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UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA

FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS


CURSO DE PSICOLOGIA

Trabalho de Psicologia Hospitalar

Tema:

Acidente Vascular Cerebral (AVC)


UNIVERSIDADE INDEPENDENTE DE ANGOLA
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE PSICOLOGIA

TEMA: AVC

MEMBROS DO GRUPO Nº2

Turma: A1 Nomes Notas


Ano: 4º
Celina Bula
Turno: Manhã
Filomena Avelino
Sala: B3.11
Gedney Afonso

Julieta Prego

Neusa Abreu

Rodrina Nunes

Vicente Luís

Trabalho apresentado a Faculdade de Ciências Sociais

Como requisito parcial da cadeira de Psicologia Hospitalar

DOCENTE
_______________________________
Jaqueline de Almeida

1
Índice Pag.

I-CAPITULO-PROBLEMA
1.1-Problema de partida_________________________________________________3
1.2-1.3-Hipotesses______________________________________________________3
Introdução____________________________________________________________4

II-CAPITULO-FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1-Epidemiologia_______________________________________________________4-5

2.2-A circulação cerebral_______________________________________________6

2.2.1-Circulação Anterior______________________________________________6

2.2.2-Circulação Posterior_______________________________________________6

2.3-Tipos de AVC_____________________________________________________6-7

2.4-AVC agudo_______________________________________________________7-8

2.5-Manifestações Clínicas_____________________________________________8-9

2.6-AVC – Fatores de risco____________________________________________9-10

2.7-Como diagnosticar o AVC? _______________________________________10-11

2.8-Problemas secundários e complicações das lesões neurológicas por AVC_____11

2.9-Quando encaminhar_____________________________________________11- 12

2.10-Prognóstico______________________________________________________12

2.11-Manejo ou tratamento do paciente com AVC________________________12-13

10.11.1-Terapia para doentes com AVC________________________________13-14

III-CAPITULO-METODOLOGIA

3.1-Conceito de Metodologia____________________________________________16

3.2-Métodos de Pesquisa________________________________________________17

Conclusão___________________________________________________________18

Referencias bibliográfica_______________________________________________19

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I-CAPITULO-PROBLEMA
1.1-Problema de partida
Pode um individuol acometido por um avc levar uma vida normal e exercer as suas
actividades diarias e proficional?
1.2-Hipóteses
 Pode sim! Embora o AVC afeta na maior parte dos caso as cordenação motora

do individuo.

 O individuo com AVC, pode exercer as suas actividades diares, com a ajuda de

fioterapias, um bom acompanhamento e exércicios fisicos:caminhada.

 O AVC, pode ser tratado e deichar apenas pequenas sequelas, que permitirão ao

individuo exercer suas actividades diarias e proficional.

1.3-Objetivos:

 Geral:
 Compreender o Acidente Vascular Cerebral sua origem

 Específicos:
 Identificar os tipos de AVC
 Apresentar os tipos de AVC e como ocorre
 Diferenciar o AVC Isquêmico do AVC hemorrágico
 Analisar o papel do psicólogo no tratamento de paciente com
AVC

1.4- Palavras-chaves: AVC, Tipos, Prevenção, Diagnóstico e Tratamento.

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Introdução
Acidente vascular cerebral (AVC) é um problema de saúde pública mundial e uma
das maiores causas de incapacidade adquirida em todo o mundo. A prevalência mundial
na população geral é estimada em 0,5% a 0,7% e considera-se a terceira maior causa de
morte, após as doenças cardíacas e cancerígenas (CABRAL et. al., 2013; CHAGAS e
MONTEIRO, 2013). Em cada ano, 15 milhões de pessoas sofrem de AVC. Delas 5
milhões morrem e 5 milhões ficam com incapacidade permanente, impondo-se um pesado
fardo a indivíduos, famílias e comunidade (LOGEN, 2003; ANTÓNIO, 2011). A
mortalidade varia consideravelmente em relação ao grau de desenvolvimento
socioeconômico, sendo que cerca de 85% ocorre em países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento e um terço dos casos atinge a parcela economicamente ativa da
população.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que a doença
cerebrovascular permaneça entre as quatro principais causas de mortalidade até o ano de
2030. A doença pode provocar sequelas permanentes, o que gera necessidade de
adaptação familiar, demanda constante do sistema de saúde e custos. O acidente vascular
cerebral (AVC) compartilha com as doenças cardiovasculares os fatores de risco, como
tabagismo, dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes, obesidade e sedentarismo.

