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Exame físico

O exame físico e a entrevista (anamnese) são partes integrantes do Processo de Enfermagem,


incluídos na etapa de histórico de enfermagem (coleta de dados).

Dados objetivos SINAIS Exame físico

Dados subjetivos SINTOMAS Anamnese

Considerando que o histórico de enfermagem é dinâmico e é norteado pela necessidade do cliente,


apesar da divisão didática, não existe uma ordem de prioridade entre a entrevista e o exame físico, podendo
ser realizados concomitantes, já que são complementares.
Exame físico

Ectoscopia ou
Geral
somatoscopia

Específico Sistemas

Focos da ausculta cardíaca:


Foco aórtico: segundo espaço intercostal direito na linha paraesternal,
Foco pulmonar: segundo espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal Foco aórtico
acessório (ponto de ERB): terceiro espaço intercostal esquerdo na linha paraesternal

Foco tricúspide: base do apêndice xifoide, ligeiramente à esquerda


Foco mitral: quarto ou quinto espaço intercostal esquerdo na
linha hemiclavicular (ictus cordis)

Exame físico geral (somatoscopia ou ectoscopia): avaliação do estado geral, incluindo avaliação
do nível de consciência, fala, altura, peso, biotipo, desenvolvimento sexual, postura, marcha, higiene,
avaliação da pele e outros aspectos.

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Exame físico dos sistemas: neurológico, respiratório, cardiovascular, geniturinário, digestivo, endócrino,
hemolinfopoiético e osteomuscular.

Sequência do exame físico céfalo-caudal

Ações preliminares para um adequado exame físico: local adequado, iluminação adequada, posição
do paciente, instrumentos e aparelhos rotineiros (balança, haste milimetrada para medir a altura, fita métrica,
abaixador de língua, lanterna, martelo de reflexos, estetoscópio, esfigmomanômetro ou aparelho de pressão,
termômetro clínico, diapasão, etc.).

O exame físico deve ser realizado com o paciente despido, sempre expondo as partes no momento
que será examinado. Atenção para preservação de sua intimidade, colocando biombos, cobrindo o paciente
com lençol, entre outros.

Etapas do Exame Físico:


1 Inspeção
A sequência do exame físico deve ser respeitada da forma apresentada, exceto no
2 Palpação exame abdominal quando, para evitar a alteração dos movimentos peristálticos a
ausculta é realizada logo após a inspeção. No exame físico abdominal a sequência
3 Percussão das etapas é: INSPEÇÃO, AUSCULTA, PERCUSSÃO E PALPAÇÃO.
4 Ausculta

Inspeção: É a primeira etapa do exame físico. Começa no primeiro contato com o paciente. Dentre os itens
que devem ser observados no exame inicial estão: postura e estatura, movimentos corporais, nutrição e
padrão de fala (inspeção geral).

Palpação: Através das técnicas de palpação superficial e profunda muitas estruturas do corpo podem ser
avaliadas. É a segunda etapa do exame físico.

Percussão: Traduz a aplicação da força física em som. Consiste em colocar a parede torácica ou
abdominal em vibração ao colidi-la contra um objeto firme. O som produzido reflete a densidade da
estrutura subjacente.

Ausculta: É o ato de ouvir os sons produzidos dentro do corpo, criados por líquidos ou movimento do
ar. Os sons fisiológicos podem ser normais ou patológicos. Quando o abdome é examinado a ausculta
é realizada antes da palpação e percussão, para evitar a alteração de sons intestinais.
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Sons Percussão

Som Intensidade Tom Duração Exemplo


Maciço Mais suave Agudo Muito curta Coxa/fígado/ coração
Submaciço Suave Agudo Curta Fígado
Espaço Traube/
Timpânico Alta Agudo
Intestino/estômago
Ressonância ou claro
Alta Grave Longa Tórax normal
pulmonar
Hipersonaridade Mais alta Mais grave Mais longa Enfisema pulmonar

Alterações de Pele, Mucosa e Fâneros:

Palidez: desaparecimento da cor rósea da pele (vasoconstrição generalizada por estímulos neurogênicos
ou hormonais, anemias).

Vermelhidão ou eritema: exagero da coloração rósea da pele (pacientes febris, exposição solar, estados
policitêmicos ou pletora e afecções que comprometem a pele).

Fenômeno de Raynaud: constrição de pequenas artérias, desencadeando alterações da cor da pele das
extremidades, ora com palidez, ora com cianose. Surge em pacientes hipersensíveis frio ou por estresse
emocional. O fenômeno de Raynaud pode ser primário ou secundário, quando secundário pode ser causado
por inúmeras doenças autoimunes, tais como:

• Esclerose Sistêmica (principal causa)


• Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC);
• Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES);
• Dermatomiosite ou Polimiosite;
• Artrite Reumatoide;
• Síndrome de Sjögren.

fenômeno de Raynaud (AMATO, 2016)

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Cianose: cor azulada da pele.

• Cianose central = face, língua, tórax.


• Cianose periférica ou acrocianose = dedos).

Icterícia: coloração amarelada da pele (uso de certas drogas que impregnam a pele, tais como quinacrina,
uso excessivos de alimentos ricos em caroteno, hepatite infecciosa, lesões obstrutivas das vias biliares extra-
hepáticas e algumas doenças que acompanham a hemólise, tais como anemia falciforme).

Cor Condição Causas Local de avaliação


Azulada (cianose) Aumento da DPOC,ambiente frio Leito ungueal, lábios, boca, pele.
desoxiemoglobina
associada à hipóxia
Pálida Oxiemoglobina diminuída Anemia, choque, Face, conjuntiva, palma da mão.
hipoglicemia
Perda de Condição congênita Vitiligo Áreas disseminadas.
pigmentação

Amarelo- Aumento da bilirrubina Doença hepática, Esclerótica, pele, mucosa oral.


alaranjada tecidual destruição de hemácias
(icterícia)
Avermelhada Vasodilatação, fragilidade Febre, trauma, rubor Sítio do trauma, face
capilar

Equimose: manchas roxas 2-3 cm de diâmetro ocasionadas pela infiltração de sangue no tecido subcutâneo.

Hematoma é semelhante à equimose, porém ocorre um abaulamento devido ao acúmulo de sangue (tumor
de sangue em regra por efeito de traumatismo contuso).

Púrpuras: Manchas de sangue de até 1cm de diâmetro, as manchas menores e puntiformes são conhecidas
como petéquias.

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Anatomia e Histologia da Pele:

camadas histológicas da pele (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013)

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Lesões Elementares:

São modificações do tegumento cutâneo determinadas por processos inflamatórios, degenerativos,


circulatórios, neoplásicos, por transtornos do metabolismo ou por defeito de formação.

Primárias: aparecem sem serem precedidas por outra alteração macroscópica

Secundárias: resultam da evolução de lesões primárias

Classificação de Bechelli e Curban para lesões elementares da pele:


Lesões elementares sem relevo ou espessamento: mancha ou mácula
Lesões elementares sólidas: pápulas, tubérculos, nódulos, urticária, esclerose
Lesões elementares de conteúdo líquido: vesícula, bolha, pústula, abscessos
Soluções de continuidade: erosão, úlcera, fissura, fístulas
Lesões elementares caducas: escama, crosta, escara ou esfacelo
Sequelas: atrofias e cicatriz

Imagem adaptada de: (“ipemedrjdermato”, 2013)

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Telangiectasia ou Aranhas Vasculares são manchas vasculares da pele que se diferenciam das manchas
hemorrágicas por desaparecerem após a digitopressão. Trata-se de dilatações dos vasos terminais muito
comuns nas pernas e coxas, face, mas também podem aparecer no tronco. As aranhas vasculares no
abdome associadas à ascite são sinais de circulação colateral superficial nos pacientes com cirrose hepática.

As Skin Tears constituem-se como lesões advindas de trauma, seja por fricção, contusão ou cisalhamento
da pele. A tensão presente na retração, atrito ou choque entre a pele do indivíduo e a superfície do leito ou
de objetos ao redor pode provocar feridas de espessura parcial ou de espessura total. As topografias
corporais que mais são atingidas pelas Skin Tears são o dorso das mãos, os braços, os cotovelos e as
pernas de pessoas idosas ou muito jovens, como neonatos. A produção de exsudato seroso, especialmente
nas primeiras 24 horas, torna as Skin Tears majoritariamente úmidas.

