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Centro de Comunicação Social da Marinha Editora-Chefe: CT (T) Ellen Franciana Vieira Silva
Endereço: Esplanada dos Ministérios - Bl. N, anexo A, 3º andar Jornalista Responsável: 1º Ten (RM2-T) Luciana Santos de Almeida
Brasília - DF - CEP 70.055-900 Reg. MTb 02901/PA
Diretor do CCSM: C Alte João Alberto de Araujo Lampert Diagramação e Arte Final: MN-RM2 Gustavo Henrique Silva de Moura
Chefe do Departamento de Produção e Divulgação: CF Luis Carlos Alves Junior Tiragem: 3 mil exemplares
A edição de nº 945 do periódico Nomar destaca na capa o 156º Aniversário da Batalha Naval do Ria-
chuelo, celebrado em 11 de junho, Data Magna da Marinha. Neste ano, o slogan “Minha, Sua, Nossa
Marinha” busca difundir junto à sociedade o sentimento de pertencimento, ressaltando que a Marinha
do Brasil é de todos os brasileiros.
Em entrevista, o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Almir Garnier Santos, fala da carreira e
da família, revela expectativas e prioridades do Comando, e analisa os principais desafios da Força.
A editoria “Especial” apresenta alguns dos atletas militares do Programa Olímpico da Marinha, que par-
ticiparão da Olimpíada de Tóquio, no Japão, em julho. Eles compartilham expectativas e o ritmo de pre-
paração para as competições. Outro destaque é a nova representação visual da Marinha, que se soma à
tradicional Coroa Naval, como alternativa moderna e mais próxima da sociedade.
Também nas páginas desta edição é abordado o imenso patrimônio brasileiro sob responsabilidade da
Marinha, na reportagem “Planejamento Espacial Marinho da Amazônia Azul”, que identifica a região Sul
do País como potencial recebedora do projeto piloto para concretizar o compromisso firmado pelo País
com a Organização das Nações Unidas.
Em artigo de sua autoria, o velejador Vilfredo Schurmann alerta para os impactos da poluição das águas,
que afetam clima, economia e o homem. Ele está mobilizando a sociedade a repensar velhos hábitos, por
meio da expedição “Voz dos Oceanos”, cuja primeira etapa acontecerá na nossa Amazônia Azul, mas na
sequência percorrerá águas internacionais. Enquanto a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documen-
tação da Marinha apresenta mais um artigo da série “200 anos da Independência do Brasil”. Desta vez,
o destaque é Jerônimo de Albuquerque Maranhão, o primeiro nascido no Brasil a comandar uma Força
Naval em ação contra invasores no litoral brasileiro.
Fechando o Nomar, a editoria “Acontece na Marinha” registra o Dia Mundial dos Oceanos, abordando a re-
levância da conservação e os impactos da degradação de mares e oceanos para o Brasil e o mundo, além
de um resumo das principais realizações no âmbito da Força entre os meses de maio e junho; e o “Diário
de Bordo” conta a história de um fuzileiro naval que iniciou a carreira como soldado e, agora, inspira ou-
tros a galgarem desafios como oficial superior da Marinha.
Boa leitura!
Comando da Marinha:
desafios e prioridades Ouça o podcast com o
Comandante da Marinha,
Almirante Garnier
“Navio da Esperança”
Navio de Assistência Hospitalar “Doutor Montenegro” realiza
mais de 11 mil atendimentos e 56,8 mil procedimentos de
saúde em comunidades ribeirinhas do Acre
Por: Primeiro-Tenente Fabiana Fontes da Silva
Milhares de moradores de comunidades ribeirinhas do Acre, região Norte do País, foram aten-
didos pela Marinha com assistência básica de saúde durante a 21ª edição da Operação “Acre”,
que foi encerrada no dia 9 de junho. Foram realizados mais de 11.000 atendimentos e 56.846
procedimentos médicos, odontológicos e de enfermagem. Para chegar a essas localidades de di-
fícil acesso, foi acionado o Navio de Assistência Hospitalar (NAsH) “Doutor Montenegro”, um dos
“Navios da Esperança”, como são chamados por moradores dessas regiões. O Agricultor Sandro
da Silva Dantas, ribeirinho do Cruzeiro do Sul (AC), classifica o apoio da Força como fundamental
para a população. “Faz bem à comunidade! Precisamos de apoio, de atendimentos, e a Marinha
oferece isso”, relata.
