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ANOTAÇÕES

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“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 2


Introdução à Semiologia Médica

Anamnese – Roteiro
1. Identificação: 4. História Patológica 6. História Fisiológica e
Pregressa Social
Nome Completo, Sexo, Idade,
Raça, Estado Civil, Local de Acontecimentos prévios Hábitos e Vícios (Tabagismo,
Nascimento e locais onde importantes para o etilismo, drogas, atividade
morou, Profissão e Religião. diagnóstico e o tratamento da física, alimentação),
moléstia atual e para o condições de moradia,
2. Queixa Principal médico ter uma visão global condições sócio-econômicas,
de seu paciente. DM, HAS, condições culturais, vida
Motivo ou problema que fez o
paciente procurar o médico. outras doenças; diagnósticos conjugal.
prévios, traumatismos,
cirurgias, internações, 7. Anamnese dirigida
3. História da Doença Atual
medicações, alergias, (Interrogatório dos
Cronologia. Início do sintoma, imunizações. diversos sistemas)
Fatores desencadeantes,
Duração, Intensidade, 5. História Patológica Perguntas sobre sintomas
Familiar específicos ligados aos
Periodo, Fatores
acompanhantes ou condições diversos aparelhos, sistemas
clínicas associadas, Fatores Estado de saúde ou causa de e regiões do corpo.
de melhora ou piora, Períodos morte dos avós, pais, tios,
irmãos e filhos, e a idade que
de semelhança e
dissemelhança, Repercussão tinhamquando morreram.
em outros sistemas, nas Pesquisar especialmente
condições psicológicas do sobre doenças
paciente e na sua vida como cardiovasculares, diabetes,
hipertensão arterial, doenças
um todo, Tratamentos já
realizados e seus resultados. hematológicas,
hipercolesterolemia, câncer e
tuberculose.

 Exame Físico
Sinais Vitais: Pressão Arterial, Frequência Cardíaca, Frequência Respiratória
e Temperatura.

 Estado Geral:
- Aspecto geral;

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- Atitude (“fáscies”);
- Estado nutricional;
- Nível de consciência, atenção, orientação, memória;
- Cálculo do IMC;
- Presença de palidez de mucosas;
- Presença de icterícia;
- Presença de cianose;
- Estado de hidratação;
- Palpação de linfonodos;

 Ao examinar cada região do corpo deve-se realizar:


- Inspeção
- Percussão
- Palpação
- Ausculta

E lembrar sempre de posicionar-se a direita do paciente. OBS: Cuidado com


os leitos encostados na parede. Alguns não são posicionados corretamente, e a
execução de qualquer manobra ou exame físico do lado esquerdo do paciente por
desatenção do examinador, será considerado ERRADO.

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Semiologia de
Cabeça e Pescoço
Semiologia de Cabeça e Pescoço

1) Exame dos Linfonodos


2) Exame da Tireoide
3) Sinal de Pemberton
4) Sinal de Chvostek

 Exame dos linfonodos superficiais


- Inspeção
- Palpação
 Características:
o Localização
o Tamanho
o Coalescência
o Consistência
o Mobilidade
o Sensibilidade
o Alterações da pele

Cadeias de linfonodos: Occiptais; Auriculares Anteriores; Auriculares


Posteriores; Amigdalianos; Submandibulares; Submentonianos; Cervicais
Anteriores; Cervicais Posteriores e Supraclaviculares.

Semiotécnica da Palpação: A palpação é realizada com as polpas digitais e


a face ventral dos dedos médio, indicador e anular (3 dedos); no caso da região

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cervical, ajusta-se a cabeça em uma posição que relaxe os músculos do pescoço,
fletindo-se levemente o pescoço e inclinando-se ligeiramente a cabeça para o lado
que deseja examinar.

 Cadeias ganglionares e drenagem linfática

 Exame de tireóide
- Inspeção
- Palpação
- Ausculta
 Características:
o Volume
o Consistência
o Mobilidade
o Superfície
o Sensibilidade
o Alterações da pele
o Sopros

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o Frêmitos

Semiotécnica da palpação da tireóide


Para a palpação da tireóide usam-se três manobras:
 Paciente sentado e examinador atrás dele (abordagem posterior): As
mãos e os dedos rodeiam o pescoço, com os polegares fixos na nuca e
as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha
mediana. O lobo direito é palpado pelos dedos da mão esquerda,
enquanto os dedos da outra mão afastam o esternocleidomastóideo.
Para o lobo esquerdo, as coisas se invertem.

 Paciente sentado ou de pé e o examinador sentado ou de pé, postado


à frente (abordagem anterior). São os polegares que palpam a
glândula, enquanto os outros dedos apóiam-se nas regiões
supraclaviculares.

 Mesma posição da abordagem anterior, fazendo a palpação de toda a


área da tireode. A flexão do pescoço, ou a rotação discreta do pescoço
para um lado ou para o outro, provoca relaxamento do músculo
esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da tireóide.

 Sinal de Pembertom
Surge quando elevamos os braços do paciente acima da cabeça, manobra
esta que pode fazer com que o paciente fique dispneico, apresente estridor, as veias
do pescoço se distendam e haja pletora facial.

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 Sinal de Chvostek
Consiste na presença de espasmos dos músculos faciais em resposta à
percussão do nervo facial na região zigomática.
É um dos sinais de tetania observados na hipocalcemia.

 CASOS CLÍNICOS
**Gabaritos ao final do módulo.

CASO 1
AMG, 45 anos, mulher, natural e residente em Araguaína. Queixa-se de “fraqueza”,
“ter engordado”, “pensamento lento” e “intestino preso”. À ectoscopia apresenta:
Pele seca e áspera, cabelos e unhas opacos, madarose e edema periférico.
 Qual o provável diagnóstico clínico? E o etiológico?
R:__________________________________________________________________
 Qual exame semiológico deve ser realizado na paciente?
R:__________________________________________________________________

CASO 2
BLB, 29 anos, mulher. QP: “incômodo nos olhos”.HDA: Paciente relata que há 3
meses vem apresentando irritação nos olhos – sensação de areia nos olhos, que
vem piora progressivamente, concomitante com protusão do globo ocular. Relata
também tremores nas mãos, intolerância ao calor, nervosismo, perda de peso,
palpitação, aumento do apetite e hiperdefecação. Ectoscopia: presença de
Exoftalmia, com retração da pálpebra superior. Vitiligo em região do cotovelo
esquerdo e mão direita.
 Qual diagnóstico provável?
R:__________________________________________________________________
 Qual exame semiológio deve ser realizado? O que se espera
encontrar?
R:__________________________________________________________________
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CASO 3
G.M.N.B., 6 anos, homem. QP: “dor de garganta” HDA: Mãe relata que paciente há
2 dias iniciou um quadro de odinofagia acompanhada de febre alta, não medida,

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com astenia e mialgia. Ontem apresentou linfonodomegalia dolorosa cervical, com
presença de 4 nódulos no pescoço (SIC).
 Qual diagnóstico provável?
R:__________________________________________________________________
 Qual o exame semiológico necessário para avaliação do caso? O que
se espera encontrar de acordo com o diagnóstico?
R:__________________________________________________________________
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CASO 4
AAC, 72 anos, homem, agricultor. QP: “Inchaço e dor na barriga”. HDA: Paciente
relata sensação de desconforto abdominal da região supra-umbilical, que se piora
após refeições, com sensação de plenitude, sem fatores de alívio, há
aproximadamente 6 meses. Como conseqüência dessa condição, relata perda do
apetite durante as refeições, e emagrecimento de 10 kg nos últimos 4 meses.
Concomitante a isso queixa de dor na região gástrica, náuseas e azia com
frequência. Há dois meses, apresentou nódulo na região supra-clavicular esquerda
que aumentou rapidamente de tamanho, duro e indolor. HPP: Gastrite. HPF: Pai
morreu de câncer (não sabe especificar). HFS: tabagista e etilista desde os 13 A.
Não possui geladeira para conservação de alimentos, realiza conserva com adição
de sal. Relata alto consumo de carnes, e alimentação pobre em frutas, verduras e
legumes.
 Qual diagnóstico provável?
R:_________________________________________________________________
 Qual exame deve ser realizado? Qual o nome do achado sugestivo do
diagnóstico?
R:__________________________________________________________________
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CASO 5
JGA, 15 anos, masculino, estudante. QP: Tremores. HDA: Paciente relata que há 1
mês vem apresentando tremores no corpo, com episódios de parestesia de
membros superiores e inferiores. Relata também irritabilidade. Ao ser indagado

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sobre exposição ao sol, refere ficar exposto por menos de 30 minutos ao dia, pois
trabalha e estuda o dia inteiro.
 Pensando em hipocalcemia, qual o sinal deve ser procurado a fim de
solidificar seu raciocínio clínico?
R:__________________________________________________________________

GABARITO:
1- A) Hipotireoidismo/ Tireoidite de Hashimoto
B) Exame da Tiroide

2- A) Hipertireoidismo
B) Exame da Tireoide / Pode-se encontrar aumento difuso da glândula – bócio
difuso tóxico; aumento localizado – adenoma da tireóidehiperfuncionante; ou
aumento difuso da glândula com presença de nódulos – bócio multinodular.

3- A) IVAS – faringotonsilite aguda bacteriana


B) Exame da cavidade oral, ouvido e dos linfonodos. Ao exame dos
linfonodos, podem-se encontrar sinais flogísticos. Exame da cavidade oral – faringe
hiperemiada com presença de secreção ou bolhas purulentas aderidas.

4- A) CA gástrico
B) Exame dos linfonodos. Linfonodo de Virchow

5- A) Sinal de Chvosteck / Sinal de Trousseau


ANOTAÇÕES
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Semiologia do
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Precórdio
Semiologia do Precórdio
- Inspeção
- Palpação
 Inspeção e palpação simultaneamente.
 Achados mais significativos:
– Pesquisa de abaulamento;
– Análise do ictus cordis ou choque da ponta;
– Análise de batimentos ou movimentos visíveis oupalpáveis;
– Frêmito Cardiovascular
 Duas incidências:
– Tangencial: examinador de pé do lado D do paciente;
– Frontal: examinador junto aos pés do paciente deitado;

 Abaulamento
Abaulamento dessa região pode indicar a ocorrência de aneurisma de aorta,
cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria carga torácica.
Diferenciar os abaulamentos por alteração da estrutura osteomuscular dos
causados pelo crescimento do ventrículo direito. O elemento que distingue é a
ocorrência de impulsão de precórdio, que aparece nos casos de hipertrofia.

