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FRASE COMPLEXA:

DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES


 
 
FRASE COMPLEXA
 
Frase simples e frase complexa
Consoante o número de predicados, as frases podem ser classificadas como:
 Frases simples: se têm uma só forma verbal (verbo ou complexo verbal), ou seja, um
só predicado
 Frases complexa: se têm duas ou mais formas verbais (verbos ou complexos verbais),
ou seja, dois ou mais predicados
 
Exemplos:
O João está contente – frase simples (um verbo – um predicado)
O Miguel foi pescar com o seu amigo Tozé ontem em Setúbal – frase simples (um
complexo verbal – um predicado)
Ele estudou e teve boa nota – frase complexa (dois verbos principais – dois predicados)
A Maria foi ao jardim, viu muitos animais e ainda andou no teleférico. – frase
complexa (três verbos principais – 3 predicados)
 
 
Classificação de orações
As frases complexas dividem-se em duas ou mais orações (conforme o número de
predicados), e classificam-se como:
 Orações coordenadas
 copulativas (adição)
 adversativas (contraste)
 disjuntivas (alternativa)
 conclusivas (conclusão)
 explicativas (explicação)
 Orações subordinadas adverbiais
 causais (causa)
 temporais (tempo)
 condicionais (condição)
 finais (finalidade)
 comparativas (comparação)
 consecutivas (consequência)
 concessivas (concessão)
 Orações subordinadas substantivas
 completivas (complemento)
 Orações subordinadas adjetivas
 relativas restritivas (modificador do nome restritivo)
 relativas explicativas (modificador do nome apositivo)
 
As orações ainda podem ser classificadas como orações coordenadas assindéticas se
não forem introduzidas por nenhuma conjunção, locução conjuncional ou pronome
(estão separadas das outras orações por vírgulas)
 
 
Divisão e classificação de orações
 
Coordenação
Hoje é dia de festa, vamos brincar!
 Hoje é dia de festa – oração coordenada
 vamos brincar! – oração coordenada assindética
 
A Rafaela está a estudar e está a aprender bem.
 A Rafaela está a estudar – oração coordenada
 e  está a aprender bem – oração coordenada copulativa
 
A Rafaela está a estudar mas não percebe a matéria.
 A Rafaela está a estudar – oração coordenada
 mas não percebe a matéria –  oração coordenada adversativa
 
A Rafaela está a estudar ou está a ver televisão.
 A Rafaela está a estudar – oração coordenada
 ou está a ver televisão – oração coordenada disjuntiva
 
A Rafaela está a estudar logo não pode sair.
 A Rafaela está a estudar – oração coordenada
 logo  não pode sair – oração coordenada conclusiva
 
A Rafaela está a estudar pois vai ter teste amanhã.
 A Rafaela está a estudar – oração coordenada
 pois vai ter teste amanhã – oração coordenada explicativa
 
A Rafaela estudou e esforçou-se muito portanto está preparada.
 A Rafaela estudou – oração coordenada
 e  esforçou-se muito – oração coordenada copulativa
 portanto está preparada – oração coordenada conclusiva
 
 
Subordinação
O João está doente porque bebeu leite estragado.
 O João está doente – oração subordinante
 porque  bebeu leite estragado – oração subordinada adverbial causal
 
O João vai ao hospital para fazer análises.
 O João vai ao hospital  –  oração subordinante
 para  fazer análises – oração subordinada adverbial final
 
O João ficou aflito quando viu a agulha.
 O João ficou aflito – oração subordinante
 quando  viu a agulha – oração subordinada adverbial temporal
 
Se não chorar, a mãe prometeu dar-lhe um chocolate.
 Se não chorar – oração subordinada adverbial condicional
 a mãe prometeu dar-lhe um chocolate – oração subordinante
 
O João ficou calmo como se estivesse a relaxar na piscina.
 O João ficou calmo – oração subordinante
 como  se estivesse a relaxar na piscina – oração subordinada adverbial comparativa
 
Embora estivesse preocupado, não doeu nada.
 Embora estivesse preocupado –  oração subordinada adverbial concessiva
 não doeu nada – oração subordinante
 
Ficou tão aliviado que deu pulos de alegria.
 Ficou tão aliviado – oração subordinante
 que deu pulos de alegria –  oração subordinada adverbial consecutiva
 
O médico disse que não era nada de grave.
 O médico disse – oração subordinante
 que não era nada de grave – oração subordinada substantiva completiva
 
A mãe, que lhe fez uma promessa, deu-lhe um chocolate que tinha na mala.
 A mãe … deu-lhe um chocolate – oração subordinante
 que lhe fez uma promessa – oração subordinada adjetiva relativa explicativa
 que tinha na mala – oração subordinada adjetiva relativa restritiva

PRONOMINALIZAÇÃO
REGRAS DE PRONOMINALIZAÇÃO 

Em português europeu, o pronome pessoal (complemento directo e complemento indirecto),


geralmente, situa-se a seguir à forma verbal, ligando-se a esta por um hífen: 
Ex: O Mário comeu a maçã. - O Mário comeu-a.

