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É bem provável que você já tenha ouvido falar da famosa história deste
navio inafundável que acabou naufragando com mais de 3000 pessoas a
bordo no ano de 1912.
O navio Titanic
Segurança
No quesito segurança, o projeto mostrava que era uma obra muito
segura, em especial se comparada às demais da época.
Destroços do navio
Naufrágio do RMS Titanic
O naufrágio do RMS Titanic ocorreu na madrugada de 14 de abril e a manhã de 15 de
abril de 1912 no Atlântico Norte, quatro dias após o início de sua viagem inaugural,
partindo de Southampton, Inglaterra, com destino à cidade de Nova Iorque, nos Estados
Unidos. O maior navio de passageiros em serviço à época, o Titanic tinham 2208 pessoas
a bordo quando atingiu um iceberg por volta de 23:40 (horário no navio)[a] no domingo, 14
de abril de 1912. O afundamento aconteceu duas horas e quarenta minutos depois, às
02:20 (05:18 GMT) na segunda-feira, 15 de abril, resultando na morte de 1.496 pessoas,
transformando-o em um dos desastres marítimos mais mortais.
O Titanic recebeu seis avisos de mar com gelo em 14 de abril, mas estava perto da
velocidade máxima quando seus vigias avistaram o iceberg. O oficial Murdoch ordenou
que virasse o leme todo para estibordo na tentativa de desviar do iceberg mas sem
sucesso o navio colidiu com o iceberg danificando seis ou provavelmente sete
compartimentos estanques. O Titanic foi projetado para flutuar com quatro de seus
compartimentos estanques dianteiros inundados, mas não mais que isso, e Thomas
Andrews o projetista chefe logo percebeu que o navio iria afundar. A tripulação
usaram sinalizadores e mensagens de radiotelegrafia para buscar ajuda, enquanto os
passageiros eram colocados dentro dos botes salva-vidas. De acordo com a prática
existente, o sistema de botes salva-vidas do Titanic foi pensado para transportar
passageiros para embarcações de resgate próximas, e não para ter todos a bordo de um
bote simultaneamente; portanto, com o navio afundando rapidamente e a ajuda ainda
muito distante, não havia refúgio seguro para muitos dos passageiros e tripulantes. Com
isso, e com a má gestão na evacuação, o resultado foi que muitos barcos foram lançados
antes de serem completamente cheios.
Assim, quando o Titanic afundou, mais de mil passageiros e tripulação ainda estavam a
bordo. Quase todos aqueles que pularam ou caíram na água, ou afundaram ou morreram
em minutos devido aos efeitos da hipotermia. O navio de passageiros
britânico Carpathia registrou os pedidos de socorro do Titanic, quando navegava a cerca
de 93 km de distância. Desviou sua rota e chegou ao local por volta de uma hora e meia
depois do naufrágio, resgatando os últimos sobreviventes por volta das 9:15 de 15 de abril,
quase nove horas e meia após a colisão. O desastre causou indignação generalizada pela
falta de botes salva-vidas, regulamentos negligentes e o tratamento desigual das três
classes de passageiros durante a evacuação. Os inquéritos subsequentes recomendaram
alterações radicais nos regulamentos marítimos, levando ao estabelecimento em 1914
da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS em
inglês), que ainda hoje regulamenta a segurança marítima.
História
O navio era comandado pelo capitão de 62 anos Edward John Smith, o mais antigo entre
os capitães da White Star Line. Ele tinha quatro décadas de experiência marítima e serviu
como capitão do RMS Olympic, do qual foi transferido para comandar o Titanic.[13] A vasta
maioria da tripulação que servia sob seu comando não eram marinheiros treinados, mas
engenheiros, bombeiros ou foguistas, responsáveis por vigiar os motores; ou comissários
de bordo responsáveis pelos passageiros. Os 6 oficiais de vigilância e 39 marinheiros mais
experientes constituíam apenas cerca de 5% da tripulação, [9] e a maioria destes foram
pegos em Southampton portanto não tiveram tempo de se familiarizar com o navio. [14]
As condições do gelo foram atribuídos a um inverno ameno que causou um grande
número de icebergs vindos da costa oeste da Groenlândia.[15]
Um incêndio começou em um dos depósitos de carvão do Titanic aproximadamente 10
dias antes da partida do navio e continuou por diversos dias mesmo durante o início da
viagem, mas foi apagado em 14 de abril.[16][17] O tempo melhorou significativamente ao
longo do dia, de ventos fortes e mares moderados pela manhã até uma calma cristalina à
noite, à medida que o caminho do navio a levava para uma área de alta pressão ártica.
14 de abril de 1912
Avisos de icebergs (09:00–23:39)
O iceberg que se acredita ter sido atingido pelo Titanic, fotografado pelo chefe de serviço do
navio SS Prinz Adalbert na manhã de 15 de abril de 1912. O iceberg teria um rastro de tinta
vermelha ao longo de sua linha de água em um dos lados.
