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DEFINIÇÃO

Vamos começar entendendo o que quer dizer “Acidente Vascular Encefálico”?


Acidente = Acontecimento que não é esperado.
Vascular Encefálico/Cerebral = Referente a vasos ou artérias que são responsáveis pela
circulação sanguínea do cérebro.

Assim, podemos entender que o Acidente Vascular Encefálico (AVE), também conhecido como
Acidente Vascular Encefálico (AVC) ou derrame, é uma síndrome clínica que afeta o cérebro.
Nela a circulação sanguínea que vai em direção ao cérebro pode ser interrompida no meio do
trajeto e não chegar ao seu destino devido ao rompimento de um vaso sanguíneo
(hemorragia) ou a presença de uma obstrução (isquemia). Dessa forma, o oxigênio que seria
levado ao cérebro através do sangue para que ele funcionasse normalmente não chega para
nutrir as células cerebrais causando uma série de alterações cognitivas, sensoriais e/ou
motoras, dependendo do local em que ocorreu.

As áreas que não receberam sangue ficam prejudicadas e podem causar, por exemplo, a
paralisia em um dos lados do corpo, alterações na fala, na visão, na percepção, esquecimento
entre outras.

O AVE foi por muito tempo conhecido como “derrame” pelo fato de associarem este acidente
ao derrame de sangue (hemorragia cerebral), o que caracteriza o AVE hemorrágico.

Como dissemos acima, ele também é conhecido como AVC (Acidente Vascular Encefálico),
porém nos últimos anos esse termo tem sido substituído por AVE (Acidente Vascular
Encefálico) por alguns profissionais devido ao entendimento que este acidente pode acontecer
em todo o encéfalo (cérebro, tronco encefálico e cerebelo) e não apenas no cérebro
(hemisférios cerebrais).

DADOS ESTASTÍSTICOS
De acordo com as estatísticas publicadas pela American Heart Association podemos ver a
gravidade deste problema:
• O AVC está em terceiro lugar como causa de morte perdendo para a doença cardíaca e
câncer;
• Em média, um cidadão dos EUA sofrem um AVC a cada 53 segundos; a cada 3,3 minutos
alguém morre de AVC;
• A cada ano, 600.000 sofrem de um AVC novo ou recorrente;
• Existem cerca de 4.400.00 sobreviventes de AVC hoje;
• A porcentagem de AVC que resulta em morte dentro de 1 ano é de cerca de 29%, menos se o
AVC ocorrer antes dos 65 anos;
• Vinte e oito por cento das pessoas que sofreram AVC tem menos de 65 anos. Para pessoas
com mais de 55 anos, a incidência de AVC Aumenta mais que o dobro para cada década
sucessiva e;
• A incidência de AVC é cerca de 19% mais alta em homens que em mulheres.

TIPOS
Como vimos anteriormente, o AVE pode ser classificado em dois tipos: isquêmico ou
hemorrágico.
AVC ISQUÊMICO (AVCi)

A isquemia é a causa mais comum de AVE, responsável por 70% a 75% dos casos, sendo
definida como obstrução de um vaso devido à presença de trombose- estenose ou oclusão
resultante de arteriosclerose, ou embolia- presença de trombo formado em outro local do
sistema vascular que se fragmenta e atinge um vaso cerebral.

As principais causas do AVE isquêmico são:


• Hipertensão;
• Doenças Cardíacas;
• Diabetes;
• Tabagismo;
• Uso de drogas ilegais;
• Uso excessivo de álcool;
• Estilo de vida como obesidade, inatividade física, dieta e estresse emocional

AVC HEMORRÁGICO (AVCh)


São AVC hemorrágicos a hemorragia subaracnóidea e intracerebral, que responde a 15 a 25%
do total de AVC. Este tipo de AVC tem muitas causas. As quatro causas mais comuns são:
• Hemorragias intracerebrais hipertensivas profundas; • Aneurismas saculares com ruptura; •
Sangramento decorrente de malformações arteriovenosas e • Hemorragias espontânea dos
lobos.

