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Sistema Cardiovascular
Hipertensão Arterial Sistêmica:
Na anamnese de hipertensão arterial sistêmica o sexo é um fator determinante, já que este é fator
determinante ainda mais em homens. A etnia também é um fator determinante, sendo os negros mais
acometidos. A história familiar geralmente possui casos de HAS. Hábitos de vida como consumo excessivo
de gordura, sódio são agravantes ou desencadeantes.
Sintomas comuns são:
Dor de cabeça
Tontura
Sincope diminuição da visão
Vascularização afetada
Frequência cardíaca diminuída
Na aferição arterial é necessário questionar sobre a bexiga cheia, consumo de café, energéticos. Além disso,
o estado físico do paciente pode alterar o resultado quando este foi andando, por exemplo. O tabagismo deve
ser perguntado também. Ademais, peça para o paciente descruzar as pernas. Para definir o tamanho certo do
manguito, deve-se calcular o ponto médio entre o olecrano e o acrômio para lá determinar a circunferência
onde a largura deve ser 40% e o comprimento, 80 a 100%. Então posiciona-se o manguito 3 cm acima da
fossa cubital. Então palpa-se o pulso radial e insufle o manguito até não sentir a pulsação. Depois disso,
esvazie o manguito e posicione o estetoscópio (campânula) na fossa cubital para auscultar o pulso braquial e
insufle o manguito até 20 a 30 mmHg acima do encontrado para parar a pulsação radial e libere o ar
lentamente para achar os sons de korotkoff sendo a sistólica o primeiro som e a diastólica o ultimo som
esperado (fase 1 e 5, respectivamente).
Tabela com os graus de normalidade e patológicos da HAS:
O diagnóstico, mesmo alterada, não é feita logo de cara por causa da hipertensão do jaleco branco. Por isso,
exames complementares como o MAPA e MRPA:
O tratamento é feito com mudanças do hábito de vida é com uso de anti-hipertensivos como diuréticos,
bloqueadores dos canais de cálcio, IECA, BRA e BB.
Insuficiência cardíaca:
Na anamnese a principal investigação é a etiologia da doença que pode ser por infecção como a doença de
Chagas ou pode ser advinda de complicações da HAS ou hipertensão pulmonar. A IC possui duas fases, a
compensada e a descompensada. Esta é quando o lado acometido já não consegue cumprir as demandas
metabólicas do corpo e aquela que é com um cumprimento da demanda metabólica.
Manifestações clinicas esquerda:
Dor torácica
Dispneia
Congestão venocapilar pulmonar
Tosse
Hemoptiase
Manifestações clinicas direita:
Ingurgitamento jugular
Hepatomegalia
Edema de MMII
Derrame pericárdico
Cianose
Outros sintomas:
Taquicardia
Ritmo de galope
Pulso alternante
Intolerância aos esforços
Cardiomegalia
Arritmias
Fadiga
Sopros sistólicos
O diagnóstico pode ser feito por meio da clínica com as classificações de AHA e NYHA que define o grau e
consequências estruturais e pelos critérios maiores e menores (2 maiores e 2 menores para fechar
diagnóstico):
Além disso, a radiografia é útil para diagnosticar por meio do índice cardiotorácico, que se for resultado
acima de 0,5, está alterado e com cardiomegalia:
Exame físico da Insuficiência cardíaca: (atentar-se ao que é de insuficiência esquerda e direita)
Inspeção: cianose, aumento da expansibilidade do tórax, aumento do abdômen, edema dos membros
inferiores, turgência julgular
Palpação: pulsos irregulares ou regulares, ictus cordis desviado além do 4° ou 5° espaço intercostal
Ausculta: taquicardia, taquipneia, B3.
Teste do coraçãozinho
Para identificação de doenças congênitas no coração em bebês recém nascidos dentro de 24 ou 48 horas de
nascimento. O exame é feito com a medição da saturação de oxigênio em membro superior e outra em
membro inferior podendo ser tanto o direito quanto o esquerdo. Dessa forma a saturação em ambos deve ser
maior que 95%. Além disso não deve ocorrer diferença entre ambos de 3%. Caso ocorra alguma alteração
citada, o teste deve ser refeito em uma hora e se o problema repetir deve ser solicitado um exame
diagnóstico para cardiopatia como um ecocardiograma.
Principais cardiopatias:
As cardiopatias congênitas são quaisquer anormalidades estruturais no coração que já nascem com o bebê e
pela dificuldade de rastreamento precoce o teste do coraçãozinho se faz tão necessário.
Quando o teste não é realizado sinais e sintomas devem ser observados com atenção a presença de boca, pés
e mãos com coloração arroxeada, extremidades frias, pele pegajosa, baixo ganho de peso, sudorese profusa
ao mínimo esforço, palidez ao chorar, perda de consciência e respiração ofegante são as marcantes queixas
principais indicativas de cardiopatia.