 Ictus cordis

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“Choque de ponta.” Traduz o contato da porção anterior do ventrículo
esquerdo com a parede torácica.

 Investiga-se:
o Localização
o Extensão
o Mobilidade
o Intensidade
o Tipo de impulsão
o Ritmo
o Frequência

 Localização:
Varia com o biótipo do paciente.
o Mediolíneos: cruzamento da linha hemiclavicular E com 5º Espaço intercostal;
o Brevelíneos: desloca-se 2cm para fora e para cima (4º EIC);
o Longilíneos: 6º EIC, 1 - 2cm dentro da linha hemiclavicular;

Invisível e impalpável: enfisema pulmonar; obesidade; musculatura


desenvolvida; grandes mamas.
Deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo
esquerdo.

 Extensão:
o Normal: 1 a 2 polpas digitais;
o Hipertrofia ventricular: 3 ou + polpas digitais;
o Grandes dilatações e hipertrofias: pode abarcar toda palma da mão;

 Mobilidade:
o Primeiro marcar o local em que o ictus está pulsando com paciente em
decúbito dorsal;
o A seguir coloca-se o paciente em decúbitos laterais (D e E);

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o Avaliar a mobilidade é normal quando desloca-se 1 a 2 cm com
mudança de posição;
o Ictus imóvel pode indicar pericardite constritiva.

 Intensidade:
o Palpação é melhor para avaliar.
o Mais forte em pessoas magras, ou após exercício físico, emoções,
hipertireoidismo.
o Mais fraco em obesos, grávidas;
o Ictus propulsivo;
o Ictus difuso;

 Batimentos ou Movimentos
Além do Ictus cordis, podem ser encontrados no precórdio e áreas vizinhas
outros batimentos visíveis ou palpáveis.
Exemplos: Retração sistólica, levantamento em massa do precórdio, choques
valvares, cliques, pulsação epigástrica e pulsação supraesternal.

 Frêmito cardiovascular:
o Localização: usar como referência focos de ausculta.
o Situação no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico e sistodiastólico.
o Intensidade: (1+ a4+).

- Ausculta cardíaca
 Posição do paciente:
o Decúbito dorsal com a cabeça apoiada em pequeno travesseiro e tórax
completamente descoberto (posição padrão).
o Paciente de pé, sentado na beira do leito ou em cadeira com tórax
levemente inclinado para frente.
o Paciente em decúbito lateral esquerdo com a mão esquerda na cabeça
*posição de Pachón.
 Focos ou áreas de Ausculta:
Mitral: 5º EIC esquerdo na linha hemiclavicular Ictus Cordis.

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*antes de começar a ausculta é indispensável localizar o Ictus Cordis.
*em paciente com cardiomegalia esse foco desloca-se lateralmente na
direção da linha axilar anterior.
Aórtico: 2º EIC direito, justaesternal
*foco aórtico acessório: área compreendida entre o 3º e o 4º EIC esquerdo,
justaesternal.
Pulmonar: 2º EIC esquerdo, justaesternal.
Tricúspide: Base do apêndice xifoide ligeiramente para esquerda.

“Mi”“A””P”er”T”e
(mnemônico)

 Avaliação Da Pressão Venosa Central (PVC)


o Decúbito Dorsal e eleve à cabeceira a 45º;
o Localize o ângulo de Louis; (fúrcula esternal)
o Encontre a veia jugular interna;
o Ilumine o pescoço do paciente com uma lanterna;
o Localize o ponto mais alto da veia jugular que você consegue notar pulsação;
o Coloque uma régua sobre o esterno, perpendicular ao chão;
o Com outra régua meça a distância entre o ponto mais alto da coluna e o
ângulo esternal, um achado maior que 5 cm indica distensão venosa.

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 HandGrip:
Pede-se ao paciente que este aperte dois dedos do examinador, isso
aumenta a resistência vascular periférica, o que aumenta os sopros gerados no lado
esquerdo do coração, com exceção do sopro da estenose aórtica.

 Rivero Carvallo:
Paciente em decúbito dorsal, coloca-se o estetoscópio na área tricúspide em
seguida solicita-se ao paciente fazer uma inspiração profunda.
Diferencia sopro da insuficiência tricúspide (se intensifica) da insuficiência
mitral.

 Valsalva
O examinador instrui o paciente a realizar uma expiração forçada mantendo a
sua boca e nariz fechados por +/- 10s.
Devido ao aumento da pressão intratorácica ocorrerá diminuição do retorno
venoso, causando aumento dos sopros sistólicos do lado esquerdo do coração.
São estes: prolapso mitral, hipertrofia septal assimétrica e desdobramento
paradoxal.
Os outros sopros tendem a diminuir.

 CASOS CLÍNICOS
**Gabaritos ao final do módulo.

CASO 1
Homem, 59 anos, branco, sobrepeso apresenta hipertensão arterial mal controlada
há 10 anos. Há 2 anos começou notar fraqueza e dispnéia aos pequenos esforços
com piora progressiva, ao ponto de acordar a noite. Refere ainda que há 6 meses,
dor abdominal e inchaço em MMII com piora no final do dia. Atualmente sente-se
cansado ao realizar mesmo as atividades rotineiras, queixa-se de “batedeiras no
peito”. Exame físico: PA=120 x 70 mmHg; FC=72bpm; FR=18 irpm. Murmúrio
vesicular presente, com estertores creptantes em ambas bases; fígado palpável a 4
cm do rebordo costal direito; edema bilateral até os joelhos em MMII: mole, frio,
indolor 3+/4+.

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1) Qual é o provável diagnóstico?
R:__________________________________________________________________

2) O que você esperaria encontrar exame físico completo do precórdio, no


seu diagnóstico?
R:__________________________________________________________________
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___________________________________________________________________

3) Quais achados do exame físico de um paciente com essa patologia,


orientam seu diagnóstico? E com qual ou quais manobras você
confirmaria?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________

CASO 2
J.V.N. 55 anos, masculino, procedente de Xambioá, refere quadro de palpitação e
dispneia progressiva há aproximadamente 03 anos. Relata piora da dispneia nas
últimas semanas. Informa que quando criança tinha amigdalites de repetição e que
sua mãe tratava-o com “remédios caseiros”. Ao exame: CP - sem alterações, AR -
MV+ universalmente audível, estertores creptantesbibasais, ACV – RCR 2T, BNF,
com sopro regurgitativo em foco mitral (2+/4+), ABD – inocente, MM – Sem
alterações.

A) Qual o diagnóstico da doença valvar do paciente?


R:__________________________________________________________________

B) Qual o provável diagnóstico etiológico da doença cardíaca?


R:__________________________________________________________________

C) Qual manobra você poderia utilizar para intensificar o sopro?


R:__________________________________________________________________

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D) Seu colega, acadêmico do 4º período, não sabe diferenciar se o sopro é
do lado direito ou do lado esquerdo do coração. Qual manobra você
poderia lançar mão para tirá-lo dessa enrascada?
R:__________________________________________________________________

CASO 3
Paciente 68 anos, sexo feminino, branca, tabagista crônica (1maço:60anos), relata
tosse produtiva com escarro hialino e dispneia aos médios esforços, sem relação
com posições, sem fatores de piora e melhora, há mais de 20 anos. Há 2 meses
relata que apresentou febre apresentou piora da dispneia, manifestando-se em
repouso e em posição ortostática. Nega HAS e uso de medicamento domiciliares.
Ao exame: Cianótica (2+/4+), descorada (1+/4+), PA de 90x50mmHg, FC de
100bpm, FR de 37irpm, afebril.
CP: Na inspeção verifica-se turgência jugular à 45º;
ACV: RCR em 2T, BNF e sopro sistólico em foco tricúspide. P2 > A2;
AP: Aumento do diâmetro anteroposterior, som hipersonoro à percussão, MV
diminuído universalmente, estertores subcrepitantes em bases, ausência de sibilos.
ABD:Semigloboso, indolor à palpação superficial e profunda, fígado palpável
à 3cm do RCD na linha HMCD, ausência de sinais de asciite, ruídos hidroáereos
presentes.
MM: Foi observado edema em MMII +/4+, mole, elástico, indolor e frio
1) Principal hipótese diagnóstica e quais os achados induzem a sua
hipótese?
R:__________________________________________________________________
2) Como você esperaria encontrar o ictus desse paciente?
R:__________________________________________________________________

GABARITO
1- A) Insuficiência Cardíaca Congestiva.
B) Na inspeção, o ictus pode estar visível ou não pois depende do biótipo.
Na palpação, o ictus mostra-se globoso, propulsivo, difuso, desviado
para a esquerda, com 3 polpas digitais, móvel;

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Na ausculta ritmo cardíaco irregular com B3 ou B4. Dissociação pulso
precórdio, se houver arritmia.
C) Turgência de jugular > avaliação da turgência de jugular;
Manobra do refluxohepatojugular;
Hepatomegalia>hepatimetria.

2- A) Insuficiência mitral. Qualidade do sopro “regurgitativo”, em foco mitral.


B) Febre reumática, pela historia de amigdalite de repetição na infância
C) Hand Grip ou Valsalva. Manobras que aumentam o som do lado
esquerdo do coração, pelo aumento da RVP. No caso da valva mitral.
D) Manobra de Rivero Carvallo = Diferencia entre o sopro da insuficiência
mitral e tricúspide (o sopro tricúspide é mais intenso na inspiração).

3- A) DPOC que evoluiu com IVD (cor pulmonale);


DPOC: Tabagista crônico, modificação da dispneia
IVD: Turgência Jugular, hepatomegalia, edema de MMII e insuficiência
tricúspide.
B) Ictus impalpável (pela hiperinsuflação) ou impulsão paraesternal
esquerda (aumento do ventrículo direito), com 3 polpas digitais, mais
impulsivo a direita, quarta bulha mais audível no foco tricúspide, e hiperfonese
de P2.