O impacto com o iceberg foi longa o bastante para abrir uma grande abertura no casco
do Titanic, "não menos do que 91 metros de comprimento, 3 metros acima do nível da
quilha", como um escritor mais tarde colocou.[41] Na investigação britânica após o acidente,
Edward Wilding (arquiteto naval chefe da Harland and Wolff), calculando com base na
inundação observada dos compartimentos dianteiros, quarenta minutos após a colisão,
declarou que a área do casco aberta ao mar era "de cerca de 12 pés quadrados (3,6 m²)".
[42]
Ele também afirmou que "eu acredito que deve ter sido em lugares, não um rasgo
contínuo", mas que as diferentes aberturas devem ter se estendido ao longo de uma área
de cerca de 91 metros, para explicar a inundação em vários compartimentos. [42] As
conclusões do inquérito indicam que o dano se estendeu por cerca de 91 metros e,
portanto, muitos escritores subsequentes seguiram esta declaração. Pesquisas recentes
dos destroços com ultrassom descobriram que o dano consistiu de seis estreitas aberturas
em uma área do casco cobrindo apenas cerca de 1.1 to 1.2 m² no total. De acordo com
Paul K. Matthias, que fez as medições, o dano consistiu em uma "série de deformações no
lado de estibordo que começam e param ao longo do casco ... cerca de 3 metros acima do
fundo do navio."[43]
Os intervalos, o mais longo com 12 metros de comprimento, parecem ter seguido a linha
das chapas do casco. Isso sugere que os rebites de ferro ao longo das costuras da placa
pularam ou abriram-se para criar lacunas estreitas através das quais a água entrou. Um
dos construtores do Titanic, a Harland and Wolff, sugeriu este cenário no inquérito
britânico sobre o naufrágio que seguiu ao desastre mas esta visão foi desabonada. [43] O
descobridor do Titanic, Robert Ballard, comentou que a suposição de que o navio tinha
sofrido uma grande fenda era "um subproduto da mística do "Titanic". Ninguém podia
acreditar que o grande navio foi afundado por uma pequena tira." [44] Falhas no casco do
navio podem ter sido um fator que contribuiu com o naufrágio. Peças recuperadas das
chapas do casco do Titanic parecem ter se quebrados no impacto com o iceberg sem se
dobrar.[45]
As chapas nos 60% centrais do casco eram mantidos juntos com fileiras triplas
de rebites de aço macio, mas as chapas na proa e na popa foram presas com fileiras
duplas de rebites de ferro forjado que eram – de acordo com os cientistas de materiais Tim
Foecke e Jennifer McCarty – próximos aos limites de tensão mesmo antes da colisão.[46]
[47]
Estes rebites de ferro "Best" ou nº 3 tiveram um alto nível de inclusão de escória,
tornando-os mais quebradiços do que os rebites de ferro padrão "Best-Best" 4, e mais
propensos a encolher quando colocados sob tensão, particularmente em frio extremo. [48]
[49]
Mas Tom McCluskie, um arquivista aposentado da Harland & Wolff, apontou que
o Olympic, navio irmão do Titanic, foi rebitado com o mesmo ferro e serviu sem incidentes
por quase 25 anos, sobrevivendo à grandes colisões, inclusive se chocando com
um cruzador britânico.[50] Quando o Olympic se chocou e afundou o U-boot alemão SM U-
103 com sua proa, a popa foi torcida e as chapas do casco à estibordo foram curvadas
sem prejudicar a integridade do casco.[50][51]
Acima da linha d'água havia pouca evidência de colisão. Os mordomos da sala de jantar
de Primeira classe notaram um estremecimento, que eles achavam que poderia ter sido
causado pelo navio perdendo uma lâmina da hélice. Muitos dos passageiros sentiram um
impacto ou tremor – "como se tivéssemos passado por milhares de bolinhas de gude",
[52]
um dos sobreviventes disse – mas não sabia o que tinha acontecido. [53] Aqueles nos
decks mais abaixo, próximos ao local da colisão, a sentiram muito mais diretamente. O
lubrificador Walter Hurst lembra-se de ser "despertado por um rangido ao longo do lado de
estibordo. Ninguém estava muito alarmado, mas sabia que tínhamos atingido algo".