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II-CAPITILO-FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma lesão cerebral secundária a um


mecanismo vascular e não traumático. É caracterizada pela instalação de um déficit
neurológico focal, repentino e não convulsivo, com duração maior que 24 horas (o que
o difere de um ataque isquêmico transitório) ou com alteração nos exames de imagem.

2.1-Epidemiologia

O AVC é um problema de saúde pública mundial, uma das maiores causas de


incapacidade adquirida em todo o mundo (CORREIA, 2006; CABRAL et. al., 2013) . A
prevalência mundial na população geral é estimada em 0,5% a 0,7% e considera-se a
terceira maior causa de morte, após as doenças cardíacas e cancerígenas (CABRAL et.
al., 2013; CHAGAS e MONTEIRO, 2013). Em cada ano, 15 milhões de pessoas sofrem
de AVC. Delas 5 milhões morrem e 5 milhões ficam com incapacidade permanente,
impondo-se um pesado fardo a indivíduos, famílias e comunidade (LOGEN, 2003;
ANTÓNIO, 2011).

A mortalidade varia consideravelmente em relação ao grau de desenvolvimento


socioeconômico, sendo que cerca de 85% ocorre em países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento e um terço dos casos atinge a parcela economicamente ativa da
população. (CORREIA, 2006). No continente americano a taxa de mortalidade foi
estimada em 59 mortes por 100.000 habitantes. Aproximadamente 730 mil americanos
apresentam um novo AVC ou recorrência a cada ano. Dados recentes sugerem um
aumento na incidência. Este impacto deverá ampliar-se nas próximas décadas, pois
espera-se um aumento de 300‰ na população idosa em países em desenvolvimento nos
próximos 30 anos, especialmente na América Latina e na Ásia (SILVA e COSTA, 2012).
O Brasil é o 6º país em número de acidente vascular cerebral, após China, Índia, Rússia,
Estados Unidos e Japão. Entre os países da América Latina, é o país com maior
mortalidade por acidente vascular cerebral tanto em homens como em mulheres. (SÁ,
2013) E de acordo com Ministério da Saúde brasileiro o AVC é a primeira causa de morte
no Brasil (PADILHA, 2011) ocorrem grandes diferenças geográficas, étnicas, culturais e
socioeconômicas, relativamente a incidência do AVC, nos bairros da cidade de São Paulo
e do Salvador (LOGEN, 2003; GOMES, 2003).

Na Europa estima-se que a taxa de mortalidade por AVC é de 115 mortes por
100.000 habitantes (SILVA e COSTA, 2012). As estatísticas oficiais mostram que
Portugal tem a mais elevada taxa de mortalidade por AVC de entre os países da Europa
Ocidental, onde constitui a primeira causa de morte. É o segundo país com maior
prevalência de entre todos os países da Europa, variando de 1 a 2 casos por 1000
habitantes (ABE, 2010; PADILHA, 2011). No qual pode-se dizer que, está calculado que,
seis pessoas, em cada hora, sofrem um AVC, e que duas a três morrem em consequência
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desta doença, segundo a SPAVC (Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral)
(ABE, 2010; SILVA e COSTA, 2012).

A O.M.S. no seu programa global sobre doença (Global Burden of Disease),


divulgado em 2008, apresenta resultados baseados em estimativas, sendo que dois dos
quais, afirmam que mais de 85% do AVC ocorrem nos países com menores recursos,
relativamente aos países ricos onde fazem intervenções preventivas consideráveis para a
redução da ocorrência do AVC correspondendo, a nível global, por 10% de todas as
mortes (PADILHA, 2011).

Estudos mais recentes revelam que os casos mais fatais de AVC são mais
frequentes na África subsaariana (ANTÓNIO, 2011). Um estudo feito na África do Sul
no Hospital Baragwanth revelou que o AVC constitui cerca de 60% dos casos
neurológicos observados naquele hospital (ANTÓNIO, 2011). Estudos realizados no
Zimbabwe e Nigéria mostraram ser elevada a frequência de AVC hemorrágico, em
relação aos países desenvolvidos, facto justificado pela alta prevalência de HTA nestes
países (ANTÓNIO, 2011).

