade, mas interesses divergentes e falta de organização.
Das colônias do sul, só a Virgínia agia com decisão. Os britânicos
do Canadápermaneceram fiéis ao Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda. Os
voluntários do exército, alistados por um ano, volta e meia abandonavam a luta para
cuidar de seus afazeres. Os oficiais, geralmente estrangeiros, não estavam envolvidos no
conflito[2].
O curso da guerra pode ser dividido em duas fases a partir de 1778. A primeira fase, ao
norte, assistiu à captura de Nova York pelos ingleses (1776), além da campanha
no vale do rio Hudson para isolar a Nova Inglaterra, que culminou na derrota
em Saratoga (1777), e a captura de Filadélfia (1777), depois da vitória na batalha de
Brandywine.
A segunda fase desviou as atenções britânicas para o sul, onde grande número de
legalistas podiam ser recrutados. Filadélfia foi abandonada (1778) e Washington
acampou em West Point a fim de ameaçar os quartéis-generais britânicos em Nova
York. Após a captura de Charleston (1780) por Clinton, Cornwallis perseguiu em vão o
exército do sul, sob a liderança do general Greene, antes de seu próprio exército,
exaurido, render-se em Yorktown, Virgínia (outubro de 1781), terminando efetivamente
com as hostilidades. A paz e a independência do novo país (constituído pelas treze
colónias da costa atlântica) foi reconhecida pelo Tratado de Paris de 1783.
Apesar das frequentes vitórias, os britânicos não destruíram os exércitos de Washington
ou de Green e não conseguiram quebrar a resistência norte-americana.
Mais tarde, em 1812 e 1815, ocorreu uma nova guerra entre os Estados Unidos e a
Inglaterra. Essa guerra consolidou a independência norte-americana.
Atritos
Consequências
Cronologia
Ver artigo principal: Guerra da Independência dos Estados Unidos
Além dos conflitos políticos, iniciou-se um movimento contra a carga tributária
exercida pelos ingleses sobre a produção de açúcar (Sugar Act), e sobre a produção
gráfica (Stamp Act).
Além da cobrança excessiva de impostos, os ingleses em 1765 proibiram a abertura de
estabelecimentos fabris nas colônias. Isto gerou uma onda de descontentamento dos
colonizadores que para a América do Norte foram fazer fortuna. Iniciou-se então um
sentimento de independência e de nacionalidade dos habitantes da região.
Os ingleses vendo que a economia da colônia mostrava sinais de enriquecimento e
vigor, resolveram forçá-la para baixo com a adição de novos impostos e sobre-taxas de
produção sobre a fabricação de tintas, vidro, papel e principalmente chá.
Em 1773, devido à alta dos impostos, ocorreu em Boston a revolta do chá. Samuel
Adams e John Dickinson fundaram a Sociedade dos Filhos da Liberdade.
Na Filadélfia em 5 de Setembro de 1774, se reuniram os representantes das treze
colônias no chamado então primeiro congresso continental. Neste encontro foi redigida
uma declaração de direitos e exigido o retorno à situação anterior.
O Parlamento britânico não aceitou as reivindicações da colônia, aumentando desta
forma os atritos entre as treze colônias e o governo central, culminando com a eclosão
da guerra em 1775 em Lexington e Concord.
Ainda em 1775 ocorreu o segundo congresso continental, simultaneamente houve
a batalha de Ticonderoga, com a vitória dos anticolonialistas. Com o moral elevado dos
combatentes houve a criação do exército continental.
Em 4 de Julho de 1776, representantes das 13 colónias reunidos em Congresso
declararam a independência das 13 colônias inglesas do continente americano.
No dia 17 de Outubro de 1777, os norte-americanos venceram a batalha de Saratoga.
Os franceses, poloneses, espanhóis e prussianos, países antagonistas da Inglaterra,
vieram em auxílio aos rebeldes enviando soldados para ajudar na guerra da
independência.
Em 1780, os ingleses foram derrotados na batalha naval de Chesapeake. Em 19 de
outubro de 1781, o exército inglês, sob o comando de Lord Cornwallis, rendeu-
se em Yorktown.
Em 17 de abril de 1783, o capitão britânico, James Colbert, com um grupo de 82
partidários britânicos lançaram um ataque surpresa sobre o Forte Carlos
(atualmente Gillett na comarca de Desha), Arkansas, à beira do rio Arkansas. A invasão
de Colbert fora a única ação da Guerra Revolucionária americana no estado de
Arkansas. Colbert atacou o forte controlado por espanhóis em resposta a decisão da
Espanha em tomar lado junto aos americanos durante a Revolução.
Finalmente, no dia 3 de setembro de 1783, em Paris, foi assinado o tratado em que
os Estados Unidos, representados por John Adams, Benjamin Franklin e John Jay,
tiveram sua independência reconhecida, formalmente, pelo Reino da Grã-Bretanha.
Cronologia
Além dos conflitos políticos, iniciou-se um movimento contra a carga tributária
exercida pelos ingleses sobre a produção de açúcar (Sugar Act), e sobre a produção
gráfica (Stamp Act).
Além da cobrança excessiva de impostos, os ingleses em 1765 proibiram a abertura de
estabelecimentos fabris nas colônias. Isto gerou uma onda de descontentamento dos
colonizadores que para a América do Norte foram fazer fortuna. Iniciou-se então um
sentimento de independência e de nacionalidade dos habitantes da região.
Os ingleses vendo que a economia da colônia mostrava sinais de enriquecimento e
vigor, resolveram forçá-la para baixo com a adição de novos impostos e sobre-taxas de
produção sobre a fabricação de tintas, vidro, papel e principalmente chá.
Em 1773, devido à alta dos impostos, ocorreu em Boston a revolta do chá. Samuel
Adams e John Dickinson fundaram a Sociedade dos Filhos da Liberdade.
Na Filadélfia em 5 de Setembro de 1774, se reuniram os representantes das treze
colônias no chamado então primeiro congresso continental. Neste encontro foi redigida
uma declaração de direitos e exigido o retorno à situação anterior.
O Parlamento britânico não aceitou as reivindicações da colônia, aumentando desta
forma os atritos entre as treze colônias e o governo central, culminando com a eclosão
da guerra em 1775 em Lexington e Concord.
Ainda em 1775 ocorreu o segundo congresso continental, simultaneamente houve
a batalha de Ticonderoga, com a vitória dos anticolonialistas. Com o moral elevado dos
combatentes houve a criação do exército continental.
Em 4 de Julho de 1776, representantes das 13 colónias reunidos em Congresso
declararam a independência das 13 colônias inglesas do continente americano.
No dia 17 de Outubro de 1777, os norte-americanos venceram a batalha de Saratoga.
Os franceses, poloneses, espanhóis e prussianos, países antagonistas da Inglaterra,
vieram em auxílio aos rebeldes enviando soldados para ajudar na guerra da
independência.
Em 1780, os ingleses foram derrotados na batalha naval de Chesapeake. Em 19 de
outubro de 1781, o exército inglês, sob o comando de Lord Cornwallis, rendeu-
se em Yorktown.