Sistema de Payne e Martin para Classificação de Skin Tears:


Categoria I: fissura linear sem perda de pele

Categoria II: perda parcial da pele

Categoria III: perda total da pele

Observação: O STAR - Skin Tear Classification System é uma releitura


do instrumento de Payne e Martin.

Feridas
Classificação

Ferimentos incisos – feitos com um instrumento cortante, tal como a incisão cirúrgica com o bisturi;

Ferimentos contusos – provocados por uma força que tipicamente pode ou não “cortar” a pele, porém
determina considerável lesão dos tecidos, com equimose e edema;

Lacerações – feitas por um objeto que faz os tecidos deslizarem e produz margens irregulares; os exemplos
incluem vidro, arame farpado e faca cega;

Ferimentos puntiformes – feitos por um instrumento pontiagudo, tal como furador de gelo, projétil de arma
de fogo e prego.

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Limpo – ferimento asséptico, como na cirurgia, que não atinge os tratos alimentar, respiratório ou
geniturinário;

Limpo-contaminado – uma ferida feita de maneira asséptica, porém que penetra os tratos respiratórios,
alimentar ou geniturinário. Estes ferimentos têm probabilidade algo maior de infectar do que os limpos;

Contaminado – ferimentos expostos a um número excessivo de bactérias. Estes ferimentos podem ser
abertos (por avulsão) ou feitos de maneira acidental, ou podem ser resultado de uma cirurgia na qual ocorrem
falhas importantes nas técnicas assépticas ou derrame grosseiro do conteúdo do tubo digestivo;

Infectado – uma ferida que retém tecido desvitalizado ou que envolve uma infecção ou uma víscera
perfurada no pré-operatório. Estas feridas são deixadas abertas para drenarem.

Processo de Cicatrização:

O processo de cicatrização é fisiológico e engloba a substituição do tecido lesado através da


regeneração e proliferação celular, e produção de colágeno e fibrina. Fases da cicatrização:

- Fase inflamatória (trombocítica e granulocítica- de 1 a 5 dias): primeira resposta orgânica após a


tecidual, envolve processos de coagulação e reação inflamatória local. A fase inflamatória é caracterizada
por aumento da permeabilidade vascular, migração de células para a ferida por quimiotaxia, secreção de
citocinas e fatores de crescimento na ferida, e presença de granulócitos e outras células inflamatórias.

- Fase proliferativa (de 2 a 20 dias): proliferação de fibroblastos com depósito de colágeno, angiogênese,
contração e epitelização. Ocorre a formação do tecido de granulação, que consiste de leito capilar,
fibroblasto, macrófagos e rede de colágeno, fibronectina e ácido hialurônico. A reepitelização de feridas
começa poucas horas após a lesão. Inicialmente, a ferida é rapidamente selada pela formação de coágulos
e, após, por migração de células epiteliais. Queratinócitos localizados na camada basal da epiderme
residual, ou profundamente no epitélio, migram para a superfície da ferida. A epitelização envolve uma
sequência de mudanças nos queratinócitos de feridas: o desapego, a migração, a proliferação, a
diferenciação e a estratificação.

- Fase de maturação (de 21 dias a meses até mesmo anos): reorganização das fibras de colágeno, mitose
e fechamento da ferida por contração das bordas. Nesse processo, os fibroblastos diminuem e a densa rede
de capilares regride. Dentro de 1-6 semanas, a força da ferida aumenta rapidamente e, em seguida, aparece
o platô até um ano após a lesão.

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Formas de cicatrização:

1. Primeira intenção (união primária): as bordas são unidas e fechadas adequadamente com mínimo
trauma e inflamação: suturas cirúrgicas
2. Segunda intenção (granulação): quando ocorre inflamação e as margens não ficam bem
aproximadas, ocorre cicatrização de dentro para fora da ferida através da granulação.
3. terceira intenção (sutura secundária): ocorre quando a ferida profunda não suturada necessita ser
suturada e duas superfícies de granulação são unidas ou quando há deiscência cirúrgica.

Lesão por Pressão:

Lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma
proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou outro artefato. A lesão pode se
apresentar em pele íntegra ou como úlcera aberta e pode ser dolorosa. A lesão ocorre como resultado da
pressão intensa e/ou prolongada em combinação com o cisalhamento. A tolerância do tecido mole à pressão
e ao cisalhamento pode também ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, comorbidades e pela sua
condição.

Pressão Isquemia Lesão celular


Fatores de risco extrínsecos: fricção, cisalhamento e umidade.

Fatores de risco intrínsecos: idade, peso, imobilidade, desnutrição, desidratação, incontinência, uso
de drogas vasoativas

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Classificação dos estágios das úlceras de pressão
National Pressure Ulver Advisory Panel
Estágio Definição Apresentação
O rubor permanece 15 minutos ou
I Eritema em pele íntegra mais após o alívio da pressão. Pode
ser dolorida
Pele hiperemiada com presença de
Perda de fina camada da pele, envolvendo
II bolhas que podem ou não estar
a epiderme e/ou derme
rompidas. É dolorida.
Úlcera superficial com margens bem
Perda significativa da pele, envolvendo
definidas, geralmente com exsudato,
III lesão ou necrose do tecido subcutâneo
podendo estar presente tecido
que pode estender-se até a fascia
necrótico. Geralmente não é dolorida
Perda significativa da pele, com extensa Úlcera profunda, frequentemente com
IV destruição e necrose do tecido celular tecido necrótico, exsudato e infecção.
subcutâneo ou lesão de músculo ou osso Geralmente não é dolorida

Lesão por Pressão Não Classificável: perda da pele em sua espessura total e perda tissular na qual
a extensão do dano não pode ser confirmada porque está encoberta pelo esfacelo ou escara. Ao ser
removido (esfacelo ou escara), aparece uma lesão por pressão em Estágio 3 ou Estágio 4.

Obs.: Escara estável (isto é, seca, aderente, sem eritema ou flutuação) em membro isquêmico ou no
calcâneo não deve ser removida.

Lesão por Pressão Tissular Profunda: Pele intacta ou não, com área localizada e persistente de
descoloração vermelha escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica
que mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. Dor e mudança na
temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração da pele. A descoloração pode
apresentar-se diferente em pessoas com pele de tonalidade mais escura. Essa lesão resulta de pressão
intensa e/ou prolongada e de cisalhamento na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir
rapidamente e revelar a extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido
necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas subjacentes
estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda total de tecido (Lesão por Pressão Não
Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular
Profunda (LPTP) para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou dermatológicas.

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Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico: Essa terminologia descreve a etiologia da
lesão. A lesão por pressão relacionada a dispositivo médico resulta do uso de dispositivos criados e
aplicados para fins diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão resultante geralmente apresenta
o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser categorizada usando o sistema de classificação
de lesões por pressão.

Lesão por Pressão em Membranas Mucosas: A lesão por pressão em membranas mucosas é
encontrada quando há histórico de uso de dispositivos médicos no local do dano. Devido à anatomia
do tecido, essas lesões não podem ser categorizadas.

Cuidados de enfermagem para prevenção:

• Usar posicionadores e protetores (coxins e colchão caixa de ovo ou piramidal);


• Sentar o paciente fora do leito, com frequência, sempre que seu estado permitir;
• Incentivar deambulação precoce;
• Reduzir qualquer pressão sobre pontos do corpo, zelando principalmente pelas proeminências
ósseas;
• Mudar constantemente de posição (2/2h);
• Manter cama limpa, seca, com lençóis bem esticados;
• Zelar pela higiene pessoal;
• Realizar massagem e hidratação com Ácido Graxo Essencial (AGE) ou creme hidratante. NUNCA
MASSAGEAR áreas de hiperemia (LP estágio I).
• Executar movimentos passivos;
• Incentivar dietas hiper proteicas, se não houver restrição.

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Escala de Braden:

É uma escala de avaliação de risco para lesão por pressão. A pontuação gerada pela escala vai de
6-23, a pontuação mais baixa indica uma baixa habilidade funcional, estando, portanto, o paciente em alto
risco para desenvolver a úlcera de pressão.