As principais cardiopatias são divididas em cianóticas e acianóticas de acordo com a coloração apresentada.
Dentro da cianótica são encontradas: Tetralogia de Fallot, Transposição de Grandes Artérias, Atresia
Tricúspide, Anomalia de Ebstein, Defeito no Septo Interventricular. Já as acianóticas são: Comunicação
Interventricular, Comunicação Interatrial, Persistência do Canal Arterial, Coarctação da Aorta.
Tetralogia de Fallot - redução do fluxo pulmonar, a mistura do sangue entre os ventrículos e a entrada de
sangue venoso na aorta dextroposta reduzem intensamente o conteúdo de oxigênio no sangue que vai para os
órgãos. A anoxia é desencadeada por exercícios por haver aumento da desoxigenação periférica.
Transposição de Grandes Artérias - é uma inversão das ligações normais da aorta e da artéria pulmonar com
o coração. A aorta e a artéria pulmonar são invertidas, o que faz com que sangue pobre em oxigênio circule
para o corpo e sangue rico em oxigênio circule entre os pulmões e o coração e não para o corpo.
Atresia Tricúspide - agenesia (ausência da conexão atrioventricular direita) ou imperfuração da valva
tricúspide, tendo como consequência a não comunicação direta entre átrio e ventrículo direitos
Anomalia de Ebstein - a valva tricúspide está na posição errada, e os folhetos (válvulas cardíacas) estão
malformados.
Defeito no Septo Interventricular - é uma comunicação anormal entre os dois ventrículos, e é a forma mais
comum de doença cardíaca congênita
Comunicação Interventricular - Caracteriza-se por uma abertura ou orifício na parede (septo) que divide os
ventrículos (câmaras que bombeiam o sangue) direito e esquerdo. Assim, permite a passagem do sangue de
uma câmara a outra, quando este fluxo não deveria existir.
Comunicação Interatrial - os dois átrios se comunicam. Com isso, o lado direito do coração (responsável por
receber o sangue do corpo e mandá-lo para ser oxigenado no pulmão) acaba recebendo também o sangue já
oxigenado que vem do lado esquerdo.
Persistência do Canal Arterial - Após o nascimento, ele se fecha sozinho, em geral em 48 horas. Quando
esse vaso não se fecha o sangue vai da aorta para a artéria pulmonar
Coarctação da Aorta - É um estreitamento localizado na luz da aorta, que provoca hipertensão dos membros
superiores, hipertrofia do ventrículo esquerdo e má perfusão de órgãos abdominais e membros inferiores.
Sopros na infância
Investigação da criança com alteração no aparelho cardiovascular:
Inspeção:
Observar abaulamento
Cicatrizes
Ictus cordis
Turgência jugular
Presença de edemas
Palpação:
Desvio do Ictus Cordis
Pulsos (Artéria temporal, carótida, braquial, radial, femoral, poplítea, tibial e dorsal do pé)
Ausculta:
B3, B4, sopros (intensidade graduada de 1 a 6 cruzes acima de 4 associadas a frêmitos
Tempo: sístole ou diástole e localização e irradiação.
Sopros inocentes:
Geralmente sistólicos, contínuos, curtos e de baixa intensidade-grau 1 ou II, sem alterações nas
bulhas e frêmito.
Sistólico de still – baixa intensidade, som agudo
Sopro de ejeção pulmonar – auscultado no foco pulmonar, baixa intensidade, suave
Sopro supraclavicular – acima da clavícula, baixa intensidade
Sopros de ramos pulmonares – borda esternal esquerda alta, baixa intensidade e suave
Sopros patológicos:
Podem ser sistólicos, diastólicos e contínuos, maior intensidade – grau III-IV, alteração nas bulhas,
mudar de posição não altera, possui frêmito.