ANOTAÇÕES
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Semiologia do
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Tórax
Semiologia do Tórax
- Inspeção
 Inspeção estática;
 Inspeção dinâmica.
o Semiotécnica:
Paciente de pé, em posição anatômica, observado de frente, de costas, de
perfil.
 Pontos de referências anatômicas:
 Ângulo de Louis:
 Localiza-se na junção do manúbrio com o corpo do esterno,
identifica o 2º espaço intercostal e corresponde à bifurcação da
traquéia e ao arco da aorta
 Ângulo de Charpy
 Formado pela junção das bordas e cartilagens costais mais
inferiores com o esterno;
 Serve para caracterizar o biotipo.
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 Outros: Incisura supraesternal, clavículas, espaços intercostais,
esterno, processo xifóide, mamilos...

o Forma ou tipo de tórax patológico:


 Tórax enfisematoso – inspiratório – tonel, barril – globoso (Enfisema
pulmonar, envelhecimento).
 Tórax chato – expiratório – paralítico - tísico (Não tem significado patológico)
 Tórax infundibiliforme – tórax de sapateiro (O raquitismo constitui a causa
mais importante)
 Tórax cariniforme (O raquitismo constitui a causa mais importante: Asma
brônquica)
 Tórax em sino(Aparece nas grandes hepatomegalias e nas ascites
volumosas)
 Tórax cifótico (Defeitos de postura, lesão de vértebras torácicas (tuberculose,
osteomielite, neoplasias ou anomalias congênitas)).
 Tórax escoliótico (Anomalia congênita)
 Tórax Cifoescoliótico (Anomalia congênita)

Normal Tonel Cifótico Escavado Raquítico

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 Inspeção dinâmica:
Tipo respiratório:
 Costal Superior
 Toracoabdominal
Frequência respiratória
 Frequência normal em repouso:
♂ - 16 a 20 movimentos
♀ - 18 a 24 movimentos
Crianças – 25 a 30 movimentos
Ritmos respiratórios anormais
 Respiração de Cheyne-Stokes
 Respiração de Biot
 Respiração de Kussmaul
 Respiração Suspirosa

 Inspeção dinâmica:
o Retração inspiratória fisiológica
o Tiragem
 Durante a inspiração, por uma obstrução brônquica, o
parênquima correspondente àquele brônquio entra em colapso e
a pressão negativa daquela área torna-se ainda maior,
provocando assim a retração dos espaços intercostais.
 Supra ou infraclavicular, intercostal e epigástrica.

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o Abaulamentos expiratórios

 Palpação
Avaliação da mobilidade da caixa torácica, sensibilidade superficial e
profunda, edema, enfisema subcutâneos, linfonodos axilares e supraclaviculares,
além do frêmito toracovocal.
A palpação é feita com uma ou duas mãos, colocando-se a palma de uma
delas sobre a parede torácica descoberta, mantendo-se o paciente, de preferência,
na posição de pé ou sentada.

Palpação:
 Enfisema subcutâneo
 Contraturas e atrofias musculares
 Sensibilidade torácica
 Elasticidade torácica
Amplitude respiratória:
 Avaliada pela palpação bimanual
 Permite avaliar alterações da expansibilidade da caixa torácica
 Normal: expansibilidade é normal e simétrica
 Varia com o sexo
 Avaliada nos ápices, bases e regiões infraclaviculares
Amplitude respiratória (EXPANSIBILIDADE):
Dos ápices pulmonares é pesquisada com ambas as mãos espalmandas, de
modo que as bordas internas toquem a base do pescoço, os polegares apoiem-se
na coluna vertebral e os demais dedos nas fossas supraclaviculares.
Das bases pulmonares, apoiam-se os polegares nas linhas paravertebrais,
enquanto os outros dedos recobrem os últimos arcos costais.
 Expansibilidade
 Anterior:
 Ápice;
 Terço médio;
 Base.
 Posterior:

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 Ápice;
 Base.

 Manobra de Rualt: para examinar a expansão dos ápices na parte posterior

Frêmitos:
Sensação vibratória que se percebe ao palpar a superfície do tórax de um
indivíduo.
o Frêmito toracovocal – fala
 Semiotécnica:
A pesquisa do frêmito toracovocal é realizada colocando-se somente uma das
mãos, e sempre a mesma, espalmada sobre a superfície do tórax, enquanto o
indivíduo pronuncia a expressão “trinta-e-três”.
Essa pesquisa é feita de cima para baixo nas regiões anterior, posterior e
laterais do tórax, comparando-se sempre regiões simétricas entre si, estando o
paciente, quando possível, na posição sentada ou em pé.
OBS: RECOBRIR TODO O TÓRAX DURANTE O EXAME.

Frêmitos:
 Varia com a intensidade e tonalidade da voz
 Mais nítido na voz grave - ♂
 Mais tênue na voz aguda - ♀
 Mais intenso no hemitórax direito
Causas de diminuição do frêmito toracovocal:
 Defeito na emissão do som (afonia)
 Estenose dos brônquios
 Enfisema e nas cavidades pulmonares
 Derrames pelural, pneumotórax e espessamentos pleurais.

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 Indivíduos obesos ou em anasarca.
OBS: O FTV na fossa supraclavicular deve ser realizado com o examinador
posterior ao paciente e realizado com a polpa dos 3 dedos intermediários.
(BADDINI MARTINEZ, 2013).
Causas de diminuição do FTV:
 Defeito na emissão do som (afonia);
 Estenose dos brônquios;
 Enfisema;
 Derrames pleural, pneumotórax e espessamentos pleurais;
 Indivíduos obesos ou em anasarca.
Causas de aumento do FTV:
 Pneumonia
 Consolidação pulmonar

 PERCUSSÃO
A percussão é o método semiológico que consiste em executar pequenos
baques sobre a superfície corporal, com a finalidade de, através das variações de
sonoridade obtidas, deduzir os contornos normais dos órgãos e surpreender
modificações que permitirão diagnosticar alterações do seu estado físico.

 Realizada pelo método dígito-digital;


 Dedo médio da mão esquerda – plessímetro;
 Dedo médio da mão direita – golpe de percussão – martelo;
 Dois golpes sucessivos na última falange – logo abaixo da unha;
 Flexão e extensão da mão – somente articulação radio-carpiana;
 Golpes ritmados mesma intensidade e breve.

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Sons obtidos na percussão do tórax:
 Som claro pulmonar – vibração do ar contido nos alvéolos pulmonares –
som característico do pulmão;
 Som submaciço – som menos intensos, mais agudo e menor duração;
 Som maciço – som menos intenso, mais agudo e menor duração que o
submaciço;
 Som hipersonoro – mais intenso, mais grave e mais duradouro que o som
claro pulmonar.

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Facilitando:
 Percussão topográfica: de cima para baixo - posterior, lateral e anterior
 Percussão comparada – regiões simétricas
Posição: Anterior e laterais – sentado ou deitado
Posterior: sentado
Região anterior do hemitórax direito:
 Percutindo na linha hemiclavicular:
 Até  4º EIC – som claro pulmonar → submaciço
 5º ou 6º EIC – som maciço
Região axilar direita e esquerda:
 Som claro pulmonar
Região infra-axilar direita:
 Som macicço
Região infra-axilar esquerda:
 Som timpânico
Região anterior do hemitórax esquerdo:
 Percutindo na linha paraesternal:
 Som claro pulmonar → submaciço→ maciço → timpânico (espaço de
Traube)
 Percutindo a linha hemiclavicular e axilar anterior:
 Som claro pulmonar superiormente e timpânico inferiormente
Região posterior do tórax:

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 Sonoridade é menor nos ápices que nas regiões
interescapulovertebrais e bases
 Som claro pulmonal
 Coluna vertebral – som claro pulmonar

 AUSCULTA
o A ausculta constitui o método semiótico por excelência da exploração
clínica do tórax, tanto para o exame dos pulmões como do coração.
o Nunca fazer a ausculta do tórax por cima da roupa.
o Deve-se solicitar ao doente que respire com a boca entreaberta, sem
fazer ruído.
o Os movimentos respiratórios devem ser regulares e de igual amplitude
respiratória.
o OBS: Realizar ausculta traqueal acima da fúrcula esternal.
(PORTO, 2015).

Sons respiratórios
 Som traqueal: é audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na
região esternal. Origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na
própria traqueia É caracterizado por 2 componentes: um ruído soproso
inspiratório, mais ou menos rude e o expiratório mais forte e prolongado.
 Respiração brônquica: corresponde ao som traqueal audível na projeção
dos brônquios principais. Localizado na face anterior do tórax próximo ao
esterno. Diferencia do som traqueal por ter componente expiratório menos
intenso.
 Murmúrio vesicular:é ouvido na maior parte do tórax são produzidos pela
turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações
brônquicas. Ouve-se um ruído mais suave, onde predomina a fase
inspiratória, que é mais aguda, mais intensa e mais duradoura do que a
expiratória.Ausculta-se o murmúrio vesicular em quase todo o tórax, com
exceção apenas das regiões esternal superior, interescápulo-vertebral direita
e ao nível da 3ª e 4º vértebras torácicas.

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Sinal de Signorelli
 Diferenciar derrame pleural de atelectasia;
 A coluna vertebral, ao ser percutida, provoca um som claro atimpânico.
Havendo derrame de volume médio não septado, o som se torna maciço; se o
paciente se inclinar para frente ou assumir o decúbito ventral, a macicez
desaparece.
 Se caso não desaparecer, o sinal pode evidenciar Atelectasia pulmonar.

Manobra de Guarino
 No derrame pleural, som maciço à percussão direta do esterno enquanto faz-
se a ausculta do tórax posterior.

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 CASOS CLÍNICOS
**Gabaritos ao final do módulo.

