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RM2 CURSO PREPARATÓRIO

HISTÓRIA NAVAL
LIVRO DO VIDIGAL
AULA 2

Na aula de hoje, eu vou começar a falar das evoluções tecnológicas do meio do século
XIX. Como já falei na aula passada, essas evoluções foram muito importantes para as
Marinhas mundo a fora, e a nossa marinha ficou um pouco atras de “revolução
tecnológica” o que acabou custando muito caro pro Brasil, ainda mais pela situação
politico econômica que vivíamos neste período.

As transformações aconteceram em todas as áreas do setor naval, desde construção

naval, na propulsão dos navios e finalmente nos seus sistemas de armas.
A grande maioria dos navios antes de 1850 era todo de madeira, com propulsão apenas
a vela, armada com canhões de ferro, montados sobre carretas e atirando projetis
sólidos.

Muita gente se engana em achar que o tiro sólido era só a bola de ferro. Mesmo naquela
época, existiam 4 tipos:
1 - tiro sólido - basicamente uma esfera de ferro, do tamanho compatível com o calibre
do canhão. Com alcance que variava de 200 até 400 jardas e podia atravessar de 4 a 5
pés de madeira maciça. Esse tipo de tiro tinha ainda duas variantes. Tiro com corrente,
duas esperas unidas por uma corrente ou tiro-barra, duas esferas unidas por uma barra.
Essas duas variantes tinha por objetivo avariar os mastros dos navios inimigo.
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2 - Tiro de estilhaço - Podia ser de dois tipos diferentes grape-shot ou tiro de metralha,
diversas camadas de esferas sólidas de ferro dentro de um saco de lona grossa, amarras
juntas. Ou do tipo case-shot onde era colocada um grande número de tiros de mosquete
dentro de uma caixa metálica cilíndrica compatível com o calibre do canhão.

3 - Também tinha de dois tipos: hot-shot ou tiro quente, que se aquecia a esfera até ficar
incandescente e o outro tipo a “carcaça” ou “esqueleto”, era uma estrutura de ferro,
semelhante a costela humana cheia de material combustível dentro.
4 - Tiro explosivo ou granada explosiva, que a partir de 1839 passou a ser comum a
bordo. A esfera de ferro fundido era oca, era preenchida de pólvora.
Bom, agora que você já conhece os tipos de tiros da época, vamos voltar a historia que
eu estava falando da propulsão dos navios.
Agora vai começar a ficar sério e vamos falar de marcos históricos e quero que você
preste bem atenção:
A última grande batalha naval envolvendo apenas navios a vela ocorreu em 1827, na baia
de Navarino, quando uma força naval combinada da Inglaterra, França e Rússia, destruiu
a esquadra turco-egípcia, assegurando a independência da Grécia.
Mas Marcos, isso tem chance de cair? Acho difícil, mas vamos ficar atentos, pois mesmo
não estando falando da nossa Marinha, foi um marco importante. Na mesma época o que
estava rolando aqui no Brasil, você lembra? Isso mesmo, a guerra da Cisplatina que foi
de 1825 até 1828. As características tecnológicas nesta época eram muito parecidas, na
primeira metade do século XIX, os avanços tecnológicos não eram grandes ainda. As
diferenças das Marinhas eram QUANTITATIVAS, e não QUALITATIVAS, nesta época. Por
isso a grande supremacia Brasileira na América do sul, quiçá no mundo, naquela época.
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As experiências com navios a propulsão a vapor vem desde o final do século XVIII, mas
as primeiras embarcações a vapor apareceram no início do século XIX, um engenheiro
escocês em 1801, Willian Symington, construiu um pequeno rebocador a roda, depois
em 1803 Robert Fulton fez um pequeno barco a vapor e em 1807 construiu uma
embarcação a vapor que fez a viagem de Nova Iorque para Albany. Em 1812, Fulton
começou o projeto do primeiro navio e guerra a vapor, o USS Demologos, que são foi
completada em 1815.
A limitação dessa nova tecnologia era grande. Necessitaria de pontos de abastecimento
de carvão ao longo da rota dos navios, o maquinário ocupava grande espaço reduzindo
a capacidade de artilharia, de canhões. O risco de incêndio era grande…Tinham muitos
problemas, como toda nova tecnologia. A marinha Inglesa, acreditava que a nova
tecnologia poderia por em risco sua supremacia, era uma invenção que se fosse
adotada, resultaria em tornar a frota Britânica obsoleta. Isso de fato aconteceria se os
britânicos não evoluíssem também, né?
Mas, do outro lado tinha os franceses que queriam a supremacia dos mares. Assim, em
1837 a França lançou o primeiro navio de guerra com propulsão a vapor (mista na
realidade), a chalupa (é uma embarcação de pequeno porte) HMS Gorgon. (Her/His
Majesty's Ship). Pouco depois, em 1839 apareceram as granadas explosivas. Os navios
passaram a dispor de canhões que atiravam os projetis sólidos convencionais e de
canhões que atiravam cargas explosivas. Perceberam que nós ja estamos falando das
evoluções tecnológicas? Que ano a ano vai surgindo uma novidade. Fica atento e vai
marcando ai que as evoluções que estão surgindo e vou destacar elas pra vocês, sempre
com esse sinal, as mais importantes.
O uso de hélices no lugar das rodas de pás, começou em 1825, mas somente em 1842,
os franceses lançaram o primeiro navio com hélice, o Aviso Corse. (Aviso é um tipo de
navio de guerra)
No Brasil em 1843 no arsenal da corte, a primeira embarcação a vapor feita no pais foi a
Barca Tetis. Não vai fazer confusão com aquele joguinho Tetris, não. Os motores e
caldeiras foram importadas da Inglaterra.
Em 1843, as mudanças tecnológicas chegaram as minas marítimas. Samuel Colt
desenvolveu um sistema de "minas controladas", em que eram explodidas por um
dispositivo.
Em 1844, o primeiro navio de guerra a usar hélice foi o USS Princeton. Nessa época a
Inglaterra ainda não estava convencida que a hélice era mais eficaz e ainda fazia testes.
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Enquanto os Ingleses ainda testavam, os franceses inovavam e em 1845, colocavam em