Em 17 de abril de 1783, o capitão britânico, James Colbert, com um grupo de 82
partidários britânicos lançaram um ataque surpresa sobre o Forte Carlos
(atualmente Gillett na comarca de Desha), Arkansas, à beira do rio Arkansas. A invasão
de Colbert fora a única ação da Guerra Revolucionária americana no estado de
Arkansas. Colbert atacou o forte controlado por espanhóis em resposta a decisão da
Espanha em tomar lado junto aos americanos durante a Revolução.
Finalmente, no dia 3 de setembro de 1783, em Paris, foi assinado o tratado em que
os Estados Unidos, representados por John Adams, Benjamin Franklin e John Jay,
tiveram sua independência reconhecida, formalmente, pelo Reino da Grã-Bretanha.
Revolução Francesa
Revolução Francesa (em francês: Révolution française , 1789-1799) foi um período de
intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história
do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia
absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas
três anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando
privilégios feudais, aristocráticos e religiosos evaporaram-se sobre um ataque
sustentado de grupos políticos radicais, das massas nas ruas e de camponeses na região
rural do país.[1] Antigos ideais da tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e
da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté,
Égalité, Fraternité (em português:liberdade, igualdade e fraternidade ). As casas
reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e iniciaram um movimento
contrário que, até 1814, tinha restaurado a antiga monarquia, mas muitas reformas
importantes tornaram-se permanentes. O mesmo aconteceu com os antagonismos entre
os partidários e inimigos da revolução, que lutaram politicamente ao longo dos
próximos dois séculos.
Em meio a uma crise fiscal, o povo francês estava cada vez mais irritado com a
incompetência do rei Luís XVI e com a indiferença contínua e a decadência
da aristocracia do país. Esse ressentimento, aliado aos cada vez mais
populares ideais iluministas, alimentaram sentimentos radicais e a revolução começou
em 1789, com a convocação dos Estados Gerais em maio. O primeiro ano da revolução
foi marcado pela proclamação, por membros do Terceiro Estado, do Juramento do Jogo
da Péla em junho, pela Tomada da Bastilha em julho, pela aprovação da Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão em agosto e por uma épica marcha sobre Versalhes,
que obrigou a corte real a voltar para Paris em outubro. Os anos seguintes foram
dominados por lutas entre várias assembleias liberais e de direita feitas por apoiantes da
monarquia no sentido de travar grandes reformas no país.
A Primeira República Francesa foi proclamada em setembro de 1792 e o rei
Luís XVI foi executado no ano seguinte. As ameaças externas moldaram o curso da
revolução. As guerras revolucionárias francesas começaram em 1792 e, finalmente,
apresentaram espetaculares vitórias que facilitaram a conquista da Península Itálica,
dos Países Baixos e da maioria dos territórios a oeste do Reno pela França, feitos que os
governos franceses anteriores nunca conseguiram realizar ao longo de séculos.
Internamente, os sentimentos populares radicalizaram a revolução significativamente,
culminando com a ascensão de Maximilien Robespierre, dos jacobinos e de
uma ditadura virtual imposta pelo Comitê de Salvação Pública, que estabeleceu o
chamado Reino de Terror entre 1793 e 1794, período no qual entre 16 mil e 40 mil
pessoas foram mortas.[2] Após a queda dos jacobinos e a execução de Robespierre,
o Diretório assumiu o controle do Estado francês em 1795 e manteve o poder até 1799,
quando foi substituído pelo Consulado, sob o comando de Napoleão Bonaparte.
A era moderna tem-se desdobrado na sombra dos ideais conquistados pela Revolução
Francesa. O crescimento das repúblicas e das democracias liberais ao redor do mundo, a
difusão do secularismo, o desenvolvimento das ideologias modernas e a invenção
da guerra total[3] tiveram o seu nascimento durante a revolução. Eventos subsequentes
que podem ser rastreados com a revolução incluem as Guerras Napoleônicas, duas
restaurações separadas da monarquia (a primeira em 1814 e a segunda, a Restauração
Bourbon, em 1815), e duas revoluções adicionais (1830 e 1848) ajudaram a moldar
a França moderna.
Causas
Os historiadores apontaram muitos eventos e fatores no Antigo Regime que levaram à
Revolução. O aumento da desigualdade social e econômica,[4][5] as novas ideias políticas
emergentes do iluminismo,[6] a má gestão econômica, os fatores ambientais que levaram
ao fracasso agrícola, a dívida nacional incontrolável[7] e a má gestão política por parte
do rei Luís XVI foram citados como fatores que formaram as bases para a Revolução. [8]
[9][10][11]
Antigo Regime
Crise financeira
A causa mais forte de Revolução foi a econômica, já que as causas sociais, como de
costume, não conseguem ser ouvidas por si sós. Os historiadores sugerem o ano de 1789
como o início da Revolução Francesa. Mas esta, por uma das "ironias" da história,
começou dois anos antes, com uma reação dos notáveis franceses - clérigos e nobres -
contra o absolutismo, tendo sido inspirada em ideias iluministas, e se pretendia reformar
e para isso buscava limitar seus privilégios. Luís XVI convocou a nobreza e o clero para
contribuírem no pagamento de impostos, na altamente aristocrática Assembleia dos
Notáveis (1787).[26]
No meio do caos econômico e do descontentamento geral, Luís XVI não conseguiu
promover reformas tributárias, impedido pela nobreza e pelo clero, que não "queriam
dar os anéis para salvar os dedos". Não percebendo que seus privilégios dependiam
do Absolutismo, os notáveis pediram ajuda à burguesia para lutar contra o poder real -
era a Revolta da Aristocracia ou dos Notáveis (1787–1789). Eles iniciaram a revolta ao
exigir a convocação dos Estados Gerais para votar o projeto de reformas.[27]
Por sugestão do Ministro dos assuntos econômicos à época, Jacques Necker, o rei
Luís XVI convocou a Assembleia dos Estados Gerais, instituição que não era reunida
desde 1614. Os Estados Gerais reuniram-se em maio de 1789 no Palácio de Versalhes,
com o objetivo de acalmar uma revolução de que já falava a burguesia. As causas
econômicas também eram estruturais. As riquezas eram mal distribuídas, há um
endividamento forte do Estado;[28] a crise produtiva manufatureira estava ligada ao
sistema corporativo, que fixava quantidade e condições de produtividade. Isso
descontentou a burguesia.[29]
Outro fator econômico foi a crise agrícola, que ocorreu graças ao aumento populacional.