Em Angola ainda não se conhece a real magnitude do impacto socioeconômico


das doenças cerebrovasculares por carência de dados exatos sobre estudos
epidemiológicos, mas estudos feitos por estudantes para trabalhos de fim de curso
revelaram uma frequência elevada de AVC (mais o hemorrágico do que o isquêmico) nos
nossos Hospitais. É o caso do estudo feito por Kussola sobre Morbimortalidade por AVC
em 62 doentes admitidos na UCD da CSE (Clínica Sagrada Esperança) em 2008 em que
a taxa de letalidade era muito elevada atingindo os 50%, por António no HAB( Hospital
Américo Boavida) em 2011 que revelou uma taxa de letalidade de 24% e por muitos
outros realizados em 1999, 2001, 2003 e 2004 que revelaram ser elevada a frequência de
AVC nos nossos Hospitais da Província de Luanda (ANTÓNIO, 2011).

2.2-A circulação cerebral

A vascularização do cérebro é suprida por 4 grandes artérias: as carótidas internas


(responsáveis pela circulação anterior) e as vertebrais (responsáveis pela circulação
posterior). Cada artéria carótida comum se divide em artéria carótida interna e externa na
altura no ângulo da mandíbula. A carótida interna, de cada lado, entra no crânio e se
divide em Artéria Cerebral Anterior (ACA) e Artéria Cerebral Média (ACM).

2.2.1-Circulação Anterior

Os ramos da ACA suprem os lobos frontais, as superfícies superiores dos


hemisférios cerebrais e a parte medial dos hemisférios (exceto o córtex calcarino).

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A ACM é responsável pela irrigação da maior parte do território encefálico e é a
artéria mais envolvida em acidentes vasculares encefálicos isquêmicos. Ela dá origem
as artérias lenticuloestriadas, responsáveis por suprir os núcleos da base (putâmen,
núcleo caudado e globo pálido) e a cápsula interna. O território da ACM inclui as
principais áreas sensitivas e motoras do córtex; as radiações ópticas; o córtex auditivo
sensitivo; áreas para movimentação dos olhos e da cabeça e as áreas motoras e sensitivas
para a linguagem no hemisfério dominante.

2.2.2-Circulação Posterior

O sistema vertebro-basilar é o responsável pela circulação posterior do encéfalo.


As artérias vertebrais ascendem pela coluna vertebral e penetram no crânio através do
forame magno e se juntam na junção bulbopontina para formar a artéria basilar, essa se
bifurca na junção pontomesencefálica para formas as artérias cerebrais
posteriores (ACP).

A ACP é responsável principalmente pela irrigação do lobo occipital, porém


também supre a parte inferior do lobo temporal. O tronco encefálico e o cerebelo também
são supridos pelos ramos do sistema vértebro-basilar.

2.3-Tipos de AVC

O AVC pode ser classificado entre isquêmico ou hemorrágico.

AVC Isquêmico (oclusão de vaso) e (ruptura de vaso) de acordo com o


processo patológico subjacente. Sendo que os AVCi são os mais comuns, representando
85%. Enquanto que os AVCh correspondem a 15% dos casos.
O AVC isquêmico é causado por uma obstrução súbita do fluxo arterial
encefálico. Enquanto que o AVC hemorrágico é consequência de uma ruptura de
estruturas vasculares cerebrais. A origem do AVCi pode ser trombótica ou embólica. Nas
situações em que não é possível determinar a causa do AVC isquêmico, mesmo após a
investigação correta, ele é denominado de AVC criptogênico.
O que difere o AVC embólico do trombótico é a origem do trombo que ocasionou
a obstrução. No AVC trombótico, o trombo é formado na própria artéria envolvida no
AVC. Já no embólico ele é proveniente de outra região e se desloca pela circulação até
impactar na artéria cerebral.
Pode ocorrer formação de um trombo em determinada artéria (carótidas, arco
aórtico) e esse trombo é deslocado pelo fluxo sanguíneo até obstruir uma artéria cerebral
de calibre menor. Ou pode ser do tipo cardioembólico, quando se formam trombos