CASO 1
M.I.D. homem, raça branca, 69 anos, e trazido no serviço de emergência acusando
dispneia com taquipneia (28/min), respiração acentuada, com discreta cianose
perioral, ansiedade, agitado. PA = 160/100 Hg, FC = 110/minuto. Não aguenta a
posição deitada, acusando “sufoco”. Relata com dificuldade que a crise apareceu de
repente, assistindo uma partida de futebol, mas que, no ultimo tempo já sentiu várias
vezes cansaço e falta de ar. Não procurou auxílio médico. Nega tratamento prévio. A
ausculta pulmonar releva estertores pulmonares bilaterais, de repente, durante o
exame começa a tossir, expectorando um escarro espumoso, rosado, que piora a
dispneia.
a) Qual o diagnóstico provável?
R:__________________________________________________________________
b) Quais os fatores que poderiam desencadear essa crise?
R:__________________________________________________________________
c) Qual o exame que poderia esclarecer a etiologia da sua hipótese
diagnostica?
R:__________________________________________________________________
CASO 2
Paciente S.E.C., 11 anos, cor branca, 1,37 m de altura, 28 kg, do sexo feminino
apresenta-se ás 02:00 h de madrugada no PS, com queixa principal dispneia aos
pequenos esforços, tosse frequente e ansiedade. É a terceira vez este mês que
acontece isto, sempre de madrugada. Apresenta assimetria de tórax, padrão
ventilatório misto com predomínio abdominal e retração subcostal, frequência
respiratória 36/minuto, tosse úmida, eficaz e purulenta em grande quantidade. O
frêmito tóraco vocal apresentava-se aumentado em ápices pulmonares. Na
percussão havia macicez em ápices pulmonares. Ausculta pulmonar apresentava-se
com sibilos em inspiração e expiração, bem audíveis. Sem cianose, fala frases
incompletas, parciais. T = 37,5°C.

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A radiografia de tórax está normal. O leucograma demonstrou 8.100
leucócitos com 14% de eosinófilos. Glicemia normal, exame de urina I normal.

A) Formule o diagnóstico correto desta paciente:


R:________________________________________________________________
B) Quais são os argumentos pró e contra uma Pneumonia?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

GABARITO
1- A)O quadro clinico e típico para uma crise de edema pulmonar agudo.
Sendo a idade, provavelmente que se trata de um edema pulmonar
cardiogênico, a crise surgindo em condições praticamente basais.
B) Taquiarritmia (a forte emoção, provocada provavelmente durante o jogo
de futebol) pode ser a mais provável causa, já que ele se apresentou com
110/minuto frequência cardíaca. Infarto agudo de miocárdio pode ser
uma causa, mas não apresenta dor torácica característica. Insuficiência
aórtica ou mitral aguda teriam sido manifestando-se mais
cedo. Hipertensão grave, também, pode causar uma crise de edema
pulmonar aguda, mas os valores da pressão não são tão altos. Embolia
pulmonar seria outra opção, já que tem escarro rosado, mas falta a dor
torácica. Desobediência (tratamento interrompido) caso que estava em
tratamento para a insuficiência cardíaca ainda sai da questão, já que ele
nega qualquer tratamento prévio. Uma infecção com febre alta, volume
circulante aumentado são probabilidades menos frequentes, mas tem
que considerá-los.
C) A determinação do Peptídeo Natriurético Cerebral (BNP). O peptídeo
natriurético cerebral está presente nos ventrículos cardíacos. E isso nos
auxilia no diagnóstico diferencial de causa pulmonar. Apresenta
concentrações elevadas em pacientes com diferentes condições clínicas,

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como na hipertrofia ventricular, após infarto agudo do miocárdio e na
insuficiência cardíaca congestiva.

2- A) Qualquer um pode ver que, no caso, estamos frente a frente com a


tríade: tosse crônica ou recorrente acompanhada de sibilância e dispneia.
Ou seja, trata-se e uma crise de asma brônquica, em exacerbação aguda.
Então trata-se de Asma Brônquica Persistente Leve Em Exacerbação
Aguda.
B) Argumentos pró:
 Macicez apical;
 Tosse com expectoração;
 Se tivesse sido pneumonia a febre deveria estar alta, o Rx deveria
estar característico (velamento lobular ou pelo menos aumento da intensidade).
Argumentos contra:
 Tax 37,5°C;
 Rx normal;
 Sonoridade e frêmito pectoral normal;
 Sibilância generalizada que indica mais breve crise de broncoespasmo
que problema do parênquima.

ANOTAÇÕES

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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___________________________________________________________________
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Semiologia do
___________________________________________________________________

Abdome
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
__________________________________________________________________

SEMIOLOGIA DO ABDOME

 Sequência do exame abdominal:


1- Inspeção
2- Palpação
3- Percussão
4- Ausculta
 Segundo Baddini e Rocco:
1. Inspeção
2. Ausculta
3. Percussão
4. Palpação

O Abdome tem dois tipos de divisões topográficas.


A primeira divisão está compreendida em:
1. Plano Transumbilical: Horizontalmente a cicatriz umbilical;
2. Plano Mediano: Apêndice Xifoide a Sínfise Púbica.

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Quadrante Superior Direito Quadrante Superior Esquerdo
Lobo direito do fígado Lobo esquerdo do Fígado
Vesícula Biliar Baço
Estômago (piloro) Estômago
Duodeno (1°/3° Partes) Jejuno e íleo proximais
Cabeça do Pâncreas Corpo e cauda do Pâncreas
Glândula Adrenal direita Glândula Adrenal esquerda
Rim direito Rim esquerdo
Flexura direita do Colo Flexura esquerda do Colo
Colo Ascendente Colo descendente
Colo Transverso (Metade direita) Colo Transverso (Metade esquerda)
Quadrante Inferior Esquerdo Quadrante Inferior Esquerdo
Ceco Colo Sigmóide
Apêndice Vermiforme Colo Descendente Inferior
Maior parte do íleo Ovário Esquerdo
Colo Ascendente Inferior Tuba Uterina Esquerda
Ovário direito Ureter Esquerdo
Tuba Uterina direita Funículo espermático esquerdo
Ureter direito Útero
Funículo espermático direito Bexiga
Útero
Bexiga
A segunda divisão está baseada em nove compartimentos:

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1. Dois planos hemiclaviculares (Vertical);
2. Plano Subcostal e um Plano Transtubercular (Horizontal).
Hipocôndrio Direito Região Epigástrica Hipocôndrio Esquerdo
Fígado Esôfago Baço
Vias Biliares Flexura Direita Flexura Esquerda
Duodeno
Estômago
Flanco ou Vazio direito Região Mesogástrica Flanco ou Vazio esquerdo
Colo Ascendente Intestino Delgado Colo Descendente
Região Umbilical
Alças Jejuno-ileais
Duodeno
Região Inguinal Direita Região Hipogástrica Região Inguinal Esquerda
Apêndice Vermiforme Bexiga Tuba Uterina esquerda
Tuba Uterina direita Útero Ovário Esquerdo
Ovário Direito

 INSPEÇÃO

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 34


Premissas básicas para inspeção: iluminação adequada, desnudamento
dessa área corporal, conhecimento das características normais, e projeção dos
órgãos na parede abdominal.
Paciente em decúbito dorsal, de preferência sem travesseiro sob a cabeça,
para aumentar a flacidez da parede abdominal.
Segundo Baddini: Paciente deve ser posicionado em decúbito supino
(dorsal) e um travesseiro baixo deve apoiar não só a cabeça, mas também os
ombros, de modo que a flexão do pescoço não se associe à contração da
musculatura da parede abdominal.
Na inspeção analisa-se lesões elementares, circulação venosa colateral
superficial, coloração da pele, presença de estrias, manchas hemorrágicas,
distribuição de pelos e existência de continuidades na parede (diástase dos
músculos retos e hérnias).
Analisa-se a forma e volume do abdome, cicatriz umbilical, abaulamentos ou
retrações, veias superficiais, cicatrizes e movimentos.

 Forma e Volume
 Abdome Atípico ou normal
 Abdome Globoso ou protuberante
 Abdome em Ventre ou Batráquio
 Abdome Pendular ou Ptótico
 Abdome em Avental
 Abdome escavado, escafóide ou côncavo
 Cicatrizes
 Abaulamentos ou Retrações: Os mais comuns são: Hepatomegalia,
esplenomegalia, útero grávido, tumores, retenção urinária, linfonodomegalia.

 Sinal da irmã Maria-José: é um nódulo palpável na


cicatriz umbilical, resultado de uma metástase de um
câncer maligno na pelve ou abdômen.

 Veias: Circulação Colateral

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 35


 Sinal de Cullen: equimoses em região periumbilical.
Indica pancreatite aguda hemorrágica ou gravidez
ectópica rota.
 Sinal de Grey-Turner: equimoses em flancos. Indica
pancreatite aguda hemorrágica.

 Movimentos
Movimentos respiratórios: desaparecem em processos inflamatórios do
peritônio que se acompanham de rigidez da parede abdominal.
Movimentos peristálticos visíveis: Estenose pilórica e oclusão intestinal.

 INSPEÇÃO DINÂMICA:
 Manobra de Valsalva: Pede-se ao paciente para tentar expulsar o
ar contra o dorso da mão, aumentando a pressão intra-abdominal e
evidenciando hérnias e fraqueza da musculatura abdominal.

 Manobra de Smith Bates: Estando o paciente em decúbito dorsal,


pede-se para contrair a musculatura abdominal, seja elevando as duas
pernas estendidas, ou flexionando o pescoço contra a parede torácica,
aumentando a pressão intra-abdominal.

 PALPAÇÃO
Objetivos:
• Avaliar o estado da parede abdominal como tensão, herniações,
massas, etc.;
• Reconhecer as condições anatômicas das vísceras abdominais e
detectar alterações de sua consistência;
• Explorar a sensibilidade abdominal.
Etapas:
• Palpação superficial;
• Palpação profunda;
• Palpação do fígado;
• Palpação do baço

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• Palpação de outros órgãos;
• Manobras especiais de palpação.