Entre 1715 e 1789, a população francesa cresceu consideravelmente, entre 8 e 9 milhões
de habitantes. Como a quantidade de alimentos produzida era insuficiente e as geadas
abatiam a produção alimentícia, o fantasma da fome pairou sobre os franceses.[30]
Assembleia dos Estados Gerais de 1789
A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII possuía dois grupos muito
privilegiados: o Clero ou Primeiro Estado, composto pelo Alto Clero, que representava
0,5% da população francesa, era identificado com a nobreza e negava reformas, e pelo
Baixo Clero, identificado com o povo, e que as reclamava; a Nobreza, ou Segundo
Estado, composta por uma camada palaciana ou cortesã, que sobrevivia à custa do
Estado, por uma camada provincial, que se mantinha com as rendas dos feudos, e uma
camada chamada Nobreza Togada, em que alguns juízes e altos funcionários burgueses
adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros. Aproximava-se de
1,5% dos habitantes. Esses dois grupos (ou Estados) oprimiam e exploravam o Terceiro
Estado, constituído por burgueses, camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma
camada heterogênea composta por artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este
nome graças às calças simples que usavam, diferentes dos tecidos caros utilizados pelos
nobres. Os impostos e contribuições para o Estado, o clero e a nobreza incidiam sobre o
Terceiro Estado, uma vez que os dois últimos não só tinham isenção tributária como
ainda usufruíam do tesouro real por meio de pensões e cargos públicos.
A França ainda tinha grandes características feudais: 80% de sua economia era agrícola.
Quando uma grande escassez de alimentos ocorreu devido a uma onda de frio na região,
a população foi obrigada a mudar-se para as cidades e lá, nas fábricas, era
constantemente explorada e a cada ano tornava-se mais miserável. Vivia à base
de pãopreto e em casas de péssimas condições, sem saneamento básico e vulneráveis a
muitas doenças. A reavaliação das bases jurídicas do Antigo Regime foi montada à luz
do pensamento Iluminista, representado por Voltaire, Diderot, Montesquieu, John
Locke, Immanuel Kant etc. Eles forneceram pensamentos para criticar as
estruturas políticas e sociais absolutistas e sugeriram a ideia de uma maneira de
conduzir liberal burguesa. A situação social era tão grave e o nível de insatisfação
popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do
governo a monarquia comandada pelo rei Luís XVI. O primeiro alvo dos
revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14 de Julho de 1789 marca o
início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia
francesa.[31]
Em fevereiro de 1787, o ministro das finanças, Loménie de Brienne, submeteu a uma
Assembleia de Notáveis, escolhidos de entre a nobreza, clero, burguesia e burocracia,
um projeto que incluía o lançamento de um novo imposto sobre a propriedade da
nobreza e do clero. Esta Assembleia não aprovou o novo imposto, pedindo que o
rei Luís XVI convocasse os Estados-Gerais. Em 8 de agosto, o rei concordou,
convocando os Estados Gerais para maio de 1789. Fazendo parte dos trabalhos
preparatórios da reunião dos Estados Gerais, começaram a ser escritos os
tradicionais cahiers de doléances, onde se registraram as queixas das três ordens. O
Parlamento de Paris proclama então que os Estados Gerais deveriam se reunir de acordo
com as regras observadas na sua última reunião, em 1614. Aproveitando a lembrança,
o Clube dos Trinta começa imediatamente a lançar panfletos defendendo o voto
individual inorgânico - "um homem, um voto" - e a duplicação dos representantes do
Terceiro Estado. Várias reuniões de Assembleias provinciais, como em Grenoble, já o
haviam feito. Jacques Necker, de novo ministro das finanças, manifesta a sua
concordância com a duplicação dos representantes do Terceiro Estado, deixando para as
reuniões dos Estados a decisão quanto ao modo de votação – orgânico (pelas ordens) ou
inorgânico (por cabeça). Serão eleitos 291 deputados para a reunião do Primeiro Estado
(Clero), 270 para a do Segundo Estado (Nobreza), e 578 deputados para a reunião do
Terceiro Estado (burguesia e pequenos proprietários). Entretanto, multiplicam-se os
panfletos, surgindo nobres como o conde d'Antraigues, e clérigos como o bispo Sieyès,
a defender que o Terceiro estado era todo o Estado. Escrevia o bispo Sieyès, em janeiro
de 1779: “O que é o terceiro estado? Tudo. O que é que tem sido até agora na ordem
política? Nada. O que é que pede? Tornar-se alguma coisa”.[32]
Assembleia Nacional (1789)
Monarquia Constitucional
Após a Assembleia Nacional, o rei demitiu do ministro Jacques Necker, conhecido por
suas posições reformistas. Em razão disso, a população de Paris se mobilizou e tomou
as ruas da cidade. Os ânimos mais exaltados conclamavam todos a tomar as armas. O
rei decidiu reagir fechando a Assembleia, mas foi impedido por uma sublevação popular
em Paris, reproduzida a seguir em outras cidades e no campo. O Conde de
Artois (futuro Carlos X) e outros dirigentes reacionários, defrontados a tais ameaças,
fugiram do país, transformando-se no grupo dos émigrés. A burguesia parisiense,
temendo que a população da cidade aproveitasse a queda do antigo sistema de governo
para recorrer à ação direta, apressou-se a estabelecer um governo provisório local,
a Comuna. Este governo popular, em 13 de julho, organizou a Guarda Nacional, uma
milícia burguesa para resistir tanto a um possível retorno do rei, quanto a uma eventual
mais violenta da população civil, cujo comando coube ao deputado da Assembleia e
herói da independência dos Estados Unidos, Marie Joseph Motier, o Marquês de La
Fayette. A bandeira dos Bourbons foi substituída por uma de cores vermelha, azul e
branca, que passou a ser a bandeira nacional. E, em toda a França, foram constituídas
unidades da milícia e governos provisórios.[36]
Enquanto isso, os acontecimentos precipitaram-se e a agitação tomou conta das ruas: em
13 de julho constituíram-se as Milícias de Paris, organizações militares-populares. No
dia 14 de julho, populares armados invadiram o Arsenal dos Inválidos, à procura
de munições e, em seguida, invadiram a Bastilha, uma fortaleza que fora transformada
em prisão política, mas que já não era a terrível prisão de outros tempos. Dentro da
prisão, estavam apenas sete condenados: quatro por roubo, dois nobres por
comportamento imoral, e um por assassinato. A intenção inicial dos rebeldes ao tomar a
Bastilha era se apoderar da pólvora lá armazenada. Caiu assim um dos símbolos do
Absolutismo. A Queda da Bastilha causou profunda emoção nas províncias e acelerou a
queda dos intendentes. Organizaram-se novas municipalidades e guardas nacionais.[36]
A partir de então, a revolução estendeu-se ao campo, com maior violência: os
camponeses saquearam as propriedades feudais, invadiram e queimaram os castelos e
cartórios, para destruir os títulos de propriedade das terras (fase do Grande Medo).