[54]
O foguista George Kemish ouviu uma "batida pesada e um som de rangido" do casco de
estibordo.[55]
O navio começou a inundar imediatamente, com água entrando no navio a uma taxa
estimada de 7 toneladas (7.1 toneladas) por segundo, quinze vezes mais rápido do que as
bombas conseguiriam retirar.[56] O Segundo Engenheiro J. H. Hesketh e o Foguista Chefe
Frederick Barrett foram ambos atingidos por um jato de água gelada na sala de caldeiras
nº 6 e escaparam pouco antes da porta estanque da sala se fechar. [57] Esta foi uma
situação extremamente perigosa para a equipe dos motores; as caldeiras ainda estavam
cheias de vapor quente de alta pressão e havia um risco substancial de que elas
explodissem se entrassem em contato com a água fria do mar inundando as salas das
caldeiras. Foi ordenado aos carregadores e foguistas que reduzissem o fogo e ventilassem
as caldeiras, enviando grandes quantidades de vapor para os tubos de ventilação da
chaminé. Estavam com água congelante pela cintura quando terminaram seu trabalho. [58]
Os conveses mais baixos do Titanic foram divididos em dezesseis compartimentos. Cada
compartimento estava separado do seguinte por uma antepara correndo por toda a largura
do navio; havia quinze anteparas no total. Cada antepara se estendia pelo menos até a
parte de baixo do deck E, nominalmente um deck, ou mais ou menos 11 pés (3.4 metros)
acima da linha d'água. As duas mais próximas da proa e as seis mais próximas da popa
estavam um convés mais alto.[59]
Cada antepara poderia ser selada por portas estanques. As salas de máquinas e as salas
de caldeiras no deck acima do tanque tinham portas de fechamento vertical que poderiam
ser controladas remotamente pela ponte, baixada automaticamente por uma bóia se
houvesse água ou fechada manualmente pela tripulação. Estas levariam mais ou menos
30 segundos para fechar; soavam avisos sonoros e rotas alternativas de fuga eram
providenciadas para que a tripulação não ficasse encurralada pelas portas. Acima do nível
do tanque, no Deck Orlop, Deck F e Deck E, as portas fechavam horizontalmente e eram
operadas manualmente. Elas poderiam ser fechadas na própria porta ou no deck acima. [59]
Embora as anteparas estanques estivessem bem acima da linha de água, elas não
estavam seladas no topo. Se muitos compartimentos estivessem inundados, a proa do
navio iria se aprofundar na água, e a água passaria de um compartimento para o outro em
seqüência, mais ou menos como a água sendo derramada em uma bandeja de cubos de
gelo. Foi isto que aconteceu com o Titanic, que sofreu danos no pique-tanque, três
compartimentos estanques e na sala de caldeiras número 6, um total de cinco
compartimentos. O Titanic foi desenhado para flutuar com dois compartimentos inundados,
mas permaneceria flutuando com certas combinações de três ou até mesmo quatro
compartimentos (os quatro primeiros) abertos ao oceano. Com cinco compartimentos, a
parte superior das anteparas seria submersa e o navio continuaria a inundar. [59][60]
Animação mostrando a sequência de eventos do naufrágio do Titanic
Capitão Smith sentiu a colisão em sua cabine e imediatamente chegou à ponte. Informado
da situação, ele convocou Thomas Andrews, construtor do Titanic, que estava entre um
grupo de engenheiros da Harland and Wolff observando a primeira viagem como
passageiros do navio.[61] O navio estava inclinado cinco graus para estibordo e dois graus
para baixo pela proa poucos minutos depois da colisão. [62] Smith e Andrews foram para
baixo e descobriram que o depósito de carga dianteiro, a sala de correio e o campo
de squash estavam inundados, enquanto a sala de caldeiras nº 6 já estava cheia com uma
profundidade de 4,30 metros. A água estava inundando a sala de caldeiras nº 5, [62] e
tripulantes estavam lutando usando as bombas d'água. [63]
Com 45 minutos depois da colisão, ao menos 13.700 toneladas de água invadiram o navio.
Isso era demais para as bombas de lastro e as bombas de esgoto do Titanic; a capacidade
total de bombeamento de todas as bombas combinadas era de apenas 1.700 toneladas
por hora.[64] Andrews informou o Capitão que os primeiros cinco compartimentos estavam
inundados, e portanto o Titanic estava condenado. Pela sua estimativa, ele poderia
permanecer flutuando não mais do que mais ou menos duas horas. [65]
Da hora da colisão até o momento do naufrágio, ao menos 36.000 toneladas de água
inundaram o Titanic, causando no navio um deslocamento próximo ao dobro, indo de
49.100 toneladas para mais de 84.000 toneladas.[66] A inundação não avançou a um ritmo
constante, nem foi distribuída uniformemente por todo o navio, devido à configuração dos
compartimentos inundados. Sua inclinação inicial de estibordo foi causada por inundações
assimétricas à estibordo enquanto água entrava por um corredor no fundo do navio.