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intracavitários devido algum prejuízo cardíaco, como fibrilação atrial, infarto agudo do
miocárdio e cardiomiopatia dilatada.
A interrupção do fluxo sanguíneo priva neurônios, gliais e células vasculares do
oxigênio e glicose. Caso o fluxo sanguíneo não seja restaurado prontamente, ocorre a
morte do tecido cerebral (infarto) dentro do núcleo isquêmico.
O padrão de morte celular depende da gravidade da isquemia. Em isquemias leves,
a vulnerabilidade seletiva de algumas populações neuronais leva à perda somente dessas
populações. Numa isquemia grave, ocorre uma necrose neuronal seletiva, onde todos os
neurônios morrem, mas as células gliais e vasculares são preservadas. Já numa isquemia
completa e permanente, ocorre uma pan-necrose, onde todos os tipos celulares serão
afetados.
Circundando o núcleo da região isquêmica, existe uma área chamada zona de
penumbra, onde a isquemia é incompleta. Nesse local, a lesão celular é potencialmente
reversível, desde que o fluxo sanguíneo seja restaurado (por recanalização do vaso
ocluído ou circulação colateral). É justamente essa área de penumbra o alvo do tratamento
do AVCi agudo, buscamos sempre tentar salvar a área de penumbra. Por isso o tratamento
imediato e tão importante.
Outro fator envolvido na fisiopatologia do AVC é o edema cerebral. A isquemia
leva ao edema vasogênico, quando o líquido intravascular extravasa para o parênquima
cerebral. Esse edema costuma ocorrer alguns dias após o AVC e pode causar herniação
cerebral e, consequentemente, óbito. Além do edema vasogênico, pode ocorrer o edema
citotóxico. A isquemia causa redução do ATP intracelular, sem energia as bombas iônicas
não funcionam. Uma das principais bombas das nossas células é a bomba de sódio e
potássio, sem ela não há o equilíbrio iônico e ocorre um influxo de sódio e cálcio para o
interior dos neurônios. Consequentemente, com a entrada de sódio há também entrada de
água nas células, causando um edema celular importante que pode levar à ruptura
neuronal.
O AVC hemorrágico interfere na função cerebral por meio de vários
mecanismos, incluindo a destruição ou compressão do tecido cerebral e compressão de
estruturas vasculares, levando a isquemia secundária e edema.
O AVCh pode se apresentar de 2 formas: Hemorragia Intraparenquimatosa (HIP)
ou Hemorragia Subaracnóidea (HSA).
A hemorragia intraparenquimatosa é causada pela ruptura de pequenas artérias
perfurantes, ocasionando sangramento dentro do parênquima cerebral, provocando um
edema/inchaço nas estruturas locais que levará à lesão neurológica. O principal fator de
risco associado aqui é a hipertensão arterial sistêmica.

Já a hemorragia subaracnóidea, normalmente está muito relacionada à ruptura de


aneurismas e malformações arteriovenosas e acarreta em sangramento no espaço
subaracnóideo.

2.4-AVC agudo

Na abordagem do evento agudo, quando o usuário procura a unidade com quadro


clínico sugestivo de AVC (Quadro 1), a equipe deve realizar o primeiro atendimento

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(Quadro 2), avaliar sinais vitais, glicemia capilar para afastar hipoglicemia, fazer exame
neurológico sucinto e encaminhar o paciente para emergência, através do SAMU, para
definição do tipo de AVC e do manejo adequado. No caso de AVC isquêmico, o paciente
será avaliado para a possibilidade de trombólise endovenosa dentro de 4 a 5 horas do
início dos sintomas. Portanto, quanto mais rápida é feita a transferência, melhor é o
prognóstico do paciente. Em caso de hemorragia, estudo de vasos, avaliação do
neurocirurgião e monitorização são necessárias. Idealmente, todos os pacientes
internados por AVC de qualquer etiologia devem receber alta com investigação etiológica
completa.

Quadro 1. Quadro clínico sugestivo de AVC


Início súbito de:
Fraqueza ou dormência em um lado do corpo,
Confusão, dificuldade para falar ou entender,
Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos,
Dificuldade para andar, tontura ou descoordenação,
Cefaleia intensa e súbita sem causa aparente.

Quadro 2. Conduta frente a paciente com quadro sugestivo de AVC na Atenção


Primária à Saúde
1. Identificar data do início dos sintomas.
2. Identificar hora do início dos sintomas.
3. Aferição dos sinais vitais e glicemia capilar.
4. Verificar história de diabetes, epilepsia, demência (excluir delirium) e dependência
química (álcool).
5. Aplicar escala de Cincinatti.

Escala de Cincinatti
Dê um sorriso Levante os Braços Fale a frase: Brasil é o rei do futebol.
( )Normal ( ) Alterado ( )Normal ( ) Alterado ( ) Normal ( ) Alterado
Um dos critérios alterados é sugestivo de AVC

2.5-Manifestações Clínicas

O AVC é uma doença tempo-dependente. Ou seja, quanto mais precoce ele for
identificado e tratado, maior a chance de recuperação completa. Por isso, a clínica é de
extrema importância.