O lema “Saúde onde houver vida” representa, há 21 anos, o NAsH “Doutor Montenegro”, que
todos os anos percorre o Rio Juruá, no período de cheia, de janeiro a maio, atendendo a quem,
muitas vezes, nunca recebeu uma con- do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, res. O NAsH é dotado de ambulatórios
sulta. O “Doutor Montenegro” é um dos Amapá e Pará. odontológicos; consultórios médicos;
quatro navios de assistência hospitalar A Equipe de Saúde do navio foi com- laboratório para exames; sala de trauma;
da Marinha, subordinados ao Comando posta por ginecologista; pediatra; radio- sala de raio-x; sala de mamografia; enfer-
da Flotilha do Amazonas, que, dentre logista e clínico geral; dentistas e enfer- maria; sala de vacina; farmácia; e dispõe
outras atribuições, leva Assistência Mé- meiros; além de técnicos de radiologia; de quatro lanchas orgânicas para atendi-
dico-Hospitalar a comunidades carentes higiene dental; enfermagem e vacinado- mentos em locais de difícil acesso.
Operação “ADEREX-Anfíbia/
Superfície 2021”
Exercícios realizados de forma integrada elevaram o
grau de prontidão das unidades da Força de Fuzileiros
da Esquadra, dos meios navais e aeronavais
Por: Capitão de Mar e Guerra Rodrigo Abronhosa Collazo,
Capitão de Fragata (FN) Salvador Mota Junior,
Capitão-Tenente Françoa Taffarel Rosário Corrêa e
Primeiro-Tenente Vanessa Mendonça
Casco do ex-NDD “Ceará” sendo atingido por bombas, lançadas por aeronaves AF-1B/C
Marinha, Exército e Força Aérea, sob coordenação do Comando Conjunto Norte, acio-
nado pelo Ministério da Defesa, apoiaram, entre os dias 12 e 16 de maio, a logística
de transporte e distribuição de 8 mil cestas básicas e 800 kits de higiene para famílias
ribeirinhas dos municípios de Portel e Melgaço, na Ilha do Marajó (PA). A ação ocorreu, a
bordo do Navio-Auxiliar (NA) “Pará", em continuidade à Operação “Pão da Vida”– agora,
na fase III –, do Programa “Abrace o Marajó”, do Ministério da Mulher, da Família e dos
Direitos Humanos (MMFDH).
A operação teve, ainda, o reforço para a segurança, de outras duas embarcações da
Marinha: o Aviso de Patrulha “Tucunaré” e a Lancha de Operações Ribeirinhas Blindada
“Amazonas”, subordinadas ao Grupamento de Patrulha Naval do Norte, do Comando do
4° Distrito Naval. A solenidade simbólica de entrega das cestas e kits às prefeituras mu-
nicipais teve a participação de representantes do MMFDH e da Federação da Agricultura
e Pecuária do Pará, responsáveis pela arrecadação dos alimentos doados. A multinacio-
nal Unilever doou os kits de higiene.
Uma das famílias beneficiadas foi a da ribeirinha Maria Iracema Ribeiro, de 46 anos,
assistida pela Prefeitura de Melgaço. Ela – casada e mãe de 13 filhos, dos quais 10
moram com ela – conta que alguns dias passam necessidade. “Meu marido não é empre-
gado, então, passamos maior batalha pra sustentar nossa família. É triste quando uma
mãe não tem como dar comida a seus filhos, então, me sinto feliz com essas doações”,
agradeceu.