[67]
Quando o corredor foi totalmente inundado, a inclinação se corrigiu, mas o navio
começou a se inclinar à bombordo em até dez graus, já que esse lado também inundou
assimetricamente.[68]
O ângulo de inclinação do Titanic se alterou rapidamente de zero grau para cerca de
quatro graus e meio durante a primeira hora após a colisão, mas a taxa em que o navio se
inclinava para baixo diminuiu bastante durante a segunda hora, se agravando apenas
cerca de cinco graus.[69] Isto deu à muitos a bordo a falsa esperança de que o navio poderia
ficar flutuando o tempo necessário até que eles fossem resgatados. Por volta de 1:30 da
manhã, a taxa de afundamento da seção dianteira aumentou até o Titanic atingir um
ângulo descendente de cerca de dez graus.[68]
15 de abril de 1912
Preparando para abandonar o navio (00:05–00:45)
Às 00:05 de 15 de abril, o Capitão Smith ordenou que os bote salva vidas fossem
descobertos e os passageiros reunidos e se preparassem. [60] Também ordenou aos
operadores de rádio que começassem a enviar pedidos de socorro, que colocaram o navio
no lado oeste do cinturão de gelo e direcionaram os barcos que vieram em socorro para
uma posição que resultou ser imprecisa em cerca de 13,5 milhas náuticas (15.5 mi /
25 km).[19][70] Abaixo dos decks, a água estava entrando nos níveis mais baixos do navio. À
medida que a sala de correio inundava, os classificadores do correio fizeram uma última e
inútil tentativa de salvar os 400.000 itens carregados a bordo do Titanic. Em outros
lugares, conseguia se ouvir o ar sendo forçado para fora pela água que entrava. [71] Acima
deles, os camareiros foram de porta em porta, despertando passageiros e tripulação –
o Titanic não tinha um sistema de aviso por alto-falantes – e pedindo que se dirigissem ao
Convés dos Botes.[72]
A minuciosidade do serviço era fortemente dependente segundo a classe dos passageiros;
os comissários de Primeira Classe estavam a cargo de apenas algumas cabines, enquanto
os responsáveis pelos passageiros de segunda e terceira classes tiveram que gerenciar
um grande número de pessoas. Os camareiros da primeira classe forneceram assistência
prática, ajudando as pessoas a se vestir e trazê-las para o convés. Com muito mais
pessoas para lidar, os camareiros de segunda e terceira classes limitaram seus esforços
em deixar as portas abertas e dizer aos passageiros que colocassem os coletes salva-
vidas e subissem ao deck. Na terceira classe, os passageiros foram largamente deixados
à própria sorte depois de serem informados sobre a necessidade de ir para o convés.
[73]
Muitos dos passageiros e tripulação estavam relutantes em cumprir as ordens, quer
recusando-se a acreditar que havia um problema ou preferindo o calor do interior do navio
ao ar noturno extremamente frio. Não foi dito aos passageiros que o navio estava
afundando, embora alguns percebessem que ele estava adernando.[72]
Por volta das 00:15, os camareiros começaram a pedir aos passageiros que colocassem
os coletes salva vidas,[74] embora, novamente, muitos passageiros tomaram a ordem como
sendo uma piada.[72] Alguns começaram a jogar futebol improvisado com os pedaços de
gelo que agora estavam espalhados pela deck dianteiro. [75]
No convés dos botes, quando a equipe começou a preparar os botes salva-vidas, era difícil
ouvir qualquer coisa com o barulho do vapor de alta pressão sendo ventilado das caldeiras
e escapando pelas válvulas das chaminés logo acima. Lawrence Beesley descreveu o som
como sendo "um som desagradável e ensurdecedor que dificultava a conversa; se alguém
conseguir imaginar umas 20 locomotivas soltando vapor, teria alguma ideia do som
desagradável que encontramos quando subimos ao deck superior." [76] O barulho era tão
alto que a tripulação teve que usar sinais com as mãos para se comunicar. [77]
O Titanic tinha um total de 20 botes salva-vidas, composto por 16 botes de madeira
nos turcos, 8 em cada lado do navio, e 4 desmontáveis com fundos de madeira e laterais
de lona.[72] Os desmontáveis estavam guardados de cabeça para baixo com os lados
dobrados, e teriam que ser erguidos e movidos pelos turcos para o lançamento. [78] Dois
foram guardados sob os barcos de madeira e os outros dois foram amarrados no topo dos
quartos dos oficiais.[79] A posição destes últimos os tornaria extremamente difíceis de
lançar, pois pesavam várias toneladas cada um e tinham que ser manipulados até o
convés do navio.[80] Em média, os botes salva-vidas podiam levar até 68 pessoas cada, e
coletivamente podiam acomodar 1.178 – quase metade do número de pessoas a bordo e
um terço do número que o navio estava licenciado para transportar. A falta de botes salva-