< 11 pontos 12 a 14 pontos 15 a 16 pontos


risco elevado risco moderado risco mínimo

Percepção 1 2 3 4
sensorial Completamente restrita Muito restrita Discreta limitação Sem restrições
1 2 3 4
Umidade
Umidade constante Úmido Úmido ocasionalmente Raramente úmido
2 3 4
1
Atividade Restrito a Deambula Deambula com
Restrito ao leito
cadeira ocasionalmente frequência
1 2 3 4
Mobilidade
Imóvel completamente Muito restrita Discreta limitação Sem restrições
1 2 3 4
Nutrição
Muito deficiente Inadequada Adequada Excelente
2
Fricção e 1 3 Total:
Problema
cisalhamento Problema Sem problema
potencial

A avaliação do risco deve ser realizada imediatamente quando se admite o paciente, deve ser sempre
combinada com uma avaliação da pele e da sua integridade. No doente hospitalizado deve ser adotado
um procedimento para a reavaliação dentro de 48 horas ou sempre que haja uma alteração
significativa na situação clínica do indivíduo.

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Tratamento de Feridas

A sistematização do tratamento de feridas ocorre por meio de ações simples que visam remover as barreiras
que impedem a cicatrização. Essas barreiras são expressas na palavra TIME, onde cada letra significa uma
barreira a ser removida da lesão.

As letras da sigla TIME referem-se às palavras inglesas tissue (tecido não viável), infection
(infeção/inflamação), moisture (manutenção do meio úmido) e edge (epitelização das bordas da lesão). São
quatro componentes da cicatrização da ferida importantes na preparação do leito e na orientação das
decisões terapêuticas dos profissionais.

Finalidades dos curativos

• Ser impermeável à água, proteger a ferida contra trauma mecânico e infecções, não causar traumas
durante a remoção, permitir a troca de gases;
• Manter o leito úmido e as bordas secas para evitar maceração, remover o excesso de exsudato;
• Remoção de tecidos desvitalizados;
• Diminuir a colonização e infeção da ferida;
• Obliterar as cavidades da ferida;
• Favorecer a epitelização.

Desbridamento ou debridamento é o nome dado ao procedimento de remoção de tecido desvitalizado.


O tecido desvitalizado (necrose) pode ser de dois tipos:

Observação: O termo escara refere-se a uma lesão com placa de necrose de coagulação

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Tipos de Debridamento:

Instrumental conservador: remoção de pequenas áreas de necrose com instrumentais.

Técnica de Square: utilização de lâmina de bisturi para realizar pequenos quadradinhos (2 mm a 0,5 cm)
no tecido necrótico, que posteriormente podem ser delicadamente removidos da ferida, um a um, sem risco
de comprometimento tecidual mais profundo. Esta técnica também pode ser utilizada para facilitar a
penetração de substâncias desbridantes no tecido necrótico.

Cirúrgico: remoção cirúrgica de grandes áreas de necrose

Enzimático: utilização de produtos com enzimas proteolíticas = papaína, colagenase, fibrase (não usar em
tecidos granulados)

Autolítico: utilização de curativos que favoreçam a remoção dos tecidos desvitalizados pelo próprio
organismo = hidrogel, hidrocolóide.

Úlceras vasculogênicas:

As úlceras vasculares ou vasculogênicas podem ocorrer devido à comprometimento circulatório


arterial, venoso ou misto quando a lesão apresenta uma mistura de sinais de obstrução arterial e venosa.

O ITB ou Índice Tornozelo Braquial é um método diagnóstico simples, usado em nível ambulatorial para
avaliar a presença de insuficiência arterial na doença vascular oclusiva periférica (DVOP). Basta aferir a
pressão arterial sistólica no tornozelo e no braço, dividindo o valor encontrado. Ou seja: ITB = PAS
Tornozelo / PAS Braço. O valor normal é de 1-1,3, valores inferiores a 0,9 indicam obstrução arterial no
membro afetado.

Procedimento para avaliação do ITB:

1. Orientar ao paciente sobre o teste


2. Aferir a PAS no braço e posteriormente no tornozelo do paciente
3. Calcular o maior valor da PAS do tornozelo / maior valor de PAS do braço, o valor normal é 1 – 1,3
4. Se o valor for inferior a 0,9 é sugestivo de DVOP

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ÚLCERAS VASCULOGÊNICAS

Características ÚLCERA VENOSA ÚLCERA ARTERIAL

Localização Face medial do 1/3 inferior da perna Face lateral do 1/3 inferior da perna

Bordas Irregulares Regulares

Coloração do Vermelho, área ao redor da lesão


membro acastanhada (dermatite Ocre) Pálido ou cianótico

Edema Sim Não

Temperatura Quente Fria


Exsudação Moderada ou excessive Escassa ou ausente
Pulso Normal ou de amplitude aumentada Diminuído ou ausente

Dor Quando o membro está abaixo do nível do Quando se eleva o membro


coração
ITB >0,9 <0,9
Outros sinais Inflamação e rigidez de panturrilha Claudicação intermitente, queda de pêlos
associados

Imagem

Imagens retiradas de:(MALAGUTTI e KAKIHARA, 2014)

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Sinais de Trombose Sinal de Homans
Venosa Profunda
(TVP):

1- Homans: dor a
dorsiflexão do pé
com compressão
da panturrilha do
lado afetado

sinal de Homans (“HOMAN’S TEST FOR DVT CU”, [S.d.])

Sinal de Bandeira

2- Bandeira:
Redução da
mobilidade da
panturrilha do lado
afetado
(empastamento)

sinal de bandeira (MASSETTI, 2018)

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Tipo de Cobertura Ação Indicação
Papaína Estimula a proliferação celular, desbridamento químico, bacteriostático, bactericida, 2% – em granulação acima de 2% – desbridamento em tecidos
antiinflamatório, aumenta a força tênsil da cicatriz e diminui a formação de necróticos.
queloide.

AGE – Ácidos Promove quimiotaxia e angiogêsese, mantém o meio úmido e acelera a Em granulação, bordas e peri-ferida.
Graxos Essenciais granulação.

Gaze não aderente Mantém o meio úmido e acelera a cicatrização Em granulação e hipergranulação, bordos e peri-ferida.
Alginato de cálcio Hemostasia, mantém o meio úmido, absorve o exsudato e preenche Feridas cavitárias, exsudativas, tecido vinhoso e áreas de exposição óssea.
cavidades.

Alginato com prata Mantém o meio úmido e facilita a cicatrização, é bactericida e apresenta alta Feridas com exsudação abundante com ou sem infecção, feridas cavitárias e
capacidade de absorção, hemostático. feridas sanguinolentas, (queimaduras de 2° grau, úlcera por pressão (UP),
vasculares).

Carvão ativado e prata Mantém o meio úmido, absorve o exsudato e bactericida. Feridas infectadas, fétidas e altamente exsudativas. Não
utilizar em áreas de exposição óssea.

Hidrocolóide Mantém o meio úmido, estimula neoangiogênese e autólise. Feridas limpas, pouco exsudativas e prevenção de UP. Não utilizar como
curativo secundário.

Hidropolímeros com prata Mantém o meio úmido, absorve o exsudato e bactericida. Feridas infectadas, fétidas e altamente exsudativas.

Hidropolímeros sem prata Mantêm o meio úmido ideal para cicatrização, promovem desbridamento autolítico, Feridas exsudativas, limpas, em fase de granulação; feridas superficiais;
removem excesso de exsudato e diminuem odor da ferida. feridas cavitárias.
Hidrofibra com prata Mantém o meio úmido e facilita a cicatrização, é bactericida e apresenta alta Feridas com exsudação abundante com ou sem infecção, feridas cavitárias e
capacidade de absorção. feridas sanguinolentas, (queimaduras de 2° grau, UP, vasculares).

Hidrogel Mantém o meio úmido e é autolítico Desbridamento autolítico e hidratação da ferida.

Filme transparente Permebilidade seletiva Fixação de catéteres vasculares e feridas secas.


Sulfadiazina de prata a 1% Bactericida e bacteriostática Queimaduras. Trocar o curativo a cada 12 horas e fazer cobertura de 5 mm de
creme.
Colagenase Desbridamento enzimático Desbridamento em tecidos necróticos. Degrada fatores de crescimento
importantes no processo cicatricial e receptores de membrana celular.

Quadro 1. Tipos de cobertura, ação e indicação de curativos.

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Avaliação do Tórax:
Para adequada avaliação do tórax, o paciente deverá ser posicionado sentado ou deitado em
decúbito dorsal com a cabeceira do leito elevada. A inspeção do tórax é feita em duas etapas:

Inspeção estática: verificar a forma do tórax anterior e posterior (sem alterações anatômicas ou tórax em
tonel, tórax em funil, tórax em pombo, cifoescoliose torácica). Inspecionar as mamas quanto simetria,
ginecomastia em homens. Presença de cicatriz, lesões, drenos e cateteres (especificar local).