18 NOMAR | MAIO-JUNHO 2021 | Nº 945
O material que saiu do NA “Pará", descarregado por militares das
Cestas Itens de Higiene Municípios
três Forças, foi desinfectado por Equipe de Resposta Nuclear, Bioló-
Fase I 16.200 98.000 Afuá e Chaves
gica, Química e Radiológica do 2° Batalhão de Operações Ribeirinhas,
Fase II 12.500 194.000 Breves, Melgaço e Portel
de Belém (PA). O cronograma de entrega das cestas e kits está a car-
Fase III 8.000 800 Melgaço e Portel
go das prefeituras municipais.
Histórico
Desde 2020, a Operação “Pão da Vida” foi acionada como ação
emergencial de apoio à segurança alimentar da população do Marajó
para enfrentamento à pandemia da Covid-19. As famílias beneficia-
das estão cadastradas em sistemas sociais dos municípios. Nas fa-
ses anteriores, outras empresas, instituições e grupos empresariais
apoiaram com alimentos e material de higiene. A Marinha atuou, nas
três fases, com apoio logístico para os municípios de acesso fluvial.
Marinha participa da
Operação “Ágata Amazônia”
Sob coordenação do Ministério da Defesa, Forças Armadas
unem esforços no combate a crimes transfronteiriços
Por: Primeiro-Tenente Fabiana Fontes da Silva
A Marinha participou da Operação Durante a ação, foi interceptada Fluvial (NPaFlu) “Amapá” atracou, em 16
“Ágata Amazônia”, realizada de 3 a 12 mais de 1,8 tonelada de drogas ilícitas, de maio, no cais da Estação Naval do Rio
de maio, no combate a crimes trans- recolhidos R$ 17,9 mil em espécie e Negro, com o material apreendido.
fronteiriços. As ações ocorreram na 1,3 quilo de ouro. Também foram apre-
região da Tríplice Fronteira, nos rios endidos quatro fuzis, 292 munições, 15 Entenda a Operação
Solimões, Içá e Japurá, no Amazonas, cilindros de oxiacetileno, quatro animais Sob coordenação do Ministério da
abrangendo aproximadamente 148 mil silvestres, uma balança de precisão e Defesa, foi ativado o Comando Conjun-
quilômetros quadrados. um telefone satelital. O Navio-Patrulha to “Ágata Amazônia”, cuja operação foi
Balanço da Operação
Inspeções e Patrulhas Navais
Embarcações abordadas: 767
Notificadas: 08
Apreendidas: 11
Assistência de saúde
Atendimentos médicos: 731
Atendimentos odontológicos: 55
Exames laboratoriais: 40
Apreensões
Drogas ilícitas: 1,8 tonelada
Dinheiro em espécie: R$ 17.901,00
Ouro: 1,3 quilo
Munições: 292
Fuzis: 4
Cilindros de oxiacetileno: 15
Animais silvestres: 4
Telefone satelital: 1
Balança de precisão: 1
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA 21
ESPECIAL
CENTROCrédito: COB
DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA 23
Crédito: FIVB
Sargento Beatriz
Sargento Ágatha
Sargento Lucas
Acompanhe a
participação dos
atletas militares da
Marinha pelo
Instagram:
@cdm.cefanoficial
Nova logomarca
Valores de sempre
Assista ao vídeo da nova
logomarca da Marinha
A Marinha do Brasil (MB) está com uma uma enquete entre a tripulação de todas da Força, aproximando-a, ainda mais, da
nova logomarca. O projeto gráfico, produzi- as organizações militares da MB no País. sociedade. A novidade foi divulgada na co-
do pelo Centro de Comunicação Social da A nova representação visual busca o repo- memoração dos 60 anos da Comunicação
Marinha (CCSM), foi escolhido a partir de sicionamento estratégico da comunicação Social da Marinha, durante cerimônia mili-
Planejamento Espacial
Marinho da Amazônia Azul
Projeto Piloto terá início no Sul do Brasil
Por: Capitão de Fragata Rodrigo de Campos Carvalho
Criar e estabelecer o emprego mais tissetorial, de cunho operacional e jurídi- – por conta da existência de diversos
racional do espaço marinho e as intera- co, indispensável para garantir a gover- habitats e distintos ecossistemas–,
ções entre seus usos é um dos objetivos nança e a soberania da Amazônia Azul, econômicos (possui quatro dos dez
do Planejamento Espacial Marinho (PEM) conforme explica o Secretário da Comis- maiores portos do Brasil e atividades
da Amazônia Azul, cujo compromisso de são Interministerial para os Recursos do importantes de pesca industrial) e es-
implantação foi assumido pelo Brasil, Mar (CIRM), Contra-Almirante Antonio pacial (13% da Amazônia Azul); e da
durante conferência da Organização das Cesar da Rocha Martins. “O PEM fomen- existência de fronteira marítima com o
Nações Unidas (ONU) em 2017. O prazo ta o uso compartilhado e sustentável do Uruguai, que exigirá amplas coordena-
para conclusão, até 2030, prevê quatro ambiente marinho, a geração de divisas ções com o país vizinho.