vidas não foi por falta de espaço nem por causa do custo. O Titanic foi projetado para
acomodar até 68 botes salva-vidas[81] – suficiente para todos a bordo – e o preço para 32
botes extras custariam por volta de apenas US$16,000 (equivalente à $397.076 em 2016),
uma pequena fração dos US$ 7,5 milhões que a empresa gastou no Titanic. Em uma
emergência, os botes salva-vidas seriam destinados para transferir passageiros do navio
afligido para um navio próximo.[82][f] Portanto, era comum que os navios de passageiros
tivessem muito menos botes salva-vidas do que os necessários para acomodar todos os
seus passageiros e tripulantes, e dos 39 navios de passageiros britânicos da época com
mais de 10.000 toneladas, 33 tinham poucos lugares nos botes salva-vidas para acomodar
todos a bordo.[84] A White Star Line desejava que o navio tivesse um amplo deck de
passeio com vistas ininterruptas do mar, o que teria sido obstruído por uma fileira contínua
de botes salva-vidas.[85]
Capitão Smith era um experiente marinheiro que serviu durante 40 anos no mar, incluindo
27 anos de comando. Esta foi a primeira crise real de sua carreira, e ele certamente teria
sabido que mesmo que todos os botes fossem totalmente ocupados, mais de mil pessoas
permaneceriam no navio enquanto o navio afundasse com pouca ou nenhuma chance de
sobreviver.[60] Quando Smith começou a entender a gravidade do que estava prestes a
acontecer, parece que ficou paralisado pela indecisão. Ele havia ordenado que os
passageiros e a tripulação fossem reunidos, mas, a partir desse momento, falhou em
ordenar que seus oficiais colocassem os passageiros nas embarcações salva-vidas; ele
não organizou adequadamente a tripulação; não conseguiu transmitir informações cruciais
aos seus oficiais e tripulantes; algumas vezes deu ordens ambíguas ou impraticáveis e
nunca deu a ordem para abandonar o navio. Até mesmo alguns de seus oficiais de ponte
não ficaram cientes por algum tempo após a colisão de que o navio estava afundando; O
Quarto Oficial Joseph Boxhall não sabia até por volta de 01:15, apenas uma hora antes do
navio afundar,[86] enquanto o quartel-mestre George Rowe estava tão ignorante da
emergência que, depois da evacuação ter começado, ele telefonou para a ponte da sua
estação de observação para perguntar por que ele acabara de ver um bote salva-vidas
passando.[87] Smith não informou seus oficiais que o navio não tinha botes salva-vidas
suficientes para salvar todos. Não supervisionou o carregamento dos botes salva-vidas e,
aparentemente, não fez nenhum esforço para descobrir se suas ordens estavam sendo
seguidas.[86][88]
A tripulação também não estava preparada para a emergência, já que o treinamento com
botes salva-vidas tinha sido mínimo. Apenas um treinamento com botes tinha sido feito
enquanto o navio estava ancorado em Southampton. Foi um esforço superficial,
consistindo em dois barcos sendo abaixados, cada um tripulado por um oficial e quatro
homens que simplesmente remaram pela doca por alguns minutos antes de retornar ao
navio. Os botes deveriam ser abastecidos com suprimentos de emergência, mas os
passageiros do Titanic posteriormente descobriram que eles só foram parcialmente
provisionados apesar dos esforços do padeiro chefe do navio, Charles Joughin e sua
equipe.[89] Não houve treinamento a respeito dos botes ou incêndios depois que
o Titanic saiu de Southampton.[89] Um treinamento com botes tinha sido agendado para a
manhã de domingo, mas foi cancelado pelo Capitão Smith por razões desconhecidas. [90]
Listas foram postadas no navio, atribuindo membros da tripulação a estações específicas
dos botes salva-vidas, mas poucos pareciam ter lido ou saber o que deveriam fazer. A
maioria da tripulação não eram marinheiros, e mesmo alguns deles não tinham experiência
anterior de remar. Agora encaravam a tarefa complexa de coordenar a descida de 20
botes carregando um possível total de 1.100 pessoas, 21 metros abaixo pelas laterais do
navio.[80] Thomas E. Bonsall, historiador do desastre, comentou que a evacuação foi tão
mal organizada que "mesmo se eles tivessem o número de botes salva-vidas que
precisavam, é impossível ver como poderiam lançá-los", dada a falta de tempo e fraca
liderança.[91]
Por volta de 00:20, 40 minutos após a colisão, o carregamento dos botes salva-vidas
estava em andamento. O Segundo Oficial Lightoller recordou posteriormente que ele notou
Smith de pé perto da ponte, olhando para o oceano como que em um transe. De acordo
com Lightoller, "Gritei com toda força: 'Não é melhor colocar as mulheres e as crianças
dentro dos botes, senhor?' Ele me ouviu e acenou com a resposta." [92] Smith então ordenou
para Lightoller e Murdoch para "colocar as mulheres e as crianças dentro e abaixar".