Temendo o radicalismo, na noite de 4 de agosto, a Assembleia Nacional Constituinte
aprovou a abolição dos direitos feudais, gradualmente e mediante amortização, além de
as terras da Igreja haverem sido confiscadas. Daí por diante, a igualdade jurídica seria a
regra.[36]
Assembleia Nacional Constituinte
O período da Assembleia Constituinte decorre de 9 de julho de 1789 a 30 de setembro
de 1791. As primeiras ações dos revolucionários deram-se quando, em 17 de junho, a
reunião do Terceiro Estado se proclamou "Assembleia Nacional" e, pouco depois,
"Assembleia Nacional Constituinte". Em 12 de julho, começam os motins em Paris,
culminando em 14 de julho com a tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real e
depósito de armas. Sob proposta de dois aristocratas, o visconde de Noailles e do duque
de Aiguillon, a Assembleia suprime todos os privilégios das comunidades e das pessoas,
as imunidades provinciais e municipais, as banalidades, e os direitos feudais. Pouco
depois, aprovava-se a solene "Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão",
contudo a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, não foi aprovada pela mesma
Assembleia e a idealizadora, Olympe de Gouges, foi executada.[37]
Fim do feudalismo e ascensão do secularismo
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
A Assembleia Nacional Constituinte aprovou a legislação, pela qual era abolido
o regime feudal e senhorial e suprimido o dízimo. Outras leis proibiram a venda de
cargos públicos e a isenção tributária das camadas privilegiadas. E, para dar
continuidade ao trabalho, decidiu pela elaboração de uma Constituição. Na introdução,
que seria denominada Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Déclaration
des Droits de l'Homme et du Citoyen), os delegados formularam os ideais da Revolução,
sintetizados em três princípios: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade"
(Liberté, Egalité, Fraternité). Inspirada na Declaração de Independência dos Estados
Unidos e divulgada em 26 de agosto, a primeira Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão (a que não terá sido estranha a ação do então embaixador dos Estados
Unidos em Paris, Thomas Jefferson) foi a síntese do pensamento iluminista liberal e
burguês. Nesse documento, em que se pode ver claramente a influência da Revolução
Americana, defendia-se o direito de todos à liberdade, à propriedade, à igualdade -
igualdade jurídica, e não social nem econômica - e de resistência à opressão. A
desigualdade social e de riqueza continuavam existindo. O nascimento, a tradição e o
sangue já não podiam continuar a ser os únicos critérios utilizados para distinguir
socialmente os homens. Na prática, tais critérios foram substituídos pelo dinheiro e pela
propriedade, que, a partir daí, passam a garantir, a seus detentores, prestígio social.[36]
Pressionado pela opinião pública, Luís XVI deixou Versalhes, estabelecendo-se
no Palácio das Tulherias, em Paris (outubro de 1789). Ali, o monarca era mais acessível
às massas parisienses. Fervilhavam os clubes: a imprensa tinha papel cada vez maior
nos acontecimentos políticos. Jean-Paul Marat e Hébert escreviam artigos incendiários.
A nobreza conservadora e o alto clero abandonaram a França, refugiando-se nos países
ainda absolutistas, de onde conspiravam contra a revolução. Numa reação contra os
privilégios do clero e buscando recursos para sanar o déficit público, o governo
desapropriou os bens da Igreja, colocou-os à venda e, com o produto, emitiu bônus do
tesouro, os assignats, que valeram como papel-moeda, logo depreciado. As
propriedades da Igreja passaram majoritariamente às mãos da burguesia, restando, aos
camponeses, as propriedades menores, que puderam ser adquiridas mediante
facilitações.[36]
Proclamação da Constituição francesa de 1791
Em agosto de 1790, foi votada a Constituição Civil do Clero,
separando Igreja e Estado e transformando os clérigos em assalariados do governo, a
quem deviam obediência. Determinava também que
os bispos e padres de paróquia seriam eleitos por todos os eleitores, independentemente
de filiação religiosa. O papa opôs-se a isso. Os clérigos deveriam jurar a nova
Constituição. Os que o fizeram ficaram conhecidos como juramentados; os que se
recusaram passaram a ser chamados de refratários e engrossaram o campo da
contrarrevolução. Procurando frear o movimento popular, a Assembleia Nacional
Constituinte, pela Lei de Le Chapelier, proibiu associações e coalizões profissionais
(sindicatos), sob pena de morte.[36]
No palácio real, conspirava-se abertamente. O rei, a rainha, seus conselheiros,
os embaixadores da Áustria e da Prússia eram os principais nomes de tal conspiração. A
Áustria e a Prússia, países absolutistas, invadiram a França, que foi derrotada porque
oficiais ligados à nobreza permitiram o malogro do exército francês. Denunciou-se a
traição na Assembleia. Em junho de 1791, a família real tentou fugir para a Áustria. O
rei foi descoberto na fronteira, em Varennes, e obrigado a voltar. A Assembleia
Nacional, contudo, acabou por absolver Luís XVI, mantendo a monarquia. Para
justificar essa decisão, alegou que o rei, ao invés de fugir, fora sequestrado. A Guarda
Nacional, comandada por La Fayette, reprimiu violentamente a multidão que queria a
deposição do rei.[36]
Em setembro de 1791, foi promulgada a primeira Constituição da França que resumia as
realizações da Revolução. Foi implantada uma monarquia constitucional, isto é, o rei
perdeu seus poderes absolutos e criou-se uma efetiva separação entre os poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário. Além disso, foram concedidos direitos
civis completos aos cidadãos. A população foi dividida em cidadãos ativos e passivos.
Somente os cidadãos ativos, que pagavam impostos e possuíam dinheiro ou
propriedades, participavam da vida política. Era o voto censitário. Os passivos eram os
não votantes, como mulheres, trabalhadores desempregados e outros. Apesar de ter
limitado os poderes do rei, este tinha ainda o direito de designar seus ministros. De
mais, a constituição aboliu o feudalismo, nacionalizava os bens eclesiásticos e
reconhecia a igualdade civil e jurídica entre os cidadãos. Em síntese, a Constituição de
1791 estabeleceu, na França, as linhas gerais para o surgimento de uma sociedade
burguesa e capitalista em lugar da anterior, feudal e aristocrática.[36]
Apesar disso, este projeto não teve muita sustentação. Alguns setores urbanos queriam
continuar com o processo revolucionário, enquanto nobres fugiam e se refugiavam no
exterior, planejando, à distância, organizar violentamente uma vingança armada. Os
emigrados tinham apoio de Estados Absolutistas como Áustria e Prússia, que viam o
resultado do movimento revolucionário francês como perigoso para os seus domínios.
Em agosto de 1791, após a tentativa frustrada de fuga da família real para a Áustria, os
países que até então apoiavam a França lançaram a Declaração de Pillnitz, que afirmava
(e apoiava) a restauração da monarquia francesa como um projeto de interesse comum a
todos os Estados europeus. A população francesa ficou enfurecida, pois enxergava esta
ação como uma intromissão direta aos assuntos do país.[36]
Assembleia Legislativa
Em 1791, iniciou-se a fase denominada Monarquia Constitucional. Nas eleições de
outubro de 1791, as cadeiras da Assembleia Legislativa foram ocupadas
predominantemente por elementos da burguesia. A Assembleia Legislativa, que iniciou
suas sessões em 1 de outubro, era formada por 750 membros, sem experiência política.
