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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO ALVORECER DA JUVENTUDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

TRABALHO DE FIM DE CURSO DE LICENCIATURA EM


CARDIOPNEUMOLOGIA

REALIZADO POR:

Isabel Gastão

AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS EM PACIENTES


COM AVC, ATENDIDAS NO HOSPITAL GERAL DE LUANDA, NO II° SEMESTRE
DE 2021

Orientador:

Nº de Registo:

LUANDA----------/-----------------/ 2022
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO ALVORECER DA JUVENTUDE

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

TRABALHO DE FIM DO CURSO DE LICENCIATURA EM


CARDIOPNEUMOLOGIA

AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS EM PACIENTES


COM AVC, ATENDIDAS NO HOSPITAL GERAL DE LUANDA, NO II° SEMESTRE
DE 2021

Apresentado por:Isabel Gastão

Orientador:

LUANDA----------/-----------------/ 2022
DEDICATÓRIA

Primeiramente ao meu grandioso Deus, por tudo que ele tem feito na minha
vida.

A toda minha família,pela paciência e por estar sempre ao meu lado nos
momentos de angustias e felicidades.

A todos os professores da Universidade ISPAJ, em especial ao meu


orientador que foi de fundamental, na construção dessa Monografia.As minhas
companheiras da Universidade que vivenciaram todos os momentos bons e ruis
durante este tempo.

Aos meus amigos e amigas que sempre estiveram presentes nos momentos
que mais precisei.
AGRADECIMENTOS

Ao ISPAJ pela formação superior;

Aos professores que através dos seus ensinamentos permitiram que pudesse
hoje estar concluindo este trabalho.

A todos que participaram das pesquisas, pela colaboração, disposição no


processo de obtenção de dados.

Aos meus pais pela educação;

Á toda minha família pelo apoio moral e psicológico durante esse processo;

Sem esquecer, todos que de forma directa ou indirecta contribuíram para o


cumprimento deste grande sonho de Licenciatura.

Muito obrigada!
EPÍGRAFE

“O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” Salmos


23:1.
RESUMO

O presente trabalho de fim de curso abordou avaliação das alterações


electrocardiográficas em pacientes com AVC, atendidas no Hospital Geral de
Luanda, no II° semestre de 2021. O trabalho teve o seguinte objectivo geral: Avaliar
as alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC, atendidas no Hospital
Geral de Luanda, no II° semestre de 2021. Com a seguinte pergunta de partida:
Qual é avaliação das alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC,
atendidas no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021? Este estudo é uma
pesquisa com paradigma de abordagem quantitativa, retrospectivo descritivo,
transversal representado pelas tabelas. A amostra foi de 30 profissionais, de
enfermagem do Hospital Geral de Luanda. Os resultados do trabalho revelam-nos,
que avaliação das alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC,
atendidas no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021, é positiva que
correspondeu a 50%. Portanto, estas alterações não são graves, e onde não existe
risco de morte. A eletrocardiografia no ambiente hospitalar, é usado
rotineiramente para monitorização de pacientes cardíacos e não-
cardíacos, especialmente em unidades de cuidados intensivos e
durante a realização de vários procedimentos. Desta forma, o
conhecimento do eletrocardiograma é fundamental para todos os
médicos e outros profissionais de saúde envolvidos no cuidado de
pacientes.

Palavras-chave: electrocardiográficas, pacientes, AVC


ABSTRACT

This end-of-course work addressed the evaluation of electrocardiographic alterations

in patients with stroke, treated at the Hospital Geral de Luanda, in the second half of

2021. The work had the following general objective: To evaluate the

electrocardiographic alterations in patients with stroke, Hospital Geral de Luanda, in

the second half of 2021. With the following starting question: What is the assessment

of electrocardiographic changes in patients with stroke, treated at Hospital Geral de

Luanda, in the second half of 2021? This study is a research with a quantitative

approach paradigm, descriptive retrospective, transversal represented by the tables.

The sample consisted of 30 nursing professionals from the General Hospital of

Luanda. The results of the study reveal that the evaluation of electrocardiographic

alterations in patients with stroke, treated at the Hospital Geral de Luanda, in the

second half of 2021, is positive, corresponding to 50%. Therefore, these changes are

not serious, and where there is no risk of death.Electrocardiography in the hospital

environment is routinely used to monitoring cardiac and non-cardiac patients,

especially in intensive care units and while performing various procedures. In this

way, knowledge of the electrocardiogram is essential for all physicians and other

health professionals involved in patient care.

Keywords: electrocardiographic, patients, stroke


LISTA DE TABELAS

Tabela nº1 - Distribuição da amostra em relação a faixa etária.

Tabela nº2 - Distribuição da amostra em relação ao gênero

Tabela nº3 - Distribuição da amostra em relação a categoria profissional

Tabela nº4 - Distribuição da amostra em relação o tempo de serviço.

Tabela nº5-Distribuição da amostra em relação as complicaçõescausadas pelo AVC

Tabela nº6 -Distribuição da amostra em relação as alterações electrocardiográficas


em pacientes com AVC

Tabela nº 7- Distribuição da amostra em relação os tipos de AVC

Tabela nº8- Distribuição da amostra em relação as alterações electrocardiográficas


em pacientes com AVC
LISTA DE ABREVIATURAS

AVC : Acidente vascular cerebral

AVCI : Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

AVCH: Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico

ISPAJ: Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude


ÍNDICE

DEDICATÓRIA...........................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS..................................................................................................V
EPÍGRAFE................................................................................................................. VI
RESUMO...................................................................................................................VII
ABSTRACT.............................................................................................................. VIII
LISTA DE TABELAS................................................................................................. IX
LISTA DE ABREVIATURAS.......................................................................................X
INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
Problemática da Pesquisa.....................................................................................3

Justificativa............................................................................................................ 4

Objectivo geral:......................................................................................................5

Objectivos específicos:.........................................................................................5

CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CIENTÍFICA.......................................6


1.1. Definições de termos e conceitos...............................................................6

1.1.1 AVC......................................................................................................... 6

1.1.2 Electrocardiográficas................................................................................7

1.1.3 Pacientes................................................................................................ 7

1.2 Breve histórico do AVC............................................................................8

1.3 Epidemiologia...............................................................................................9

1.4Etiologia....................................................................................................... 10

1.5Diagnóstico..................................................................................................12

1.6- Alterações cardiovascular causadas pelo AVC......................................14

1.7Factores de risco e complicações.............................................................15

1.8 Tratamento..................................................................................................17

1.9 Prevenção................................................................................................... 18

1.10Distúrbios do sistema nervoso central....................................................18

1.11 Miocitólise ou necrose em bandas de contração..................................19


CAPÍTULO II:ANÁLISE METODOLÓGICA..............................................................21
2.1. Tipo de Estudo.............................................................................................. 21

2.2. Local de Estudo............................................................................................21

2.3. População em Estudo..................................................................................21

2.3.1.Universo................................................................................................... 21

2.3.2.Amostra....................................................................................................21

2.4. Critérios em estudo.......................................................................................21

2.4.1. Critérios de Inclusão..............................................................................21

2.4.2. Critérios de Exclusão.................................................................................21

2.5. Variáveis de Estudo......................................................................................21

2.5.1 Variável Independente.........................................................................21

2.5.2 Variável Dependente...............................................................................22

2.6. Procedimentos de Recolha de Dados.........................................................22

2.7. Processamentos de Dados..........................................................................22

2.8. Procedimentos Éticos...................................................................................22

CAPÍTULO III- APRESENTÃO E ANÁLISE DE DADOS..........................................23


3.1 Caracterizaçãodo local de estudo................................................................23

3.2 Interpretação dos resultados........................................................................24

CONCLUSÃO............................................................................................................32
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS............................................................................35
APÊNDICE................................................................................................................ 38
ANEXOS....................................................................................................................41
INTRODUÇÃO

O presente trabalho teve como finalidade apresentaruma

abordagemsobreavaliação das alterações electrocardiográficas em pacientes com

AVC, atendidas no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021.

