Você está na página 1de 26

SEMIOLOGIA VASCULAR

PERIFÉRICA

Prof. Dr. Virgílio Aguiar


2018
UNILUS
I N S U F I C I Ê N C I A V E N O S A - I M P O RT Â N C I A

A insuficiência venosa crônica (IVC) é doença MUITO


comum

Suas complicações, principalmente a úlcera de estase venosa,


causam morbidade significativa.

Afeta a produtividade no trabalho, gerando aposentadorias por


invalidez

Restringe as atividades da vida diária e de lazer.

A doença venosa significa dor, perda de mobilidade funcional


e piora da qualidade de vida
INSUFICIÊNCIA VENOSA - DADOS DE HISTÓRIA

• Idade – A partir dos 30 anos de idade. Microvarizes ou “aranhas vasculares”, também


chamadas de “vasos”, podem aparecer em pessoas bem mais jovens.

• Sexo – as mulheres são mais propensas do que os homens


Fatores hormonais da gestação, menstruação e menopausa, bem como anticoncepcionais e
reposição hormonal parecem ter relação com a maior facilidade de dilatação das veias
 
• História Familiar – se há incidência de varizes na família, a chance para a doença será maior
(principal fator de risco)

• Obesidade – o sobrepeso aumenta a pressão sobre as veias e dificulta o retorno venoso

• Traumatismo nas pernas pode lesar as veias

• Temperatura – exposição ao calor por tempo prolongado pode provocar dilatação das
veias.
A incidência de varizes é um pouco menor nos países mais frios.

• Sedentarismo – o movimento das pernas é muito importante para “bombear” o sangue das
veias. ficar muito tempo sentado ou em pé parado predispõe à insuficiência venosa .
I N S U F I C I Ê N C I A V E N O S A - S I N TO M A S

-Sensação de peso que piora no correr do dia

-Edema de MMII, principalmente nos


tornozelos que piora no correr do dia

-Dor nos pés e nas pernas, na posição ereta,


principalmente parado

-Queimação nas pernas e planta dos pés

-Prurido, formigamento e cãibras nos MMII

-Pernas “inquietas”

-Úlceras pouco dolorosas


SEMIOLOGIA VENOSA - EXAME FÍSICO INSPEÇÃO

VENOSA:
Turgência
venosa jugular:
Unilateral – Pneumotórax, compressão
por tumores,
Bilateral:
Insuficiencia ventricular direita
ou global Síndrome de
compressão da veia cava superior
Grandes ascites e tumores abdominais

Varizes de membros inferiores – dilatações


patológicas por alterações da túnica média das veias.
Quase exclusivas de
membros inferiores

Edema venoso
S E M I O L O G I A VA S C U L A R P E R I F É R I C A - E X A M E F Í S I C O I N S P E Ç Ã O

ÚLCERA VENOSA:

Edema associado que é mais intenso no final


do dia e responde mal a diuréticos

Face medial interna da perna, próximo ao maléolo

Hiperpigmentação por hipertensão venosa

Bordos irregulares , profundidade rasa, hemorragias

Dermatofibrose / Dermatite crônica/Eczema

Tecido em granulação/desvitalizado/necrótico
S E M I O L O G I A VA S C U L A R P E R I F É R I C A - T R O M B O S E V E N O S A P R O F U N D A

Formação de coágulos nas veias de MMII,


principalmente da raiz das coxas

Edema unilateral – desigualdade de volume dos


membros (sinal mais sensível), proporcional ao vaso
trombosado (mais proximal ou mais distal)

Empastamento muscular – sinal da bandeira

Aumento da temperatura local

Dor espontânea ou à palpação local

Impotência funcional
S E M I O L O G I A VA S C U L A R P E R I F É R I C A - T R O M B O S E V E N O S A P R O F U N D A