Embora a burguesia tivesse de enfrentar, dentro da Assembleia, a oposição da
aristocracia, cujos deputados ocupavam o lado direito de quem entrava no recinto de
reuniões, e também dos democratas, que ocupavam o lado esquerdo, as maiores
dificuldades estavam fora da Assembleia. À extrema-direita, o rei e a aristocracia se
recusavam a aceitar qualquer compromisso.[38]
Os radicais, a pequena e média burguesia sentiam-se lesadas e enganadas. Os
camponeses, desesperados, porque tinham de pagar pela extinção dos direitos feudais,
retomaram a violência. O confisco dos bens da Igreja e a Constituição do Clero, que
faziam com que os religiosos rompessem com o papado, levaram a maior parte do clero
para o campo da contrarrevolução. Apesar de todas as dificuldades, a alta burguesia se
mantinha no poder.[38]
O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", mas logo em 14
de junho de 1791, se aprovou a Lei de Le Chapelier que proibia os sindicatos de
trabalhadores e as greves, com penas que podiam ir até à pena de morte. Em 19 de abril
de 1791, o Estado nacionaliza e passa a administrar todos os bens da Igreja Católica,
sendo aprovada em julho a Constituição Civil do Clero, por intermédio da qual os
padres católicos passam a ser funcionários públicos.[38]
Queda da Monarquia
O assalto ao Palácio das Tulherias, em 10 agosto de 1792
Os emigrados buscavam apoio externo para restaurar o Estado absoluto. As vizinhas
potências absolutistas apoiavam esses movimentos, pois temiam a irradiação das ideias
revolucionárias francesas para seus países. Os emigrados e as monarquias absolutistas
formaram uma aliança destinada a restaurar, na França, os poderes absolutos de
Luís XVI. Alegando a necessidade de se restaurar a dignidade real da França,
na Declaração de Pillnitz (1791) esses países ameaçaram a França de uma intervenção.
[36]
Primeira República
Convenção (1792–1795)
Sala do Manège das Tulherias, local de reunião da Convenção Nacional até 9 de maio
de 1793
Após o término das deliberações da Assembleia Constituinte em 1791, a burguesia
passou a uma posição conservadora, por entender que as principais mudanças já haviam
sido implementadas na sociedade francesa. A situação do povo mais pobre, porém,
pouco tinha mudado. Os camponeses continuavam sem terra e nas cidades a situação
tornava-se cada vez mais desesperadora. Em agosto de 1792, uma intensa mobilização
popular destronou o rei, e depois de elaborar a Carta Magna francesa, a Assembleia
Nacional Constituinte dissolveu-se. A Assembleia Legislativa substituiu a Constituinte.
Havia ameaça de intervenção externa, crise econômica e inflação. Em abril de 1792, há
a declaração de guerra à Áustria e à Prússia; exércitos inimigos chegam a ameaçar a
cidade de Paris; a ala radical proclama a "pátria em perigo" e distribui armas à
população parisiense. A Comuna de Paris assume o poder e exige, da Assembleia, o
afastamento do rei. Em 10 de agosto de 1792, parisienses atacam o palácio real, detêm o
soberano e exigem que o Legislativo suspenda-o de suas funções. Esvaziada de seu
poder, a Assembleia convoca a eleição de uma Convenção Nacional. A revolução
entrou numa fase radical. As primeiras medidas tomadas pela Convenção foram a
Proclamação da República e a promulgação de uma nova Constituição (21 de setembro
de 1792). Eleita sem a divisão dos eleitores em passivos e ativos, a alta burguesia
monarquista foi derrotada. A Convenção contava com o predomínio dos representantes
da burguesia.[39]
Entre os revolucionários de 1789, houve divisão. A grande burguesia não queria
aprofundar a revolução, temendo o radicalismo popular. Aliada aos setores da nobreza
liberal e do baixo clero, formou o Clube dos Girondinos. O nome "girondino"
(do francês girondin) deve-se ao fato de Brissot, principal líder dessa fação, representar
o departamento da Gironda e de seus principais líderes serem provenientes de lá. Eles
ocupavam os bancos inferiores no salão das sessões. Os jacobinos (do francês jacobin)
— assim chamados porque se reuniam no convento de Saint Jacques — queriam
aprofundar a revolução, aumentando os direitos do povo; eram liderados pela pequena
burguesia e apoiados pelos sans-culottes, as massas populares de Paris. Ocupavam os
assentos superiores no salão das sessões, recebendo o nome de montanha. Seus
principais líderes foram Danton, Marat e Robespierre. Sua facção mais radical era
representada pelos raivosos, liderados por Jacques Hébert, que queriam o povo no
poder. Havia ainda um grupo de deputados sem opiniões muito firmes, que votavam na
proposta que tinha mais chances de vencer. Eram chamados de planície ou pântano.
Havia ainda os cordeliers (camadas mais baixas) e os feuillants (a burguesia financeira).
[39]
A figura que sobressai no fim do período é a de Napoleão Bonaparte. Ele era o general
francês mais popular e famoso da época. Quando estourou a revolução, era apenas um
simples tenente e, como os oficiais oriundos da nobreza abandonaram o exército
revolucionário ou dele foram demitidos, fez uma carreira rápida. Aos 24 anos já
era general de brigada. Após um breve período de entusiasmo pelos jacobinos,
chegando até mesmo a ser amigo dos familiares de Robespierre, afastou-se deles
quando estavam sendo depostos. Lutou na Revolução contra os países absolutistas que
invadiram a França e foi responsável pelo sufocamento do golpe de 1795.[44]
Enviado ao Egito para tentar interferir nos negócios do império inglês, o exército de
Napoleão foi cercado pela marinha britânica nesse país, então sob tutela inglesa.
Napoleão abandonou seus soldados e, com alguns generais fiéis, retornou à França,
onde, com apoio de dois diretores e de toda a grande burguesia, suprimiu o Diretório e
instaurou o Consulado, dando início ao período napoleônico em 18 de brumário (9 de
novembro de 1799). O Consulado era representado por três elementos: Napoleão,
o abade Sieyès e Roger Ducos. Na realidade, o poder concentrou-se nas mãos de
Napoleão, que ajudou a consolidar as conquistas burguesas da Revolução.[44]
Impacto
O sociólogo do século XX Raymond Aron (1905–1983) escreve, em O ópio dos
intelectuais, o seguinte, a propósito da revolução francesa, comparando-a com a
evolução da Inglaterra:
A passagem do Ancien Régime para a sociedade moderna é consumada na França com
uma ruptura e uma brutalidade únicas. Do outro lado do Canal da Mancha,
na Inglaterra, o regime constitucional foi instaurado progressivamente, as instituições
representativas advêm do parlamento, cujas origens remontam aos costumes medievais.
No século XVIII e XIX, a legitimidade democrática se substitui à legitimidade
monárquica sem a eliminar totalmente, a igualdade dos cidadãos apagou pouco a pouco
a distinção dos "Estados" (Nobreza, clero e povo). As ideias que a revolução francesa
lança em tempestade através da Europa: soberania do povo, exercício da autoridade
conforme a regras, assembleias eleitas e soberanas, supressão de diferenças de estatutos
pessoais, foram realizadas em Inglaterra, por vezes mais cedo do que em França, sem
que o povo, em sobressalto de Prometeu, sacudisse as suas correntes. A
"democratização" foi ali (em Inglaterra) a obra de partidos rivais. (...) O Ancien
Régime desmoronou-se (na França) a um só golpe, quase sem defesa. E a França
precisou de um século para encontrar outro regime que fosse aceito pela grande maioria
da nação.