[93]
Lightoller tomou conta dos botes no lado estibordo e Murdoch se encarregou dos botes
à estibordo. Os dois oficiais interpretaram as ordem de evacuação de "mulheres e
crianças" de maneiras diferentes; Murdoch interpretou a ordem como sendo mulheres e
crianças primeiro, enquanto Lightoller entendeu como sendo apenas mulheres e crianças.
Lightoller baixava botes com assentos vazios se não houvesse mais mulheres e crianças
aguardando o embarque, enquanto Murdoch permitiu um número limitado de homens
embarcar se todas as mulheres e crianças próximas tivessem embarcado. [79] Nenhum
oficial sabia quantas pessoas poderiam ser embarcadas de maneira segura nos botes
enquanto estes eram baixados e ambos erraram na cautela não os carregando
completamente. Eles poderiam ter carregado de maneira totalmente segura com um total
de 68 pessoas, especialmente com as condições altamente favoráveis de tempo e mar.
[79]
Tivesse isso sido feito, mais 500 pessoas poderiam ter sido salvas; em vez disso,
centenas de pessoas, predominantemente homens, foram deixadas a bordo quando os
botes salva-vidas foram lançados com vários lugares vazios.[77][91]
Poucos passageiros, a princípio, estavam animados em embarcar nos botes e os oficiais
no comando da evacuação tiveram dificuldades em os convencer. O milionário John Jacob
Astor declarou: "Estamos mais seguros aqui do que naquele pequeno bote." [94] Alguns
passageiros se recusaram terminantemente em embarcar. J. Bruce Ismay, percebendo a
urgência da situação, percorreu o convés de botes à estibordo incitando passageiros e
tripulantes para embarcar nos barcos. Algumas mulheres, casais e homens solteiros foram
persuadidos a embarcar no bote salva-vidas de estibordo nº 7, que se tornou o primeiro
barco salva-vidas a ser abaixado.[94]
Poucos daqueles que estavam na água sobreviveram. Entre eles estava Archibald Gracie,
Jack Thayer e Charles Lightoller, que conseguiram subir no bote desmontável B que ficou
virado de cabeça para baixo. Por volta de 12 membros da tripulação subiram no
desmontável B, e resgataram aqueles que podiam até que 35 homens se equilibravam
precariamente no bote com casco para cima. Percebendo o risco do bote ser submerso
pela massa de nadadores ao seu redor, eles remaram lentamente para longe, ignorando
os argumentos de dezenas de nadadores que pediam para subir a bordo. Em seu relato,
Gracie escreveu sobre a admiração que ele teve por aqueles na água: "Em nenhum caso,
estou feliz em dizer, ouvi qualquer palavra de censura de um nadador devido a uma
recusa em conceder assistência... [uma recusa] foi encontrada com a voz masculina de um
homem poderoso ... "Tudo bem garotos, boa sorte e Deus os abençoe"." [179] Diversos
outros nadadores (provavelmente 20 ou mais) chegaram ao bote desmontável A, que
estava voltado para cima mas parcialmente inundado, pois suas lonas laterais não tinham
sido erguidas apropriadamente. Seus ocupantes tiveram que se sentar por horas em 30
centímetros de água congelante, [146] e muitos morrem de hipotermia durante a noite.
Mais longe, os outros 18 botes salva-vidas – a maioria dos quais tinham assentos vazios –
se espalharam enquanto os ocupantes discutiam se deveriam fazer alguma coisa para
resgatar os nadadores. O bote nº 4, tendo permanecido próximo do navio, parecia ser o
mais perto do local do naufrágio, mais ou menos à 50 metros de distância; isto permitiu
que duas pessoas entrassem no bote e outra foi retirada da água entes do navio afundar.
[180]
Após o naufrágio, sete outros homens foram puxados da água, embora dois morressem
mais tarde. O desmontável D resgatou nais um homem que pulou na água e nadou até o
bote imediatamente após este ser baixado. Em todos os outros botes, os ocupantes
decidiram contra o retorno, provavelmente com medo que fossem virados na tentativa de
resgate. Alguns colocam suas objeções sem rodeios; o quartel-mestre Hichens, no
comando do bote nº 6, disse às mulheres a bordo de seu bote que não fazia sentido em
retornar pois só havia "só um monte de rígidos lá."[181]
Após mais ou menos 20 minutos, os clamores começaram a diminuir pois os nadadores
ficaram inconscientes e morreram. [182] O Quinto Oficial Lowe, no comando do bote nº 14,
"esperou até que os gritos e o choro diminuíssem" antes de montar uma tentativa de
resgatar aqueles na água.[183] Ele reuniu cinco dos botes salva-vidas e transferiu os
ocupantes entre eles para liberar espaço no bote nº 14. Lowe então pegou uma equipe de
sete tripulantes e um passageiro homem que se voluntariou para ajudar, e então remaram
de volta ao local do naufrágio. Toda esta operação levou por volta de 45 minutos. Na hora
em que o bote nº 14 se dirigiu ao local do naufrágio, quase todos àqueles na água
estavam mortos e apenas poucas vozes ainda podiam ser ouvidas. [184]
Lucy, Lady Duff-Gordon, relembra que após o desastre "o último grito foi o de um homem
que estava clamando alto: 'Meu Deus! Meu Deus!' Ele chorou de forma monótona, de uma
maneira lenta e sem esperança. Por uma hora inteira, houve um enorme coro de gritos,
diminuindo gradualmente em um gemido sem esperança, até este último choro que falo.