Sinal de Homans – dor na panturrilha ao colocar o pé em


dorsiflexão

Sinal de Pratt – veias prétibiais túrgidas – obstrução da


passagem do sistema venoso superficial para o profundo

Manobra de Olow – dor à compressão da musculatura da


panturrilha sobre plano ósseo:

Sinal de Duque – retificação do ôco poplíteo (do S itálico)


S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

ANAMNESE
Na doença arterial periférica é feita distinção entre:

• isquemia aguda (parte inferior) da perna com


ameaça da vitalidade dentro de horas ou dias

• doença arterial obstrutiva crônica, divididos em:


claudicação intermitente
isquemia crítica do membro.
S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

Perguntar: ANAMNESE

Duração dos sintomas: progressão lenta ou rápida


diferença entre esquerda e direita

Limitações nas atividades físicas, no trabalho ou atividades diárias

Distância máxima de caminhada

.
S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

Perguntar: ANAMNESE

Uso de drogas vasoconstritoras:


Betabloqueadores e ergotamina)

Fatores de risco para doença cardiovascular (DCV)

Idade ≥ 50 anos
Histórico de DCV, diabetes mellitus, artrite reumatóide, tabagismo,

DCV em pais ou irmãos abaixo da idade de 65 anos;

Dieta, consumo de álcool, atividade física

.
S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

ANAMNESE - SINTOMAS
Perguntar:

Sintomas sugestivos de isquemia aguda:

-Dor em repouso,

-Transtorno sensível rapidamente progressivo na perna (dormência),

-Fraqueza em perna/pé, palidez (do membro)

Sintomas sugestivos de claudicação intermitente:

-Dor e sensações desagradáveis na perna ou região glútea durante movimento físico


que
reduzem em repouso (cansaço, rigidez, câimbras, diferença de temperatura)
INSUFICIÊNC IA ARTERIAL PERIFÉRICA

SINTOMAS

Dor que não depende apenas da sensibilidade, mas também do local da


obstrução

5 Ps: Pain (dor) – palidez – pulso (ausência) – parestesia – paralisia

Claudicação intermitente

Claudicação severa / dor em repouso: sinais de isquemia crítica

Sintomas se intensificam com o frio


S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

EXAME FÍSICO:

Procurar diferenças entre os lados direito e esquerdo

Medir a pressão arterial.


S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

EXAME FÍSICO:
Avaliar sinais de isquemia aguda da perna:

• Arteriais:
Ausência de pulsação à palpação das artérias tibial posterior, pediosa e/ou artéria femoral
Sopro na artéria femoral;
Baixa temperatura da pele do pé em palpação com parte dorsal da mão;
Palidez da perna/pé;

• Neurológicos:
Distúrbios sensoriais da perna (frequentemente espaço interdigital e região dorsal do pé
entre primeiro e segundo raios)
Fraqueza da perna/pé (normalmente fraqueza/distúrbio motor dos músculos intrínsecos do
pé).
S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

EXAME FÍSICO:
Avaliar sinais de doença arterial obstrutiva crônica:

• Arterial:
Pulsações fracas à palpação das artérias tibial posterior, pediosa e/ou
artéria femoral
Sopro na artéria femoral
Baixa temperatura da pele do pé e da perna à palpação com parte dorsal da mão.

• Distúrbios tróficos:

Feridas nos dedos do pé, pé e tornozelo;


Redução na
S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

EXAME FÍSICO:
Exame Complementar:

• Em suspeita de doença arterial obstrutiva crônica determinar o índice tornozelo-


braço (ITB) com o auxílio de dispositivo Doppler portátil.
• Procedimento ITB: ver texto integral da diretriz.
• Cálculo do ITB para ambas as pernas separadamente:
Pressão arterial mais alta
(a.tibial posterior ou pediosa do tornozelo esquerdo(direito))
ITB
esquerda(direita)=___________________________________________________
Pressão arterial mais alta (a.braquial) dos braços

• Em investigação laboratorial no contexto do risco cardiovascular,

siga a diretriz Administração do risco cardiovascular.