— Raymond Aron[45]
Reino Unido
Ver artigo principal: Controvérsia da Revolução
Entre os britânicos que acolheram (inicialmente) a Revolução Francesa como um
acontecimento positivo conta-se Dugald Stewart. Stewart seguiu os acontecimentos
em Paris nesse verão dramático de 1789. Ele acreditava nos princípios pelos quais a
revolução se batia. Sentiu-se repelido quando leu os comentários de Edmund Burke no
seu "Reflections on the Revolution in France". Burke previu acertadamente que a
Revolução Francesa acabaria na perdição, terror, morte e ditadura. Um aluno de
Stewart, James Mackintosh, escreveu em resposta uma apaixonada defesa da causa
francesa. Nos anos seguintes, Stewart defendeu ainda a Revolução, apesar de o terror e
o caos serem evidentes. Em novembro de 1791, Dugald Stewart escreve a um amigo:
"As pequenas desordens que podem ocorrer num país onde as coisas em geral correm
tão bem são de menor importância".[46]
Já no ano seguinte ver-se-ia que Burke tinha razão. Edmund Burke faleceu em 1797,
convicto de que a Revolução Francesa acabaria por terminar na ditadura. Napoleão veio
dar-lhe razão. Burke ganhou na sociedade britânica uma reputação de um homem
clarividente e perspicaz. Em forte contraste, Dugald Stewart perdeu o respeito dos seus
concidadãos e foi ostracizado em Edimburgo, onde vivia. James Mackintosh pediu
desculpas publicamente por criticar Burke e tornou-se um forte crítico do regime
francês e das revoluções em geral.[46]
Guerras Revolucionárias e Napoleônicas
Revolução Haitiana
De 1793 a 1815, a França se dedicou quase que continuamente (com duas breves
pausas) em guerras com a Grã-Bretanha e uma mudança de coalizão de outras grandes
potências. Os muitos sucessos franceses levaram à disseminação dos ideais
revolucionários franceses para países vizinhos e em grande parte da Europa. No entanto,
a derrota final de Napoleão em 1814 (e 1815) trouxe uma reação que reverteu algumas,
mas não todas, as conquistas revolucionárias na França e na Europa. Os Bourbonsforam
restaurados ao trono, com o irmão do rei Luís XVI executado se tornando o rei Luís
XVIII.[47][48]
A política do período inevitavelmente levou a França a uma guerra com a Áustria e seus
aliados. O rei, muitos feuillants e girondinos queriam fazer guerra. O rei (e muitos
feuillants) esperava que a guerra aumentasse sua popularidade pessoal; ele também
previu uma oportunidade de explorar qualquer derrota: qualquer resultado o tornaria
mais forte. Os girondinos queria exportar a revolução em toda a Europa e, por extensão,
defender a revolução na França. As forças que se opuseram à guerra eram muito mais
fracas. Barnave e seus apoiantes entre os feuillants temiam uma guerra que achavam
que a França tinha poucas chances de vencer e que eles temiam que poderia levar a uma
maior radicalização da revolução. No outro lado do espectro político, Robespierre opôs-
se a uma guerra por dois motivos, temendo que fortalecesse a monarquia e as forças
armadas às custas da revolução e que incorreria na ira das pessoas comuns na Áustria e
em outros lugares. O imperador austríaco Leopoldo II, irmão de Maria Antonieta,
desejava evitar a guerra, mas morreu em 1 de março de 1792. [49] A França declarou a
guerra de preferência à Áustria (20 de abril de 1792) e a Prússia juntou-se no lado
austríaco algumas semanas depois. O exército prussiano invasor enfrentou pouca
resistência até a Batalha de Valmy, em 20 de setembro de 1792, quando foi forçado a
recuar.[50]
A recém-nascida Primeira República Francesa acompanhou esse sucesso com uma série
de vitórias na Bélgica e na Renânia no outono de 1792. Os exércitos franceses
derrotaram os austríacos na Batalha de Jemappes em 6 de novembro e logo assumiram a
maioria dos Países Baixos Austríacos.[51] Isso os levou a entrar em conflito com a Grã-
Bretanha e a República Holandesa, que desejava preservar a independência do sul da
Holanda da França. Após a execução do rei em janeiro de 1793, essas potências,
juntamente com a Espanha e a maioria dos outros Estados europeus, juntaram-se à
guerra contra a França. Quase imediatamente, as forças francesas enfrentaram derrotas
em muitas frentes de batalha e foram expulsas de seus territórios recentemente
conquistados na primavera de 1793. Ao mesmo tempo, o regime republicano foi forçado
a lidar com rebeliões contra sua autoridade em grande parte do oeste e sul da França.
Mas os aliados não conseguiram aproveitar a desunião francesa e, no outono de 1793, o
regime republicano havia derrotado a maioria das rebeliões internas e impedido o
avanço aliado na própria França.[47][48]
O impasse foi quebrado no verão de 1794 com dramáticas conquistas francesas, que
derrotaram o exército aliado na Batalha de Fleurus, o que levou a uma retirada aliada
completa dos Países Baixos Austríacos. Eles seguiram por uma campanha que varreu os
aliados para a margem leste do rio Reno e permitiu que os franceses, no início de 1795,
conquistassem a República Holandesa. A Casa de Orange foi expulso e substituído
pela República Batava, um Estado satélite francês. Essas vitórias levaram ao colapso da
coalizão contra a França. A Prússia, tendo efetivamente abandonado a coalizão no
outono de 1794, fez um acordo de paz com a França revolucionária em Basileia, em
abril de 1795, e logo depois a Espanha também fez paz com a França. Das grandes
potências, apenas a Grã-Bretanha e a Áustria permaneceram em guerra com a França. [47]
[48]
Revoltas coloniais
Embora a Revolução Francesa tenha tido um impacto dramático em várias áreas da
Europa, as colônias francesas sentiram uma influência particular. Como disse o
autor Aimé Césaire, "havia em cada colônia francesa uma revolução específica, que
ocorreu por ocasião da Revolução Francesa, em sintonia com ela". [52] A Revolução
Haitiana tornou-se um exemplo central das revoltas dos escravos nas colônias francesas.
[53]
Revolução Industrial
Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período
entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição
de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos
produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia
da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-
ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão.
A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa
Ocidental e os Estados Unidos.
A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da
vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. A
população começou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes
históricos, com uma boa renda média. Nas palavras de Robert E. Lucas Jr., ganhador
do Prêmio Nobel: "Pela primeira vez na história o padrão de vida das pessoas comuns
começou a se submeter a um crescimento sustentado ... Nada remotamente parecido
com este comportamento econômico é mencionado por economistas clássicos, até
mesmo como uma possibilidade teórica."[1]
O início e a duração da Revolução Industrial variam de acordo com diferentes
historiadores. Eric Hobsbawm considera que a revolução "explodiu" na Grã-
Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de
1840,[2] enquanto T. S. Ashton considera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e
1830.[3] Alguns historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, têm
argumentado que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual e
que o termo "revolução" é equivocado. Este ainda é um assunto que está em debate
entre os historiadores.[4][5]
O PIB per capita manteve-se praticamente estável antes da Revolução Industrial e do
surgimento da economia capitalista moderna.[6] A revolução impulsionou uma era de
forte crescimento econômico nas economias capitalistas[7] e existe um consenso entre
historiadores econômicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais
importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e a agricultura.