Várias pesquisas são unânimes que, o acidente vascular cerebral (AVC) ou


derrame cerebral é uma infartação (morte) de uma parte específica do cérebro
devido à irrigação sanguínea insuficiente, podendo ocorrer por oclusão (bloqueio) de
um dos principais vasos que nutrem o cérebro, por obstrução parcial ou completa de
um grande vaso intracraniano, ou por hemorragia.

Segundo Áviles (2016), na maioria dos casos, a região irrigada pela artéria cerebral
média é lesionada, resultando em significativos danos funcionais ao membro
superior, menciona-se que as consequências neuromusculoesqueléticas do AVC
dificultam ou impossibilitam o uso funcional do membro superior, o que pode
comprometer as actividades de vida diária.

A saúde é muito importante para que o ser humano tenha uma boa qualidade de
vida, sendo assim, podendo realizar suas actividades diárias, porém, inúmeros
motivos surgem afetando a saúde de indivíduos tornando-os incapacitados em
concretizar esses processos. Desta forma, existem diversas causas responsáveis
pelo desenvolvimento de morbidades e mortalidades. Sendo que uma dessas
causas é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) popularmente conhecido como
derrame cerebral, caracterizando a síndrome de déficit focal, ou às vezes global,
decorrente de um transtorno vascular, que lesa o tecido cerebral, tendo a duração
maior que 24 horas, apresentando desenvolvimento dos sintomas com rapidez
(Buck, 2020).

Andrade (2014), afirma que a patologia causa morte celular do cérebro, quando
deixam de serem supridas por nutrientes e o glicose, que são carreados através do
sangue, ou se ocorrer sangramento repentino ao redor ou dentro do encéfalo. O
AVC é classificado como isquêmico, o qual é provocado por obstrução vascular do
cérebro por um trombo ou êmbolo causando isquemia, caracterizando o tipo mais
comum, ou hemorrágico, que ocorre por rompimento de um vaso causando
hemorragia intracerebral, tornando-se o mais fatal.

1
De acordo com o Menendez (2012), o diagnóstico da patologia é realizado por
Tomografia Computadorizada do Crânio, Ressonância Magnética ou Angiografia
Cerebral, juntamente com os exames: físico, complementares e clínico, após o AVC,
dependendo da origem da artéria afetada, disponibilidade do fluxo colateral e da
dimensão da lesão cerebral, clinicamente são apresentados déficits focais, incluindo
as incapacidades funcionais sensitivas, mentais, motoras, perceptivas, do nível de
consciência e da linguagem.

Assim sendo, os sintomas neurológicos não diferenciam de forma clara em


relação à classificação da patologia, porém, refletem na localização e extensão da
lesão. Devido ao número de indivíduos que são acometidos com o AVC através dos
factores de risco como: hipertensão, dislipidemias, sedentarismo, fumo, diabetes,
idade, entre outros(Almeida, 2014).
Os distúrbios do sistema nervoso central, reconhecidamente, dão origem a
alterações cardíacas manifestadas frequentemente no eletrocardiograma. Apesar do
distúrbio do potássio sérico ter sido sugerido, como factor importante na gênese
dessas alterações, em diversos estudos esses achados não foram confirmados, a
maioriasugere que estas anormalidades do eletrocardiograma resultam de distúrbios
do sistema autônomo, secundários à doença neurológica, promovendo um excesso
local de catecolaminas, associada à produção adrenal aumentada, e uma activação
dos canais de cálcio, levando a aumento do cálcio citosólico e intramitocondrial,
além de liberação de radicais livres, culminando em necrose da banda de contração
e repercutindo em alterações no eletrocardiograma (Bartolomé, 2017).
Apesar da etiologia das alterações cardíacas, existem evidências de que a lesão
miocárdica seja mediada por catecolaminas, ocorrendo em alguns casos disfunção
importante do ventrículo esquerdo e liberação de enzimas cardíacas, como a
troponina-I 5. Também é discutido o aumento da pressão intracraniana, como factor
na gênese dessas alterações. Os dados de literatura demonstram alta incidência de
alterações no eletrocardiograma, na vigência de doenças neurológicas, descrito até
92% numa determinada população, facto contraposto ao observado na prática
clínica diária. Assim, procurou-se observar a frequência das alterações no
eletrocardiograma nos processos patológicos cerebrais e confrontá-las com as
encontradas em literatura (BOCCHI, 2015).

2
Problemática da Pesquisa

No contexto Angolano, o acidente vascular cerebral (AVC) é uma realidade


constrangedora, sendo uma doença não transmissível de importância crescente em
populações em processo de envelhecimento. De acordo com a Organização Mundial
de Saúde (OMS), o AVC é a segunda causa mais frequente de mortalidade a nível
mundial, e a terceira nos países industrializados, logo a seguir a doença coronária e
cancro em geral.

Portanto, a realidade actual revela que, oAVC causa cerca de 5,54 milhões de
mortes a nível mundial, com dois terços destas mortes ocorrendo nos países menos
desenvolvidos.Para além disso, é uma causa muito importante de morbilidade,
sendo a principal causa de incapacidade na população adulta. As situações que
mimetizam AVC variaram entre 19 e 31% das situações em que se suspeitou de
AVC, dentre as mais comuns dessas situações, convulsão foi a mais frequente,
seguida de outras, como síncope, causas metabólicas/intoxicações, enxaqueca,
transtornos conversivos, lesões expansivas cerebrais. No grupo das doenças
cerebrovasculares, o acidente vascular cerebral (AVC) correspondeu a 80% das
internações pelo sistema único de saúde em 2004. Além da elevada incidência,
deve-se considerar as sequelas físicas e psicossociais de um AVC, como: debilidade
física, problemas na comunicação, alterações funcionais, emocionais, entre outras.

Assim sendo, as doenças cerebrovasculares são associadas a enormes custos


biopsicossociais, as alterações eletrocardiográficas e cardíacas na fase aguda do
acidente vascular cerebral são relacionadas com elevada mortalidade após estes
eventos e grande debate existe sobre a gênese destas alterações nesta fase ictal. O
eletrocardiograma é método diagnóstico não invasivo capaz de fornecer informações
sobre fisiologia e processos patológicos do coração, incluindo eventual influência
negativa exercida pelo sistema nervoso autônomo.Por esta razão formulou-se a
seguinte pergunta de partida:

Qual é avaliação das alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC,


atendidas no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021?

3
Justificativa

A análise que se realizou justificou-se pela relevância que a abordagem da


temática alusiva avaliação das alterações electrocardiográficas em pacientes com
AVC, atendidas no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021. Inúmeras
foram as razões que estiveram na base da escolha do tema, visto que as
actualmente as doenças cardiovasculares se tornaram a principal causa de morte no
mundo segundo a OMS, configurando um grande problema de saúde pública.

O presente trabalho revela como o acidente vascular cerebral (AVC) exerce papel
notório dentro do espectro das doenças cardiovasculares, não apenas pela alta taxa
de morte decorrente deste, mas também pelas elevadas taxas de morbidade e
incapacitação decorrente desta doença. Este trabaçho apresenta a importância que
o diagnóstico do AVC seja rápido para que a intervenção ocorra o mais brevemente
possível e que tenha alta sensibilidade para obter o mínimo possível de falsos
negativos (pessoas que tem a doença, mas não foram diagnosticados). Em
decorrência desta alta sensibilidade dos métodos de detecção de AVC, muitas
situações que não são AVC acabam sendo confundidas como tal.

No sector social e sanitário contribuirá grandemente por mostrae como as chamadas


situações que mimetizam o AVC, são situações que muitas vezes podem se
assemelhar bastante, clinicamente, a um AVC, mas que tem suas especificidades e
devem ser diagnosticadas e tratadas de forma correcta. Daí a importância de se
conhecer estas situações.

