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UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E BEM-ESTAR


CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

PROJECTO DE MONOGRAFIA

IMPACTO SOCIOECONÓMICO DE ACIDENTE VASCULAR


CEREBRAL (AVC) EM DOENTES E FAMILIARES

LOURDES BRÍGIDA CHILOMBO KESSONGO

LUANDA
2022
UNIVERSIDADE METODISTA DE ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E BEM-ESTAR

CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

LOURDES BRÍGIDA CHILOMBO KESSONGO

IMPACTO SOCIOECONÓMICO DE ACIDENTE VASCULAR


CEREBRAL (AVC) EM DOENTES E FAMILIARES

Pré- Projecto de monografia apresentado à


Faculdade de Ciências da Saúde e Bem-Estar
Universidade Metodista de Angola, para obtenção
do título de licenciatura em enfermagem.

LUANDA
2022
Sumário
1. Introdução.......................................................................4
1.1 Problemática................................................................5
1.2 Hipóteses......................................................................6
1.3 Justificativa.............................................................7 e 8
1.4 Objectivos.....................................................................9
2. Metodologia.................................................................10
2.1 Tipo de estudo..............................................................10
2.2 Local de estudo............................................................10
2.3 População.....................................................................11
2.4 Amostra........................................................................12
2.5 Considerações éticas....................................................12
3. Referências bibliográficas.............................................13
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1.INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o seu impacto na vida das pessoas, está finalmente a
sedimentar o merecido reconhecimento, quer como evento agudo quer como uma doença
crónica. O interesse repentino no status do AVC deve-se ao impacto que esta entidade clínica
gera no indivíduo, na sua família, nos serviços de saúde e na própria sociedade. ( 1 ).

Na generalidade a ciência esforça-se por tornar inteligível o mundo da experiência humana. Já


a ciência de enfermagem, esforça-se por tornar inteligível o conhecimento do homem e do seu
mundo, na parte que se reveste de significado especial para o seu campo de acção ( 2 ).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define o AVC como sendo um comprometimento


neurológico focal (ou global) que subitamente ocorre com sintomas persistindo para além de
24 horas, ou levando à morte, com provável origem vascular ( 3 ). Muitos dos doentes que
sobrevivem ao AVC ficam com sequelas de ordem física, sensorial e cognitiva. De facto, o
AVC sendo a principal causa de incapacidade no adulto no mundo, leva à reforma precoce e a
repercussões sócio-económicas devastadoras ( 4 ). De acordo com Bonita, aproximadamente
85% dos acidentes vasculares cerebrais são de origem isquémica e 15% hemorrágica; de entre
os hemorrágicos, 10% são hemorragias intraparenquimatosas e 5% são hemorragias
subaracnóideias. Relativamente ao AVC hemorrágico, este pode ser causado por
“malformações arteriovenosas, ruptura de aneurisma, determinadas substâncias (por exemplo:
anticoagulantes e anfetaminas) ou hipertensão descontrolada, podendo resultar em hemorragia
craniana, extradural, subdural, subaracnóideia ou intracraniana” ( 5 ). Smeltzer e Bare
consideram que o AVC isquémico pode ser dividido em cinco subtipos: trombose de grandes
artérias (20%), trombose de pequenas artérias perfurantes (25%), acidente vascular cerebral
embólico cardiogénico (20%), criptogénico (30%) e outros (5%). ( 6 )
5
1.1 PROBLEMÁTICA

Em Angola nos últimos anos os casos de AVC tanto Isquemico quanto o hemorrágico, tem
crescido significativamente e atingido inclusivamente crianças, adolescentes e jovens com
menos de 30 anos. ( 7 ).
Muitos destes casos acabam em morte, outros por sua vez os danos são profundamente
lastimáveis principalmente pela condição socioeconómica das famílias, onde mormente os
acometidos são os provedores dos lares (mãe ou pai). Assim a escolha deste tema justifica-se
pelo facto de ainda haver pouco ou nenhum estudo que deia conhecer o real impacto
socioeconómico do AVC na vida de doentes e seus familiares. ( 1 ).
É de salientar que os doentes acometidos por esta doença e seus familiares, realizam mudanças
e esforços que levam-nos a gastos muitas vezes acima das suas capacidades financeiras,
obrigam familiares abandonar seus empregos ou então a reduzir o horário de trabalho para dar
uma maior atenção ao que padece de tal enfermidade. ( 1 ).
Há ainda uma noção muito vaga ou limitado do impacto que o AVC tem na vida dos doentes e
seus familiares, desde o aspecto social como no aspecto económico. O interesse deste trabalho
é contribuir para a ampliação do conhecimento sobre o AVC e o impacto directo e imediato
que tem na vida socioeconómica dos acometidos, buscando apresentar possíveis formas de
remediar e/ou reduzir tal impacto na vida destes pacientes e seus familiares.