S E M I O L O G I A A RT E R I A L P E R I F É R I C A

Avaliação: EXAME FÍSICO:

• Há isquemia aguda em dor em repouso (Pain), a ausência de pulsações no pé


(Pulseless), alterações na cor (Parlor) e temperatura do pé, dormência na perna
(Paresthesias) e fraqueza de perna/pé (Paralyse) (5Ps).

• Doença arterial obstrutiva crônica é quase certa em ITB <0,8 em uma medida
ou uma média <0,9 após medir 3 vezes.

• Doença arterial obstrutiva crônica pode ser praticamente excluída em uma


única ITB> 1.1 ou uma média > 1.0 após de 3 medidas.

• Em ITB médio entre 0,9 e 1,0 o diagnostico de doença arterial obstrutiva


crônica não pode ser estabelecido com certeza.
Considere diagnósticos alternativos, como estenose do canal vertebral.
S E M I O L O G I A VA S C U L A R P E R I F É R I C A

Avaliação: EXAME FÍSICO:


Em diabetes mellitus, devido a rigidez nas artérias, também valores elevados de
ITB (ITB> 1.1 ou uma média > 1.0 após de 3 medidas) podem indicar doença
arterial obstrutiva crônica.

• Há claudicação intermitente em dor e outros sintomas desagradáveis (cansaço,


rigidez, cãibras, diferenças de temperatura) na perna ou região glútea durante
esforço físico para reduzir ao descanso e anormalidades no ITB mencionadas
acima;

• Há isquemia crítica no pé ou na perna em dor em repouso e/ou distúrbios


tróficos pé ou perna (feridas, redução na quantidade de pelos, anormalidades nas
unhas) e uma pressão sistólica abaixo de 50 mmHg medida com auxílio de um
dispositivo Doppler.
INSUFICIÊNC IA ARTERIAL PERIFÉRICA

EXAME FÍSICO-INSPEÇÃO

Presença de tortuosidades (arterioesclerose)

Pulsações visíveis - principalmente em grandes artérias:


Insuficiencia aórtica,
hipertireoidismo , pacientes emagrecidos

Manobra de isquemia provocada:


Elevar os MMII do paciente até 90 graus; esperar um
minuto e observar a coloração da região plantar em relação ao
decúbito horizontal. O aparecimento de palidez significa isquemia
do membro

Ulcerações e gangrena – seu aparecimento significa risco iminente


de perda da extremidade
INSUFICIÊNC IA ARTERIAL PERIFÉRICA

EXAME FÍSICO-INSPEÇÃO

ÚLCERAS ARTERIAIS

Mais frequentes no pé e no terço distal da perna

Também próximo à articulação do joelho

Tamanho pequeno – podem ser bilaterais

Dolorosas – Bordos bem delimitados não sangrantes

Fundo com crostas enegrecidas e aderidas


INSUFICIÊNC IA ARTERIAL PERIFÉRICA

EXAME FÍSICO-INSPEÇÃO

ÚLCERAS ARTERIAIS x VENOSAS -


LOCALIZAÇÃO
INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA AGUDA

HISTÓRIA EXAME FÍSICO-INSPEÇÃO

Em geral é embólica

Início súbito – o paciente relata o momento exato do início dos sintomas

Foco emboligênico conhecido (fibrilação atrial, IAM)

Ausência de claudicação

Pulsos contralaterais normais

Obstrução em áreas de redução de fluxo


(aórtica, ilíaca, femural, poplítea)
SEMIOLOGIA VASCULAR PERIFÉRICA EXAME
FÍSICO
SEMIOLOGI
A
VASCULAR
PERIFÉRICA

EXAME
FÍSICO

AUSCULTA
ARTERIAL
Prevenção é
o melhor
remédio

FIM
Prevenção
é o melhor
remédio

Você também pode gostar