No sector académico será mais uma fonte de pesquisa sobre o assunto, para
futuros estudantes e pesquisadores. Sendo relevante para a Instituição, pois a sua
biblioteca contará com mais uma pesquisa científica que servirá de suporte para a
comunidade académica e não só.Portanto, no âmbito científico este estudo vai
apresentar algumas das mais relevantes situações da avaliação das alterações
electrocardiográficas do AVC, bem como seu diagnóstico e tratamento.

Para o Hospital Geral de Luanda,o presente trabalho poderá lançar novos alicerces

na implementação e melhoria nas condições das alterações electrocardiográficas em


pacientes com AVC.

4
Objectivos do estudo

Objectivo geral:

 Avaliaras alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC, atendidas


no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021.
Objectivos específicos:

 Caracterizar os profissionais de acordo o perfil sócio-demográfico (faixa


etária, género, categoria profissional,tempo de serviço);
 Identificar as complicações causadas pelo AVC;
 Conhecer as alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC, e os
tipos de AVC;

5
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-CIENTÍFICA

1.1. Definições de termos e conceitos

1.1.1 AVC

O acidente vascular cerebral (AVC), pode ser definido como disfunção cerebral focal
de início agudo e duração superior a 24 horas levando à morte, sem causa aparente
que não de origem vascular (Caeiro, 2013).

O cérebro é vascularizado por ramos terminais da artéria carótida da


circulação anterior, e a artéria basilar da circulação posterior. Esses ramos formam o
círculo de Willis na base do cérebro, um sistema com uma comunicação peculiar,
que dá origem a todos os vasos que irrigam os hemisférios cerebrais (BAILEY,
2014).

Segundo Concepción et al. (2021), as doenças cerebrovasculares são


conceituadas como todo transtorno em que uma área do cérebro é atingida de forma
transitória ou permanente por uma isquemia (infarto) ou hemorragia, estando um ou
mais vasos sanguíneos cerebrais afectados por um processo patológico. Os autores
escolheram a palavra ictus, termo latino correspondente ao anglo-saxônio stroke que
significa 'golpe', como a mais adequada para nomear a doença vascular cerebral.

“O acidente vascular cerebral é definido como o início abrupto ou em forma de


crise de sintomas neurológicos, focais ou globais causados por isquemia ou
hemorragia no cérebro ou a sua volta, em consequência de doenças dos vasos
sanguíneos cerebrais” (DONKERVOORT, 2011). O diagnóstico clínico para o AVC
ocorre quando os sintomas persistirem por mais de 24 horas, e pode ser classificado
como infarto ou hemorragia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreve o AVC como o


desenvolvimento rápido de sinais clínicos de distúrbios focais (ou globais) da função
cerebral, com sintomas que perduram por mais de 24 horas ou conduzem a morte,
sem causa aparente, a não ser a de origem vascular. Conforme essa definição, os
acidentes isquêmicos transitórios (AIT), nos quais os sintomas desaparecem em

6
menos de 24 horas, não são considerados como AVC, mas podem ser causa da
mesma (COLLINS, 2018).

O AVC é uma doença que causa vários distúrbios neurológicos, sendo um forte
preditor de dificuldades e redutor da qualidade de vida do paciente e
consequentemente de seus familiares. Os inúmeros factores de riscos são
fortemente associados com o efeito de improdutividade depois do AVC incluindo
idade, mobilidade prévias, influências psicossociais e declínio cognitivo (CUNHA,
2010).

Um dos problemas neurológicos consequentes do AVC é a demência, a prevalência


de demência após o AVC é de quatro a doze vezes maior, comparado a uma
amostra de idade semelhante, e uma população sem doenças cerebrovasculares. A
demência vascular são de 10 a 20% do total das demências, dentre suas
características clínicas está a deteriorização intelectual, alteração da marcha e
quedas frequentes (EKMAN, 2020).

1.1.2 Electrocardiográficas

Um eletrocardiograma é a reprodução gráfica da actividade elétrica do coração


durante o seu funcionamento, registada a partir da superfície do corpo (FALCÃO,
2014).

Segundo Foerch (2015), o eletrocardiograma também chamado de ECG ou


eletrocardiografia. É um exame que avalia a actividade elétrica do coração por meio
de eletrodos fixados na pele, através desse exame, é possível detectar o ritmo do
coração e o número de batimentos por minuto.

De acordo Furtado (2015), um eletrocardiograma (ECG) é um exame que permite o


registro do ritmo cardíaco. O ECG consiste em estudar precisamente a actividade do
coração por meio de eletrodos colocados no peito, pulso e tornozelo do paciente.

1.1.3 Pacientes

Paciente é um individuo que está doente e sob cuidados médicos.


Um paciente é caracterizado como aquele que necessita de cuidados médicos e
clínicos, seja por estar doente ou suspeitar que tenha alguma doença (ARTAL,
2010).

7
Para André (2019), um paciente (do latim patiente) é uma pessoa que está
sendo cuidada por um médico, enfermeiro, psicólogo, fisioterapeuta, dentista,
cardiologista, ou outro profissional da área da saúde.

Paciente é aquele que vai ao médico, que vai fazer exames de rotina, que vai
habitualmente às consultas, que pode, ou não, estar doente (ANDRADE, 2016).

1.2 Breve histórico do AVC

O AVC decorre da alteração do fluxo de sangue ao cérebro, responsável pela


morte de células nervosas da região cerebral atingida, o AVC pode se originar de
uma obstrução de vasos sanguíneos, o chamado acidente vascular isquêmico, ou
de uma ruptura do vaso, conhecido por acidente vascular hemorrágico (GAGLIARDI,
2011).

Foi Hipócrates quem descreveu pela primeira vez a paralisia repentina que é
frequentemente associada com os acidentes vasculares cerebrais (AVC). Os
episódios de AVC e o histórico familiar de AVC têm sido descritos desde o segundo
milénio A.C. adiante, na antiga Mesopotâmia e Pérsia. Hipócrates (460-370 A.C.), foi
o primeiro a descrever o fenómeno da paralisia repentina, que é frequentemente
associado com a isquemia (GIL, 2012).

Para Gauggel (2010), a apoplexiaque advém da palavra grega que significa


“atingido violentamente”, surgiu pela primeira vez nas escritas de Hipócrates para
descrever este fenómeno. A palavra AVC foi utilizada como sinónimo de ataque
apoplético desde 1599, e é uma tradução bastante literal do termo grego.

Em 1658, na sua apoplexia, Johann Jacob Wepfer (1620-1695) identificou a causa


do AVC hemorrágico, quando sugeriu que as pessoas que tinham morrido de
apoplexia tinham hemorragias nos seus cérebros. Wepfer também identificou as
principais artérias que irrigam o cérebro, as artérias carótidas e vertebrais, e
identificou a causa dum tipo de AVC isquémico conhecido como enfarte cerebral
quando sugeriu que a apoplexia podia ser causada por um bloqueio a estas artérias.
Rudolf Virchow descreveu pela primeira vez o mecanismo de tromboembolismo
como um factor importante (GIEROY, 2015).

8
O termo AVC foi introduzido em 1927, refletindo uma “crescente consciêncialização
e aceitação das teorias vasculares e o reconhecimento das consequências duma
interrupção brusca do fornecimento vascular do cérebro”. O seu uso agora é
desencorajado por vários livros didáticos de neurologia, fundamentando que a
conotação fortuita realizada pela palavra “acidente”, não destaca suficientemente a
alterabilidade dos factores de risco subjacentes,como alternativa pode ser utilizada
apoplexia cerebrovascular (GOLDSTEIN, 2014).

O termo “brain attack” (ataque cerebral) foi introduzido para sublinhar a natureza
aguda do AVC de acordo com a American Stroke Association (Associação de AVC),
que tem utilizado o termo desde 1990, e é utilizado coloquialmente para se referir
tanto ao AVC isquémico, como ao AVC hemorrágico (GOUVEIA, 2014).

1.3 Epidemiologia

As doenças cerebrovasculares são a terceira causa de óbito em países


desenvolvidos, sendo precedidas somente pelas doenças cardiovasculares e pelo
câncer (GUARDA et al., 2013).