Inspeção dinâmica: avaliar a expansibilidade torácica (normal; diminuída ou assimétrica), abaulamentos,


tiragens e retrações.

Manobras específicas para avaliação do aparelho respiratório:

Manobra Ruault: técnica onde o examinador apoia as mãos sobre o tórax para avaliar a expansibilidade
torácica a partir do movimento gerado pela respiração.

Frêmito tátil: técnica em que o examinador solicita ao paciente para reproduzir um som para avaliar a
vibração gerada pela voz nos diversos campos pulmonares

Percussão: o som normal da percussão pulmonar denomina-se claro pulmonar ou ressonância.

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Timpânico pneumotórax

Derrame
Submaciço pleural
extenso

Pneumonia
Maciço
lobar

Hiperressonante Enfisema

Ausculta Pulmonar:

Focos de ausculta pulmonar (BARROS, 2016)

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Sons NORMAIS da ausculta pulmonar:
Duração
Som Localização normal (insp/exp) Intensidade

Murmúrios Maior parte do pulmão, periferia +++/++ Suave


Vesiculares alveolas

Broncovesicular Região infraclavicular e interscápulo- ++/++ Intermediária


vertebral

Brônquico Área de projeção dos brônquios ++/+++ Alta


principais

Traqueal Área de projeção da traquéia +++/++++ Muito alta

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Principais ruídos adventícios:

Roncos: ruídos inspiratórios e/ou expiratórios rudes, grosseiros, graves e constantes. Indicam inflamação e
secreção em VAS (p. ex. bronquite)

Sibilos: sons musicais contínuos predominantes na expiração causados por broncoespasmo, muito comum
na asma brônquica.

Estertores: sons discretos e descontínuos que indicam a presença de líquido ou exsudato no parênquima
pulmonar e alvéolos. Os estertores podem estar presentes na congestão pulmonar, pneumonia e edema
agudo de pulmão (EAP)

Estridor: som intenso causado pela obstrução alta de via aérea (laríngea/traqueal), podendo ser causado
por situações como laringite, edema de glote e traqueomalácia. É uma condição GRAVE e exige tratamento
emergencial por se tratar de obstrução de VAS.

Atrito pleural: som irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, comparável ao ranger de couro,
audível nas regiões axilares inferiores e bases pulmonares. Sua causa principal é a pleurite, drenos de tórax.

Alterações Respiratórias:

A respiração consiste no ato de inspirar e expirar, promovendo a troca de gases entre o organismo e
o ambiente. É importante observar a frequência, o ritmo e a amplitude da respiração, bem como identificar
a presença de padrões respiratórios anormais. A frequência respiratória varia em função da idade, sua
variação usual declina ao longo da vida, conforme descrito no quadro abaixo:

Idade Frequência Respiratória


Recém-Nascido 30 - 60 irpm
Lactente 30 - 50 irpm
Pré-Escolares 25 - 32 irpm
Criança 20- 30 irpm
Adolescente 16- 19 irpm
Adulto 12 - 20 irpm

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Terminologias Específicas:

• Eupneia: respiração normal.


• Taquipneia: respiração acelerada (>20 rpm)
• Bradpneia: diminuição do número de movimentos respiratórios (<12 rpm)
• Apneia: ausência de movimentos respiratórios.
• Hiperventilação: a frequência e a profundidade da respiração aumentam, está associada à
hipocarbia ou hipocapnia (redução da PaCO2) com alcalose respiratória.
• Hipoventilação: a frequência é lenta e a profundidade está deprimida, geralmente associada à
hipercarbia ou hipercapnia (aumento da PaCO2) com acidose respiratória pela retenção de ácido
carbônico.
• Dispneia: dificuldade ao respirar.
• Dispneia paroxística noturna: dispneia súbita durante o sono.
• Ortopneia: dificuldade para respirar na posição deitada (ICC, EAP).
• Platipneia: dificuldade para respirar na posição ereta (após a pneumectomia).
• Trepopneia: paciente se sente mais confortável para respirar na posição lateral (ICC e derrame
pleural).

Tipos de Respiração:

Cheyne-Stokes: também conhecida como dispneia periódica, é caracterizada por respirações cíclicas com
um aumento progressivo da frequência e da profundidade até atingir uma amplitude máxima, nesse
momento os movimentos começam a diminuir gradativamente, seguido por período variável de apneia. Esse
padrão anormal de respiração é típico nos casos de lesão neurológica, tais como no aumento de PIC, AVC,
meningite, anóxia cerebral, mas também pode ocorrer na ICC grave.

Kussmaul: respiração rápida (acima de 20 irpm), profunda (lembrando suspiros) e regulares, gerando
hipocarbia compensatória nos casos de acidose metabólica, tais como acontecem na insuficiência renal e
na cetoacidose diabética.

Biot: também denominada respiração atáxica, a respiração de Biot é caracterizada por apneia. As
respirações podem ser normais, ou são anormalmente superficiais e irregulares durante 2 ou 3 ciclos,
seguidos por período irregular de apneia. Indicam lesão de centro respiratório no bulbo, geralmente causada
por condições como meningite e hematomas extradurais.

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1 alterações respiratórias (BARROS, 2016)

Aparelho Cardiovascular

A avaliação cardiovascular é dividida em duas partes: central (precórdio) e periférica (extremidades).

Inspeção central: observar o ictus cordis, levantamento sistólico, pulsações supra- esternal e epigástrica,
distensão de jugular.

Inspeção periférica: na avaliação da perfusão periférica observar pele, pelos e unhas dos membros,
sempre comparando os lados homólogos, edema, cianose de extremidades e leito ungueal. Um dos sinais
de doenças cardíacas e respiratórias que causam hipóxia tecidual crônica é o baqueteamento digital.

Palpação central: ictus cordis (localização, intensidade, extensão em polpas digitais).

Palpação periférica: palpam-se todos os pulsos, verifica-se o tempo de preenchimento capilar, temperatura
(com o dorso das mãos, comparando lados homólogos).

O pulso representa a onda de contração e expansão das artérias, resultante dos batimentos cardíacos. A
frequência do pulso varia de acordo com a idade: no recém-nascido são, em média, de 120-160 batimentos

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por minuto, na fase adulta de 60-100 batimentos por minuto. As Artérias mais utilizadas para a verificação
do pulso (ordem céfalo-caudal):

Temporal (acima do pavilhão auricular)


2. Carótida (próximo a laringe)
3. Axilar
4. Braquial (região interna do braço)
5. Radial (parte lateral do punho)
6. Ulnar (parte medial do punho)
7. Femoral (região inguinal)
8. Poplítea (atrás do joelho)
9. Tibial posterior (parte medial do maléolo - tornozelo)
10. Pediosa (dorso do pé)

2 locais de pulso (BARROS, 2016)

Observações importantes:

O local mais fidedigno para palpação do pulso é a região APICAL (ictus cordis) = 4- 5º espaço
intercostal na linha hemiclavicular (abaixo do mamilo). Nessa região o pulso corresponde a frequência
cardíaca, mas se verificado na periferia, o pulso pode ser menor do que a frequência cardíaca (déficit de
pulso);

Para diagnóstico de PCR, o local para palpar o pulso no adulto é a artéria carótida e na criança menor
que 1 ano na artéria braquial. Em algumas arritmias é comum acontecer uma diferença entre o pulso central
(apical) e o periférico (radial). Esta condição chama-se diferença de pulso e deverá ser relatada. Quando
houver alguma alteração, o pulso deverá ser comparado com a artéria homóloga do lado oposto. Não usar
o polegar para verificação do pulso, pois a própria pulsação pode ser confundida com a pulsação do paciente.
Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir os batimentos. Verificar o pulso
durante 1 minuto completo!

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Terminologias Específicas:

Pulso normocárdico: batimento cardíaco normal Taquicardia: aumento da frequência, acima do


valor normal
Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos
são iguais Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do valor
normal
Pulso arrítmico: intervalos entre os batimentos
desiguais Pulso magnus: pulso com boa magnitude ou
amplitude
Taquisfigmia: pulso rápido e filiforme (pulso fino
fraco, quase que imperceptível) Pulso parvus: pulso filiforme ou fino

Bradisfigmia: pulso lento

Taquicardia Bradicardia

Arritmias, estresse, dor, choque, anemia, Bloqueios cardíacos, atletas, hipotermia,


desidratação, exercício, cafeína, drogas hipotireoidismo, uso de medicamentos beta-
simpaticomiméticas (adrenégicas), ICC, bloqueadores (propranolol, atenolol)
hipertermia, hipertireoidismo.