Logo suscitou-nos a seguinte questão:

 Quais são as consequências do AVC nos doentes e familiares?


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1.2 HIPÓTESES EXPLICATIVAS

H1- O AVC reduz significativamente a actividade produtiva de uma pessoa, principalmente em


idade activa e muda a rotina de seus familiares directos;
H2- O AVC causa despedimento ou aposentadoria precoce na maioria dos doentes, levando-os
a perca do salário ou a redução do mesmo baixando assim os rendimentos das famílias.
H3- O AVC limita o doente ao envolvimento social, reduz a capacidade de trabalho e o seu
poder compra. Dessa forma na maioria dos casos o bem-estar do doente sua família é colocado
em risco.
7
1.3 JUSTIFICATIVA

Sendo a preocupação investigativa do presente estudo surgir no facto de que a doença vascular
cerebral representa em si mesma, não apenas pela panóplia de consequências negativas geradas
no doente, como também pelo encargo que traz aos seus cuidadores, então podemos justificar
a escolha deste tema da seguinte maneira:

Em primeiro lugar, há ainda uma noção muito vaga ou limitado do impacto que o AVC tem na
vida dos doentes e seus familiares, desde o aspecto social como no aspecto económico.

Em segundo, os pacientes com AVC sofrem um impacto negativo considerável na sua saúde,
devido ao aumento de incapacidade e perda de QV. Por outro lado, e ainda segundo os mesmos
autores, os custos associados à doença representam um peso significativo no sistema de saúde,
devido a um maior número de admissões e de tempo de internamento, ao uso dos serviços de
urgência e a consultas de ambulatório. ( 8 ).
Em terceiro, normalmente, o processo de recuperação após um AVC é um processo longo que
afecta todos os intervenientes (não só o paciente como a sua família, amigos e instituições
públicas e privadas com que o paciente possui uma relação ou vínculo). A recuperação pode
ser total após um AVC ou, em outros casos, os pacientes podem ver-se constrangidos a enfrentar
novos e difíceis desafios diários ao longo da sua vida. ( 9 ).

Em quarto lugar, é difícil prever o grau de recuperação que se segue a um AVC, pois o destino
individual pós-acidente é influenciado, de maneira decisiva, pelas características individuais
dos pacientes ( 10 ).

Enfim a necessidade de olhar para os custos que o AVC acarreta, estes custos podem ser:
 Custos directos de cuidados de saúde, ou seja, todos os bens e serviços relacionados
com a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do AVC como, por exemplo, as visitas
médicas, as hospitalizações e os custos farmacêuticos;
 Custos directos não médicos, ou seja, outros bens e serviços relacionados com o AVC
como, por exemplo, os serviços sociais, instituições de acolhimento e os cuidados
informais; e,
8
 Custos indirectos correspondentes à perda de produção devida à ausência no trabalho
ou à reforma antecipada.

Tendo em conta o exposto acima, considera-se pertinente o tema e actual e justifica, pelo facto
de haver muita necessidade de informar as pessoas (estudantes e sociedade em geral), sobre o
processo o impacto do AVC, consequências ou custos e mecanismos de correcção da mesma.
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1.4 OBJECTIVOS

1.4.1 Objectivo geral

 Analisar o impacto do AVC na vida dos doentes e familiares.

1.4.2 Objectivos específicos

 Identificar as causas do Acidente Vascular Cerebral;


 Descrever os impactos reais do AVC nas famílias;
 Avaliar o impacto económico da doença na familia em função da renda mensal;
 Descrever as implicações sociais da doença na familia.
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2. Metodologia

2.1. Tipo de estudo


Este estudo será enquadrado num estudo descritivo e numa abordagem qualitativa. Estudo
descritivo, quando o pesquisador apenas registra e descreve os factos observados sem interferir
neles. Visa a descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta
de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.
Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem
interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um facto ocorre, sua
natureza, suas características, causas, relações com outros factos. Assim, para coletar tais dados,
utiliza-se de técnicas específicas, dentre as quais se destacam a entrevista, o formulário, o
questionário, o teste e a observação.
Na abordagem qualitativa, a pesquisa tem o ambiente como fonte directa dos dados. O
pesquisador mantém contacto directo com o ambiente e o objecto de estudo em questão,
necessitando de um trabalho mais intensivo de campo. Nesse caso, as questões são estudadas
no ambiente em que elas se apresentam sem qualquer manipulação intencional do pesquisador.
A utilização desse tipo de abordagem difere da abordagem quantitativa pelo facto de não
utilizar dados estatísticos como o centro do processo de análise de um problema, não tendo,
portanto, a prioridade de numerar ou medir unidades. Os dados coletados nessas pesquisas são
descritivos, retratando o maior número possível de elementos existentes na realidade estudada.
Preocupa-se muito mais com o processo do que com o produto. Na análise dos dados coletados,
não há preocupação em comprovar hipóteses previamente estabelecidas, porém estas não
eliminam a existência de um quadro teórico que direcione a coleta, a análise e a interpretação
dos dados.