Então ficou tudo em silêncio."[185] Lowe e sua equipe encontrou quatro homens ainda vivos,
um dos quais morreu logo depois. Depois, tudo que podiam ver eram "centenas de corpos
e coletes salva-vidas"; os mortos "pareciam ter morrido com o frio, pois seus membros
estavam todos rijos."[183]
Nos outros botes, não havia nada que os sobreviventes podiam fazer a não ser esperar
pela chegada dos navios de resgate. O ar estava mortalmente frio e vários dos barcos
fizeram água. Os sobreviventes não encontraram rações de emergência nos botes, e
maioria não tinha luzes.[186] A situação estava particularmente ruim a bordo do desmontável
B, que só foi mantido à tona por um diminuto bolsão de ar no casco voltado para cima.
Como a manhã se aproximava, o vento soprou e o mar tornou-se cada vez mais agitado,
forçando aqueles no barco desmontável a se equilibrar. Alguns, exaustos pela provação,
caíram no mar e se afogaram.[187] Tornou-se cada vez mais difícil para o resto manter o
equilíbrio no casco, com ondas varrendo o bote. [188] Archibald Gracie posteriormente
escreveu como ele e os outros sobreviventes sentados no casco virado foram atacados
pela "total impotência de nossa posição."[189] Alguns nadadores que chegaram até o
desmontável não tinham força suficiente para subir a bordo e tiveram que se segurar nas
laterais do bote. Os corpos da maioria das pessoas que morreram durante a noite foram
baixados ao mar para dar mais espaço aos sobreviventes.
Deus seria esse ser vingativo que alguns descrevem, o qual destrói as obras dos
soberbos, bem como eles próprios meramente para provar Seu poder e indignação
quando esses O afrontam dizendo coisas do tipo: “Nem Deus pode afundar este
navio.”, como arrogavam-se os construtores do Titanic; “Nem mesmo Deus poderia
fazer ruir esta ponte.”, como sentenciou o engenheiro construtor da ponte sobre o
rio Pelotas, entre Rio Grande do Sul e Santa Catarina; ou “Em vinte anos seremos
mais conhecidos do que Jesus Cristo.”, como disse Johan Lenon? Deus teria feito
com que Johan Lenon fosse assassinado por causa do que disse, que a aponte do
rio Pelotas caísse por causa do que seu engenheiro falou e que os milhares dos
passageiros e tripulação do Titanic morressem no fundo do mar gelado só para
provar que era capaz de afundar aquele navio? Afundar um navio como o Titanic
seria um grande desafio para o Deus Criador do céu e da terra e das fontes das
águas ou seria a presunção por traz das palavras dessas pessoas que comprometeu
suas obras, tornando-os cegos em sua concepção, pelo que falharam na elaboração
dos monumentos de seu orgulho?
Seria Deus esse Ser carrasco e ao orgulho do homem não seria atribuída a culpa
pelos erros que provocam sua ruína? Então o ser humano não é capaz de comandar
sua própria existência, pondo em prática seus intentos para realizar o bem que
idealiza, bem como para praticar o mal que o inspira? Ou seria que, por admitir
essa incapacidade, mas querendo parecer capaz, o ser humano atribui a si os
acertos de Deus e permite-lhE desfrutar dos créditos de Seus fracassos?
Ora. O infinito amor de Deus dotou-nos de capacidade e liberdade e, analisando as
coincidências entre o Titan, navio fictício, fruto do sonho de um marinheiro em
1898, e o Titanic, que de fato existiu, o que se vê é esse Deus tal qual um Pai
amoroso a reconciliar consigo Seus filhos a fim de salvá-los das tragédias que eles
produzem por seu orgulho e rebeldia. E, assim como registrou todas as profecias
bíblicas, cujo cumprimento a história bem comprova, querendo salvar a
humanidade, Deus ocupa Seu tempo a dar aos homens profecias sobre o futuro a
fim de salvar a vida de muitos deles e de igual modo empenhou-se em salvar a
população, bem como os construtores e proprietários do Titanic quando esses
ensoberbeceram-se e arrogaram-se superiores a Ele, pois desejava era que
reconhecessem o Seu amor e O seguissem finalmente em direção à eternidade.