 PALPAÇÃO SUPERFICIAL
Compreende o estudo da parede abdominal e das vísceras que podem
alcançar a parede, investigando sensibilidade, resistência da parede, continuidade
da parede abdominal, pulsações e o reflexo cutâneo-abdominal.
Sensibilidade: Palpação com leve pressão.
Resistência da parede abdominal: com as pontas dos dedos, produzem-se
dois a três abalos em cada local, percorrendo-se todas as regiões da parede
abdominal.
• Localizada
• Generalizada (abdome em tábua)
Continuidade da parede abdominal: avaliada deslocando-se a mão por toda
a superfície do abdome.
• Diástase dos músculos retos
• Hérnias
Pulsações
 Manobra de Galambos: comprimir outra região do abdome enquanto se
palpa o local desejado, para “distrair” o paciente que contrai a parede
abdominal.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 37


 PALPAÇÃO PROFUNDA
“Investigam os órgãos contidos na cavidade abdominal e eventuais ‘massas
palpáveis” ou “tumorações’”.
Em condições normais não se consegue distinguir o estômago, o duodeno, o
intestino delgado, a vesícula biliar e os cólons ascendente e descendente, a bexiga
e, na mulher, o útero. O ceco, o transverso e o sigmoide podem ser palpáveis.
Características a serem analisadas quando se encontra órgãos, massas ou
“tumorações”:
• Topografia e Extensão (divisões clínicas)
• Forma e Volume (designações clínicas – tamanho de azeitona)
• Protrusão sobre a superfície abdominal
• Sensibilidade (dor)
• Consistência
• Mobilidade
• Pulsatilidade

 HEPATIMETRIA
o Limite Superior
- Percutir tórax anterior à direita, de cima para baixo, na linha hemiclavicular;
- Determinar limite superior e inferior do fígado;
- Medir a distância entre os limites;

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 38


Limite superior do fígado: 4º, 5º EID;
Hepatimetria normal = 6-12 cm
Hepatimetria> 12 cm: hepatomegalia;
Limite superior do fígado abaixo do 6º EID: ptose hepática (enfisema
pulmonar) ou atrofia hepática (cirrose hepática);
Ausência da macicez hepática: atrofia hepática grave, interposição de alça
intestinal entre fígado e parede abdominal, pneumotórax, pneumoperitônio;

Para se palpar o fígado, o paciente deve estar a princípio em decúbito dorsal.


O exame é realizado palpando-se o hipocôndrio direito, flanco direito e o epigástrio,
indo do umbigo à reborda costal. Durante a expiração se faz compressão, enquanto
que na inspiração a mão movimenta-se para cima, buscando detectar a borda
hepática.
Expiração: Prepara!
Inspiração: Movimenta!

o Manobra de Lemos Torres


Consiste em colocar a mão esquerda ao nível da loja renal direita, forçando-a
para cima e movimentar com a mão direita tentando palpar o fígado.

o Manobra de Mathieu
“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 39
O paciente fica em decúbito dorsal, enquanto o examinador se coloca à altura
do ombro direito do paciente, voltado para os pés deste. A mão do examinador fica
em forma de garra repousando sobre o local onde outras manobras identificaram a
borda hepática. Em seguida, coordena a palpação com os movimentos respiratórios.

o Manobra da Arranhadura
Coloca-se o estetoscópio em região epigástrica e realiza-se movimentos
lineares horizontais em sentindo ínfero-superiores em hemiabdome direito com

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 40


objeto de ponta romba para evidenciar mudança de som à ausculta, onde
marcam-se estes pontos de alteração para delimitação da borda inferior do
fígado.

o Refluxo Hepatojugular
Coloca-se o paciente com tronco a 45º, em decúbito dorsal, com a
cabeça fletida a esquerda. Realiza-se uma compressão firme e contínua em
região de QSD, de 30s – 1 minuto. Ao exame observador o enchimento e a
turgência da veia jugular externa direita. Observar aumento de pelo menos 3
cm no nível do pulso venoso jugular durante a compressão.

O aspecto fisiopatológico desse achado é a inabilidade do VD em suportar o


aumento transitório do retorno venoso associado à compressão do fígado-abdome
com congestão venosa significativa.
Pode indicar uma possível Insuficiência Cardíaca.

 PALPAÇÃO DA VESÍCULA BILIAR


Normalmente não é palpável. Porém, quando palpável significa que houve
alteração de sua consistência.
Ponto cístico: Nas pessoas magras, corresponde à intersecção da borda
externa do músculo reto abdominal com o rebordo costal. Nos obesos, pela linha
que une a crista ilíaca esquerda à arcada costal direita passando pelo umbigo.
Alguns dos sinais observáveis são:
 Sinal de Couvosier-Terrier: A vesícula encontra-se dilatada, palpável
e não dolorosa. Quando o examinador a palpa, tem-se esse sinal. Esse

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 41


sinal indica uma possível tumoração da cabeça do pâncreas, quando
associada a um paciente com icterícia intermitente
 Sinal de Murphy: O examinador faz pressão sobre o ponto cístico
durante a inspiração profunda. Vesícula Biliar NÃO palpável, porém
dolorosa. O sinal será positivo quando, durante à pressão sobre o
ponto cístico ocorrer interrupção da inspiração pelo paciente. É
indicativo de inflamação na vesícula biliar.

 PALPAÇÃO DO BAÇO
O baço é somente palpável em casos de patologia, esplenomegalias, quando
atinge duas ou três vezes o tamanho normal.
A palpação ocorre à mesma maneira como foi descrito para a palpação do
fígado, só que agora a região examinada é o quadrante superior esquerdo. Pode
ser feita com paciente em POSIÇÃO DE SCHUSTER e consiste do mesmo
procedimento que o anterior, porém o paciente se encontra em decúbito lateral
direito, com a perna direita estendida e a coxa esquerda fletida sobre o abdome em
um ângulo de 90°, o ombro esquerdo é elevado colocando-se o braço
correspondente sobre a cabeça. Deve ser durante a inspiração, baço desce um
pouco. Essa técnica facilita a palpação, pois a ação da gravidade desloca o rim pra
direita e pra diante.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 42


 MANOBRAS ESPECIAIS

 A palpação bimanual para avaliar defesa localizada da parede


abdominal: deve ser efetuada quando suspeitar de maior resistência em
determinada área da parede abdominal. Coloca-se uma das mãos sobre a
região suspeita e a outra na região correspondente do outro lado e faz se
compressões alternadas, comparando-se as resistências.

 Manobra do rechaço: com a palma da mão comprime-se a parede


abdominal, e com as pontas dos dedos provoca-se um impulso rápido na
parede, retornando-se a posição inicial. Existe rechaço quando logo após a
impulsão percebe-se um choque na mão. Isto traduz a presença de órgãos ou
tumor em meio líquido, representado por ascite.

 Manobra da descompressão súbita: (sinal de Blumberg) Comprime-se um


determinado local do abdome que durante a palpação total se mostrou
dolorido. Ao atingir certa compressão, cuja intensidade depende da tolerância
do paciente, informa-se a ele que se vai retirar a mão abruptamente,
cabendo-lhe dizer a alteração ocorrida quanto à intensidade da dor. É
necessário observar a expressão facial do paciente.

 Pesquisa do vascolejo: imprimem-se na região epigástrica abalos com as


pontas reunidas do indicador, médio e do polegar; na eventualidade do
estômago conter volume líquido, ouve-se, a cada abalo, um ruído semelhante
ao causado pela agitação de água em uma bolsa de borracha. Isso denuncia
a presença de líquido no interior do estômago, e este achado não é
necessariamente anormal.

 MANOBRAS PARA APENDICITE


 Sinal de Rovsing: Realiza-se a compressão (com uma ou as duas mãos) em
FIE e efetua o deslocamento compressivo (SEM SOLTAR) nas regiões de
intestino grosso, a partir do sigmóide, com a finalidade de deslocamento do ar
para dilatação do Ceco/Apêndice. Pode ser indicativo de Apendicite.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 43


 Sinal de Cope (Obturador): Pesquisa de irritação do Músculo Obturador Interno
em indicação de Apendicite. Realiza-se a flexão passiva da perna e da coxa e
faz-se a seguir rotação interna do quadril (externa da perna). (ROCCO, 2010)

 Sinal de Sloan (Lapinsky): Paciente em Decúbito Dorsal, em que se eleva o


membro inferior D e ao mesmo tempo realiza-se compressão em FID. Se o
paciente relatar dor, ou expressão de dor, manobra é positiva e pode ser
indicativo de Apendicite.

 Sinal do Psoas: Para realizar a verificação positiva do Sinal do Psoas, basta que
o paciente deite em decúbito lateral E, de costas para o examinador. Deve-se
segurar o quadril e executar extensão forçada da coxa provocando um
estiramento das fibras do músculo psoas ou, então, através da flexão da coxa
contra a resistência. Se dor, sinal do Psoas positivo e possível indicação de
Apendicite. (ROCCO, 2010)

 Sinal de Lenander:Diferença das temperaturas axilar e retal maior do que 1ºC.


Indicativo de processo infeccioso peritoneal.

 ADICIONAIS
 Palpação do ceco
Palpação feita na fossa ilíaca direita do paciente. Durante a expiração,
aprofunda-se as mãos ao nível da cicatriz umbilical. Sem deprimir com força,
desliza-se obliquamente de cima para baixo e de dentro para fora até atingir a
arcada inguinal. E ao deslizar a mão sobre a víscera, produzem se ruídos
hidroaéreos.
Havendo dificuldade na palpação, recorre-se a uma manobra auxiliar, que
consiste em palpar com a mão direita enquanto que a esquerda exerce pressão
sobre o cólon ascendente.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 44


 Palpação do cólon transverso
Utiliza-se a técnica Bimanual. E essa porção do intestino grosso não tem
posição fixa, portanto, a palpação profunda deslizante deve começar no epigástrio e
seguir em direção a região pélvica até que se encontre uma estrutura cilíndrica
disposta no sentido transversal do abdome.

 Palpação do sigmóide
“Corda firme e pouco móvel”
 Sinal de Gersuny: é encontrado nos casos de fecaloma. Sua pesquisa
consiste em palpar um “tumor fecal”, quando positivo ouve-se
crepitações.
Durante a expiração, aprofunda-se as mãos ao nível da FIE. Desliza-se de
cima para baixo e de dentro para fora.