Ausculta Cardíaca:

A ausculta cardíaca é a técnica que objetiva avaliar os eventos fonéticos do ciclo cardíaco tais como
bulhas, sopros e extrassístoles. Para realização da ausculta recomenda-se que o paciente esteja sentado
com o tórax levemente inclinado em direção ao examinador. Quando o paciente não puder adotar esta
posição, pode-se posicionar em decúbito dorsal e depois mudar para decúbito lateral esquerdo com a mão
esquerda sob a cabeça afim de facilitar a ausculta do foco mitral no ictus cordis.

A manobra de valsalva que consiste em soprar contra o dorso da mão, gerando uma resistência e o
aumento da pressão intra-abdominal pode ser realizada para facilitar a ausculta de sopro no paciente com
prolapso de valva mitral.

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O primeiro passo para identificar os focos de ausculta é localizar o ângulo esternal ou ângulo de
Louis, formado pela articulação do manúbrio com o corpo do esterno. Lateralmente ao ângulo de Louis é
possível identificar a segunda costela e, logo abaixo dela, o segundo espaço intercostal.

Eventos fonéticos e sua correlação com o ciclo cardíaco:

B1: Primeira bulha cardíaca que aparece no início da fase sistólica pelo fechamento das valvas
atrioventriculares (mitral e tricúspide). É mais intensa e tem maior duração, auscultada mais facilmente no
foco mitral.

B2: Segunda bulha cardíaca provocada pelo fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) no
início da diástole. Possui um timbre mais agudo, menor duração e pode ter os componentes aórtico e
pulmonar desdobrados no final da inspiração (desdobramento inspiratório ou fisiológico de B2), normalmente
o componente aórtico precede o pulmonar.

B3: Terceira bulha cardíaca que surge na fase inicial da diástole, logo após a B2, que se origina das
vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra no coração
durante a fase de enchimento ventricular rápido. Também conhecida como bulha de galope ventricular, a B3
é habitualmente auscultada em crianças, adolescente, adultos jovens e atletas, mas raramente em idosos.
Quando patológica indica sobrecarga ventricular na fase de enchimento como ocorre nos casos de IAM e
EAP.

B4: Quarta bulha cardíaca, trata-se de um ruído débil gerado pela contração atrial que aparece no final da
diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida em condições normais em crianças e adultos jovens, raramente
em atletas. Também pode ser conhecida como ritmo triplo em galope atrial e a sua presença pode estar
associada a hipertrofia e dilatação ventricular secundárias a HAS, DAC, ICC.

O sopro é um som turbilhonar gerado pela passagem do sangue pelas estruturas do coração, podendo
ocorrer no início (PROTO), meio (MESO), fim (TELE) ou em toda a duração (HOLO ou PAN) de cada uma
das fases do ciclo cardíaco (sístole e diástole):

Sopro MESOsistólico (em ejeção): estenose aórtica e pulmonar

Sopro HOLO ou PANsistólico: insuficiência mitral ou tricúspide

Sopro TELEsistólico (em clic): prolapso mitral

Sopro PROTOdiastólico: insuficiência aórtica

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Sopro MESOdiastólico: estenose mitral

Sopro contínuo (em locomotiva ou maquinaria): PCA

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Aparelho Digestivo:
Divisão abdominal em quadrantes e relação com os órgãos abdominais:

3 regiões anatômicas do abdome (BARROS, 2016)

Para realizar o exame físico abdominal o paciente deverá estar com a bexiga esvaziada e na posição
de decúbito dorsal com os joelhos levemente fletidos. Lembre-se que o exame físico abdominal tem uma
sequência diferente: inspeção, ausculta, percussão e palpação.

Ausculta Abdominal:

Os ruídos intestinais ocorrem em consequência dos movimentos peristálticos e do deslocamento do


ar e líquidos ao longo dos intestinos. A ausculta abdominal tem como finalidade avaliar o peristaltismo e a
presença de ruídos abdominais anormais como sopros nas artérias renais (estenose de artéria renal). Iniciar
a ausculta abdominal pelo quadrante inferior direito, identificando a presença e a qualidade dos ruídos
intestinais, prosseguindo em sentido horário

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Avaliar frequência e intensidade dos ruídos hidroaéreos, os sons tipo gargarejo ou borbulhar são
característicos em uma frequência irregular que pode variar em cinco e trinta e cinco por minutos,
dependendo da fase de digestão em que se encontra o paciente.

Percussão Abdominal:

Em geral, predomina-se os sons timpânicos definidos como sons claros e de timbre baixo devido ao
conteúdo de gás das vísceras ocas do trato gastrointestinal. Esses são encontrados sobre o estomago vazio
e sobre os intestinos.

A macicez e sub-macicez, sons breves, com timbre alto, são percebidos sobre os órgãos sólidos
como o fígado, o baço ou sobre vísceras preenchidas por líquidos ou fezes.

Ao percutir um paciente com abdome distendido, que apresenta hipertimpanismo difuso, deve-se ter
em mente a possibilidade de obstrução intestinal.

Palpação Abdominal

A palpação abdominal é realizada por meio da palpação superficial e profunda que auxiliam na
determinação do tamanho, forma, posição e sensibilidade da maioria dos órgãos abdominais além da
identificação de massas e acúmulo de fluidos. Os quadrantes devem ser palpados em sentido horário
reservando-se para o final do exame aquelas áreas previamente mencionadas como dolorosas ou sensíveis.

Manobras Específicas do Exame Abdominal:

Manobra de Blumberg: dor durante a descompressão brusca no QID no ponto de Mc Burney (entre a
cicatriz umbilical e crista ilíaca direita). É um sinal de irritação peritoneal típico de quadros como apendicite,
colecistite, pancreatite, peritonite.

Sinal de Rovsing: Palpação profunda e continua do QIE que produz dor intensa na fossa ilíaca direita. É
um sinal de apendicite.

Sinal de Murphy: dor à compressão do ponto cístico (ponto médio rebordo costal no hipocôndrio direito)
durante a inspiração. É um sinal de colecistite aguda.

Sinal de Jobert: percussão timpânica ao invés de maciça sobre a área hepática, indica pneumoperitôneo
(ar peritônio) e perfuração intestinal.

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Manobra de Mathiew: técnica de palpação hepática com a mão em garra durante a inspiração profunda.

Manobra de Piparote: onda líquida quando aplicada percussão sobre um dos flancos, indica ascite nos
casos de doença hepática, ICC, hipoalbuminemia.

Aparelho Geniturinário

A posição ideal para exames e procedimentos do trato geniturinário é a posição de litotomia ou


litotômica.

Em geral, as manifestações clínicas de disfunção renal e urinária possuem uma grande associação
com manifestações gastrointestinais como náuseas, vômitos, cólica intestinal e diarreia devido à inervação
comum. A dor da nefrolitíase tipicamente inicia-se na região lombar, se irradia para a parede anterior do
abdome, coxa, órgãos genitais e períneo, concomitantemente o paciente apresenta palidez, sudorese,
taquicardia, hipertensão e manifestações gastrointestinais. Essa dor pode ser avaliada através da Manobra
Giordano, que consiste na percussão dolorosa na região lombar.

O débito urinário varia em função da idade, do sexo, do peso, do clima e da ingesta hídrica, sendo
considerado normal no adulto um volume de aproximadamente 1500ml/dia (1200 a 1800ml/dia) ou 1-
2ml/Kg/h.

Condições Associadas:
Anúria: débito urinário menor que 50ml/dia, condição comum na insuficiência renal ou no choque durante a
fase terminal (refratária).

Oligúria: de acordo com Brunner (2016) representa um débito urinário menor que 400ml/dia ou menor que
0,5ml/Kg/h. Comum na insuficiência renal, hipotensão, desidratação e choque nos estágios compensatórios.

Poliúria: aumento do débito urinário, comum no diabetes insípidus, diabetes melitus, sobrecarga circulatória,
uso de diuréticos.

Polaciúria: aumento da frequência urinária, pode ocorrer por ITU (cistite) e gravidez.

Disúria: dor e desconforto durante a micção, comum na ITU.

Nictúria: aumento do débito urinário durante a noite, comum na ICC e diabetes melitus.

Enurese: perda involuntária de urina durante o sono.

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QUESTÕES:
1. (UNIRIO- 2020- residência) Apendicite é um dos motivos mais comum para cirurgia abdominal de
emergência. Durante o exame físico, deve-se incluir o sinal de
a) Murphy.
b) Psoas.
c) Kernig.
d) Chvostek.
e) Kocher.