Os indícios de um acidente vascular cerebral são os problemas mais populares


na área de saúde nos Estados Unidos, conforme The American Heart Association
Stroke Outcome Classificacion, aproximadamente a cada ano ocorrem 500.000
novos ou recorrentes casos de AVC. Actualmente, cerca de 4.000.000 pessoas têm
sobrevivido ao AVC e convivem com algum déficit neurológico (GUERREIRO, 2013).

De acordo com Haase et al., (2019), o risco de AVC durante a vida é mais alto em
homens, o risco de morrer é mais alto nas mulheres. Isto decorre devido às mulheres
serem mais idosas em relação aos homens do início do AVC,há uma alta proporção
de vítimas de AVC idosas, pelo facto das mesmas terem uma expectativa de vida
mais longa.

O AVC tem pico de incidência entre a sétima e oitava décadas de vida quando se
somam as alterações cardiovasculares e metabólicas relacionadas à idade.
Portanto, pode ocorrer mais cedo e estar relacionado a outros factores de riscos,
como distúrbios da coagulação, doenças inflamatórias e imunológicas, assim como
ao uso de drogas (NUNES, 2015).

9
A taxa de mortalidade relactiva ao AVC tem caído durante os últimos 20 anos, 20%
dos pacientes morrem em 30 dias, 90% dos sobreviventes evoluem com déficit
residual e 30% ficam incapacitados. Para cada 100 AVCs, 80% são isquêmicos, em
torno de 10% são hemorragias intracerebrais, e 10% hemorragias subaracnóideas
(PERES et al., 2018).

Após a evolução de diversos subtipos de AVC algumas complicações neurológicas


podem ocorrer como o edema cerebral, que é acúmulo anormal de excesso de
líquido em espaço encefálico, e a hipertensão intracraniana, além da hidrocefalia,
transformação hemorrágica, crises epilépticas e recorrência precoce (SILVA,2015).

1.4Etiologia

Pang (2016), classifica as doenças vasculares cerebrais com intuito de unir a


nomenclatura e os critérios das mesmas nos países ibero-americanos. Estabelece
dois subtipos de etiológicos de isquemia cerebral (AIT e ictus isquêmico) que se
produz pela diminuição da irrigação sanguínea cerebral de forma total (isquemia
global) ou parcial (isquemia focal), como a doença de grandes vasos ou
arterotrombóticos, cardioembólico, doença oclusiva de pequenos vasos, de causa
inabitual e de origem indeterminada.

Segundo a duração, o processo isquêmico focal se apresentará como acidente


isquêmico transitório (AIT), se o quadro reverter antes de 24 horas. Ultrapassando
esse período, será classificado com ictus isquêmico. O ictus hemorrágico divide-se
em hemorragia subaracnóidea (HSA), que é a extravasão de sangue no espaço
subaracnóideo, e hemorragia cerebral que é a ruptura vascular no interior do
cérebro, esta, por sua vez, é subdividida em hemorragia parenquimatosa e
hemorragia ventricular (FURTADO, 2015).

O AVC pode ser de dois tipos que são:

 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico ou infarto cerebral: causado por


formação de trombos, por oclusão embólica ou por infarto lacunar;
 Acidente Vascular Hemorrágico: que pode ser Hemorragia
Intraparenquimatosa ou a Hemorragia Subaracnóidea, ou por Hematomas

10
Subdurais agudos ou subagudos, após traumatismo craniano (PERKIN et al.,
2018).

Em estudos realizados por Haase et al., (2019), demonstrou-se que a etiologia


mais frequente para AVC Hemorrágico é a hipertensão arterial, enquanto que no
AVC Isquêmico é a trombose (coagulação do sangue), e apesar de conhecer a
etiologia em média de 42,75% dos casos, há ainda uma média 31,62% em que a
causa é indeterminada, um percentual considerado elevado.

De acordo com Gilroy (2005), o AVC isquêmico ou infarto cerebral, ocorre quando há
uma isquemia, insuficiência localizada de irrigação sanguínea, devida à constrição
ou a obstrução arterial, e necrose de uma área do cérebro após uma redução na
irrigação sanguínea. Há duas causas principais do AVC isquêmico que são a
coagulação sanguínea (trombose) das artérias carótida interna ou vertebral, bem
como das artérias cerebrais e seus ramos, e a obstrução de um vaso sanguíneo por
um embolo (embolia), em que a localização mais comum é na artéria cerebral média.

Há outras causas associadas à isquemia cerebral como as cardiopatias, doenças


dos vasos, anormalidades dos constituintes do sangue, redução da perfusão
cerebral e doenças infecciosas crônicas. Essas causas ainda podem estar
relacionadas a factores de riscos como hipertensão arterial, diabetes mellitus, alto
nível de colesterol, obesidade, alcoolismo, uso de anticoncepcionais orais,
hipotireoidismo, alta taxa de ácido úrico no sangue, idade, sedentarismo, doença
falciforme como a anemia, factores genéticos, abuso de drogas e tabagismo (SILVA,
2015).

Os infartos lacunares ou oclusão de pequenos vasos são aqueles em que a


etiologia não é causada por trombose ou embolo,sendo caracterizado pela obstrução
de fluxo sanguíneo em artérias profundas de pequeno calibre. A dissecação arterial,
a displasia fibromuscular, o aneurisma sacular, a malformação arteriovenosa, a
trombose venosa cerebral, as enfermidades sistêmicas, as alterações da
coagulação, o infarto migroso, e os transtorno de origem genética (CADASIL,
Síndrome de Sneddon), são as afecções mais comuns encontradas nestes infartos
(PANG, 2016).

11
Os sintomas neurológicos consequentes da interrupção do fluxo sanguíneo para o
cérebro, dependem da etiologia, da localização e extensão da lesão cerebral, e
podem determinar o diagnóstico em relação à tipologia do AVC, determinar a
condução do tratamento e prevenção. Quando há ocorrência de cefaléia, vômitos,
convulsões ou coma é mais provável diagnosticar o AVC como hemorrágico. Há
também outros sintomas específicos que podem ocorrer combinados ou
isoladamente, como perda de visão (hemianopsia), visão dupla, fraqueza ou perda
sensorial de um lado do corpo, disartria, alterações das funções executivas
superiores (disfasia, confusão mental, desorientação espacial, negligência, distúrbios
de memória), dificuldade de caminhar, ou surdez unilateral (GOUVEIA,2014).

1.5Diagnóstico

Para confirmação do AVC são necessárias algumas investigações por meio de


exames de neuroimagem e exames clínicos, é necessário fazer uma Tomografia
Computadorizada e repeti-la em 24 e 48 horas caso não tenha detectado nada
inicialmente. O objectivo desse exame é identificar o tipo de AVC, verificar a
extensão da lesão, excluir possíveis diagnósticos e identificar as complicações
(BUCK, 2020).

Outro exame de neuroimagem é a Ressonância Magnética encefálica (RM) com


espectroscopia, ou ponderada para perfusão ou difusão, a mesma tem mais
positividade do que a TC nas primeiras 24 horas para AVC Isquêmico,
principalmente se a lesão ocorreu no território vértebro-basilar. Para verificar a
etiologia a realização do ultrasom Doppler transtorácico ou transesofágico é
recomendado (ARTAL, 2010). Outros exames de imagem podem ser realizados,
como o doppler transcraniano, SPECT (Single Photon Emission Computed
Tomography), ultra-sonografia dúplex carotídea, ecocardiografia transtorácica
bidimensional, angiografia cerebral e angiografia MR (PERES et al., 2018).

Na suspeita de hemorragia subaracnóidea ou AVC Hemorrágico de causa


desconhecida, o exame do líquido cefalorraquiano (LCR) é indicado, quando o
resultado da TC for negativo. Há também os exames sanguíneos como hemograma
completo, glicose, contagem de plaquetas, velocidade de hemossedimentação,
tempo de protrombina, tempo parcial de tromboplastina, e ainda de creatina, uréia,
eletrólitos, gasometria arterial, coagulograma e frente a suspeita de trombose, a

12
dosagem do colesteroltotal e frações, triglicérides, fibrinogênio. É recomendável
efetuar exames de reações sorológicas para a doença de chagas e sífilis, e ainda
efetuar o eletrocardiograma em todos os pacientes com AVC (ÁVILES, 2016).