etapas: Sul, Sudeste, Nordeste e Norte e, e de empregos para o Brasil, garante a
nesse interstício, a Marinha, por meio da necessária segurança jurídica para os Importância do PEM
Secretaria da Comissão Interministerial investidores e para o próprio Estado bra- O oceano ocupa 71% da superfície do
para os Recursos do Mar (SECIRM) está sileiro, bem como respeita a salvaguarda planeta e está, intrinsecamente, ligado
levantando fontes para tornar possível o de interesses ambientais, estratégicos e à sustentabilidade da vida na Terra, ofe-
financiamento do Projeto Piloto na Re- de Defesa Nacional”, salienta. recendo alternativas para grandes desa-
gião Marítima do Sul do País. O custo to- A primeira etapa, considerada como fios globais como: erradicação da fome;
tal previsto é de R$ 30 milhões. Projeto Piloto do PEM, será estabele- adaptação às alterações climáticas; di-
O PEM visa equilibrar as demandas cida para a Região Marítima do Sul do versificação das matrizes energéticas;
de desenvolvimento do espaço marinho Brasil, em razão da significativa dispo- e aplicação de inovações tecnológicas
com a necessidade de proteger o meio nibilidade de dados e da concentração provenientes da bioprospecção, com am-
ambiente e oferecer recursos sociais e de instituições de pesquisa com tradi- plo espectro de aplicação, desde energia
resultados econômicos de forma aberta ção em estudos costeiros e marinhos limpa ao desenvolvimento de fármacos.
e planejada. Além disso, se apresenta nos três estados da região; da repre- “Para se ter uma ideia da atual relevância
como o grande instrumento público, mul- sentatividade em termos ambientais do oceano para a sobrevivência humana,
Segurança Marítima no Brasil – pessoas, às pesquisas não autorizadas nacional e internacional nos últimos
do narcotráfico à pesca ilegal e à pirataria. No intuito de contrapor ao anos, o que pode ser comprovado pela
Possuidor de uma das maiores bio- avanço de tais ameaças, em grande par- sua inclusão no Plano Plurianual 2016-
diversidades terrestres e marinhas do te transfronteiriças, torna-se primordial 2019, em seu Programa 2046 – Oce-
planeta, o Brasil encontra-se alinhado o incremento da Segurança Marítima no anos, Zona Costeira e Antártica, que
à comunidade internacional na preocu- País, a qual se sustenta em quatro rele- inclui entre seus objetivos: “promover o
pação com as “novas ameaças”, desta- vantes pilares: a segurança nacional, a uso compartilhado do ambiente marinho
cadamente o combate ao terrorismo, ao segurança da vida humana, o meio am- e realizar o gerenciamento da Zona Cos-
narcotráfico, ao tráfico ilícito de armas, biente e o uso econômico do mar. teira de forma sustentável”, sob respon-
ao contrabando e descaminho, à polui- O tema “Ordenamento do Espaço sabilidade do Ministério da Defesa, por
ção marinha, à pesca ilegal, ao tráfico de Marinho” ganhou relevância e projeção meio da CIRM.