 Palpação dos rins


É feito com o paciente em decúbito dorsal, de preferência pelo método
bimanual, que se dá colocando a mão esquerda exercendo pressão na região
lombar direita com a finalidade de projetar o rim para frente, e sentir com a mão
direita à altura do flanco direito. E tal manobra pode ser feita também em decúbito
lateral sobre o lado oposto ao que vai examinar e com os membros inferiores em
semiflexão. E a cada inspiração procura-se sentir sob as pontas dos dedos a
descida do rim, cujo polo inferior é reconhecido por sua superfície lisa, consistência
firme e contorno arredondado.
Nos casos de nefroptose, tumor renal, hidronefrose, malformações congênitas
ou ectopia renal, os rins podem ser palpáveis mesmo sem o uso das técnicas
descritas.

 PERCUSSÃO
- Técnica para realização:
Digito-digital com 2 golpes por vez.

- Sequência de realização:

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 45


1- Quadrantes;
2- Fígado;
3- Espaço de Traube;
4- Manobras para ascite.

- Sons a percussão
• Percussão normal: Timpânico
• Hipertimpanismo: Aumento do meteorismo, obstrução intestinal,
pneumoperitônio.
• Macicez: Ascite, massas, esplenomegalia.

 Sinal de Giordano
Punho-percussão lombar: golpeia-se a região lombar D e E, com a mão
fechada em movimento de pêndulo.
Definição (Sinal de Giordano): punho-percussão lombar positiva
Significado: processo inflamatório renal (pielonefrite, cólica renal)

 Sinal de Jobert
Definição: presença de timpanismo em toda a região hepática, durante à
percussão
Significado: provável pneumoperitônio ou interposição de alças

 Sinal de Torres-Homem: Percussão dígito-digital intensamente


dolorosa, localizada e circunscrita, característico de abscesso hepático.

 Espaço de Traube:
Esquerda: linha axilar anterior
Superior: diafragma e pulmão E
Inferior: rebordo costal E

Normal = timpânico ou “livre”


Anormal: maciço ou “ocupado”: Esplenomegalia; aumento do lobo hepático
esquerdo; Derrame pleural a esquerda.

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 MANOBRAS PARA ASCITE:
 GRANDE VOLUME
Sinal de piparote
Paciente, em decúbito dorsal, solicita-se a ele ou a um auxiliar que coloque a
margem cubital da mão sobre o abdome exercendo uma pequena pressão. O
examinador coloca sua mão esquerda espalmada sobre a parede lateral direita do
abdome, com a mão direita o examinador dá um piparote com o dedo médio na
parede lateral esquerda. As ondas líquidas transmitem-se para o lado oposto sendo
percebidas pela mão esquerda. Quando a ascite é muito tensa, a mão do auxiliar
pode ser dispensada.

 MÉDIO VOLUME
Macicez móvel
Paciente, em decúbito dorsal, percute-se o centro do abdome, onde se obtém
som timpânico, e nos flancos, onde se percebe som maciço;
Ao colocar o paciente em decúbito lateral, direito e esquerdo, o examinador
irá notar deslocamento ou mobilidade da massa líquida, de tal forma que, na parede
abdominal superior, a percussão dá som timpânico, enquanto na parede inferior,
quase em contato com o leito, dá som maciço.

Semi-círculo de Skoda
Paciente em decúbito dorsal.
Da parte cranial da região epigástrica percute-se o abdome radialmente até
semicírculo formado pela sínfise púbica e espinhas ilíacas ântero superiores.
Quando há ascite, o timpanismo é substituído gradualmente por submacicez e
macicez, pois o líquido ascítico se acumula na região mais caudal.

 PEQUENO VOLUME
Sinal da Poça
Paciente em pé; Tronco fletido para frente;
Percute-se a região peri-umbilical.

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 AUSCULTA
Segundo Baddini e Rocco: A ausculta deve ser realizada antes da
percussão e palpação abdominal.

Os objetivos dessa manobra são:


• Avaliar a motilidade
• Avaliar a presença de sopros arteriais
Onde colocar o estetoscópio?
Colocar na região direita latero-inferiormente à cicatriz umbilical e lateral ao
reto abdominal, onde, em grande parte das vezes, os sons do borborigmo intestinal
são mais audíveis. Seguir a ausculta nas regiões da figura abaixo:

Quanto tempo ouvir?


Um minuto. Para dizer que há ausência de ruídos, deve-se ouvir no mínimo 5
minutos em cada quadrante.
Normal: cinco a 34 ruídos do borborigmo intestinal (denotam a peristalse) por
minuto ou um borborigmo a cada quatro a cinco incursões respiratórias.

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Ausculta de sons vasculares
Procura-se por sopros aórticos, renais, mesentéricos, ilíacos, femorais
e também sopros venosos.
 CASOS CLÍNICOS
**Gabaritos ao final do módulo.

CASO 1
LCA, masculino, 34 anos, com quadro de dor abdominal, localizada inicialmente em
mesogástrio migrando para fossa ilíaca direita, e em seguida para membro inferior
direito, de alta intensidade, constante. Refere recusa alimentar, náuseas e vômitos.
Aferiu-se a temperatura: 37,5oC. Baseado nessa conversa inicial, responda os itens
a seguir:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica?
R:________________________________________________________________
b) Quais as manobras semiológicas que auxiliam o diagnóstico durante o
Exame Físico?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________

CASO 2
BSD, masculino, 49 anos, chega ao consultório com quadro de edema de membros
inferiores e aumento do volume abdominal. Ao exame apresenta-se ictérico 3+/4+,
hipocorado, desnutrido, com rarefação de pelos em membros inferiores, diminuição
da força muscular e baqueteamento digital. Refere ser etilista crônico de bebidas
destiladas todos os dias desde os 14 anos. Baseado nessa conversa inicial,
responda os itens a seguir:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica?
R:__________________________________________________________________
b) Quais as manobras semiológicas para avaliação do aumento do volume
abdominal?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________

CASO 3

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Y. B. D., feminina, 45 anos, chega ao PS com quadro de dor em hipocôndrio direito
há +/- 3 horas, de forte intensidade, em cólica, irradiada para ombro direito
associado a náuseas, vômitos, piorando a alimentação, melhorando ao uso de
Buscopam composto. Ao exame apresenta-se normocorada, hidratada, anictérica,
com dor a palpação abdominal. Refere quadro semelhante há 2 meses que
resolveu-se espontaneamente. Baseado nessa conversa inicial, responda os itens a
seguir:
a) Qual a principal hipótese diagnóstica?
R:__________________________________________________________________
b) Qual a principal manobra semiológica para avaliação diagnóstica
e qual correta interpretação?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

GABARITO
1-
a) Apendicite.
b) Sinal de Rovsing;
Sinal de Cope (Obturador);
Sinal de Sloan (Lapinsky);
Sinal do Psoas;
Sinal de Lenander.

2-
a) Cirrose hepática.
b) Piparote;
Macicez Móvel
Semi Círculo de Skoda
Sinal da Poça

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 50


3-
a) Coleciscite
b) Sinal de Murphy: O examinador faz pressão sobre o ponto cístico durante a
inspiração profunda. Vesícula Biliar NÃO palpável, porém dolorosa. O sinal
será positivo quando, durante à pressão sobre o ponto cístico ocorrer
interrupção da inspiração pelo paciente. É indicativo de inflamação na
vesícula biliar.

ANOTAÇÕES
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
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Semiologia de
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Dorso e Membros
Semiologia de Dorso e Membros
- Inspeção
- Palpação
- Ausculta
- Manobras Especiais

 Inspeção
 Posição do paciente: Ortostática e decúbitos
o O que analisar:
- Pele (toda a extensão)
*Alterações de coloração
*Ulcerações, calosidades, gangrena, micoses
- Assimetria de membros e de grupos
*Musculares
- Alterações ungueais
- Batimentos arteriais

 Palpação
EXAME VASCULAR
Pulsos periféricos
*Pulso carotídeo
*Pulso temporal superficial
*Pulso subclávio
*Pulso axilar

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 52


*Pulso braquial
*Pulso ulnar
*Pulso radial
*Pulso aórtico-abdominal
*Pulso femoral
*Pulso poplíteo
*Pulso tibial anterior e posterior
*Pulso pedioso

 Manobras Especiais
 Manobras para pesquisa de Trombose Venosa Profunda (TVP):
 -Manobra de Homans: Dorsiflexão forçada do pé.
 -Pesquisa do Sinal da Bandeira: Consiste em deslocar a panturrilha
medialmente, movimentando a massa muscular, sempre comparando
com o outro membro. O Sinal da Bandeira é fisiológico. Achado
patológico: Ausência do deslocamento da panturilha empastada.
 -Manobra de Bancrofti: Compressão da panturrilha com a mão em
garra. Achado: Panturilha empastada.
 -Manobra de Ollow: Compressão dolorosa da panturrilha contra o plano
ósseo.
 - Denecke – Payr: Compressão da planta do pé com o polegar contra o
plano ósseo (dor).

Manobra de Homans Sinal da Bandeira

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Manobras para pesquisa de Insuficiência arterial/Doença Arterial
Obstrutiva Periférica (DAOP):
-Teste de Allen: inicialmente pede-se para o paciente cerrar a mão, enquanto
o examinador realiza compressão da artéria radial e ulnar. Em seguida, solicita-se
para o paciente que abra a mão de forma lenta, enquanto o examinador libera a
artéria que quer avaliar a perviedade.
Avaliação: Se houver demora no enchimento em um tempo maior que 5
segundos, há a indicação de obstrução da artéria examinada.

.- Manobra de Isquemia Provocada: Compreende 3 Tempos.

Primeiramente com o paciente em decúbito dorsal examina-se a coloração


das regiões plantares. No Segundo tempo com o paciente em decúbito dorsal,
elevar os MMII até 90°, mantendo-os nesta posição durante 1 minuto com a ajuda
das mãos colocadas na face posterior das suas coxas. Após 1 minuto, observar a
coloração das regiões plantares. Nos casos em que há duvida pede-se ao paciente
que execute movimentos de flexão e extensão dos pés em uma frequência de 30
movimentos por minuto, durante 3 minutos. No Terceiro tempo, os MMII são
colocados em posição horizontal e são novamente observados, a fim de avaliar o
retorno da coloração normal. Em pessoas normais, a coloração retorna em 5 a 12
segundos.