Os sinais e sintomas dependem da área do cérebro acometida e incluem,


geralmente:
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 Fraqueza ou formigamento em face, braços ou pernas;

 Alterações na visão (uni ou bilateral);

 Confusão, alterações na fala e/ou compreensão;

 Alteração do equilíbrio e/ou coordenação;

 Tontura;

 Alterações na marcha;

 Cefaleia súbita e intensa (mais relacionada com AVCh).

Na maioria das vezes, o território mais acometido é o suprido pela Artéria Cerebral
Média. Portanto, é interessante saber as principais manifestações associadas a um AVC
nessa artéria. O quadro clássico da oclusão do tronco da ACM é caracterizado por
fraqueza (déficit motor) e perda sensitiva, principalmente na face e no membro superior
(déficits contralaterais à lesão – as fibras motoras e sensitivas se cruzam na decussação
das pirâmides), hemianopsia do lado da fraqueza, rebaixamento da consciência e desvio
do olhar para o lado da lesão. Além disso, em destros, a oclusão da ACM esquerda pode
causar afasia global no paciente.

Quando há acometimento da Artéria Cerebral Anterior, o paciente se manifesta


com déficit sensitivo cortical (negligência) ou motor com predomínio crural (membros
inferiores contralaterais), além de distúrbios de comportamento.

Hemianopsia e amaurose são características de AVC de Artéria Cerebral Posterior


e na lesão de artérias do sistema vértebro-basilar manifesta-se com disfunção cerebelar
(ataxia, dismetria, disdiadococinesia), disfunção de nervos cranianos, alteração do nível
da consciência, além de déficit motores e sensitivos.

2.6-AVC – Fatores de risco

Os fatores de risco para AVC são divididos em modificáveis e não-modificáveis.

Os fatores de risco não-modificáveis correspondem a condições inerentes aos


indivíduos e incluem:

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 Idade avançada; Sexo masculino; Baixo peso ao nascer; Afrodescendência; Histórico
familiar de AVC; Anemia falciforme.

Já os fatores de risco modificáveis, ou seja, os fatores aos quais podemos atuar


para prevenir o AVC, incluem:

 HAS (causa controlável mais comum); Tabagismo; Fibrilação atrial; Diabetes mellitus;
Terapia hormonal (pós-menopausa ou contracepção oral); Dislipidemia; Obesidade;
Sedentarismo, entre outros.

2.7-Como diagnosticar o AVC?

O diagnóstico do AVC é feito a partir da identificação do déficit neurológico focal


súbito que acomete o paciente, ou seja, é clínico! Contudo, não conseguimos diferenciar
o tipo de AVC (se isquêmico ou hemorrágico) apenas pela clínica, sendo obrigatório a
realização do exame de imagem para tomar a conduta apropriada. Portanto, para a
definição do diagnóstico podemos utilizar algumas ferramentas:

 Escala FAST: escala de triagem para detectar a ocorrência da doença, principalmente em


região anterior do cérebro; Face (paralisia facial), Arm (fraqueza nos braços), Speech
(dificuldades na fala), Time (tempo).

 Escala do NIH: avalia o déficit no AVC através da pontuação dos parâmetros, variando
de 0 (sem déficit) a 42 (maior déficit); parâmetros avaliados são: nível de consciência,
orientação no tempo (mês e idade), resposta a comandos, olhar, campo visual, movimento
facial, função motora do membro superior, função motora do membro inferior, ataxia,
sensibilidade, linguagem, articulação da fala, extinção ou inatenção. Essa escala é
interessante também para avaliação da evolução do déficit do paciente.

 Exames de imagem: devem ser realizados imediatamente para não impossibilitar o


tratamento de reperfusão (nos casos de AVCi).

 Tomografia computadorizada (TC): é o exame de escolha; identifica de 90-95% das


hemorragias subaracnóideas e quase 100% das hemorragias intraparenquimatosa.
Importante lembrar que a TC na fase aguda do AVC isquêmico, se apresenta sem
alterações.

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 Ressonância magnética (RM) com difusão: mais sensível que a TC, pode identificar a
área isquêmica muito precocemente; muito útil quando existem dúvidas quanto ao
diagnóstico de AVC; alguns centros de AVC utilizam a RM com difusão para incluir
pacientes com janela terapêutica indeterminada ou fora da janela terapêutica (definem a
presença de zona de penumbra em cada paciente).

 Exames complementares: hemograma com plaquetas, tempo de protrombina, tempo de


tromboplastina parcial ativada, eletrólitos, creatinina, ureia, eletrocardiograma e glicemia
(importante, pois a hipoglicemia pode mimetizar um AVC).