Segundo Banks (2014), o diagnóstico clínico do AVC pode ser inexacto em cerca de
10% dos casos, e outras doenças como neoplasias e infecções podem apresentar
uma manifestação inicial súbita, com os mesmos sinais localizatórios, semelhantes a
uma doença vascular cerebral. Por esse motivo é imprescindível efectuar todas as
investigações para fornecer o diagnóstico.Além das investigações por meio de
neuroimagem e por exames laboratoriais, no exame clínico alguns aspectos devem
ser verificados como a pressão arterial, pois frequentemente ela aumenta após um
acidente vascular cerebral, mais comumente nas hemorragias que nos infartos
cerebrais. A ocorrência de hipertermia, que pode ser em decorrência de um AVC,
especialmente em hemorragias subaracnóides ou do tronco cerebral primárias.

Verifica-se o estado de sudorese excessiva, observada após uma hemorragia no


tronco cerebral ou um grande acidente vascular hemisférico. Também os defeitos da
condução cardíaca e disritmias cardíacas, ocasionalmente se seguem a hemorragias
subaracnóideas ou parenquimatosas. Um sinal da presença de sangue no espaço
subaracnóideo, é a rigidez da nuca (CONCEPCIÓN et al., 2021).

No exame neurológico são verificados os distúrbios da consciência ou cognição,


paralisia no olhar horizontal e grau de hemiparesia. Em pacientes que não estão
inteiramente conscientes, são fundamentais a investigação com a imagem cerebral e
exames neurológicos repetidos nos minutos e horas subsequentes. Ocorrem ainda
flutuações da consciência, confusão mental aguda ou delírio, geralmente as funções
cognitivas como memória, orientação, linguagem, função visuoespacial e atenção,
são afectadas. Pode ocorrer ainda afasia total com mutismo e compreensão auditiva
deficiente, quando a ocorrência da lesão for no hemisfério dominante, e hemi-
inatenção como negligencia visual em relação ao espaço contralateral e
anosognosia, quando a lesão for no hemisfério não-dominante (BAILEY, 2014).

Efetua-se ainda um exame neurovascular por meio da palpação das principais


artérias acessíveis, incluindo as artérias temporais superficiais, as carótidas na
bifurcação e na parte inferior do pescoço, as artérias subcláveas, as artérias braquial

13
e radial, a aorta abdominal e a artéria femoral ou seus ramos nas pernas; palpação
cervical e ausculta por meio do estetoscópio (PANG, 2016).

1.6- Alterações cardiovascular causadas pelo AVC


O eletrocardiograma (ECG) é método diagnóstico centenário, de baixo
custo e não invasivo que se baseia no registro das sequências de
despolarização e repolarização elétrica dos miócitos cardíacos fornecendo,
assim, informações a respeito da fisiologia e processos patológicos do
coração.
A gênese do traçado é baseada na eletrofisiologia cardíaca, um campo

elétrico é gerado pelo influxo iônico através das membranas celulares e


células cardíacas adjacentes. Esta corrente iônica é sincronizada pela
activação e recuperação sequencial gerando um campo elétrico dentro e ao
redor do coração cuja amplitude varia durante o ciclo cardíaco. Este campo
elétrico passa através de outras estruturas até alcançar a superfície corporal
onde são então detectados por eletrodos especificamente locados em pontos
nas extremidades e parede torácica (BANKS, 2014).
Estes eletrodos dão origem às derivações. O campo elétrico captado
por estes eletrodos são então amplificados, filtrados e apresentados na forma
do traçado eletrocardiográfico em meios como papel e tela de monitores
eletrônico (CUNHA, 2010).
Segundo Peres et al., (2018), alguns parâmetros do ECG são
reconhecidamente influenciados pela actividade autonômica, o que torna o
método uma ferramenta simples capaz de mensurar algumas repercussões
cardíacas e mediadas pelo SNA.
Dentre as alterações eletrocardiográficas em pacientes com
AVCdestacam-se:

 Prolongamento do intervalo QT e Depressão ou elevação do


segmento ST;
 Surgimento de onda U, elevação, achatamento, inversão de
onda T ou onda T apiculada;
 Aumento da amplitude da onda P;
 Aumento da voltagem do QRS;

14
 Aparecimento de onda Q;
Portanto, estas alterações são potencialmente graves, e relacionadas a
maior risco de morte, em especial alterações do nivelamento do segmento ST
e sinais sugestivos de hipertrofia ventricular esquerda. O mecanismo central
pelo qual as anormalidades ocorrem não é bem conhecido, mas pode envolver
lesões em áreas pré-autonômicas supra-segmentares como por exemplo o
córtex insular, a ínsula dorsal possui organização sensitiva viscerotópica e
recebe influxo gustativo, visceral, muscular e cutâneo de forma
topograficamente organizada via tálamo (BOCCHI, 2015).
A passagem desta informação para a ínsula anterior direita fornece a
experiência consciente. O controle visceromotor também segue organização
topográfica conforme sugerem trabalhos experimentais, estimulações intra-
operatórias e pacientes com doenças cerebrovasculares. As lesões insulares a
direita foram relacionadas a alterações no ECG. Adicionalmente, esta mesma
região foi identificada, em estudo com ressonância nuclear magnética com
sequências difusão perfusão como área envolvida na elevação de troponina
em pacientes com AVC (GOUVEIA, 2014).

1.7Factores de risco e complicações

Em décadas passadas, foram realizados estudos de métodos mais


aprimorados, que obtiveram resultados de identificação de riscos modificáveis e
riscos não modificáveis; responsáveis pelo processo de desenvolvimento de AVC
hemorrágico e isquêmico. Além disto, identificar e controlar os factores de risco é
importante para a profilaxia primária do AVC nos habitantes(CONCEPCIÓN et al.,
2021).

Idade e sexo são factores de riscos não modificáveis, e os principais


factores modificáveis segundo Caceiro (2013) que são:

 Hipertensão arterial;
 Dislipidemias devido às chances do desenvolvimento de placas de
ateroma, que podem desprender e alojar no cérebro;
 A diabetes;
 Sedentarismo, fumo e Ataques Isquêmicos Transitórios (AIT);

15
Segundo Silva (2015), a constituição de placas de gordura, cálcio entre
outros elementos na parede arterial cardíaca e suas ramificações, é denominada
aterosclerose, que tem a característica de causar a estenose e enrijecer as artérias
através do excesso de lipídios na luz do vaso, tornando-se conhecida como
ateroma. Essa complicação é responsável em originar o Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM), acidentes vasculares encefálicos e mortes súbitas.

Essa complicação é responsável em originar o infarto agudo do miocárdio (IAM),


acidentes vasculares encefálicos e mortes súbitas. O Ataque isquêmico transitório
ou angina cerebral, cursa com o quadro agudo onde a região encefálica ou retiniana
sofrem perda funcional, apresentando um fluxo sanguíneo inadequado em território
vertebrobasilar ou carotídeo, ocorrendo a regressão em menos de 24 horas
(ALMEIDA, 2014).

Furtado (2015), diz que embora o acidente vascular possa desenvolver em


qualquer idade, incluindo recém-nascidos e crianças, a probabilidade desse
acontecimento aumenta conforme a idade avança, e as chances serão maiores em
ter a patologia. A tendência aumenta em pessoas do sexo masculino e em raça
negra. Continuando com as afirmações, a probabilidade para o AVC é ampliada em
pessoas que apresentam histórico de doenças vascular prévia: infarto agudo do
miocárdio, ameaça de derrame, e doença obstrutiva periférica, a qual compete em
diminuição do fluxo sanguíneo ocasionado pelo estreitamento de artérias que
suprem os membros inferiores.