2. (UNIRIO- 2020- residência) Os pacientes com insuficiência ventricular esquerda grave podem exibir
uma respiração de Cheyne-Stokes, caracterizado por um padrão de respiração
a) paradoxal.
b) normopneico.
c) rápida que se alterna com apneia.
d) superficial e lenta.
e) de amplitude e frequência respiratória elevadas.

3. (RIOSAÚDE-2020- ENFERMEIRO) Quando o pescoço do paciente está flexionado (após ser


excluído um traumatismo ou lesão cervical), efetua-se a flexão dos joelhos e dos quadris; quando o
membro inferior de um lado é flexionado passivamente e se observa um movimento semelhante no
membro oposto, pode-se dizer que é o sinal positivo de:
a) Trousseau
b) Brudzinski
c) Babinski
d) Kernig

4. (RIOSAÚDE-2020- ENFERMEIRO) O enfermeiro deve reconhecer as alterações nos padrões


respiratórios dos pacientes. A respiração que é anormalmente superficial e se caracteriza por duas
ou três inspirações seguidas de um período irregular de apneia é chamada de:
a) respiração de Kussmaul
b) respiração de Biot
c) hipoventilação
d) bradipneia

5. (RESIDÊNCIA ENFERMAGEM- UERJ- 2019) Ao aferir os sinais vitais, é necessário verificar o(a):

a) frequência respiratória, evitando que o paciente tenha consciência do procedimento


b) pulso, por um minuto, por meio da palpação de uma veia, geralmente a radial
c) pressão arterial, dispensando a avaliação do tamanho do manguito
d) temperatura oral, posicionando o termômetro sobre a língua

6. (RESIDÊNCIA ENFERMAGEM- UERJ- 2019) A pericardite é uma inflamação do pericárdio que


pode ocorrer no período entre 10 a 60 dias após um infarto agudo do miocárdio (IAM). Assim, ao
realizar a ausculta cardíaca de um paciente que desenvolveu IAM, o enfermeiro deve estar atento ao
sinal mais característico dessa patologia, a fim de identificar:

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a) aparecimento de B4
b) aparecimento de B3
c) sopro
d) atrito

7. (PREFEITURA MUNICIPAL DE JAICÓS ESTADO DO PIAUÍ- MOREIRA-2019) A cicatrização faz


parte de um processo fisiológico, dinâmico e complexo, que ocorre em sequência e sobreposição,
com o objetivo de corrigir o defeito e restaurar a superfície da pele. Ela acontece através de uma
relação de eventos celulares e moleculares, de forma coordenada, que interagem para que o tecido
seja reconstituído. Marque a alternativa que apresenta a fase do processo cicatricial em que ocorre
a angiogênese epitelização:
a) Fase inicial ou de primeira intenção
b) Fase inflamatória;
c) Fase de apoptose;
d) Fase de maturação ou remodelagem;
e) Fase proliferativa ou de granulação;

8. (Machado de Assis- Maranhão-2019) Os sinais vitais, como o próprio nome diz, servem para
identificar o funcionamento normal do corpo humano ou para alertar sobre qualquer alteração de
saúde. Os sinais vitais básicos são, EXCETO:
a) Temperatura.
b) Pressão arterial.
c) Pulso.
d) Alterações sensoriais.

9. (Machado de Assis- Maranhão-2019) Acerca dos sinais vitais do corpo humano, analise as
afirmações abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:
a) A avaliação dos sinais vitais permite identificar necessidades básicas dos pacientes, é uma maneira
rápida e eficiente.
b) O ser humano é mantido em uma temperatura constante em torno de 37ºC, sendo que as
extremidades do corpo podem se apresentar em menor temperatura. Os limites
c) de temperatura em que o metabolismo pode apresentar falhas são de menos que 10ºC e maior que
51ºC.
d) A aferição da pressão arterial deve ser realizada na posição sentada, com o braço repousado sobre
uma superfície firme.
e) Antes de aferir a pressão arterial do paciente, o profissional deve certificar-se de que o paciente não
está com a bexiga cheia, não praticou exercícios físicos e não ingeriu bebidas alcoólicas, café,
alimentos ou fumou até 30 minutos antes da medida.

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10. (BANCA OBJETIVA- PRADO/RS-2019) O ritmo respiratório refere-se à sequência, à forma e à
amplitude das incursões respiratórias, que devem ser observadas por determinado tempo. As
alterações nesse evento levam a ritmos respiratórios anormais. Numerar a 2ª coluna de acordo com
a 1ª e, após, assinalar a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
(1)

(2)

(3)

() Kussmaul. () Taquipneia. () Cheyne-stokes.


a) 3 - 1 - 2.
b) 2 - 1 - 3.
c) 2 - 3 - 1.
d) 3 - 2 - 1.
e) 1 - 2 - 3.

11. (UEPB- ENFERMEIRO-2019) Em relação ao Estadiamento de Lesões Por Pressão, leia os itens
abaixo.
I- Estágio I – a pele está intacta, com rubor não branqueável, numa área localizada,
normalmente sobre uma proeminência óssea.
II- Estágio II – é caracterizado pela perda total da espessura da pele, o tecido adiposo
subcutâneo pode ser visível, mas não estão expostos os ossos, tendões ou músculos.
III- Estágio III – é caracterizado pela perda parcial da espessura da pele que se apresenta como
uma ferida superficial (rasa) com leito vermelho – rosa sem esfacelo, apresentando flictena
fechada ou aberta.
IV- São citados de acordo com Protocolo para UPP três tipos de estadiamento para as úlceras e
um deles discorre sobre o cisalhamento
e confinamento do indivíduo ao leito.

Marque a alternativa CORRETA que cita a(s) proposição(ões) acerca do Estadiamento de


Lesões por Pressão, de acordo com protocolos do Ministério da Saúde (2016).
a) II e IV.
b) IV.
c) II.
d) I e III.
e) I.

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12. (EBSERH- VUNESP- 2020- UBERLÂNDIA) Considere a figura a seguir, na qual estão apresentados
os focos de ausculta cardíaca. Ao realizar a ausculta cardíaca em um adulto, o enfermeiro ouvirá
com maior nitidez os sons que compõem a primeira bulha cardíaca (B1), posicionando o diafragma
do estetoscópio sobre os pontos

A) A e C.
B) B e C.
C) B e D.
D) C e D.
E) A e B.

13. (BANCA UFPE- ENFERMEIRO 2019) A Avaliação dos Sinais Vitais (SSVV) é parte essencial no
processo do exame físico. Os achados ajudam a identificar sistemas específicos que precisam de
investigação mais completa. Acerca dos SSVV, é correto afirmar que:
A) A via retal, para mensuração da temperatura, está contraindicada em crianças pequenas e adultos
confusos ou inconscientes. Esse método pode ser usado em pessoas com cirurgia retal, diarreia,
Abcessos ou neutropênicas.
B) A bradicardia é a frequência cardíaca de < 85 bat/min. Medicamentos como betabloqueadores e
digitálicos aumentam a frequência cardíaca.
C) Baixos níveis de o2 arterial fornecem estímulos que permitem que um paciente respire; a
administração de concentrações elevadas de oxigênio será fatal para pacientes com doença
pulmonar crônica.
D) A respiração de Kussmaul é anormalmente superficial; para dois ou três movimentos respiratórios
segue um período irregular de apneia.
E) O volume de sangue contido no sistema arterial interfere de maneira direta e significativa nos níveis
de pressão sistólica e diastólica. Ao reduzir a volemia, observa-se uma elevação significativa da
pressão arterial.

14. (FUNDAÇÃO SAÚDE- ENFERMEIRO-2020) A ausculta cardíaca faz parte do exame físico do
coração, sendo uma importante fonte de informação para o seu estudo clínico. Através dela é
possível detectar as bulhas cardíacas, ritmo e frequência, cliques ou estalidos, sopros, ruídos de
pericardite e atrito pericárdico. Dentre os principais focos de ausculta cardíaca está o foco aórtico
que se localiza no:
A) 2º espaço intercostal à direita.
B) 5º espaço intercostal à direita.
C) 2º espaço intercostal à esquerda.
D) 4º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno.

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15. (FUNDAÇÃO SAÚDE- TECNICO DE ENFERMAGEM- 2020) As úlceras de pressão indicam a
qualidade da assistência à saúde e a enfermagem desempenha um papel importante para prevenção
e tratamento dessas complicações. A utilização de índices dessas lesões tem sido associada a um
cuidado de enfermagem de qualidade. (Medeiros e Guedes, 2017.)