2.8-Problemas secundários e complicações das lesões neurológicas por AVC

Os individuo com lesão neurológica do hemicorpo estão predispostos ao


aparecimento de problemas secundário ou complicações, relacionadas ao seu estado
patológico que frequentemente, funcionam como um obstáculo à sua própria reabilitação.

As possíveis complicações de um AVC:

 Pneumonia;
 Formação de coágulo de sangue nas veias das pernas, as quais podem atingir a circulação
pulmonar, provocando uma embolia pulmonar potencialmente fatal;
 Infecção do trato respiratório;
 Incontinência urinária;
 Obstipação.

Para além destas complicações existem ainda outras complicações motores,


problemas estes que surgem como complicações secundária da hemiplegia:

 Síndrome ombro-mão; Ombro doloroso; Subluxação do ombro; Edema da mão.

2.9-Quando encaminhar

Casos agudos de suspeita de AVC devem ser encaminhados obrigatoriamente para


avaliação em serviço de emergência. Idealmente, esses pacientes recebem alta com
investigação etiológica completa e orientações para seguir acompanhamento específico,
se assim for o caso. A maioria dos pacientes não necessita seguir acompanhamento em
serviço especializado, podendo ser atendida na APS, com controle rigoroso de fatores de
risco e reabilitação.
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Sugere-se encaminhamento para serviços especializados nas seguintes condições
clínicas:

Para neurologia:

 AVC hemorrágico recente sem etiologia definida ou sem investigação completa na


emergência;

 AVC isquêmico em paciente com menos de 45 anos;

 AVC isquêmico com investigação diagnóstica inconclusiva ou não realizada na


emergência;

 AVC isquêmico ou AIT com evidencia de obstrução de carótida, ipsiláteral à lesão


cerebral, entre 50% a 69%.

Para cirurgia vascular ou neurocirurgia:

 AVC isquêmico ou AIT em paciente com obstrução de carótida, ipsiláteral à lesão


cerebral, maior ou igual a 70% que não foi submetido a procedimento cirúrgico
emergencial no momento do diagnóstico

2.10-Prognóstico

Após um AVC, o resultado do quadro é influenciado por diversos fatores, sendo


os mais importantes a natureza e a gravidade do déficit neurológico resultante. A idade
do paciente, a etiologia do AVC e as comorbidades coexistentes também afetam o
prognóstico. De modo geral, aproximadamente 80% dos pacientes com AVC sobrevivem
durante pelo menos um mês, já as taxas de sobrevida de 10 anos estão próximas a 35%.

Ter um AVC aumenta o risco de recidiva, aproximadamente 25% dos pacientes


têm outro AVC, essas recidivas costumam ser mais debilitantes do que o primeiro
episódio. Nos três primeiros meses após um AVC o cérebro é capaz de reaprender ou
aprender coisas novas (neuroplasticidade). Essa característica desempenha um papel
fundamental na recuperação e reabilitação pós-AVC.

2.11-Manejo ou tratamento do paciente com AVC

O tratamento é programado visando a preservar a vida, limitar quanto possível o


dano cerebral, diminuir as incapacidades e deformidades físicas e evitar a repetição do
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AVC. O manejo de urgência dos pacientes acometidos de AVC é oposto para cada um
dos dois casos do distúrbio. No AVCi, procura-se desobstruir as artérias, permitindo
maior afluxo de sangue no cérebro, enquanto no AVCh, o tratamento é voltado para
controlar a hemorragia.

Diante de um paciente com AVC estamos em uma constante corrida contra a


tempo. Tempo é cérebro! Portanto, quanto mais rápido for identificado o déficit e mais
rápido o paciente for tratado, maior a chance de reversão do quadro neurológico. É
importante termos em mente o tempo da janela de trombólise (4-5h). E para o tratamento
adequado do paciente precisamos saber, com segurança, há quanto tempo o déficit
neurológico aconteceu. Se o paciente não consegue falar, devemos sempre perguntar ao
acompanhante, por exemplo, quando foi a última vez que o paciente foi visto bem, sem
déficit. Do mesmo modo, se o paciente já acordou com a alteração neurológica, devemos
considerar como início da alteração o horário que o paciente foi dormir.

