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O sistema vascular periférico compreende artérias, veias, capilares e linfáticos. Para facilitar a
abordagem semiológica, divide-se o estudo em dois principais tópicos: semiologia arterial (1) e
semiologia venosa (2).
#Quadro início#
>Principais doenças venosas: varizes de membros inferiores e trombose venosa profunda (TVP)
#Quadro fim#
Semiologia Arterial
Primeiramente, é importante citar que cerca de 90% das doenças arteriais são crônicas e 10%
são agudas. Apesar da distinção cronológica, os sinais e sintomas da doença arterial são iguais.
A diferença é que, na aguda, desenvolvem-se subitamente, ao passo em que na doença
crônica demoram mais tempo para aparecer.
Anamnese
1. Parestesia
Fenômeno de Raynaud
Quadro Clínico
O fenômeno de Raynaud pode ser trifásico (palidez – cianose – rubor) ou bifásico (palidez –
cianose/rubor). Ou seja, a palidez é sempre obrigatória!
Legenda: Mão direita – palidez; Mão esquerda – cianose na região distal do 2º quirodáctilo,
rubor difuso nos demais dedos e região distal da palma da mão.
Classificação
3. Alteração de Temperatura
4. Sudorese
Claudicação Intermitente
Marcha útil: distância que o paciente anda até sentir dor e parar. É importante para
Dor residual: dor que permanece após cessar a marcha – reflete doença avançada.
Dor ao repouso
6. Lesões Tróficas
Devido à morte celular, ocorrem lesões tróficas que podem evoluir para gangrena. Podem ser
agudas ou crônicas.
Gangrena
É a morte de tecidos as custas de isquemia. Pode ser seca ou úmida.
Hábitos de Vida
Envolvido em:
- Doença aterosclerótica
- Tromboangeíte obliterante (TAO) – indivíduos jovens, acometendo ponta de dedo.
- Espasmo arterial
Inspeção
Estática
Dinâmica
Palpação
Superficial
Profunda
- Pulsos
- Amplitude de pulsos
- Frêmitos – sugerem fístula ou estenose
Ausculta
Manobras Específicas
A propedêutica arterial possui uma série de manobras, cujas etapas diferem em certo grau
entre as literaturas de Semiologia e Cirurgia Vascular. A saber, descrever-se-á uma manobra
específica para membro inferior e uma para membro superior.
2) Levanta-se os membros inferiores a 90° por 3 minutos, a fim de “esvaziar” o sistema venoso
superficial. Ainda, utiliza-se manguito pneumático com pressão superior à pressão sistólica do
paciente.
obs.: A ausência de alterações de coloração dos pés ou das mãos nessa prova, em vigência de
pulsos ausentes, indica adequada circulação colateral.
Manobra de Allen
Propedêutica Complementar
Índice tornozelo/braquial (ITB)
Avalia razão entre pressão arterial sistólica do tornozelo pela pressão sistólica do braço.
- Normal = 1 a 1.3
- Claudicação = 0.9 a 0.5
- Dor ao repouso = 0.3 a 0.2
- Gangrena = menor que 0.2
Exames de Imagem
- USG Doppler – visualiza muito bem as artérias periféricas, sendo o exame mais importante
Nos membros inferiores (MMII) existe uma rede venosa superficial responsável pela drenagem
de 15% do sangue; contudo, nos membros superiores (MMSS), a rede venosa superficial é
responsável pela drenagem de 80% do sangue.
Doenças no sistema venoso superficial (SVS) muitas vezes são diagnosticados pela população
em geral, devido à facilidade de observação das veias acometidas. Problemas no sistema
venoso profundo (SVP), no entanto, podem não provocar sinais e sintomas no início do quadro
patológico. Por exemplo, pacientes acamados podem apresentar trombose e não manifestar
clínica visto que não deambulam constantemente.
- O paciente procura o médico por problemas que podem ter origem venosa
- Paciente procura por outras causas, e a doença venosa é pesquisada como problema
secundário
- O médico procura ativamente doenças venosas (TVP) em pacientes acamados, traumas,
pós-operatório, pós-parto
Anamnese
Sexo: varizes e TVP são mais comuns no sexo feminino.
Idade: pacientes com mais de 40 anos têm maior risco de TVP e de varizes. Se acometimento
Cor: existe evidências de maior probabilidade de varizes na cor branca quando comparado a
negros e mulatos.