No Dia Mundial dos Oceanos, 8 de química terrestre e abrigam a maior 20% do globo terrestre. É sobre ele
junho, mesma data em que é celebra- biodiversidade global. O Diretor da que acontecem as principais trocas
do o trabalho dos oceanógrafos - pro- DHN, Vice-Almirante Edgar Luiz Si- comerciais do mundo. Na sua parte
fissionais responsáveis por conhecer, queira Barbosa, explica que indepen- sul, mais precisamente no litoral bra-
explorar e proteger os recursos des- dentemente do local onde se vive, os sileiro, há uma área de 5,7 milhões de
ses ambientes-, a Marinha, por meio oceanos interferem na dinâmica do km² conhecida como Amazônia Azul.
da Diretoria de Hidrografia e Navega- ambiente. “Cada molécula de oxigê- É nesse ambiente que circulam mais
ção (DHN), destaca a influência dos nio respirada, gota de água bebida de 95% do comércio exterior brasilei-
mares no equilíbrio do meio ambiente ou alimento ingerido existem graças ro e de onde vêm 97% da produção do
e nas interações humanas. a essa imensidão salgada, não im- petróleo, 86% de gás natural e 45% do
Os oceanos cobrem mais de 70% portando se próximo ao litoral ou no pescado produzido no país.
da superfície terrestre, concentram ponto mais distante e inóspito do pla- O Vice-Almirante destaca, ainda,
aproximadamente 97% de toda a água neta”, esclarece o Diretor. que é em função da vastidão de ri-
do planeta; influenciam o clima e as O Oceano Atlântico ocupa uma quezas, importância ambiental e re-
condições meteorológicas, equili- área de 82,2 milhões de km² - é o se- levância estratégica para o futuro do
bram a temperatura, harmonizam a gundo maior - e suas águas cobrem planeta, que a Amazônia Azul merece
atenção especial. E, por isso, a Mari- Sistema de Gerenciamento da Ama- de, distribuição operacional de dados e
nha faz parceria com agências e ór- zônia Azul (SisGAAz), para incremen- monitoramento oceanográfico e clima-
gãos governamentais, coordena a im- tar a capacidade de monitoramento e tológico no Atlântico Sul e tropical.
plementação e o aperfeiçoamento do de controle nas Águas Jurisdicionais
Brasileiras. “Estendemos, ainda, esse Oceanógrafos
controle às áreas de responsabilidade Profissionais militares e civis investi-
de socorro e salvamento no mar, por gam o comportamento e a influência
meio de contínuo aperfeiçoamento e desses ambientes nos continentes
inovação de sistemas, equipamentos e na atmosfera. Realizam coletas,
e novas tecnologias, integrando ór- análises e interpretações dos dados
gãos e agências de nosso País, além sobre as condições químicas, físicas,
de atuar, de forma cooperativa e in- geológicas e biológicas dos espaços
terativa, com organismos internacio- aquáticos. Atuam também em proje-
nais”, esclareceu. tos de saneamento de áreas costei-
A Diretoria de Hidrografia e Na- ras, além de desenvolverem técnicas
vegação é a instituição nacional que de exploração dos recursos naturais
promove e coordena a participação e minerais dos mares, avaliando seus
do Brasil nas atividades da Comissão reflexos com a interação humana. “As-
Oceanográfica Intergovernamental, res- sim, o investimento em capacitação
ponsável por fomentar a investigação profissional, em novas tecnologias e
científica marinha nos oceanos. A DHN em pesquisas é fundamental para a
coordena o Sistema Brasileiro de Ob- compreensão dos oceanos. Estudar
servação dos Oceanos e Clima (GOOS- e decifrar seus complexos sistemas
-Brasil), que é uma das ações ligadas e processos permite conhecer mais o
ao Plano Setorial de Recursos do Mar. O seu potencial. Valorizar a Amazônia
GOOS-Brasil tem o propósito de manter Azul é garantir o rumo do Desenvolvi-
redes para coleta, controle de qualida- mento Nacional”, afirma o Diretor.