Bailey (2014), afirma que as complicações que ocorrem com maior


frequência provenientes da disfagia são a baixa do estado nutricional que leva ao
emagrecimento extremo, e pneumonia aspirativa, que podem gerar óbito,
principalmente nos doentes idosos.

As principais complicações do AVC são:

 Hipertensão intracraniana: que acontecerá devido a existência de hematoma,


edema cerebral e hidrocefalia.
 Ovaso espasmo: que é associado à presença de sangue em extensa área do
espaço subaracnóideo. Este evento pode manifestar-se entre o 4º e o 14º dia

16
depois da hemorragia meníngea com uma incidência maior e gravidade ao
gravidade ao 7º dia.

1.8 Tratamento

O tratamento do AVC é específico para cada tipo (AVCi e AVCh), com abordagem,
controle e desfecho diferenciados entre sí. Além do tratamento específico para o tipo
de AVC devem ser tomadas medidas de manutenção na tentativa de estabilizar o
paciente até que o diagnóstico seja confirmado e também no pós tratamento
(ANDRÉ, 2019).

Dentre as medidas de tratamento, destacam-se as seguintes:

 Controle da pressão arterial, principalmente nos AVCh e nos AVCi


trombolisados, pelo maior risco de sangramento (reduzir a pressão
inicialmente para no máximo 30% da inicial);
 Controle de glicemia (manter abaixo de 120mg/dL, pois valores acima destes
são deletérios na fase aguda do AVC);
 Controle de temperatura (a hipertermia deve ser tratada o quanto antes, e a
hipotermia pode ser uma opção para diminuir o edema cerebral);
 Hiperventilação (indicada quando as condições do paciente estão se
deteriorando secundariamente ao aumento da PIC);
 Hemodiluição (medida ainda controversa, pode ser útil em algumas
situações, mas apresenta muitas restrições ao seu uso) (SILVA, 2015).

De acordo com Bartolomé (2017), o tratamento especifico do AVC tem como base a
terapia trombolítica venosa, por diminuir o déficit funcional, quando comparado ao
placebo (grau de evidência 1ª). Para que a terapia trombolítica seja efetuada com
segurança, critérios de inclusão devem ser considerados: ser maior de idade, tempo
limite para o início da terapia de quatro horas e 30 minutos após o inicio dos
sintomas, apresentar um AVC, sem evidência de hemorragia intracraniana.

Há a necessidade de controle rigoroso do estado do paciente, com exame do status


neurológico em períodos curtos e avaliação de possíveis complicações, como
hemorragias e angioedema orolingual. Caso paciente se encaixe nos critérios de
exclusão, uma alternativa pode ser a trombólise intrarterial, que tem a vantagem de
liberar uma concentração alta da substância no local da oclusão, mas tem como

17
desvantagem o tempo gasto no procedimento, que é maior do que o gasto na
terapia trombolítica intravenosa (MENENDEZ, 2012).

Em relação ao AVCh, as complicações são devidas ao sangramento em si, de modo


que as abordagens feitas no tratamento devem ser relactivas a estas complicações:
prevenir a expansão do hematoma, reduzir ou evitar hipovolemia periférica e
prevenir recorrência da hemorragia (HAASE et al., 2019).

1.9 Prevenção

A prevenção do AVC é a principal arma contra a doença,a identificação dos


factores de risco para as doenças vasculares e seu controle diminuem muito o
número de casos de derrame cerebral. O controle das doenças cardiovasculares, da
hipertensão arterial, e de distúrbios metabólicos como diabetes são fundamentais
nas medidas preventivas da doença (GUARDA et al., 2013).

O tabagismo é um importante factor de risco que deve ser eliminado,a actividade


física regular deve ser estimulada. De acordo com Falcão (2014), o tratamento das
doenças vasculares cerebrais isquêmicas tem como primeira etapa o tratamento
preventivo, que inclui a identificação e controle dos factores de riscos relacionados à
causa ou possíveis causa do AVC, como o uso da terapia antitrombótica e a
endarterectomia carotídea em casos selecionados, controle da hipertensão e da
diabete, proibição do acto de fumar, uso de drogas antiplaquetárias ou
anticoagulantes como Warfarina.

1.10Distúrbios do sistema nervoso central


Reconhecidamente estes distúrbios dão origem a alterações cardíacas
manifestadas frequentemente no eletrocardiograma. Apesar do distúrbio do potássio
sérico ter sido sugerido, como factor importante na gênese dessas alterações, em
diversos estudos esses achados não foram confirmados. A maioria dos trabalhos
sugere que estas anormalidades do eletrocardiograma resultam de distúrbios do
sistema autônomo, secundários à doença neurológica, promovendo um excesso
local de catecolaminas, associada à produção adrenal aumentada, e uma activação
dos canais de cálcio, levando a aumento do cálcio citosólico e intramitocondrial,
além de liberação de radicais livres, culminando em necrose da banda de contração
e repercutindo em alterações no eletrocardiograma (BUCK, 2020).

18
Apesar da etiologia das alterações cardíacas ser motivo de especulação
científica, existem evidências de que a lesão miocárdica seja mediada por
catecolaminas, ocorrendo em alguns casos disfunção importante do ventrículo
esquerdo e liberação de enzimas cardíacas, como a troponina-I. Também é
discutido o aumento da pressão intracraniana, como factor na gênese dessas
alterações (EKMAN, 2020).

Para Nunes (2015), os dados de literatura demonstram alta incidência de


alterações no eletrocardiograma, na vigência de doenças neurológicas, descrito por
Goldstein até 92% numa determinada população, facto contraposto ao observado na
prática clínica diária. Assim, procurou-se observar a frequência das alterações no
eletrocardiograma nos processos patológicos cerebrais e confrontá-las com as
encontradas em literatura.

1.11 Miocitólise ou necrose em bandas de contração

Os miócitos cardíacos respondem a hiperatividade simpática por meio


de um processo patológico conhecido como degeneração miofibrilar ou
miocitólise. Trata-se de uma lesão fisiopatologicamente distinta da necrose
cardíaca na qual as células morrem em posição relaxada sem bandas de
contração proeminentes, com calcificação tardia e a lesão resultante
desencadeia resposta polimorfonuclear (ANDRADE, 2016).

Na miocitólise, as células entram em apoptose em estado máximo de


contração, com bandas de contração evidentes, e podem calcificar quase
imediatamente, desencadeando, por sua vez, resposta uma inflamatória
mononuclear. Embora o processo de dano miocárdico seja difuso,
caracterizado por pequenas ilhas de necrose em bandas de contração e
hemorragias subendocárdicas, este tipo de lesão geralmente se concentra a
pequenas distâncias de terminais nervosos intracardíacos, frequentemente
dentro de 2 a 4 umdo terminal nervoso como demonstrado em exame de
microscopia eletrônica(GIL, 2012).

O processo é aceito como o responsável pelo aumento dos


biomarcadores de necrose miocárdica, encontrado na fase aguda de um
evento cerebral e já relacionado a maior predisposição a arritmias, a piores
desfechos de morbidade e mortalidade e ainda a maiores tempos de

19
internação. A elevação da troponina observada em lesões neuralmente
mediadas geralmente é modesta não excedendo 1mg/dl em 96% dos
pacientes, porém, já é o suficiente para exercer influência negativa em sua
evolução clínica(EKMAN, 2020).

Este tipo de alteração, além de presente em pacientes com doenças


neurológicas agudas, é encontrada também em pacientes com
feocromocitoma e após administração parenteral de catecolaminaso que
reforça a hipótese da hiperatividade simpática. Alguns autores sugerem
inclusive um mecanismo no qual a lesão cardíaca seria provocada pela
liberação local de noradrenalina, podendo ser potencializada pelos altos níveis
de catecolaminas de origem adrenal e circulantes na fase aguda do insulto
neurológico.