2.2Local do estudo
O Hospital Josina Machel ( HJM ), é uma unidade de saúde angolana, localizada na cidade de
luanda que encontra se na costa do oceano atlântico concretamente no distrito urbano da
maianga, com uma área de 24,7km e uma população 319.000 habitantes. Confina se a norte
com os distritos da ingombota e rangel, a sul com a samba e a leste com kilamba kiaxi.
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O hospital pertence ao ministério da saúde, com uma capacidade de 534 camas, encontramos
áreas de banco de urgência de medicina e cirurgia, rx, ortopedia,facilofacial, hemoterapia, bloco
operatório,farmácia e consultas externas assim como varios internamentos, laboratórios de
análises clínicas, exames imagiológicos e estomatologia. Encontra se com diversas
especialidades entre cardiologia,neurologia,nefrologia,infecciologia e outros.
O HJM descende da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo de Assunção de Loanda,
instituição criada em 1628 para tratar de doenças gerais em Luanda, porém devendo se
especializar no chamado mal de Loanda e doenças do fígado que atingiam em massa os
marinheiros.
Em 1791 passa a servir como Hospital-Escola para a aula de Medicina e Anatomia de Luanda,
sendo coordenado pelo fisico mor José Pinto de Azeredo, neste período chegou a ser chamado
de Hospital Real de Luanda e permaneceu ate 1851 quando a instituição foi fechada.
A partir da década 1850 a Santa Casa passou a enfrentar severas dificuldades financeiras pela
falta de um estatuto legal que obrigasse a dotação orçamentária pública, superando o
financiamneto via doações de fiéis que era muito irregular.
O governo português decide por construir um prédio para o hospital, visto que o da Santa Casa
estava muito degradado, assim iniciam se as obras do edifício maria pia, de estilo neoclássico
construído entre 1865 a 1883. Neste ínterim, em 1876 o nome Santa Casa finalmente é
suprimido do hospital e funda se a instituição irmãs da Santa Casa de Luanda, com trabalho
eminentemente caritário, a instutuição de saúde permanece como Hospital Militar de Luanda
até ser transferido para o novo edificio quando passa a chamar se Hospital Dona Maria Pia. No
século xx sua denominação foi alterada mais uma vez recebendo o nome de Hospital Central
de Luanda.
Depois que o país se tornou independente, ele foi renomeado em 1977 em homenagem á lider
anticolonial moçambicana Josina Machel, passando a chamar se Hospital Josina Machel e foi
declarado património histórico arquitetónico em 1981.

2.3 População:
Uma população é uma colecção de elementos que partilham características comuns
e é delimitada por critérios de selecção destes elementos ( 11 ).
A população determinada para o estudo à realizar-se, será constituída pelos doentes e familiares
que ocorreram no Hospital Josina Machel,com faixa etária de 35 a 50 anos, de ambos os sexos,
com estado civil casado ou que coabitam com o parceiro, que exercem uma determinada
ocupação, com minimo de 3 salarios bases na renda mensal, com casa propria, sem deficiência
verbal.
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2.4 Amostra:
Uma amostra é constituída por um conjunto de sujeitos retirados de uma população
( 11 ).
A amostra é uma parte da população que se quer estudar. A técnica de amostragem será não
probabilística por conveniência e a amostra será de um número significativo de doentes que
ocorreram no Hospital Josina Machel.

2.5.Considerações Ética
Nesta fase dirigir-se-a um documento ao local em estudo ( HJM ) e esperar-se-a uma
autorização da recolha de dados, onde o consentimento informado, em que estes aceitarão
voluntariamente participar no estudo. Também será comunicado aos participantes que podem
desistir, a qualquer momento, se assim pretenderem será mantido o anonimato.
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3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34
45
45
33
33
1- COSTA, David Castro, Qualidade de vida pós- AVC, 2003. 33
2- Elhart, 1983 cit in Carvalho,1996
33
33
3- Organização Mundial Da Saúde, 2006 33
33
4- MIN, 2010 33
5- 1992 cit in Tambara, 2006
2

6- Smeltzer e Bare ( 2002 cit in Vasconcelos, Rodrigues,Freitas e Sousa,2004

7- Edições Novembro Jornal de Angola, dia 02 de Novembro, 2018

8- Luengo – Fernandez, Gray e Rathwel ( 2009 )

9- Organização Mundial Da Saúde, 1997

10- Nsa ,2012

11- Vaz – Freixo, 2012

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