10.11.1-Terapia para doentes com AVC

Depois da ocorrência de um enfarte isquêmico, de uma hemorragia intracerebral


ou de um AIT, deve iniciar-se uma terapia precisa com vista a proteger tanto o cérebro
normal como o isquêmico, quer de outros processos patológicos recorrentes ou iniciais,
quer dos efeitos secundários do próprio AVC.

É importante saber que as perturbações funcionais clinicamente observáveis com


sequela de uma isquemia cerebral são muito estáveis no tempo, pouco ou nada se
modificando após as primeiras semanas que se seguem ao acidente vascular. É certo que
pode ocorrer uma recuperação parcial da função no decurso dos meses ou anos que se
seguem, em particular graças às técnicas de reabilitação funcional, mas é provável que
esta recuperação ponha em ação mecanismos de compensação que não podem substituir
as estruturas destruídas.

O tipo de terapia que um paciente com AVC deve receber depende do estado da
doença. Existem três níveis de tratamento de AVCs: prevenção, terapia imediata após o
AVC e reabilitação pós-AVC.

As terapias para prevenir o primeiro AVC ou um AVC recorrente baseiam-se no


controlo dos fatores de risco do indivíduo, tais como hipertensão, a fibrilação auricular e
a diabetes, ou na prevenção da forma de coágulos (correção dos distúrbios da coagulação
sanguínea). A terapia preventiva deve visar três grandes objetivos:

 Reduzir os fatores de risco para atenuar o processo patológico;


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 Prevenir AVCs correntes pela remoção do processo patológico subjacente;
 Minimizar os danos secundários do cérebro pela manutenção da perfusão
adequada das áreas marginais às áreas afetadas e redução do edema.

As terapias de AVC agudos tentam parar o AVC enquanto este decorre,


dissolvendo rapidamente os coágulos de sangue ou parando a hemorragia. Logo que se
estabilize a situação clínica na chamada fase aguda do AVC inicia-se a reabilitação, que
consiste em diferentes técnicas que ajudam a recuperar o mais possível a função anterior
(como a pessoa era antes). As técnicas usadas dependem do que deixou de funcionar ou
passou a funcionar menos bem no cérebro depois do AVC, ou seja, a reabilitação motora
para as paralisias, a terapia da fala para as alterações da linguagem, algumas desaparecem
ou melhoram muito com o tempo e a reabilitação.

O propósito da reabilitação pós-AVC é superar as incapacidades provocadas pelo


acidente. Há três maneiras possíveis de o indivíduo com lesão cerebral poder recuperar
as capacidades funcionais perdidas: recuperação espontânea, restituição da função ou
compensação da função perdida. A reabilitação é possível graças à enorme capacidade
do cérebro em aprender e mudar. Hoje em dia sabe-se que as células de outras áreas do
cérebro, que não foram afetadas pelo AVC, podem assumir determinadas funções
realizadas pelas células da área afetada. A este fenômeno dá-se o nome de
neuroplasticidade.

A Equipa de Reabilitação

Uma vez que um AVC pode afetar tantos aspectos da vida de uma pessoa, a
reabilitação de ser feita por uma equipa de profissionais de saúde de diversas áreas,
sempre que possível com o envolvimento de familiares e amigos.

Para além do pessoal médico, enfermeiros e auxiliares que prestam a primeira


fundamental assistência, o processo de reabilitação de um indivíduo que sofreu AVC deve
incluir:

 Um Fisioterapeuta, que entra em ação logo na primeira fase, assegurado uma


posição correta a cama e numa cadeira, passando depois para os exercícios que
ajudarão a recuperar as funções motoras necessárias à marcha, como equilíbrio e
coordenação, com o objetivo de voltar a ensinar o paciente com AVC atividades
motoras simples como andar, sentar, estar de pé, deitar e também o processo de
mudar várias vezes o tipo de movimento;
 Um Terapeuta Ocupacional, que ajuda nas funções físicas, como a capacidade de
se vestir e comer, bem como em atividades de lazer e regresso ao trabalho, se for
o caso disso, ajudando assim a pessoa a adquirir o máximo de independência
possível;

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 Se necessário, um Terapeuta da fala, para ajudar o doente com problema
comunicação e articulação;
 O Psicólogo / Neuropsicólogo, que intervirá ao nível da estimulação cognitiva,
podendo também trabalhar questões emocionais envolvidas na doença ou
recuperação, tanto do paciente como da família ou cuidadores.