serviço a sua primeira fragata a hélice, a Pamone.
Já esta vendo que ano a ano as evoluções vão surgindo? Pois é vamos seguindo com as
evoluções. Eu quero que você conheça tudo que o livro do professor Vidigal cita, mas
acho difícil cobrar tudo na prova. Mas vamos seguindo.
Em 1846, são construídos e testado os dois primeiros canhões com alma raiada e
carregamento pela culatra, que proporcionava mais precisão e mais rapidez em
combate.
Os franceses mais uma vez se adiantam aos ingleses, lançando ao mar, em 1848, o
primeiro navio de linha a hélice, de propulsão mista, o Napoléon.
Em 1850, dois anos de atraso em relação aos franceses, os ingleses lançam o primeiro
navio de linha a hélice, o HMS Agamemnon.
E o que acontecia no Brasil? O Brasil procurava fortalecer o seu poderio naval, não só
construindo nos estaleiros nacionais, mas também colocando encomendas no exterior.
Em 1848, foi incorporado o primeiro navio de Guerra a vapor, a fragata Dom Afonso, a
roda, construída na Inglaterra. Na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52), na passagem
de Toneleiro foi a primeira vez que usamos uma embarcação a vapor em um conflito
externo. Lembrando que a primeira vez que usamos uma embarcação em um conflito
interno fora na Guerra dos Farrapos. (1835-1845) E não foi um navio de guerra
propriamente.

Em 1852, voltam do Exterior o Napoleão Level e o Carlos Braconnoot, eram civis que
trabalhavam no arsenal de marinha da corte e se especializaram em construção naval e
máquinas, respectivamente.
O primeiro teste real com as granadas explosivas aconteceu no anos de 1853, na batalha
naval de Sinope, entre a Russia e a Turquia. A frota russa destruiu rapidamente os turcos
e esse massacre foi por conta da frota Turca ser toda de madeira. A batalha de Sinope
serviu não só para confirmar a eficácia das granadas explosivas, mas para confirmar a
necessidade do uso das couraças nos navios de guerra.

Veremos mais evoluções tecnológicas na próxima aula, mas antes de terminar, vamos a
um breve resumo da aula de hoje:

Vimos as características de um tiro sólido, mas em relação as datas:

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1801 - Willian Symington, construiu um pequeno rebocador 1803 - Robert Fulton fez um
pequeno barco a vapor
1807 - construiu uma embarcação a vapor que fez a viagem de Nova Iorque para Albany,
o mesmo Robert Fulton.
1812 - Fulton começou o projeto do primeiro navio e guerra a vapor, o USS Demologos,
que são foi completada em 1815.
1827 - foi a última grande batalha naval envolvendo apenas navios a vela ocorreu na baia
de Navarino
1837 - França lançou o primeiro navio de guerra com propulsão a vapor (mista na
realidade)
1839 - apareceram as granadas explosivas
1843 - No Brasil, no arsenal da corte, a primeira embarcação a vapor feita no pais foi a
Barca Tetis
1844 - o primeiro navio de guerra a usar hélice foi o USS Princeton
1845 - Os Ingleses colocavam em serviço a sua primeira fragata a hélice, a Pamone.
1846 - são construídos e testado os dois primeiros canhões com alma raiada e
carregamento pela culatra.
1848 - Os franceses lançam o primeiro navio de linha a hélice, de propulsão mista, o
Napoléon.
1850 - dois anos de atraso em relação aos franceses, os ingleses lançam o primeiro
navio de linha a hélice, o HMS Agamemnon.
1848 - foi incorporado o primeiro navio de Guerra a vapor, a fragata Dom Afonso, a roda,
construída na Inglaterra
1852 - voltam do Exterior o Napoleão Level e o Carlos Braconnoot
1853 - O primeiro teste real com as granadas explosivas aconteceu no anos de 1853, na
batalha naval de Sinope, entre a Russia e a Turquia.
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