Queixa de Varizes
A partir disso, o médico deve avaliar cada caso, lateralidade (uni ou bilaterais) e quando se
iniciaram.
Dor de Aparecimento Agudo
- Dor sobre cordão palpável seguindo o trajeto de veia superficial sugere trombose venosa
superficial (TVS)
- Dor sobre o trajeto venoso profundo, principalmente à palpação, devido ao processo
inflamatório da parede venosa e tecidos vizinhos, sugere TVP.
- Dor muscular: ocorre em casos de TVP principalmente pela extensão do processo
inflamatório, com edema da musculatura dentro do compartimento aponeurótico
- Dor em todo o membro: altamente sugestivo de TVP!
- Dor na pele e subcutâneo: sugere infecções de pele (erisipela, celulite) ou dermatofibrose
Nesses casos, a dor piora quando aumenta a pressão venosa e melhora quando a pressão
venosa diminui:
Muitas vezes, a queixa é somente de peso nas pernas no final do dia, que melhora facilmente
com drenagem postural. Cãibras noturnas podem se associar.
Nos indivíduos normais, a deambulação diminui a pressão venosa dos MMII. Nos pacientes
com varizes dos MMII compensadas, a queda de pressão ao andar é menor, mas referem
ausência ou melhora da dor.
Pacientes com hipertensão venosa intensa podem não apresentar queda da pressão ao
caminhar, ou até piora da dor pelo maior fluxo arterial. Nesses casos, apresentam dor já
quando em pé, e que pode piorar com deambulação – mesmo não sendo incapacitante. A
melhora ocorre somente com elevação dos MMII.
É importante ressaltar que a queixa única de edema de membros inferiores deve ser melhor
explorada. Por exemplo, na vigência de sinais flogísticos, deve-se pensar em infecções de pele
e subcutâneo; já na vigência de edema bilateral, deve-se descartar hipóteses de insuficiência
cardíaca ou doença renal (síndrome nefrótica).
Prurido
Pacientes com insuficiência venosa crônica, devido à trombose ou mesmo varizes essenciais
dos MMII, podem referir prurido sobre trajetos venosos ou no terço distal da perna. Ele ocorre
por vasodilatação com liberação de aminas vasoativas, podendo estar acompanhado de
eczema seco ou úmido.
Alterações tróficas
- Hiperpigmentação
- Eczemas
- Dermatofibrose
- Úlcera venosa
Sintomas Respiratórios
Dispneia, dor torácica, tosse e hemoptise podem ocorrer por embolia pulmonar. Assim,
sintomas pulmonares em pacientes com diagnóstico ou sinais sugestivos de TVP impõe
diagnóstico de tromboembolismo pulmonar.
Fatores de risco para tromboembolismo venoso: idade acima de 40 anos, história prévia de
Outros Aparelhos
- Sintomas que possam sugerir neoplasias em qualquer órgão podem ser descobertos em
pacientes com diagnóstico de TVP, devido ao estado de hipercoagulabilidade
- Tumores abdominais podem fazer compressão venosa levando eventualmente a obstrução
de veias, causando estase sanguínea e varizes/tromboses
- Gravidez: pode cursar com aumento dos sinais e sintomas de varizes de MMII, visto que há
compressão das veias ilíacas e eventualmente da cava inferior.
Antecendentes Pessoais
- Cirurgias, partos, traumas, fraturas, períodos prolongados no leito – deve-se atentar à TVP,
fístula arteriovenosa e varizes secundárias.
- Neoplasias, colagenoses, anticoncepcionais hormonais, uso de drogas EV, fatores de
trombofilia – lembrar de TVP devido ao estado de hipercoagulabilidade dessas situações.
Antecedentes Familiares
Varizes de MMII apresentam tendência familiar, não por alteração genética, mas por
similaridade de hábitos de vida e biótipos. Como componente genético, lembrar
principalmente em pacientes jovens com TVP pelo risco de trombofilia.
Exame Físico
Posição do paciente
Inspeção
Fonte: Doenças Vasculares Periféricas, 5ª ed. MAFFEI, F.H.A. et al. Editora Guanabara Koogan
Ltda (2016).
Cianose
• Flegmasia alba dollens: palidez por vasoespasmo arterial associada à TVP. Há dor e edema
do membro por trombose ileofemoral.