Avaliação: O surgimento de Palidez, Dor nos MMII ou o Retorno da coloração


de forma Assimétrica, ou seja, não homogênea em direção aos pododáctilos, indica

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 54


Isquemia do Membro Inferior. Assim como, a persistência de palidez em mais de 12
segundos após decúbito horizontal são sinais sugestivos de DAOP.

- Manobra de Hiperemia Reativa: Compreende 3 Tempos.

Primeiramente estando o paciente em Decúbito Dorsal examina-se a


coloração de seus MMII. No Segundo momento, seus MMII são elevados a 90°,
mantendo-os nessa posição por 3 minutos para que haja esvaziamento do leito
venoso. Em seguida, colocar manguito insufladona raiz da coxa em pressão maior
que a Pressão Sistólica do paciente. No Terceiro tempo, os MMII voltam à posição
Horizontal, 3 minutos após, o manguito é desinflado rapidamente. Observam-se,
então, as alterações de coloração que aparecem distalmente.

Avaliação: Após as etapas descritas, o normal esperado é que haja


vermelhidão progressiva e uniforme até os pododáctilos com duração de 10-15
segundos (s), podendo se estender até 40s. Intervalos maiores são altamente
sugestivos de DAOP. Além disso, disseminação da coloração de forma assimétrica,
ocorrendo em placas, que podem ser cianóticas também sugerem DAOP.

Avaliação: O surgimento de dor, diminuição do pulso pedioso ou sopros


femorais durante/após a manobra são sugestivos de DAOP.

- Índice Tornozelo-Braquial: Aferir a PA sistólica no tornozelo e no braço,


dividindo os valores encontrados.
Avaliação:
GRAVIDADE DA DOENÇA ARTERIAL
VALOR DO I.T.B
M.INF.
> 1,3 CALCIFICAÇÃO
0,9 – 1,3 NORMAL
0,71 – 0,9 DAOP LEVE
0,41 – 0,7 DAOP MODERADA
MENOR OU IGUAL A 0,40 DAOP GRAVE

 Manobras para pesquisa da Síndrome do Desfiladeiro Torácico:

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 55


- Manobra da Hiperabdução (Teste de Wright): Palpa-se o pulso radial e
em seguida realiza-se a hiperabdução do membro examinado até acima da cabeça.
Avaliação: A redução do pulso durante esse trajeto ou sensação dolorosa
após 1-2 min indicam positividade da manobra.
- Manobra de Adson: O paciente deve apoiar os MMSS nos joelhos,
enquanto o examinador palpa a artéria radial e ausculta a região supraclavicular.
Pede-se para o paciente realizar uma inspiração profunda enquanto desloca o
pescoço para o lado examinado.
Avaliação: o surgimento de sopro na região supraclavicular ou diminuição do
pulso radial, a manobra é positiva, ou seja, altamente sugestiva para a síndrome
investigada.
- Manobra Costoclavicular: O paciente deve apoiar os MMSS nos joelhos,
enquanto o examinador palpa a artéria radial e ausculta a região supraclavicular. O
paciente então deve jogar os braços para trás e para baixo (posição “em sentido”
exagerada).
Avaliação: Se Sopro à ausculta ou redução do pulso radial a manobra é
positiva.

 EXAME OSTEOMUSCULAR:
Exame da Mão e Punho
Inspeção:
Avaliar a presença de deformidades, desvios, tumefações, coloração
da pele e cicatrizes.
Palpação:
A palpação da mão e do punho objetiva avaliar a temperatura, pontos
dolorosos, crepitações e estalidos, sempre examinando os dois membros e
comparando com o parâmetro que é o membro contralateral.
Movimentação:
Os movimentos da mão e do punho assim como de quaisquer articulações
devem ser feitos de modo ativo (paciente realiza o movimento) e passivo (o
examinador realiza o movimento). No punho avalia-se: flexão, extensão, desvio

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 56


radial e desvio cubital; nas articulações interfalangeanas proximais e distais: flexão;
nas metacarpofalangeanas: flexão e extensão; no polegar: abdução e oposição.
Os testes especiais envolvem:
 Sindrome do túnel do carpo: compressão do nervo mediano.
Manifesta-se com dor, parestesia, sensação de choque e perda da destreza
das mãos
 Teste de Phalen: consiste em manter o punho em flexão por 30
a 60 segundos, devendo haver reprodução ou exacerbação dos sintomas.
 Teste de Durkan: também conhecido como compressão do
nervo mediano onde o examinador aplica uma pressão direto com o seu
polegar sobre o nervo mediano por 30 segundos, o qual será positivo se
houver exacerbação dos sintomas da síndrome.
 Teste de Tinel:consiste numa percussão suave com martelinho
de borracha no punho em posição de extensão.
 Teste de Froment: pede para o paciente fazer uma pinça com o
polegar, indicador e dedo médio ao segurar uma folha de papel por um
minuto de forma que o examinado puxe o papel e o paciente deixa o
mesmo sair com facilidade e ainda refere os sintomas da síndrome
quando o teste é positivo.

 Exame da Coluna Vertebral:

Inspeção:
Observar postura, marcha, atitudes antálgicas e amplitude de movimentos.
Palpação:
Realizar palpação de processos espinhosos, avaliar tônus, força e
flexibilidade muscular.

Os testes especiais envolvem:


 Teste de Adams: A pessoa curva-se anteriormente com os
braços para frente, palmas viradas uma para a outra e com os pés juntos.
Uma visão tangencial do dorso facilita a visualização da gibosidade costal ou
da saliência da silhueta dos músculos lombares. Uma diferença na altura

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 57


entre o gradil costal direito e esquerdo é sugestivo de escoliose e merece
melhor investigação.
 Teste de Schober: Paciente em posição ortostática e com os
pés juntos, com um lápis traça-se uma linha entre as duas espinhas ilíacas-
póstero superiores e outra linha 10 cm acima, em seguida pede-se ao
paciente que faça flexão anterior do tronco, medir então a distância dos
pontos marcados. Em pacientes sem alterações de mobilidade deverá
aumentar no mínimo 5 cm. Aumentos menores que 5 cm o teste é positivo.

Exame do Quadril
Inspeção:
Observar se há cicatrizes, hipotrofias musculares, assimetrias, alterações
posturais.

Palpação:
Pesquisar possíveis pontos dolorosos, tumorações, deformidades ósseas, e o
tônus e o trofismo da musculatura.

Os testes especiais envolvem:


 Teste de Thomas: Paciente em decúbito dorsal, faz-se a flexão
passiva máxima de uma das pernas e desta forma estaremos testando o
músculo do lado oposto. Havendo a flexão do quadril do lado oposto o teste é
positivo para encurtamento. Paciente que não tem encurtamento a perna
oposta fica reta.
 Teste de Patrick: Paciente em decúbito dorsal, cruza uma
perna sobre a outra como se fosse fazer um quatro (4), com uma das mãos
se estabiliza a pelve e força o joelho oposto (da perna que está cruzada) para
baixo.
Se o paciente sentir dor na sacroilíaca do lado em que se está testando o
teste é positivo para disfunção na articulação sacroilíaca.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 58


 Exame de Joelho

Inspeção:
Na inspeção observa-se o alinhamento, a presença de derrame, edema,
equimoses, atrofias musculares, deformidades e alterações dinâmicas.

Palpação:
A palpação deve buscar pela presença de pontos dolorosos, tumorações,
alterações da temperatura, derrame e crepitações.

Os testes especiais envolvem:

 Teste do estresse em valgo/varo (para avaliar integridade de


ligamentos): Paciente em decúbito dorsal, membros inferiores estendidos e
relaxados, coxa apoiada sobre a mesa de exame.
Realiza- se a adução do joelho provocando um valgo/varo. O teste é positivo
se houver a movimentação anormal durante a adução do joelho.
 Sinal da pedra de gelo/teclado (para avaliar derrame articular): A
manobra consiste em empurrar a patela contra o sulco troclear com o
paciente relaxado e com o joelho em extensão. Na presença de grande
derrame o examinador sente como se a patela estivesse flutuando sobre um
líquido (sinal da “pedra de gelo”).

 MANOBRAS ADICIONAIS QUE NUNCA CAIRAM EM PROVAS


PRÁTICAS

- Pesquisa de TVP: Manobra de Perthes: Esvazia-se as veias superficiais, coloca-


se um manguito na raiz da coxa. À deambulação, caso haja trombose das veias
profundas, o paciente queixa dor e as veias superficiais ficam túrgidas.
-Teste de McMurray (para lesão de menisco): Com o paciente deitado na posição
supina, os quadris a 90º e os joelhos em flexão máxima, o examinador ao lado do

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 59


joelho a ser examinado palpa as interlinhas articulares com uma das mãos e, com a
outra, segura o pé do paciente, provocando movimentos de rotação interna e
externa da perna, alternadamente. A presença de dor, com ou sem estalidos, junto à
interlinha articular medial após rotação externa, pode caracterizar lesão do menisco
medial. Quando se realiza rotação interna com sintomatologia junto à interlinha
articular lateral, pode-se estar diante de uma lesão do menisco lateral.
-Manobra de Osler : - Palpação da artéria radial após insuflação do manguito acima
da pressão sistólica. Pseudo hipertensão arterial
-Manobra de Moser: seguidas flexões plantares, apoiando-se na ponta dos pés por
cerca de 1-2 minutos (dor, diminuição do pulso pedioso e sopros femorais.)
-Teste de Roos: Paciente deve abduzir os braços até 90° e abrir e fechar as mãos
lentamente por 3 minutos.
Avaliação: Se o paciente não conseguir manter os braços elevados ou sentir
dor, parestesia ou sensação de peso, a manobra é positiva.