Comissão Interministerial para os
Recursos do Mar cria o Grupo Técnico "Ártico"
A Comissão Interministerial para os Recursos do Mar aprovou,
em 18 de maio, a criação de um Grupo Técnico (GT) sobre
Atividades no Ártico, visto que não existe, atualmente, política
definida pelo Estado brasileiro no que diz respeito às atividades
do Brasil na região do Ártico. Esse GT é importante pela crescente
visibilidade geopolítica e econômica do Ártico. O GT visa avaliar
a conveniência e oportunidade de o Governo Brasileiro participar
mais ativamente das atividades da comunidade internacional no
que diz respeito ao Ártico, podendo, ao final dos seus trabalhos,
realizar propostas sobre eventual participação brasileira.
As Invasões Francesas
Por: Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha
A decisão de partilha do mundo incomodá-los. Villegagnon batizou a janeiro de 1567. Atualmente, a histó-
entre Portugal e Espanha, pelo Tra- ilha com o nome de Henrique II, em rica Ilha leva o nome de Villegagnon e
tado de Tordesilhas de 1494, sofreu homenagem ao Rei da França, e orde- abriga, desde 1938, as instalações da
intensa resistência de algumas na- nou a construção de um forte denomi- Escola Naval.
ções europeias. Na costa brasileira, nado de Coligny, para homenagear o
onde os portugueses estabeleceram Almirante francês Gaspar de Coligny, A França Equinocial
o monopólio da lucrativa exploração que muito o ajudou a conseguir auxílio Não obstante o revés da tentativa
do pau-brasil, ocorreram constantes do governo francês para realização de de instalação de uma colônia na Baía
incursões francesas que culminaram sua empresa. de Guanabara, os franceses continu-
com duas tentativas de invasão para Mem de Sá, que assumiu como go- aram as suas incursões voltadas ao
estabelecimento de colônias. Esses vernador-geral da Colônia, em janeiro contrabando de pau-brasil e não de-
acontecimentos exigiram de Portugal de 1558, ao tomar conhecimento da sistiram de instalar uma colônia no
iniciativas efetivas para defesa e ex- presença francesa pelos jesuítas, logo Brasil.
pulsão dos invasores do litoral brasi- solicitou ajuda a Lisboa. Considerando Em 19 de março de 1612, partiu da
leiro. a gravidade da situação, a metrópole França uma expedição de iniciativa
determinou o envio ao Brasil de uma privada chefiada pelos sócios Fran-
A França Antártica frota comandada pelo Capitão-Mor çois de Razilly, Daniel de la Touche,
Em 10 de novembro de 1555, fun- Bartolomeu de Vasconcelos da Cunha senhor de Ravardière e o Barão de
deou na Baía de Guanabara uma expe- a fim de expulsar os invasores. Sancy. Traziam consigo cerca de 500
dição comandada por Nicolas Durand Em 21 de fevereiro de 1560, uma pessoas, com a intenção de fundar
de Villegagnon, Vice-Almirante da Armada composta de duas naus e oito uma colônia no litoral norte do Brasil.
Bretanha, tendo como pretensão fun- embarcações menores, sob o coman- Ao chegarem ao Maranhão, fun-
dar uma colônia francesa em terras do de Mem de Sá, alcança a Barra do daram uma cidade que nomearam de
sob domínio português. Villegagnon Rio de Janeiro, sendo acrescida por São Luís, em homenagem ao rei fran-
trazia consigo aventureiros, marinhei- reforços vindo da Capitania de São cês Luís IX (1226-1270), e que passou
ros, lavradores e artesãos de vários Vicente. a ser a capital da chamada França
ofícios, católicos ou huguenotes, que O ataque dos portugueses à Ilha Equinocial. A primeira providência de
pretendia que vivessem em paz na de Villegagnon ocorreu a 15 de março caráter defensivo foi a construção de
nova colônia. de 1560. Após dois dias de intensos um forte, cujo pavilhão francês foi iça-
Após dois meses estudando as combates, os franceses comandados do em 1º de novembro de 1612.