[8]
A Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda Revolução Industrial, nos
anos de transição entre 1840 e 1870, quando o progresso tecnológico e econômico
ganhou força com a adoção crescente de barcos a vapor, navios, ferrovias, fabricação
em larga escala de máquinas e o aumento do uso de fábricas que utilizavam a energia a
vapor.
Contexto histórico
Ver também: Segunda Revolução Industrial e Terceira Revolução Industrial
Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o
termo manufatura),[11] no máximo com o emprego de algumas máquinas simples.
Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas
do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a
obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram
realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época
dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo
produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de
empregados ou operários),[12] perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e
do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos
dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho
realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.[13]
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica,
econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média,
com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a
influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis
ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço
declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os
países protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha,
integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis
pela crise do Antigo Regime,[14] na passagem do capitalismo comercial para o industrial.
Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados
Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam
a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo
seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi
marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso
econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos
trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela
rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final
do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos
maciçamente produzidos pela Europa produziu uma acirrada disputa entre as potências
industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que
culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores: 1) os
comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores
e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos governantes
quanto à manutenção da economia em seus estados; 2) a existência de um mercado em
expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do Nortee a América do
Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica européia; e 3) o contínuo
crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens
manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente) de mão-de-
obra.[15]
O pioneirismo britânico
O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
Avanços tecnológicos
Impacto
Social
A Partilha do Mundo
Nos finais do séc. XIX, o alargamento territorial das potências europeias em África e
na Ásia tinha como principal objectivo a exploração económica, desenvolvendo-se
novamente o colonialismo. Isto provocou a disputa de algumas regiões por várias
potências europeias que enviaram expedições para explorar essas áreas. Para se
resolver pacificamente a partilha de África, organizou-se a Conferência de Berlim
1884-85. Decidiu-se que a partilha de África assentava no princípio de ocupação
efectiva, isto é, os territórios africanos deviam pertencer aos países que tivessem
meios para os ocupar de facto. Assim, o princípio do direito histórico, baseado na
descoberta foi desvalorizado. Isto veio a favorecer as nações mais poderosas da
Europa. Tudo estava preparado para a formação de grandes impérios coloniais. A
Inglaterra detinha o maior império colonial que se extensiva em África do Cairo ao
Cabo, seguindo-se a França que detinha a maior parte dos seus territórios na África
Oriental. Portugal possui em África, a Guiné, Angola, Moçambique, S. Tomé e
Príncipe, Cabo Verde. Neste processo de corrida às áreas de influência, Portugal
declarou através do mapa cor-de-rosa, a sua intenção de ocupar os territórios entre
Angola e Moçambique. A Conferência de Berlim determinou o princípio da
ocupação efectiva e Portugal e não tinha qualquer presença em muitos dos espaços
que reivindicava no interior do continente africano e, por isso, foram enviadas várias
expedições militares entre Angola e Moçambique pretendendo-se ocupar mesmo a
zona entre as duas colónias. Este projecto acabou por chocar com o plano inglês de
ligar o Cairo, No Egipto ao Cabo, na África do Sul. Como retaliação em 1890, os
Ingleses obrigaram Portugal a abandonar o Chire (zona entre Angola e Moçambique)
sobre a ameaça de um ultimato.
A 1ª Guerra Mundial
A Guerra Inevitável
A Implantação da República
A acção da 1ªRepública
Apesar das grandes expectativas de evolução do país com a 1ªRepública, esta não
conseguiu alcançar a esperada estabilidade e progresso. Isto ficou a dever-se a vários
factores:
. Instabilidade política, durante os 16 anos da 1ªRepública, Portugal passou por 45
governos, 8 presidentes e passou pelo recurso à ditadura, à guerra civil e à
violência. O Partido Republicano dividiu-se em vários partidos e o com o
parlamentarismo os governos caíam constantemente o que levou ao descrédito da
democracia parlamentar.
. A participação de Portugal na Grande Guerra que gerou uma inflação galopante e
um descontentamento generalizado da população em relação ao governo.
. Após a Guerra, os republicanos viram o seu nível de apoiantes a ser reduzido
progressivamente devido à sua incapacidade em resolver os problemas
económicos do país.
. O governo contou ainda com uma forte oposição por parte da Igreja católica, dos
Monárquicos, das Classes Médias e do Operariado que conspiravam contra o
regime.
Depois de várias tentativas falhada um golpe militar liderado pelo general Gomes da
Costa pôs fim à República Democrática Parlamentar a 28 de Maio de 1926 e
instaurou a Ditadura Militar que iria durar até 1933. Com vista a solucionar o
problema do descontentamento os militares impuseram a dissolução do Parlamento,
a suspensão das liberdades individuais e a censura à imprensa. O movimento militar
foi apoiado pelas classes médias e baixas da população que acreditavam que com um
governo forte podiam ver resolvidos os problemas económico-financeiros e políticos
do país. Com vista a solucionar os problemas económico-financeiros do país como a
baixa do poder de compra e a desvalorização da moeda, os militares convidaram em
1928 para ministro das Finanças o professor António de Oliveira Salazar conhecido
pela sua técnica e pelas suas ideias conservadoras com vista a solucionar os
problemas económico-financeiros do país. Tendo este comprido a sua missão, foi
convidado para chefiar o Governo em, 1932.
Renovação científica
Da prosperidade à crise
A Mundialização da Crise
A crise económica não era, como inicialmente se tinha julgado uma crise passageira.
Transformou-se na Grande Depressão do sistema capitalista, não só pela gravidade
como pela duração e pela dimensão geográfica que iria atingir, atingiu todo o mundo
com excepção da URSS.
Iniciada, em 1929, com o crash da bolsa, só a partir de 1932 com o New Deal é que
se começaram a sentir os primeiros sinais de recuperação porém os efeitos da crise
fizeram-se sentir por vários anos. A crise mundializou-se por vários factores:
. A crise financeira levou os USA a retirarem os capitais que tinham cedido à
Europa desde o final da 1ºGuerra Mundial. Esta retirada de créditos e de capitais
americano a outros continentes levou a que muitos bancos falissem ou vivessem
dificuldade e as empresas que dependiam do seu crédito também falissem.
. Contracção do comércio mundial: com a crise, a maior parte dos países como os
USA, reduziram ao máximo as suas compras no estrangeiro, verificando-se assim
uma quebra acentuada da produção industrial por parte dos países que dependiam
das exportações dos seus produtos como os países da América Latina e os países
da Europa.
A intervenção do Estado na economia
Com a eleição de Roosevelt para presidente dos USA em 1932, este país
desenvolveu uma política económica intervencionista de New Deal. O New Deal
tinha como objectivo resolver o problema do desemprego e aumentar o poder de
compra da população, de forma a relançar o consumo e, consequentemente, a
produção.