Quatorze anos antes do lançamento e naufrágio do Tiranic, quando ele nem mesmo
fora projetado, em 1898, Morgam Robertson escreveu Futilidade – Os destroços do
Titan (Futility, or The Wreck Ofthe Titan), um romance que tratava de ganância,
orgulho e estupidez que idealizaram, lançaram ao mar e fizeram naufragar o maior
navio do mundo até então. Após um sonho que muito o impressionou, o marinheiro
mercante Morgam Robertson escreveu seu romance, o qual jamais foi editado por
causa da alegação do editor de que tratava-se de um acontecimento impossível,
haja vista que nada poderia afundar uma embarcação impossível de ser afundada,
como o romance descrevia o Titan. Todavia, no romance de Morgam, o maior navio
de todos os tempos, em cuja construção os homens tinham empenhado toda sua
engenhosidade, apesar de toda sua imponência e qualidade e apesar também da
plena convicção dos seus construtores e proprietários de que “nem mesmo Deus
poderia afundá-lo”, afundou no mês de abril no Atlântico Norte após bater em um
iceberg e um terço de seus passageiros morreu por causa da pequena quantidade
de botes salva-vidas, os quais tinham sido dispostos no navio apenas em
cumprimento do número exigido por lei, pois seus construtores e comandantes
estavam certos de que não seriam necessários.
O navio do sonho de Morgam Robertson zarpou do porto inglês de Southampton,
viajando então da Inglaterra para Nova Iorque, transportando muitas das grandes
celebridades e milionários da época, gente que esbanjava dinheiro e gastava somas
intermináveis em futilidades de todos os tipos, bem como em festas suntuosas.
Gente que também costumava menosprezar os pobres, explorando-os e privando-
os até mesmo que sua liberdade.
Assim, portanto, é o navio Titan que Morgam sonhou e o qual descreveu em seu
romance que ninguém leu antes da tragédia do Titanic em 1912, exceto o editor
que o qualificou de impossível. Todavia, é certo que Deus dera uma profecia ao
marinheiro com vistas em salvar o Titanic e sua tripulação quatorze anos depois,
mas, como acontece com tudo que vem de Deus, essa advertência foi desprezada e
certamente muitos depois culparam o Soberano do Universo pela tragédia desse
grande navio.
Da enciclopédia Wikipédia copiei em parte a descrição dos atributos do Titan de
Morgam em comparação com o Titanic: Segundo o romance de Morgam, o Titan foi
a maior embarcação a flutuar e a maior das obras dos homens, tendo 800 pés
(243,84 metros) de comprimento e transportando 75.000 toneladas. No romance
era considerado "impossível de afundar". Já o Titanic foi o maior navio de luxo do
mundo, tendo 882 (255, 64 metros) pés de comprimento e transportando 53.000
toneladas. Foi considerado como sendo (quase) "inafundável". Ambos zarparam do
porto inglês de Southampton. O Titan transportava os 24 botes salva-vidas que a
lei exigia, capazes de transportar menos da metade necessária para socorrer seus
3000 passageiros. Já o Titanic dispunha de apenas 20 botes salva-vidas, menos de
metade do número necessário para sua capacidade de 3000 passageiros. Movendo-
se muito rápido, há 23 nós, numa noite de abril o Titan colidiu com um iceberg no
norte do Atlântico há 400 milhas da Nova Inglaterra (EUA). Já o Titanic viajava a
velocidade de 25 nós quando na noite de 14 de abril de 1912 colidiu com um
iceberg no Atlântico Norte há 400 milhas de distância da Nova Inglaterra. O Titan
indestrutível do romance de Morgam afundou e matou afogados mais de metade
dos seus 2.500 passageiros e ouviu-se suas "vozes gritando em agonia". O Titanic,
igualmente impossível de afundar da realidade afundou e mais da metade de seus
2.648 passageiros morreram.
Tantas coincidências tão exatas são forte indício de que o Titan do livro de Morgam
Robertson e o fato Titanic não foram meras coincidências. Convém observar
também que o nome Titan deriva da palavra caldéia Shitan, que vem da hebraica
Satan. Dizia-se que nem mesmo Deus poderia afundar o Titanic e o que vimos com
o sonho que o próprio Deus deu a Morgam Robertson, o qual o inspirou a escrever
o romance Futility, or The Wreck Ofthe Titan doze anos antes da viagem fatal do
Titanic, é que o Senhor do Universo, o qual tudo sabe, fez tudo para salvar esse
soberbo navio bem como toda sua população. Todavia, até o fim Seus esforços
foram ignorados.