Úlcera venosa: localiza-se com maior frequência na face medial e terço inferior da perna.
Apresenta-se com bordos irregulares, indolor, fundo granulado e raso. Se infecção associada,
apresenta dor e sinais flogísticos. É o último estágio de lesão trófica em pacientes com varizes
de MMII.
Fonte: Doenças Vasculares Periféricas, 5ª ed. MAFFEI, F.H.A. et al. Editora Guanabara Koogan
Ltda (2016).
CEAP: A presença de veias varicosas, telangiectasias, veias reticulares e/ou edema do quadro
de varizes é classificada pelo CEAP, método consagrado e clássico da angiologia e cirurgia
vascular.
#Classificação CEAP
Classificação Etiológica
Classificação Fisiopatológica
A fisiopatologia por trás das varizes pode ser por refluxo (insuficiência valvar), obstrução
(trombose venosa) ou ambas.
Classificação Clínica
Palpação
Pode-se observar:
Percussão: não apresenta grande valor, apesar da literatura descrever algumas manobras
Ausculta
Na suspeita de FAV, deve-se auscultar o local – confirma se sopro sistodiastólico. Outro sinal
descrito na literatura é o sinal de Alipio Correa Netto, que avalia insuficiência da valva da
junção safeno-femoral, auscultando sopro.
Manobras e Sinais
b) Trauma
c) Frio
d) Emoções
e) NDA
c) Claudicação unilateral
d) Claudicação intermitente
e) Claudicação
10.4. Qual das alternativas abaixo contempla uma artéria cujo pulso não pode ser palpado?
a) Aorta
b) Radial
c) Braquial
d) Ulnar
e) NDA
a) Percussão submaciça
b) Sopro sistólico
c) Sopro diastólico
d) Pulso impalpável
e) Sopro sistodiastólico
10.6. Qual é o nome da manobra que avalia a perviedade das artérias antebraquiais? Licensed to Gustavo Caldas Barreto - contato.barreto@yahoo.com.br - 431.068.098-41
a) Phalen
b) Tinel
c) Hiperemia reativa
d) Allen
e) Perthes
10.7. Os sinais de Homans e Olow sugerem:
10.8. Qual doença venosa é caracterizada por dor sobre cordão palpável seguindo o trajeto
de veia supra-aponeurótica?
e) NDA
10.10. Qual dos achados abaixo NÃO está presente na doença arterial crônica?
a) Atrofia muscular
b) Espessamento de unhas
c) Diminuição de fâneros
e) NDA
10.11. Assinale a alternativa que relaciona de forma incorreta doença e fator de risco:
a) DAOP – dislipidemia
10.12. Qual das alternativas abaixo, normalmente, não faz diagnóstico diferencial com Licensed to Gustavo Caldas Barreto - contato.barreto@yahoo.com.br - 431.068.098-41
edema bilateral de membros inferiores?
a) Varizes
b) TVP
c) Insuficiência cardíaca
d) Síndrome nefrótica
e) NDA
10.13. Qual o tipo de úlcera que se localiza, com maior frequência, na face medial e terço
inferior da perna, com bordos irregulares, indolor, com fundo granulado e raso?
a) Úlcera arterial
b) Úlcera de Marjolin
c) Úlcera neuropática
d) Úlcera venosa
e) Gangrena úmida
10.14. Uma paciente com varizes de membros inferiores apresenta edema ++/4, mas sem
lesões tróficas. Qual é a classificação CEAP?
a) 4
b) 3
c) 2
d) 5
a) Brodie-Trendelemburg
b) Tinel
c) Hiperemia reativa
d) Allen
e) Perthes
10.16. Qual dos abaixo não faz parte do espectro clínico da doença varicosa?
a) Edema
b) Dermatofibrose
c) Telangiectasias
d) Hiperpigmentação
e) NDA
b) A gangrena úmida apresenta sulcos imprecisos, menos dor e, comumente, se associa com a
hipertensão arterial
a) Claudicação intermitente
b) Edema
c) Claudicação venosa
d) CEAP 7
e) Todas erradas – paciente com doença venosa não apresenta dor para deambular
GABARITO
1A 2A 3D 4E 5E 6D 7D 8A 9C 10D 11E 12B 13D 14B 15E 16E 17C 18C 19C 20C