É correto afirmar que as úlceras de pressão são causadas:


A) Por micro-organismos que induzem a inflamação tecidual.
B) Por excesso de calor que causa a lesão tecidual e que destrói as proteínas das células epiteliais.
C) Pela falta de uso de pomadas utilizadas para a prevenção
D) como a papaína e os ácidos graxos essenciais.
E) Pela deficiência crônica de fluxo de sangue em uma determinada região do tecido mole devido à
sua compressão.

16. (BANCA CRESCER- ENFERMEIRO 2019) Diferentemente de boa parte das alterações de pele, a
lesão por pressão tem sido alvo de grande preocupação para os serviços de saúde, pois a sua
ocorrência causa impacto tanto para os pacientes e seus familiares, quanto para o próprio sistema
de saúde, com o prolongamento de internações, riscos de infecção e outros agravos evitáveis.
(Anvisa, 2014)
Sobre o assunto, é correto afirmar que:

A) A pele seca parece ser um fator de risco importante e independente no desenvolvimento


de úlceras por pressão. Deve-se utilizar hidratantes na pele seca e em áreas ressecadas,
principalmente após banho, pelo menos 1 vez ao dia.
B) A ocorrência de Lesão por Pressão Estágio 2 é considerada como um “never events”.
C) A escala de Morse é a ferramenta mais amplamente utilizada para avaliação do risco de
desenvolvimento de lesão por pressão.
D) Edema e maior fluxo sanguíneo cutâneo geralmente acompanham os déficits nutricionais
e hídricos, resultando em lesões isquêmicas que contribuem para as lesões na pele.

17. (BANCA CRESCER- ENFERMEIRO 2019) Como indicadores do estado de saúde, os sinais vitais
indicam a eficiência das funções circulatória, respiratória, neural e endócrina do corpo. Em relação
aos sinais vitais, é incorreto afirmar que:

A) A alteração mais comum da pressão arterial é a hipertensão, que muitas vezes é assintomática,
sendo a principal fator por trás das mortes por acidente vascular encefálico e é um fator contribuinte
para o infarto agudo do miocárdio
B) Hipertermia é uma temperatura corporal elevada relacionada com a incapacidade do organismo de
promover perda de calor ou de reduzir sua produção.
C) Na respiração de Kussmaul a frequência e a profundidade respiratórias são irregulares,
caracterizadas pelas alternações de períodos de apneia e hiperventilação.
D) O ritmo respiratório de Cheyne-Stokes se caracteriza por incursões respiratórias cíclicas que se
aprofundam até atingirem uma amplitude máxima; em seguida, os movimentos diminuem
gradativamente, podendo chegar à apneia.

18. (2019- COTEC- ENFERMEIRO) Durante o exame físico, o enfermeiro utiliza alguns testes para fazer
a avaliação do paciente. Existe um teste que é indicado para avaliação de irritação meníngea, por
exemplo, nos casos de meningite. O sinal é observado quando o paciente passa da posição deitada
para sentada. O paciente faz a flexão das coxas sobre a bacia, assim como das pernas sobre as
coxas, e toda tentativa de extensão das pernas é impossível e muito dolorosa. Esse teste é o(a):

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A) Teste de Lasegue.
B) Prova de Lewinson.
C) Sinal de Kernig.
D) Teste de Romberg.

19. (2019-IF-TO-Enfermeiro) Leia a situação hipotética a seguir: R.S.G, 19 anos, sexo masculino, chega
à unidade de pronto atendimento referindo mal-estar, perda de apetite, vômitos e dor abdominal em
região periumbilical, iniciada há 24 horas. Na consulta com o enfermeiro, este, ao examinar seu
cliente, realiza a palpação do quadrante inferior esquerdo do abdômen do cliente que resultou em
dor no quadrante inferior direito. Analise as afirmativas a seguir:

I. Na palpação abdominal, o enfermeiro pesquisou o sinal de Rosving, que sugere a hipótese


de inflamação peritoneal por apendicite aguda.
II. Após terminar o exame físico, a próxima fase do processo de enfermagem é o planejamento
de enfermagem.
III. Na semiologia abdominal, o enfermeiro deverá, sequencialmente, realizar: inspeção,
ausculta, palpação e percussão.
IV. Algumas intervenções de enfermagem para este caso são aliviar a dor, monitorar sinais vitais,
controlar náuseas e vômitos e monitorar balanço hídrico.
V. Considerando a possibilidade de ser um caso de apendicite, o enfermeiro deverá providenciar
o material para realizar enema, iniciando a preparação pré-operatória, antes de o cliente ser
encaminhado para unidade hospitalar.
Das afirmativas anteriores:
A) Apenas I e IV estão corretas.
B) Apenas II, III, e V estão corretas.
C) Apenas I, II, III e IV estão corretas.
D) Apenas IV e V estão corretas.
E) Todas estão corretas.

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20. (2018- VUNESP- Enfermeiro) Durante o exame físico, ao realizar a avaliação do aparelho
respiratório, o enfermeiro pode constatar a presença de ruídos adventícios. Observe o quadro a
seguir e relacione as duas colunas de modo a tornar verdadeira a associação entre o tipo de ruído
adventício e suas características.
Tipo de Ruído Adventício

a Roncos I Respirações ruidosas devido à obstrução no nível da


laringe/ou da traqueia, percebidas mais marcadamente
na fase inspiratória
b Sibilos .II Ruídos musicais ou sussurrantes, decorrentes da
passagem do ar por vias estreitadas. São auscultados
tanto na inspiração quanto na expiração
c Cornagem III Ocorre(m) em consequência da passagem do ar por
estreitos canais repletos de líquidos/secreções. Tendem
a ser auscultados durante a inspiração e a expiração,
podendo desaparecer com a tosse
d Creptações IV Audíveis quando ocorre abertura súbita das pequenas
vias aéreas contendo pequena quantidade de líquido.
Podem ser auscultados durante a inspiração e a
expiração e, em geral, não desaparecem com tosse ou
mudança de posição

Assinale a alternativa que apresenta a associação correta.


A) a – I; b – II; c – III; d – IV.
B) a – IV; b – II; c – III; d – I.
C) a – IV; b – I; c – II; d – III.
D) a – III; b – II; c – I; d – IV.
E) a – II; b – I; c – III; d – IV.

21. (2019 -PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO- ENFERMEIRO) O enfermeiro, ao realizar o exame


físico, avalia lesões primárias na pele do paciente, onde se observa área superficial ligeiramente
irregular e relativamente transitória de edema cutâneo localizado. Essa lesão é do tipo:
A) mácula
B) vergão
C) vesícula
D) pápula

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22. (2019-FUNDATEC- TÉCNICO EM ENFERMAGEM) A avaliação pupilar e reflexo fotomotor é uma
ferramenta importante para detectar assimetrias que também indicam alterações neurológicas.
Nesse sentido, analise as seguintes assertivas:
I. Pupilas midriáticas: pupilas de tamanhos iguais, porém encontram-se dilatadas.
II. Pupilas isocóricas: pupilas de tamanhos iguais, porém encontram-se contraídas.
III. Pupilas disocóricas: pupilas do mesmo tamanho.
IV. Pupilas anisocóricas: pupilas de tamanhos diferentes, ideal identificar qual é maior e qual é a menor.

Quais estão corretas?


A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas I e II.
D) Apenas I e IV.
E) Apenas III e IV.

23. (2018-VUNESP-TECNICO EM ENFERMAGEM)O exame físico geral consiste no exame externo do


paciente, incluindo as condições globais, como estado geral, estado mental, tipo morfológico, dados
antropométricos, postura, locomoção, expressão facial (fácies), sinais vitais, pele, mucosas e anexos.
São considerados como cuidados, no preparo do paciente para a medida da pressão arterial,
EXCETO:

A) Explicar o procedimento ao paciente.


B) Orientar o paciente que precisa está com a bexiga cheia para a aferição.
C) Solicitar que o paciente não fale durante a medida.
D) Orientar o paciente a manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira
e relaxado, no momento da aferição.
E) Posicionar o braço na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo
ligeiramente fletido.

24. (2018- FUNDEP – Enfermeiro) Sobre a realização de exame físico, assinale a alternativa correta.