A Reabilitação Neuropsicológica

Se uma pessoa sofre algum tipo de dano cerebral, uma ou várias funções cognitivas
podem ser afetadas. Para recuperá-las será necessário empreender estratégias terapêuticas
especificas para cada tipo de alteração detectada. A Reabilitação Cognitiva é o processo
que visa recuperar ou estimular as capacidades funcionais e cognitivas do homem, ou
seja, reconstruir os seus instrumentos cognitivos.

A reabilitação neuropsicológica pode ter dois objetivos gerais:

1. Favorecer a recuperação de funções, isto é, a recuperação da função em si mesma,


dos meios, capacidades ou habilidades necessárias para alcançar determinados
objetivos – restituição da função.
2. Favorecer a recuperação de objetivos, trabalhar com o doente para que possa
desenvolver e alcançar determinados objetivos usando meios diferentes aos
usados antes da lesão – substituição ou compensação da função.

De uma forma geral pode afirmar-se que o objetivo principal da reabilitação é a


optimização do funcionamento físico, vocacional e social, depois de uma doença ou dano
neurológico. Munõz e Ruiz (1999) propõem como objetivo básicos de um programa de
reabilitação neuropsicológica:

 Proporcionar um modelo que ajude o paciente e a sua família a entender o que


ocorreu;
 Proporcionar estratégias de treino de competências para recuperar e compensar os
défices cognitivos, melhorar a atuação do paciente em diferentes situações sociais
e ajudá-lo a estabelecer compromissos realistas de trabalho e relações
interpessoais;
 Promover um ambiente realista de esperança.

Os programas de reabilitação devem sempre ser programas holísticos, desenvolvidos


por profissionais, interdisciplinares, com validade ecológica e utilizando metodologias
qualitativas e quantitativas. Nesses programas devem constar exercícios que possam ser
aplicados através de qualquer meio capaz de representar situações do cotidiano nas quais
o paciente é incentivado a concentrar-se, interagir, raciocinar, tomar decisões, entender o
discurso corrente e expressar sentimentos e pensamentos.

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III-CAPITULO-METODOLOGIA
Metodologia
É um conjunto de regas ou procedimentos a serem seguido na obtenção do
conhecimento. É a aplicação do método através de técnicas e estratégias que garantem
legitimidade do saber obtido.
Métodos de pesquisa:
 Pesquisa Bibliográficas
 Observação

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Conclusão

Concluímos que o AVC é uma das maiores causas de morte e incapacidade


adquirida em todo o mundo. A incidência do AVC aumenta com a idade. Dois terços dos
acidentes ocorrem em pessoas com mais de 65 anos. No entanto, estudos recentes têm
demonstrado um aumento nos casos em pessoas nas faixas dos 30-40 anos. A incidência
é maior em afrodescendentes do que em brancos e levemente maior em homens do que
em mulheres.

Portanto a prevenção antes, durantes e depois no caso do AVC é muito importante,


pois ela vai evitar que se chegue a um nível extremo do AVC. No entanto se perceber
algum sinal, procure a ajuda de um profissional de saúde, para a melhor prevenção, ou
tratamento.

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Referencias bibliográfica

ANTÓNIO, J. M., JAMBA, Determinante de Morbimortalidade por AVC em doentes


admitidos no Serviço de Neurologia do Hospital Américo Boavida de 1 de outubro de
2010 a 31 de maio de 2011 (Monografia). Luanda Faculdade de Medicina 2011

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Especializada. Manual de rotinas para atenção ao AVC. Brasília: Ministério da Saúde,
2013.

Manual de rotinas para atenção ao AVC, Ministério da Saúde do Brasil (2013).

KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran – Patologia – Bases


Patológicas das Doença̧ 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Machado, A. Neuroanatomia funcional. 2ª Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2006.

CAPIÑALA, Henriques Tchinjengue. BETTENCOURT, Miguel Santana. Impacto


socioeconômico do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em doentes e familiares. Revista
Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 10, Vol. 13, pp. 05-40.
Outubro de 2020.

CRUZ, D. M. C. Terapia ocupacional na reabilitação pós-acidente vascular encefálico:


atividades de vida diária e interdisciplinaridade. São Paulo: Santos, 2012. p. 427.

CHAGAS, N. R. E MONTEIRO, A. R. M. Educação em saúde e família: Cuidado ao


paciente vítima de Acidente Vascular Cerebral.

CHAVES, M. C. F. Acidente Vascular encefálico: Conceituação e fatores de risco. 2000.

CORREIA, A. L. F. Fatores genéticos de risco para Acidente Vascular Cerebral jovem.


(Dissertação de mestrado). Universidade de Aveiro: Departamento de biologia, 2011.

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