Valvopatias:
Estenose mitral:
Causas: congênita, doença reumática, calcificação
Definição: A valva sofre dificuldade de permitir massagem de sangue em sístole atrial
Sopro em ruflar (asa de pássaro)
Sinais e sintomas:
Ortopneia
Palpitação, fadiga, tosse, roquidão
Hemoptise tardia
Dor precordial
EF: Inspeção:
Rouquidão
EF: Palpação:
Pulso irregular
EF: Ausculta:
Diastólico
Hiperfonese de B1
Sopro mesotelediastólico
Exames complementares:
ECG (Desvio de QRS para a direita, fibrilação atrial)
RX
Ecocardiograma
Cateterismo cardíaco
Complicações:
Embolias cerebrais ou periféricas, reativação da febre reumática
Endocardite infecciosa, edema agudo pulmonar, hemoptise
Insuficiência Mitral:
Causas: doença reumática, prolapso mitral, endocardite
Definição: regurgitamento de sangue para o átrio em sístole ventricular esquerda
Sopro holossistólico
Sinais e sintomas:
Fadiga, dispnéia ao esforço, palpitação, edema
EF: Inspeção:
Irradiação do pulso para a fúrcula e axila
EF: Palpação:
Pulso medial de curto prazo
EF: Ausculta:
Sistólico
Hipofonese de B1, hiper de B2 no foco pulmonar (sopro holossistólico)
Presença de B3
Exames complementares:
ECG (sobrecarga de átrio e VE, pode ter fibrilação atrial)
RX (aumento de átrio)
Ecocardiograma
Cateterismo cardíaco
Complicações:
Tromboembolismo
Hipertensão pulmonar
Endocardite bacteriana
Estenose aórtica:
Causas: congênita, degeneração senil com calcificação dos folhetos valvares, estenose aórtica
reumática (febre reumática)
Definição: estreitamento do orifício aórtico e alterações da anatomia de saída do ventrículo esquerdo
com abertura inadequada dos folhetos valvares dificultando a saída de sangue durante a sístole
Sinais e sintomas:
Dispneia progressiva
Dor do tipo angina
Sincope durante ou após esforço físico
EF: inspeção:
Dispneia
EF: Palpação:
Pulso parvus tardus
EF: Ausculta:
Sistólico
Hipofonese de B1
Sopro mesotelediastólico ou diamante
Exames complementares:
ECG (sobrecarga do ventrículo esquerdo, bloqueio de 1° grau, bloqueio de ramo esquerdo)
RX de tórax (pode ser normal)
Ecocardiograma
Teste ergométrico
Cateterismo cardíaco (quando há dúvidas diagnósticas)
Complicações:
Síncope
Insuficiência cardíaca
Arritmias
Embolia cerebral
Insuficiência aórtica
Causas: congênita (rara), febre reumática, endocardite infecciosa, dissecção aórtica, aortite luética,
artrite reumatoide
Definição: condição clínica em que há um fluxo retrógrado de sangue da aorta para o ventrículo
esquerdo durante diástole.
Sinais e sintomas:
Falência ventricular esquerda rapidamente progressiva
Dispneia ao esforço, tosse, fadiga, angina
Hipertensão pulmonar
EF: Inspeção:
Sinal de Musset (oscilação da cabeça para baixo e para frente)
Sinal de Quincke (pulso capilar)
EF: palpação:
Pulso martelo d’água
EF: Ausculta:
Diastólico
Hiperfonese B2 com B3
Sopro proteodiastólico/Aspirativo/Austin Flint
Exames complementares:
RX de tórax (cardiomegalia, congestão pulmonar)
ECG (sobrecarga do ventrículo esquerdo)
Ecocardiograma
Cateterismo cardíaco
TC de tórax (insuficiência aórtica secundária a dissecção aórtica)
Complicações:
Insuficiência cardíaca
Arritmias
Angina
Endocardite infecciosa
Estenose tricúspide:
Causas: congênita, febre reumática, endocardite infecciosa, dissecção aórtica, artrite reumatoide.
Definição: Abertura incompleta da valva que leva a um aumento da resistência da passagem de
sangue do átrio para o ventrículo direito.
Sinais e sintomas:
Desconforto cervical (estase jugular)
Palpitações
Ascite, hepatomegalia, edema de MMII
Dispneia aos esforços
Dispneia paroxística noturna
Fadiga progressiva
EF: Ausculta:
Bulha inaudível
Estalido de abertura
Sopro diastólico em ruflar de pássaro
Exames complementares:
ECG (dilatação do átrio direito desproporcional à hipertrofia do ventrículo direito)
RX de tórax (dilatação de átrio direito)
Ecocardiograma
Insuficiência tricúspide:
Causas: febre reumática, dilatação do ventrículo direito
Definição: Fechamento incompleto da valva tricúspide, causando regurgitação de sangue para o átrio
direito durante a sístole ventricular
Sinais e sintomas:
Estase julgular
Ascite e edema
Perda de peso
Caquexia
Cianose
EF: Ausculta:
Sístole
Hiperfonese de B2 + B3
Sinal de Rivero Carvalho
Exames complementares:
ECG (sobrecarga atrial e ventricular direita, fibrilação atrial)