A) À ausculta pulmonar, os ruídos adventícios denominados estertores referem-se ao som do ar


passando por estruturas estreitadas.
B) A frequência respiratória normal para um adulto em estado de repouso é de 16 a 20 movimentos por
minuto, sendo que a do homem é mais abdominal que a da mulher.
C) Para verificação da temperatura axilar, devem ser desconsiderados ambiente, horário do dia, idade
e prática de exercício físico.
D) O exame físico do abdome envolve inspeção, seguida de palpação e ausculta.

25. (2019-COSEAC-UFF- Enfermeiro) A ferramenta mais utilizada para avaliação de risco de


desenvolvimento de úlcera por pressão, a qual caracteriza o paciente em risco baixo, moderado, alto
ou muito alto, é o(a):

A) escore de Framingham.
B) escala de Braden.
C) ferramenta de Huap.
D) tabela de Glasgow.
E) escala de Fugulin.

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26. (2019 -CESGRANRIO- Enfermeiro) O procedimento de curativo tem como objetivo principal
promover a cicatrização. Nessa perspectiva, os princípios do curativo ideal para promoção do
processo cicatricial são:

A) preservar exsudação, evitar trocas térmicas e ser impermeável a bactérias.


B) ser estéril, impedir trocas gasosas e manter o meio relativamente úmido.
C) evitar o isolamento térmico, ser impermeável a bactérias e manter o meio seco.
D) manter elevada umidade, remover o excesso de exsudação e fornecer isolamento térmico.
E) manter o meio seco, impedir trocas gasosas e ser isento de partículas.

27. (2018- COMPERVE- Enfermeiro) Um homem de 27 anos de idade foi admitido em hospital para
tratamento clínico. No exame físico desse paciente, a enfermeira visualizou duas lesões de pele: uma
sólida, circunscrita, palpável, menor que 1 centímetro, e a outra de solução de continuidade,
caracterizada por uma “rachadura”, linear e estreita. Essas lesões são, respectivamente,

A) fístula e escama.
B) atrofia e pústula.
C) pápula e fissura.
D) tubérculo e úlcera.

28. (2018-IBFC- Enfermeiro) De acordo com tipo de coberturas, ação e indicação de curativos, analise
as afirmativas abaixo, dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F) e assinale a alternativa que apresenta
a sequência correta de cima para baixo.
( ) O Alginato de Cálcio atua na hemostasia, mantém o meio úmido, absorve o exsudato e preenche as
cavidades. Tem indicação para feridas cavitárias e áreas de exposição óssea.
( ) O hidrocolóide possui ação bacteriostática, mantém o meio úmido e absorve o exsudato. É indicado
para feridas limpas, prevenção de lesões por pressão e utilizado como curativos secundários
( ) A colagenase promove o desbridamento enzimático. É indicada para desbridamento de tecidos
necróticos.
( ) O carvão ativado é bactericida, mantém o meio seco e absorve o exsudato. É indicado para feridas
infectadas, com ou sem exsudato, podendo ser utilizada em áreas de exposição óssea.

A) A V,V,V,V
B) B F,V,F,F
C) C V,F,V,F
D) D F,V,V,V

29. (2018- TJ-SC–ENFERMEIRO) Ao realizar a ausculta pulmonar em uma criança, o enfermeiro


observou a presença de sons contínuos, de alta tonalidade, semelhantes a um assobio, ouvidos
durante a inspiração e a expiração, e que desapareciam com a tosse. O tipo de som e uma possível
causa são, respectivamente:

A) sibilos – pneumonia;
B) estertores rudes – bronquite;
C) sibilos – broncoespasmo;
D) estertores finos – asma;

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E) atrito pleural – secreções.

30. (2018- FEPESE- ENFERMEIRO) Em todos os níveis de atenção é necessário que o enfermeiro tenha
conhecimentos para realizar avaliação e implementação de cuidados com pacientes com diversos
tipos de feridas.
Acerca da avaliação e dos cuidados com as feridas, é correto afirmar:

A) O tecido de granulação apresenta cor preta ou marrom. Caso exista infecção associada à coloração,
pode manifestar-se por rosa pálido ou vermelho escuro.
B) O esfacelo é um tecido que apresenta cor esverdeada, que associa necrose e processo infeccioso
do leito da ferida.
C) O tecido necrosado pode ser identificado por apresentar tecido vermelho brilhante, sendo resultante
do excesso de suprimento sanguíneo no tecido.
D) Dentre os fatores de risco intrínsecos para o desenvolvimento de lesões de pele em idosos podemos
citar os extremos de idade, imobilidade (cadeirante/acamado), dificuldade de locomoção,
desequilíbrio, ingestão nutricional inadequada e hemiplegia/paraplegia.
E) Um ambiente adequado para a recuperação de uma ferida precisa conter área sem umidade, uma
vez que a mesma dificulta o surgimento do tecido de granulação.

31. (2019-COMPERVE -Técnico em Enfermagem) Um adulto jovem de 30 anos de idade sofreu uma
lesão na panturrilha esquerda e está sendo acompanhado na unidade básica de saúde há duas
semanas. A ferida apresenta perda tecidual completa, sem aproximação das bordas, com demora no
tempo de formação de tecido de granulação no espaço morto e sinais de infecção. Na anotação de
enfermagem, o profissional irá relatar que a ferida apresenta cicatrização por

A) Deiscência
B) Primeira intenção.
C) Segunda intenção.
D) Evisceração

32. (2017-NUCEPE- Enfermeiro) O Curativo é o tratamento utilizado para promover a cicatrização de


ferida, proporcionando um meio adequado para este processo. Sua escolha dependerá do tipo e
condições clínicas da ferida. O curativo que utiliza polímeros com 90 a 95% de conteúdo de água,
ideais para desbridamento autolítico e apropriado para feridas superficiais com débito seroso
elevado, como abrasões, locais de enxerto cutâneo e úlceras venosas com drenagem, é o de:

A) Hidrogéis.
B) Hidrocolóides.
C) Espuma.
D) Alginatos de cálcio.
E) Alginatos de sódio.

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33. (2019-VUNESP-Enfermeiro Judiciário) E.O., 33 anos, sexo masculino, com história de asma,
compareceu ao ambulatório da empresa queixando-se de dificuldade para respirar. O enfermeiro
observou que, para se comunicar, o funcionário demonstrava incapacidade de falar mais de algumas
palavras antes de parar para respirar. Ao exame físico, o enfermeiro constatou que E.O. apresentava,
entre outros sinais, dispneia e retração subcostal moderadas, frequência respiratória aumentada,
frequência cardíaca = 112 batimentos por minuto. Considerando tratar-se de uma crise de asma, o
enfermeiro solicitou a presença do médico, para avaliação clínica e tratamento, enquanto prestava
os cuidados de enfermagem iniciais adequados para o caso.
Nesse caso, ao realizar a ausculta pulmonar de E.O., o enfermeiro deve constatar a presença
de

A) roncos.
B) sibilos.
C) maciez, em base.
D) submaciez, em ápice.
E) murmúrio vesicular aumentado.

34. (2019 - Prefeitura de Rio de Janeiro - RJ – Enfermeiro) O abdome é a região do tronco


compreendida entre o diafragma, o músculo que o separa do tórax e a pelve. Para um exame
sistematizado do abdome, utilizam-se técnicas instrumentais, obedecendo à sequência:

A) palpação, percussão, ausculta e inspeção


B) percussão, palpação, inspeção e ausculta
C) inspeção, ausculta, percussão e palpação
D) ausculta, inspeção, palpação e percussão

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GABARITO
1- B 13-C 25-B
2- C 14-A 26-D
3- B 15-E 27-C
4- B 16-A 28-C
5- A 17-C 29-C
6- D 18-C 30-D
7- E 19-A 31-C
8- D 20-D 32-A
9- B 21-B 33-B
10- B 22-D 34-C
11- E 23-B
12- D 24-B

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Referências de imagem
AMATO, Alexandre. Fenômeno de Raynaud. Disponível em: <https://vascular.pro/artigo-
vascular/fenomeno-raynaud>. Acesso em: 22 jan 2020.

BARROS, Alba Botura. Anamnese e exame físico: avalição diagnóstica de enfermagem no adulto. 3a
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JUNQUEIRA, L.C e CARNEIRO, José. Histologia básica. 12. ed. Rio de: Guanabara Koogan, 2013.

MALAGUTTI, William e KAKIHARA, Cristiano Tárzia. Curativos, estomias e dermatologia: uma


abordagem multiprofissional. 3. ed. São Paulo: Martinari, 2014.

MASSETTI, Thaís. Sobre trombose. Disponível em: <http://www.sobretrombose.com.br/tvp-quem-corre-


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