As medidas do New Deal foram as seguintes:
. Apoiar a agricultura com indemnizações aos agricultores para reduzir a área
cultivada, com o objectivo de diminuir a produção e, assim, estabilizar os preços e
a concessão de créditos agrícolas para que os agricultores pagassem as dividas.
. Na indústria, limitar a concorrência, fixando preços mínimos e níveis de produção
e baixar as taxas de juro do crédito, para favorecer o investimento das empresas.
. Regulamentar as actividades da banca tornando a concessão de crédito mais difícil
para aqueles que não tinham grandes garantias e as actividades da bolsa para
evitar uma nova especulação bolsista.
. Desenvolveu uma política de criação de emprego com o fomento de obras
públicas.
. Delimitou o horário semanal de trabalho para 40 horas com vista a criar mais
postos de trabalho.
. Com vista a redistribuir os rendimentos, estabeleceu-se um salário mínimo,
procurou-se aumentar os salários e concederam-se subsídios de desemprego com
vista a aumentar o poder de compra e o consumo.
. Subsidiaram-se as empresas que admitissem novos trabalhadores.
O New Deal possibilitou uma recuperação económica que se começou a sentir entre
1933 e 1936, com a diminuição do desemprego que apesar disso se manteve alto e a
subida da produção industrial, das exportações e dos preços.
Com a crise, em muitos países da Europa a democracia acabou por ceder, surgindo
regimes autoritários que seguiram uma política de autarcia e auto-suficiência,
reorganizando as empresas e protegendo-as da concorrência. A Inglaterra e a França
foram duas excepções. Na Inglaterra formaram-se governos de União Nacional e na
França os partidos (Comunista, Socialista e Radical) coligaram-se e formaram a
Frente Popular com vista a travar o avanço do fascismo.
Com o fim da 1ªGuerra Mundial, parecia que a democracia liberal se ia impor por
toda a Europa. Mas a realidade foi bem diferente. Por toda a parte, desenvolveram-se
os movimentos políticos de extrema-direita favoráveis à implantação de ditaduras.
Os regimes ditatoriais triunfaram na maior parte da Europa como podes ver no mapa.
Os Regimes Ditatoriais:
O Fascismo na Itália
O Nazismo na Alemanha
O Salazarismo em Portugal
A Revolução Soviética
Nos inícios do séc XX, o Império Russo era um regime de monarquia absoluta, no
qual o czar tinha amplos poderes. O Império ia desde o Leste da Europa (Ucrânia,
Países Bálticos e Bielorrússia) até à Sibéria, na Ásia. A sua economia era atrasada e a
sociedade apresentava grandes desigualdades. Com a entrada da Rússia na 1ªGuerra
Mundial, a situação económico-financeira agravou-se. O descontentamento era geral
e a população exigia a retirada da Rússia da Guerra. Esta situação levou à difusão
dos ideais socialistas da nacionalização dos bens e de igualdade entre os cidadãos
que ganhou cada vez mais adeptos. Esta situação levou à primeira tentativa
revolucionária em 1905 que foi violentamente reprimida e às duas revoltas de 1917.
A primeira, a de Fevereiro, de carácter burguês, levou à abdicação do czar Nicolau II
e à formação de um governo provisório que instaurou um regime liberal
democrático. Logo após a revolução de Fevereiro, multiplicaram-se por toda a
Rússia, os sovietes, isto é Conselhos populares que intervinham activamente na vida
local. Sendo que o soviete mais activo era o de São Petersburgo onde se destacavam
os revolucionários bolcheviques, liderados por Lenine que se opunham à democracia
liberal e desejavam uma revolução mais radical. Os bolcheviques inspiravam-se no
marxismo e defendiam a tomada do poder pelos trabalhadores, para impor uma
sociedade socialista sem classes.
Em Outubro de 1917, deu-se a segunda revolução, desencadeada pelos bolcheviques
liderados por Lenine que acabaram com a democracia e implantaram a república
soviética.
Quando Lenine chegou ao poder pôs em prática as seguintes medidas:
. Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk com a Alemanha em 1918, que retirou a
Rússia da guerra;
. Nacionalização da economia, com a abolição da propriedade privada, a qual
passou a ser do Estado, tendo este o papel de a distribuir pelo povo e nacionalizou
a banca e a indústria e reduziu o comércio livre;
. Instauração do partido único e da censura;
. Criação do Exército Vermelho e da polícia política.
Entretanto, a contra-revolução começou a organizar-se. Os descontentes contavam
com o apoio de algumas nações que temiam o avanço do comunismo. Esta situação
arrastou a Rússia para uma guerra civil que opôs Comunistas (Exército Vermelho) a
Anti-Comunistas (Exército Branco) da qual os comunistas saíram vitoriosos. Com a
guerra civil, o chamado Comunismo de Guerra vai piorar a situação económica da
Rússia pelo que Lenine adoptou a NEP (Nova Política Económica), que autorizou a
existência de iniciativas privadas e a liberalização da economia, mas o Estado
continuava a controlar os principais sectores da Economia. A NEP permitiu
recuperar a economia e aumentar a produção.
Devido à extensão e à diversidade cultural, em 1922, várias regiões do antigo
Império Russo uniram-se numa federação de estados denominada URSS (União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas) as quais dispunham de alguma autonomia e o
respeito pela identidade regional.
A crise económica dos anos 30, o descontentamento social e o receio que o fascismo
se apoderasse do poder, levaram os partidos de esquerda da França (Comunista,
Socialista, Radical), em 1935, a formarem uma coligação, a Frente Popular que em
1936 ganhou as eleições. A Frente Popular pôs em prática um conjunto de medidas:
. A nacionalização da banca, da indústria e dos caminhos-de-ferro;
. Publicação de leis sociais para a melhoria das condições de vida dos trabalhadores
como a delimitação do horário de trabalho e a concessão de férias;
. Criação de um programa de obras públicas para reduzir o desemprego.
As políticas da Frente Popular prejudicaram o clero e a burguesia que não apoiaram
as reformas sociais e económicas. Em 1937, deu-se a dissolução da Frente Popular
devido a conflitos entre os vários partidos da coligação.
Entre 1923 e 1930, a Espanha foi governada por uma ditadura militar chefiada por
Primo de Rivera. A sua impopularidade acabou por conduzir à abdicação do rei, ao
exílio do general e à implantação da república em 1931. A república que teve de
tentar combater a crise económica e o descontentamento social. Nas eleições de
1936, os partidos de esquerda uniram-se na Frente Popular. Ainda nesse ano as
forças conservadoras apoiaram um levantamento militar, liderado pelo general
Francisco Franco. Foi o início de uma guerra civil que só terminou em 1939 com a
vitória dos nacionalistas (conservadores). Foi instaurado um regime ditatorial e
autoritário de tipo fascista, que teve como chefe de Governo, o general Franco. A
guerra civil espanhola foi um ensaio da 2ªGuerra Mundial já que as forças em
confronto contaram com o apoio de nações estrangeiras: os nacionalistas da Itália e
da Alemanha e os republicanos da URSS. A guerra civil provocou milhares de
mortos e de inválidos.