RX de tórax (aumento de átrio direito, dilatação de ventrículo direito, hipertensão pulmonar)
Ecocardiograma
Cateterismo cardíaco
Complicações:
Tromboembolismo
Endocardite bacteriana
Estenose pulmonar:
Causas: congênita, tetralogia de Fallot, febre reumática, rubéola congênita, tumor carcinóide
Definição: Obstrução anatômica (estenose) do fluxo sanguíneo do ventrículo direito para a artéria
pulmonar
Sinais e sintomas:
Assintomático
Sopro sistólico, turgência jugular, B4, hipofonese de B2
Dispneia
Vertigem
Dor torácica
Síncope
Cianose
EF Inspeção:
Turgência jugular
EF Ausculta:
Sistólico
Hipofonese B2 + B4
Exames complementares:
ECG (desvio de eixo ventricular para a direita)
RX de tórax (aumento do ventrículo direito e átrio direito)
Ecocardiograma
Cateterismo cardíaco
Insuficiência pulmonar:
Causas: Hipertensão pulmonar secundária, congênita, endocardite infecciosa, reparo cirúrgico da
Tetralogia de Fallot, dilatação idiopática da artéria pulmonar
Definição: Incompetência da valva pulmonar que provoca fluxo sanguíneo da artéria pulmonar para
o ventrículo direito durante a diástole
Sinais e sintomas:
Dispneia
Tolerância reduzida ao exercício
Ortopneia
Sopro de Graham Steel
EF Ausculta:
Diástólico
Sopro de Grahan steel
Exames complementares:
RX de tórax
ECG (sinais sugestivos de sobrecarga de ventrículo direito)
Ecocardiograma
Principais focos de ausculta das valvopatias:
Macete: simplesmente use o nome da valvopatia para encontrar o foco mais audível.
Insuficiência Mitral: Foco Mitral 5° espaço intercostal na linha hemiclavicular lado esquerdo
Insuficiência aórtica: Foco Aórtico 2° espaço intercostal na linha paraesternal do lado direito
Insuficiência pulmonar: Foco Pulmonar 2° espaço intercostal na linha para esternal do lado esquerdo
Insuficiência Tricúspide: Foco Tricúspide 5° espaço intercostal na linha paraesternal do lado
esquerdo
Estenose Mitral: Foco Mitral Foco Mitral 5° espaço intercostal na linha hemiclavicular lado esquerdo
Estenose aórtica: Foco Aórtico Foco Aórtico 2° espaço intercostal na linha paraesternal do lado
direito
Estenose pulmonar: Foco Pulmonar Foco Pulmonar 2° espaço intercostal na linha para esternal do
lado esquerdo
Estenose Tricúspide: Foco Tricúspide 5° espaço intercostal na linha paraesternal do lado esquerdo
Pericardite:
Definição: processo inflamatório do pericárdio
Causas: história prévia de doenças infecciosas, doenças auto imunes, doença de órgãos adjacentes,
neoplasias, traumas diretos ou indiretos
Sinais e sintomas:
Tríade de beck: turgência jugular, hipofonese de bulhas e hipotensão arterial (para tamponamento
cardíaco)
Febre
Dor torácica
Mialgia
Piora em decúbito dorsal
Atrito pericárdico (achado do exame físico)
Diagnóstico:
Laboratórial: leucocitose, proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS)
elevados. Marcadores de necrose miocárdica (creatinofosfoquinase-MB (CK-MB), troponina podem
ocorrer
RX de tórax: normal na maioria dos pacientes
Eletrocardiograma: supradesnivelamento do segmento ST com concavidade para cima e
infradesnivelamento de PR em DI, DII, aVF e V3-V6.
1. Estágio I – fase aguda: no momento da dor, apresenta elevação difusa do segmento ST, com formato
côncavo, com onda T positiva.
2. Estágio II: ocorre após dias, o segmento ST retorna à linha de base e a onda T é achatada ou
isoelétrica.
3. Estágio III: 1 a 2 semanas após, apresenta inversão da onda T
4. Estágio IV: representa a reversão das anormalidades da onda T, pode ocorrer em semanas ou até
meses.
Ecocardiograma: geralmente é normal
Tromboembolismo Pulmonar:
Definição: muito consequente de um TVP, vasos pulmonares são ocluídos e causam isquemia.
Causas: idade avançada, repouso, prolongado no leito, insuficiência cardíaca, neoplasia maligna,
obesidade, infarto agudo do miocárdio.
Sinais e sintomas:
Taquipneia desinstalação súbita, acompanhada de dispneia
Febre
Tosse seca
Dor torácica
Taquisfigmia desproporcional ao grau de febre
Escarro hemoptoico ou hemoptise
Atrito pleural
Estertores pulmonares
Hiperfonese da 2a bulha pulmonar
Ritmo de galope
Cianose
Ingurgitamento jugular
Sinais de trombose venosa profunda
Exame físico:
Queixa principal:
Inspeção: estase jugular, cianose
Palpação: hepatomegalia e edema
Ausculta: taquipneia, taquicardia, ritmo de galope, sopro tricúspide.