20
CAPÍTULO II:ANÁLISE METODOLÓGICA

2.1. Tipo de Estudo

Realizou-se um estudo prospectivo descritivo, transversal com abordagem


quantitativa.

2.2. Local de Estudo

A pesquisa fo realizada no Hospital Geral de Luanda, no IIº Semestre de


2021. Localizado na província de Luanda, Município de Kilamba Kiaxi.
2.3. População em Estudo
2.3.1.Universo

O universo em estudo correspondeu a 60 profissionais de saúde com mais de


um ano de exercício de profissão.

2.3.2.Amostra

Amostra foi constituida 30 profissionais que terão mais de 1 ano de


experiência que aceitarão participar da pesquisa, sobre avaliação das alterações
electrocardiográficas em pacientes com AVC.

2.4. Critérios em estudo


2.4.1. Critérios de Inclusão

Foram incluídos nesta pesquisa todos os profissionais do serviço


decardiologia dos 18 aos 61 anos de idade que se disponibilizarem a participar da
pesquisa, com mais de um ano de experiência.

2.4.2. Critérios de Exclusão

Foram excluídos nesta pesquisa todos os profissionais que não


corresponderão com as condições pré-definidas. E, os que não se disponibilizarem a
participar.

2.5. Variáveis de Estudo

2.5.1 Variável Independente:

 Faixa etária, género, categoria profissional e tempo de serviço;

21
2.5.2 Variável Dependente:

 Complicações causadas pelo AVC.

 Alterações electrocardiográficas.

 Tipos de AVC.

2.6. Procedimentos de Recolha de Dados

Aplicou-se um questionário de perguntas e respostas aos


profissionaisdoHospital Geral de Luanda, no II°semestre de 2021.

2.7. Processamentos de Dados

Após a recolha de dados, foram analisados e tratados utilizando os


programas tais como: Microsoft Word 2013, Excel 2013 e Power Point 2013.

2.8. Procedimentos Éticos

Após a aprovação do presente pré-projecto, foi elaborada uma carta pela


direcção do ISPAJ, dirigida ao Hospital, a pedir autorização para a recolha de dados,
e o termo de consentimento garantindo sigilo e confidencialidade das informações
fornecidas.

22
CAPÍTULO III- APRESENTÃO E ANÁLISE DE DADOS

3.1 Caracterizaçãodo local de estudo

O hospital foi construído em 2006, mas, em 2012, acabou demolido, por


orientação de especialistas em engenharia. Uma nova infraestrutura foi inaugurada
em 2015. A unidade hospitalar possui 450 camas, sendo 350 para adultos e 100
berçários, todos para internamento.O responsável informou que a área dos recursos
humanos tem o registo de 462 trabalhadores, destes, 46 são médicos nacionais, 19
cubanos e nove chineses, distribuídos nas áreas de técnicos de diagnóstico e
terapêuticos. O Hospital Geral de Luanda atende actualmente mais de dois mil
pacientes por dia.

De acodo com o director-geral da unidade hospitalar oobjectivo da unidade


hospitalar é garantir o atendimento humanizado e especializado à população, por
meios de serviços preventivos e curativos, com equipas multidisciplinares e alta
tecnologia, para reduzir o índice de mortalidade no país.

Por outro lado, a zona da enfermaria é composta por 262 especialistas. aos
serviços existentes no hospital, que possui quatro bancos de urgências,
nomeadamente, Cirurgia e Ortopedia, Medicina, Pediatria e Genecologia e
Obstetrícia. Tendo como especialidades de Medicina Interna, Pediatria, Neurologia,
Cardiologia, Dermatologia, Fisioterapia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia entre
outras.

23
3.2 Interpretação dos resultados

Tabela nº1- Distribuição de acordo á faixa etária.

Faixa etária Nº %

De 18 aos 30 anos 5 17

De 31 aos 40 anos 20 66

Mais de 40 anos 5 17

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra a faixa etária dos pesquisados do Hospital Geral de


Luanda, onde a maioria pertence a faixa etária de 31 aos 40 anos, correspondendo
a 66% , dos 18 aos 30 anos de idade e mais de 40 anos correspondem a 17%

De acordo com o Gordon et al., (2009), a existência de uma faixa etária jovem na
enfermagem, é muito relevante para o alcance dos seus objectivos e da sua carreira,
pois, ausências não previstas têm sido identificadas em alguns países como uma
das principais questões que comprometem a força de trabalho da
enfermagem,concomitantemente à questão do absenteismo, assinala-se o
envelhecimento da força de trabalho, gerando necessidade de reestruturação nos
hospitais para o ajustamento dos profissionais com idade mais elevada

Tabela nº2- Distribuição de acordo ao género dos pesquisados

Género Nº %

24
Masculino 10 33,3

Feminino 20 66,7

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra o género dos pesquisados do Hospital Geral de


Luanda, onde 25 são do género feminino que correspondem a 66,7% dos
pesquisados, 10 do género masculino que correspondem a 33,3% dos pesquisados.
No entanto, é possível constatar, que a maior parte dos pesquisados são do género
feminino.

Segundo Falcão (2014) , a enfermagem é uma área de actuação historicamente


construída e desempenhada por mulheres.O trabalho das mulheres antigamente era
direcionado quase exclusivamente ao cuidado. Cuidavam dos maridos e filhos em
casa, e mais tarde passaram a sair para cuidar do outro.

25
Tabela nº3- Distribuição de acordo a categoria profissional.
Categoria profissional. Nº %

Técnico 5 17

Auxiliarde cardiopneumologia 10 33

Licenciado 15 50

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra a categoria profissional dos profissionais de psicologia


do Hospital Geral de Luanda, onde dos 15 pesquisados são licenciados
correspondendo a 50 %, 10 são Auxiliarde cardiopneumologia que correspondem a
33%, e técnico correspondem a 17%. No entanto, é possível constatar, que a maior
parte dos pesquisados são licenciado.

A enfermagem tem sido uma profissão, que se desenvolveu inserida em um grupo


de trabalho, denominado equipe de saúde.Está é composta por diversos
profissionais, e vem elaborando sua identidade profissional (OGUISSO, 2007).

26
Tabela nº4 - Distribuição de acordo o tempo de serviço

Tempo de serviço Nº %

Até 1 ano 5 17

2-3 anos 5 17

4-5 anos 10 33

+ de 5 anos 10 33

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra o tempo de serviço dos pesquisados do Hospital


Geral de Luanda, onde de 4-5 anos e + de 5 anos correspondem a 33 %, até 1 ano
e de 2-3 anos que correspondem a 17%.

Para Bonato (2011), o tempo de serviço de qualidade traz suas vantagens no


momento em que os hospitais têm o intuito de alcançar os mais elevados padrões
assistenciais, através de iniciativas que respondam às necessidades dos pacientes

Tabela nº5- Distribuição de acordo as complicaçõescausadas pelo AVC

Complicações causadas pelo Nº %


AVC

27
Hipertensão intracraniana 20 66

Vaso espasmo 5 17

Aterosclerose 5 17

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra que ,20 dos pesquisados, responderam Hipertensão


intracraniana correspondem a 66 % , Vaso espasmo e Aterosclerose correspodem
a 17 %.

Segundo Caplan (2009), muitos dos doentes que sobrevivem ao AVC ficam com
sequelas de ordem física, sensorial e cognitiva.O AVC, sendo a principal causa de
incapacidade no adulto no mundo, leva à reforma precoce e a repercussões sócio-
económicas devastadoras.

28
Tabela nº6- Distribuição de acordo as alterações electrocardiográficas em
pacientes com AVC
Alterações Nº %
electrocardiográficas em
pacientes com AVC

Prolongamento do intervalo QT 10 33
e Depressão ou elevação do
segmento ST

Surgimento de onda U, 5 17
elevação, achatamento,
inversão de onda T ou onda T
apiculada

Aumento da amplitude da onda 5 17


P

Aumento da voltagem do QRS 7 23

Aparecimento de onda Q 3 10

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra que as alterações electrocardiográficas em pacientes


com AV, onde Prolongamento do intervalo QT e Depressão ou elevação do
segmento ST, correspondem a 33%, Surgimento de onda U, elevação, achatamento,
inversão de onda T ou onda T apiculada e Aumento da amplitude da onda P
correspondem a 17%, Aumento da voltagem do QRS a correspondem a 23% e
Aparecimento de onda Q correspondem a 10%.