 Exame de Mão e Punho


 Tenossinovite estenosante de De Quervain: acometimento do
abdutor longo e extensor curto do polegar.
 Teste de Finkelstein: pede-se ao paciente que coloque o polegar em
oposição e feche a mão, forçando um desvio ulnar, se o paciente referir dor
no processo estilóide do rádio é indicativo de tenossinovite.

Exame Físico do Cotovelo


Inspeção:
Avalia o aspecto da pele a procura de sinais inflamatórios, abaulamentos e
deformidades e contraturas.
Palpação:
A palpação do cotovelo é direcionada principalmente à três pontos como:
olecrano, epicôndilo lateral e epicôndilo medial. Essas estruturas devem ser
avaliadas a procura de crepitações e pontos dolorosos principalmente.
Movimentos:

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 60


Devem também ser realizados de forma ativa e passiva. Os movimentos a
serem pesquisados no cotovelo são: flexão, extensão, supinação e pronação.
Os testes especiais aplicados ao cotovelo são:
 Avaliar epicondilite lateral
 Teste de Cozen:O teste é realizado com o cotovelo fletido em
90º e o antebraço em pronação. Pede-se ao paciente que faça
extensão ativa do punho, contra a resistência do examinador. Se referir
dor suspeita-se de epicondilite.
 Avaliar epicondilite medial
 Teste para cotovelo de golfista: paciente sentado estende o
cotovelo e supina a mão; paciente vai flexionar o punho contra
resistência. Os tendões que flexionam o punho estão fixados ao
epicôndilo medial. Se for provocado dor no epicôndilo medial, deve-se
suspeitar de sua inflamação (epicondilite)

 Instabilidade ligamentar
 Teste de Esforço de Adução: com o paciente sentado,
estabilizar o braço medialmente, e colocar uma pressão de adução (em
valgo) no antebraço lateralmente. Se for provocado uma folga e dor no
local, são indicadoras de instabilidade do ligamento colateral radial.
 Teste de Esforço de Abdução: com o paciente sentado,
estabilizar o braço lateralmente, e colocar um pressão de abdução (em
varo) no antebraço medialmente. Se for provocado uma folga e dor no
local, são indicadores de instabilidade do ligamento colateral ulnar.
 Exame físico do ombro
Inspeção:
Pesquise edemas, deformidades, atrofia ou fasciculações.
Palpação:
Amplitude de movimentos:
Fraqueza ou alterações de partes moles por bursite, capsulite, lacerações ou
entorses do manguito rotatório ou tendinite.

Testes especiais aplicados a ombro:

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 61


 Avaliar tendão supraespinhoso:
 Sinal de Neer: estabilização da escápula seguida de elevação passiva
do membro o qual será positivo se o paciente referir dor em um ângulo
acima de 120 graus.
 Sinal de Hawkins: paciente em posição ortostática, ombro posicionado
a 90 graus de abdução após isso faz uma rotação interna procurando dor
o que sugere se for positivo impacto subacromial do supraespinhoso
contra o ligamento coracoacromial.
 Teste de Jobe: paciente faz elevação ativa do membro superior em
extensão e rotação interna contra resistência. Avalia síndrome do impacto
que é uma das principais causas de dor no ombro provocada pelo atrito
entre o acrômio e o úmero.

 Manguito Rotador: constituído por quatro ligamentos que são o


subescapular, supraespinhal, infraespinhal e redondo menor.
 Avaliar os tendões;
 Teste da queda do braço: posiciona o ombro do paciente em 90 graus
de e solicita ao paciente que retorne à posição neutra, se o mesmo não
conseguir e deixar o braço cair de uma vez indica lesão do manguito
rotador.

 Bíceps braquial:
 Teste de Speed: braço em flexão, com antebraço estendido e
supinado; colocar o dedo de uma das mãos sobre o sulco bicipital, e a
mão oposta sobre o punho do paciente; paciente deve elevar o braço
contra resistência. Dor espontânea ou a palpação é indicadora de
tendinite bicipital.

 Subescapular:

Teste de Gerber: paciente coloca o dorso da mão ao nível de L5 e procura


ativamente afastá-la das costas rodando internamente o braço, a incapacidade de

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 62


fazê-lo ou de manter o afastamento, se feito passivamente pelo examinador, indica
grave lesão do subescapular.

 TESTES DE INSUFICIÊNCIA VENOSA


-Brodie-Trendelenburg: O examinador deve colocar um garrote na raiz da
coxa do paciente, em seguida este deverá ficar em posição ortostática, enquanto o
examinador retira o garrote.
Avaliação: O rápido enchimento venoso no sentido crânio-caudal indica
insuficiência ostial da safena interna.
- Brodie-Trendelenburg Modificada: Esvaziar varizes elevando o membro à
90°; colocar garrote na raiz da coxa; colocar paciente em posição ortostática;
observar; retirar o garrote; observar.
Avaliação: Ainda com o garrote, havendo enchimento rápido das varizes no
sentido caudo-cranial, há insuficiência das veias perfurantes. Quando se retira o
garrote, havendo enchimento no sentido crânio-caudal, há insuficiência ostial da
safena interna.
- Prova dos Múltiplos Garrotes:
Descrição: Com o paciente em decúbito dorsal esvazia-se as varizes e
coloca-se garrotes no terço superior, médio e inferior da coxa e terço superior e
inferior da perna. Em seguida coloca-se o paciente em posição ortostática.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 63


 CASOS CLÍNICOS
**Gabaritos ao final do módulo.

CASO 1
Mulher, 65 anos, tabagista há 20 anos, no 12º dia de pós-operatório de uma cirurgia
para correção de fratura de colo de fêmur, passa a apresentar os seguintes sinais e
sintomas descritos pelo acadêmico de Semiologia Médica: edema (3+/4+)
assimétrico em perna direita, mole, quente, doloroso, com restrição de movimento.
Diante do quadro, responda:
a) Qual provável diagnóstico?
R:_________________________________________________________________
b) Quais manobras semiológicas o acadêmico de Semiologia Médica pode
realizar para reforçar sua hipótese diagnóstica?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
c) Quais fatores de risco para essa patologia estão envolvidos no caso?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
d) Cite 3 diagnósticos diferenciais
R:_________________________________________________________________

CASO 2
Mulher de 50 anos, diabética, costureira, referindo parestesia e dor em queimação
em mão esquerda, sendo estes iniciados há cerca de 30 dias, que muitas vezes
acordam a paciente durante a noite. Ao exame físico, sintomas observados no
trajeto do nervo mediano.
a) Qual diagnóstico mais provável?
R:_________________________________________________________________
b) Quais manobras semiológicas podem ser utilizadas para melhor
diagnóstico?
R:_________________________________________________________________
c) Cite dois diagnósticos diferenciais.

“Porque devemos ser mestres no que é SOBERANO!” | L.A.C.L.I.M. 64


R:_________________________________________________________________

CASO 3
JGH, feminino, 65 anos, hipertensa há 8 anos, diabética há 5 anos, sem outras
comorbidades, queixa-se de dor em membros inferiores, em queimação que se inicia
após a paciente caminhar por cerca de dez minutos e que melhora gradativamente
com o repouso. Nega rubor, calor e edema locais.
a) Qual a sua principal hipótese diagnóstica?
R:_________________________________________________________________
b) Quais sinais clínicos que reforcem esse diagnóstico poderiam ser
observados à ectoscopia?
R:_________________________________________________________________
c) Quais manobras podem ser realizas para investigar o quadro?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________

CASO 4
Homem de 25 anos com histórico de dor lombar nos últimos 2 meses, piorada
durante à noite e ao acordar, melhorada durante o dia. Sintomas associados com
fotofobia nas últimas 2 semanas. Ao exame, edema e dor à palpação das
articulações sacroilíacas.
a) Qual o diagnóstico mais provável?
R:_________________________________________________________________
b) Cite duas manobras semiológicas que auxiliam no diagnóstico:
R:_________________________________________________________________
c) Cite dois diagnósticos diferenciais
R:_________________________________________________________________

CASO 5
Jovem de 13 anos, sexo feminino, estudante e praticante de natação desde os 7
anos, com 10 horas semanais de treino, vem solicitar consulta por apresentar dores
cervicais irradiadas para ombro e braço, apresenta também parestesias no MSD. A
doente refere que em 2009 iniciou quadro de dor escapular e cervical direita,

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intermitente, agravada pela natação e durante a escrita. Em maio de 2010 volta a se
consultar por persistência do quadro álgico referindo dor incapacitante na região
laterocervical direita que irradiava para região supraclavicular associada a
parestesias. Referia ainda sensação de mão fria e de peso em MSD durante toda a
noite. Ao exame objetivo não apresentava déficit neurológico e/ou motor.
a) Qual diagnóstico mais provável?
R:_________________________________________________________________
b) Quais manobras semiológicas podem ser utilizadas para melhor
diagnóstico?
R:_________________________________________________________________

GABARITO
1-
a) TVP (Trombose venosa profunda)
b)Manobra de Homans: dorsiflexão forçada do pé (dor intensa na panturrilha)
Manobra de Ollow: compressão da panturrilha contra a tíbia.
Manobra de Bancrofti: preensão da panturrilha com a mão em garra
Manobra de Denecke-Payr: compressão da planta do pé com o polegar contra o
plano ósseo (dor, trombose das veias profundas do pé)
Sinal da Bandeira
c) Internação (imobilização); tabagismo (trombogênico), idade; cirurgia.
d) Distensão muscular/Rotura muscular com hematoma/ subfascial/ Hematoma ou
hemorragia espontânea.

2-
a) Síndrome do túnel do carpo
b) Manobra de Phalen
Teste de Durkan
Teste de Tinel
Teste de Froment
c) Neuropatia diabética/ Radiculopatia cervical

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3-
a) DAOP
b) Rarefação de pelos, palidez, cianose, atrofia muscular, onicodistrofiac)
c) Palpação de pulsos periféricos/Índice Tornozelo-Braquial

4-
a) Espondilite anquilosante
b) Teste de Schober e Teste de Patrick
c) Artrite Psoriática; Artrite Reativa

5-
a) Sìndrome Do Desfiladeiro Torácico
b) Manobras de Wrigh/ Adson/ Costoclavicular

ANOTAÇÕES:
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