Quando o tempo da forma verbal é composto, o pronome coloca-se a seguir ao verbo auxiliar,
ligando-se a este por um hífen:
Ex: O Mário tem comido a maçã. – O Mário tem-na comido.

O pronome intercala-se na forma verbal quando esta está no condicional ou no futuro:


Ex: O António dar-lhe-á o livro 
O António dar-lhe-ia o livro. 

No entanto, o pronome coloca-se antes do verbo nas seguintes situações: 

A. Nas frases negativas:


Ex: Não lhe dês o livro.
Nunca o dês à Ana.

B. Nas frases introduzidas por que:


Ex: Ela quer que o António lhe dê o livro

C. Nas frases introduzidas por uma conjunção subordinativa: 


Ex: Quando o empregado lhe disse tudo, o patrão ficou admirado. 

D. Nas frases que transmitem ideias de dúvida, desejo ou possibilidade:


Ex: Talvez o António lhe dê o livro.
Oxalá o António o dê À Ana.

Discurso direto e indireto


O discurso direto é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das
personagens, sem participação do narrador.

O discurso indireto é caracterizado por ser uma intervenção do narrador no discurso ao


utilizar as suas próprias palavras para reproduzir as falas das personagens.

Exemplo de discurso direto:

A aluna afirmou:
- Preciso estudar muito para o teste.

Exemplo de discurso indireto:

A aluna afirmara que precisava estudar muito para o teste.

Veja também: Características do discurso direto e Características do discurso indireto.

Passagem do discurso direto para discurso indireto


Mudança das pessoas do discurso:

 A 1.ª pessoa no discurso direto passa para a 3.ª pessoa no discurso indireto.
 Os pronomes eu, me, mim, comigo no discurso direto passas para ele, ela, se, si,
consigo, o, a, lhe no discurso indireto.
 Os pronomes nós, nos, conosco no discurso direto passam para eles, elas, os, as, lhes
no discurso indireto.
 Os pronomes meu, meus, minha, minhas, nosso, nossos, nossa, nossas no discurso
direto passam para seu, seus, sua e suas no discurso indireto.

Mudança de tempos verbais:

 Presente do indicativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do indicativo


no discurso indireto.
 Pretérito perfeito do indicativo no discurso direto passa para pretérito mais-que-
perfeito do indicativo no discurso indireto.
 Futuro do presente do indicativo no discurso direto passa para futuro do pretérito do
indicativo no discurso indireto.
 Presente do subjuntivo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do
subjuntivo no discurso indireto.
 Futuro do subjuntivo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo
no discurso indireto.
 Imperativo no discurso direto passa para pretérito imperfeito do subjuntivo no
discurso indireto.

Mudança na pontuação das frases:

 Frases interrogativas, exclamativas e imperativas no discurso direto passam para frases


declarativas no discurso indireto.

Mudança dos advérbios e adjuntos adverbiais:

 Ontem no discurso direto passa para no dia anterior no discurso indireto.


 Hoje e agora no discurso direto passam para naquele dia e naquele momento no
discurso indireto.
 Amanhã no discurso direto passa para no dia seguinte no discurso indireto.
 Aqui, aí, cá no discurso direto passam para ali e lá no discurso indireto.
 Este, esta e isto no discurso direto passam para aquele, aquela, aquilo no discurso
indireto.

Exemplos de passagem do discurso direto para o discurso indireto

Discurso direto: - Eu comecei minha dieta ontem.


Discurso indireto: Ela disse que começara sua dieta no dia anterior.

Discurso direto: - Vou ali agora e volto rápido.


Discurso indireto: Ele disse que ia lá naquele momento e que voltava rápido.

Discurso direto: - Nós viajaremos amanhã.


Discurso indireto: Eles disseram que viajariam no dia seguinte.