Para Gil (2012), Alterações eletrocardiográficas na fase aguda de doenças


cerebrovasculares, são achados frequentes e relacionadas a pior prognóstico,
particularmente a maior mortalidade e maior grau de incapacidade em 90 dias

29
Tabela nº7- Distribuição de acordo os tipos de AVC

Tipos de AVC Nº %

Acidente Vascular Cerebral 20 67


Isquêmico ou infarto cerebral

AcidenteVascular 10 33
Hemorrágico

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra os tipos de AVC, onde 20 dos pesquisados


responderam Acidente Vascular Cerebral Isquêmico ou infarto cerebral que
correspondeu a 67% e 10 dos pesquisados responderam AcidenteVascular
Hemorrágico que correspondeu a 33%.

O AVC é uma doença de causa multifactorial. Isto é, uma combinação de factores


de risco, que influência a probabilidade de um indivíduo vir a ter um AVC (WHO,
2006).

30
Tabela nº8- Distribuição de acordo avaliação das alterações
electrocardiográficas em pacientes com AVC
Avaliação das alterações Nº %
electrocardiográficas em pacientes
com AVC

Positivo 15 50

Razoável 10 33

Negativo 5 16

Total 30 100%

Fonte: Elaboração própria, Hospital Geral de Luanda no IIº Semestre de 2021.

A presente tabela demonstra , avaliação das alterações electrocardiográficas em


pacientes com AVC, onde 15 dos pesquisados responderam positivo, que
correspondeu a 50 % , razoável correspondeu a 10 % e negativo correspondeu a
16%.

Segundo Andrade (2014), mais de 1 século desde a sua descoberta, a


eletrocardiografia continua sendo, uma importante fonte de informação de várias
condições clínicas. Mesmo com o advento de métodos de diagnósticos,mais avançados
e mais caros, a sua relevância clínica não diminuiu. Pelo contrário, sua aplicação clínica
continua em expansão, e actualmente é o meio diagnóstico mais utilizado na prática
médica.

31
CONCLUSÃO

O presente trabalho Abordou, alteração electrocardiográfica em pacientes com


AVC, atendidas no Hospital Geral Luanda, no II° SEMESTRE DE 2021 . Com a
realização deste trabalho conclui-se que o objectivo geral e os específicos foram
alcançados. Tendo como pergunta de partida: Qual é avaliação das alterações
electrocardiográficas em pacientes com AVC, atendidas no Hospital Geral de
Luanda, no II° semestre de 2021?

No que tange, a faixa etária dos pesquisados dos 31 aos 40 anos, corresponde
a 66% , dos 18 aos 30 anos de idade e mais de 40 anos correspondem a 17%. De
acordo o género, 25 são do género feminino que correspondem a 66,7% dos
pesquisados e 10 do género masculino que correspondem a 33,3%. Sobre o tempo
de serviço, dos 4-5 anos e + de 5 anos correspondem a 33 %, até 1 ano e de 2-3
anos que correspondem a 17%. Sobre o nível académico, licenciados
correspondendo a 50 %, 10 são Auxiliar de cardiopneumologia que correspondem
a 33%, e técnico correspondem a 17%

Relativamente, as complicações causadas pelo AVC, Hipertensão intracraniana


correspondem a 66 % , Vaso espasmo e Aterosclerose correspondem a 17 %.

De acordo as alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC,


Prolongamento do intervalo QT e Depressão ou elevação do segmento ST,
correspondem a 33%, Surgimento de onda U, elevação, achatamento, inversão de
onda T ou onda T apiculada e Aumento da amplitude da onda P correspondem a
17%, Aumento da voltagem do QRS a correspondem a 23% e Aparecimento de
onda Q correspondem a 10%.

Quanto os tipos de AVC, 20 dos pesquisados responderam Acidente Vascular


Cerebral Isquêmico ou infarto cerebral que correspondeu a 67% e 10 dos
pesquisados responderam Acidente Vascular Hemorrágico que correspondeu a
33%.

32
Os resultados do trabalho mostram-nos, que avaliação das alterações
electrocardiográficas em pacientes com AVC, atendidas no Hospital Geral de
Luanda, no II° semestre de 2021, é positiva que correspondeu a 50%.Portanto, estas
alterações não são graves, e onde não existe risco de morte.

A eletrocardiografia no ambiente hospitalar, é usado rotineiramente


para monitorização de pacientes cardíacos e não-cardíacos,
especialmente em unidades de cuidados intensivos e durante a
realização de vários procedimentos. Desta forma, o conhecimento do
eletrocardiograma é fundamental para todos os médicos e outros
profissionais de saúde envolvidos no cuidado de pacientes (BOCCHI,
2015).

33
SUGESTÕES

Com o trabalho realizado sugere-se o seguinte:

 Treinamento, formação contínua aos enfermeiros, melhoria das condições de


trabalho para facilitar implementação das medidas de saúde e qualidade de vida
dos pacientes.

 Os enfermeiros devem ter mais sensibilidade e empatia com os pacientes

 Realização de palestras abordando sobre o tema, alertando sobre a importância


do mesmo.

34
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICE

38
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO

Isabel Gastão,Estudante do Curso de Licenciatura em Cardiopneumologia, no


Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ).Estou pesquisando
sobre AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES ELECTROCARDIOGRÁFICAS EM
PACIENTES COM AVC, ATENDIDAS NO HOSPITAL GERAL DE LUANDA, NO II°
SEMESTRE DE 2021.

Agradeço à vossa colaboração para o preenchimento do questionário. E, garanto


confiabilidade das informações e servirão apenas para o uso da nossa pesquisa. A
sua participação para este estudo não é obrigatória, mas sim voluntário para mais
informação acerca desta pesquisa estarei em disposição para qualquer
esclarecimento.Declaro o meu consentimento, considerando todos os procedimentos
conforme a informação que me foi dada e, estou ciente e concordo plenamente que
os dados obtidos nesta investigação sejam utilizados somente para fins Científicos.

Tendo sido orientado quanto ao teor de tudo aqui mencionado e


compreendido a natureza e o objectivo já referido do estudo.

Luanda, aos____/______/______

Eu ______________________________________________ manifesto meu livre


consentimento em participar no referido estudo.

39
Assinatura do pesquisador

_________________________________________________

Muito obrigada!

APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO

Questionário aplicado aos profissionais de Cardiopneumologia


1. Faixa etária: De 18 à 30 ( ); de 31 à 40 ( ) Mais de 40 anos ( ).

2. Género: Masculino ( ); Femenino ( ).

3. Categoria profissional: Técnico ( ); Auxiliar de


cardiopneumologia( );Licenciado( );
4. Tempo de serviço:Até 1 ano ( ); 2-3 anos ( ); 4-5 anos ( ); + de 5 anos( ).

5.Quais são ascomplicaçõescausadas pelo AVC?

 Hipertensão intracraniana();
 Vaso espasmo( );
 Aterosclerose( );

6. Quais sãoas alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC?

 Prolongamento do intervalo QT e Depressão ou elevação do segmento ST;( );


 Surgimento de onda U, elevação, achatamento, inversão de onda T ou onda T
apiculada( );
 Aumento da amplitude da onda P ( );
 Aumento da voltagem do QRS ( );
 Aparecimento de onda Q;( );

7. Quais são os tipos de AVC?

 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico ou infarto cerebral( );

40
 Acidente Vascular Hemorrágico( );

8. Como avalia as alterações electrocardiográficas em pacientes com AVC,


atendidas no Hospital Geral de Luanda, no II° semestre de 2021?

• Positivo( ); Razoável ( ); Negativo.

ANEXOS

41

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