ilhas e as terras adjacentes com a por Bois-le-Comte – pois Villegagnon Mais uma vez, não tardou a reação
ajuda dos aliados tupinambás, Ville- já havia partido para a França – en- portuguesa, iniciando o governador
gagnon resolveu estabelecer-se numa contravam-se sem munição e água su- Gaspar de Souza, com base em Olin-
pequena ilha conhecida pelos indíge- ficientes para resistir, e abandonaram da, Pernambuco, os preparativos para
nas com o nome de Seregipe e pelos a ilha ao cair da noite. Com a fuga dos expulsar os invasores. A expedição fi-
portugueses, de Palmeiras. A escolha franceses, Mem de Sá desembarcou cou sob o comando do experiente Je-
dessa ilha deveu-se por ser conside- na Ilha, recolheu a artilharia abando- rônimo de Albuquerque que, em junho
rada como um excelente sítio militar nada no local e ordenou a destruição de 1613, partiu de Recife à frente da
e que, ao ser fortificada, ofereceria do Forte Coligny. primeira expedição naval composta de
proteção contra os portugueses, que Os franceses só foram definitiva- quatro caravelões com a finalidade de
mais cedo ou mais tarde tratariam de mente expulsos do Rio de Janeiro em reconhecer o teatro de operações.
Como todo brasileiro, temos orgulho do mundo. Para quem não sabe ainda, as venture, passamos pela Henderson
dos nossos patrimônios naturais, entre algas marinhas produzem oxigênio em Island, uma das mais remotas ilhas do
eles, a nossa Floresta Amazônica – um excesso, sendo liberado na água, indo Oceano Pacífico. Lá não é um ponto tu-
dos biomas mais ricos em biodiversida- para a atmosfera e ficando disponível rístico, pois não é nada fácil chegar na-
de do mundo. E como velejadores bra- para todos nós, seres vivos. quele local, que é realmente bem isola-
sileiros, também nos orgulhamos muito A relevância da nossa Amazônia do, estando “próximo” ao famoso Ponto
dos 7,4 mil km de costa nacional e dos Azul, assim como todos os oceanos, é Nemo, o local mais distante de qualquer
3,5 milhões de km² de espaço marítimo tamanha que impacta ainda no clima. continente ou ilha no planeta Terra, seja
sob a jurisdição do nosso País. Essa De acordo com estudos, sem eles, a ela habitada ou não. Para nossa surpre-
área igualmente rica e relevante é cha- temperatura no planeta poderia supe- sa, naquela época, nesse lugar paradi-
mada de Amazônia Azul – nome dado rar os 100ºC. Apesar de seu protago- síaco e isolado, encontramos plástico
pela Marinha do Brasil. Não é à toa que nismo para a Terra e todos nós, nossos espalhado na praia.
esse termo é usado, pois ambas as áre- oceanos estão sufocados. De acordo Quase 20 anos depois, durante a
as são extremamente ricas em biodiver- com o Programa da Organização das Expedição Oriente, lamentavelmente,
sidade e recursos naturais e, ainda, de- Nações Unidas para o Meio Ambiente, voltamos a ser impactados por situação
sempenham um papel muito importante apoiador global de nossa próxima ex- semelhante. Dessa vez, em West Fayu,
para a vida das espécies – incluindo a pedição, todos os anos, o mar recebe na Micronesia, também localizada no
nossa – e do nosso planeta. oito milhões de toneladas de plástico! Oceano Pacífico. Naquela ilha totalmen-
Se a Amazônia – “Verde” – é conhe- É como se, a cada minuto, um cami- te deserta e inabitada, nos deparamos
cida como um dos pulmões do mundo, a nhão cheio de plástico despejasse to- com muitos resíduos espelhados pelas
Amazônia Azul merece ser reconhecida dos esses resíduos. areias. E novamente constatamos que
como parte do grande pulmão da Terra. Infelizmente, somos testemunhas a grande maioria desse lixo, levado até
Os oceanos são responsáveis pela pro- desse processo de degradação. Em aquele local pelas correntes marítimas,
dução de, pelo menos, 54% do oxigênio 1998, durante a Magalhães Global Ad- era de plásticos descartáveis.
De Recruta a Comandante
Capitão de Corveta (AFN) Braga
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https://twitter.com/ComandanteMb