Tipos de coesão
Os tipos de coesão são importantes para encadear argumentos de maneira lógica .
Quando bem empregados, contribuem para a coesão global do texto.
odo texto que se preze privilegia a boa comunicação, não é mesmo? Comunicar é a
principal função de todo e qualquer ato de fala, não importa se na linguagem escrita ou
na linguagem oral. Quem quer ser um bom escritor deve conhecer recursos linguísticos
essenciais para o desenvolvimento de uma redação que interaja de maneira satisfatória
com o leitor.
Conhecer elementos como a coerência e a coesão, assim como sua aplicabilidade,
garante a escrita de um texto cujas ideias estejam apresentadas de forma competente,
possibilitando ao leitor uma leitura aprazível e dialógica. Para tanto, existem os tipos de
coerência e os tipos de coesão, que são indispensáveis para a construção do texto.
A coesão é responsável pelos sentidos encontrados na superfície do texto. Através dela é
estabelecida a relação semântica (relações de sentido entre as palavras) entre os
elementos do discurso através do uso adequado de conectivos, que servirão para
encadear de maneira lógica as ideias do texto. Para escrever um texto coeso, conheça
agora os cinco tipos de coesão textual:
⇒ Coesão por referência: é um dos tipos mais utilizados em um texto. Graças a ela,
evitamos repetições de termos, descuido que pode tornar desagradável a leitura de um
texto:
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa.  Eles  foram
acompanhados pelos professores da escola.
Os alunos do terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Os alunos
do terceiro ano foram acompanhados pelos professores da escola.
⇒ Coesão por substituição: são empregadas palavras e expressões que retomam
termos já enunciados através da anáfora. Observe o exemplo:
Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso isso volte a acontecer,
eles  serão suspensos.
Em vez de:
Os alunos foram advertidos pelo mau comportamento. Caso o mau comportamento
volte a acontecer, os alunos serão suspensos.
⇒ Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que
isso comprometa a clareza de ideias da oração:
Maria  faz o almoço e ao mesmo tempo conversa  ao telefone com a amiga.
Em vez de:
Maria  faz o almoço e ao mesmo tempo Maria conversa ao telefone com a amiga.
⇒ Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do
texto através do emprego adequado de conjunções:
Como  não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti ao espetáculo pela
televisão.
⇒ Coesão lexical: ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou
heterônimos. Observe o exemplo:
Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O carioca nasceu no dia
21 de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908. Gênio
maior  de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. 

Coesão lexical
· Reiteração lexical: repetição (ou reiteração) da mesma palavra ou expressão:

     Ex.: «Elas são quatro milhões, o dia nasce, elas acendem o lume. Elas cortam o


pão
            e aquecem o café. Elas picam cebolas e descascam batatas.  Elas migam
sêmeas
            e restos de comida azeda.» (Maria Velho da Costa, Cravo, pág. 133)

· Substituição lexical: substituição de uma unidade lexical por outras que com ela
mantêm
   relações de sentido:

     · por sinonímia: substituição de palavras ou expressões por sinónimos:

          Ex.: O teu gato é bonito. Onde arranjaste o felino?

     · por antonímia: substituição de palavras ou expressões por antónimos:

          Ex.: Carlos Cruz fala verdade? Ou terá optado pela mentira?


     · por hiperonímia / hiponímia:

          Exs.: Quero os teus brinquedos, sobretudo o palhaço e


o comboio. (hiperónimo /
                  / hipónimo)
                  Eu adoro ovelhas e vacas. Estes herbívoros são simpáticos. (hipónimo /
                  / hiperónimo)

     · por holonímia / meronímia:

          Exs.: A minha casa é fria. Os quartos, a cozinha e a sala não têm isolamento.

Coesão interfrásica
     A coesão interfrásica designa os mecanismos de sequencialização que permitem a
ligação / articulação das frases ou dos parágrafos entre si.

     Esses mecanismos são, genericamente, os marcadores discursivos, em que se


incluem os conetores / articuladores do dircurso, com destaque para a coordenação e
a subordinação:
 Ex.: Queria ir-se embora,  mas o polícia não lho permitia, por isso resolveu
carregar no botão de emergência. De imediato, os travões fizeram-se ouvir.

     Por vezes, a ligação entre as frases faz-se sem a presença de marcadores discursivos,
configurando uma elipse:
 Ex.: Vítor Pereira tinha preparado a equipa para aquele jogo. Tudo se gorou.
O árbitro fez vista grossa à grande penalidade e ao golo irregular do
adversário. («Tudo se gorou.» = «Porém, tudo se gorou.»)

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