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de um AVE é fundamentado na elaboração de uma história clínica detalhada e
na realização de exames físico e neurológico que podem indicar a artéria acometida a partir
dos sintomas apresentados, embora a diferenciação quanto a etiologia hemorrágica ou
isquêmica não possa ser realizado com base em achados clínicos.

A realização de tomografia computadorizada e ressonância magnética indica a etiologia e


confirma o território vascular afetado.

PRINCIPAIS ALTERAÇÕES
• Afasia: dificuldade na articulação e/ou compreensão das palavras;
• Alterações visuais;
• Ataxia contralateral ao hemisfério cerebral atingido: isto é, se o AVE aconteceu no hemisfério
direito, poderá haver a ocorrência de perda do controle muscular durante movimentos
voluntários do lado contrário a lesão, ou seja, o esquerdo;
• Déficits cognitivos: alterações na memória, atenção, raciocínio e habilidades motoras;
• Dificuldade na deglutição (ação de engolir);
• Distúrbios de equilíbrio ou vestibulares;
• Déficits visuais;
• Paralisia facial;
• Paralisia do III Nervo Craniano (nervo oculomotor);
• Perda ou diminuição da sensibilidade e controle motor contralateral a lesão: déficit na
percepção de estímulos aplicados e/ou na realização de movimentos ao lado contralateral
afetado;
• Entre outros.
PROGNÓSTICO
A etiologia, o tamanho, o local da lesão e a progressão da recuperação influenciam no
prognóstico.

•INDICADORES DE PIOR PROGNÓSTICO: Presença de flacidez nos membros afetados,


severidade dos déficits motores iniciais, ocorrência prévia de AVE, déficits visuoespaciais e
cognitivos, afasia, perda de controle vesical, doenças preexistentes como diabetes ou
distúrbios cardíaco e vascular periférico.

•INDICADORES DE PROGNÓSTICO FAVORÁVEL: Idade jovem, suporte social adequado, acesso


a serviços de reabilitação e retorno ao trabalho.

TRATAMENTO
O AVE é uma emergência médica e portanto o paciente deve ser encaminhado imediatamente
para atendimento hospitalar. Trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir a extensão dos
danos. A cirurgia pode ser indicada para retirar o coágulo ou êmbolo, aliviar a pressão cerebral
ou revascularizar veias ou artérias comprometidas. Infelizmente, células cerebrais mortas não
se regeneram. No entanto, existem recursos terapêuticos capazes de ajudar a restaurar
funções, movimentos e fala.

A pessoa que sofreu o AVE deve iniciar o tratamento o mais precocemente possível, uma vez
que o período de maior recuperação funcional compreende os primeiros seis meses, sendo o
primeiro mês o período de recuperação maciça.

O tratamento será constituído pelo acompanhamento com diferentes profissionais, dentre


eles médicos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, entre outros que
trabalharão buscando a reabilitação desse paciente.

IDENTIFICANDO OS SINAIS
Bem, agora que já sabemos um pouco mais sobre o AVE, tão importante quanto estas
informações é sabermos identificar os primeiros sinais, pois quanto mais rápido a pessoa que
estiver sofrendo o AVE for levada ao hospital, maiores serão suas chances de sobreviver e
recuperar-se.

Há uma forma bem fácil de decorar os sinais. Lembre-se da palavra “SAMU”. Cada letra dela
fala sobre um sinal que indica a ocorrência de algum déficit neurológico que a pessoa
apresentará se estiver sofrendo um acidente vascular.
S= SORRIA: Peça para a pessoa sorrir. Se um lado do rosto ficar torto, provavelmente ela pode
estar tendo um AVE

A= ABRACE: Peça para a pessoa levantar os braços. Se ela não conseguir levantar um deles,
provavelmente ela pode estar tendo um AVE
M= MÚSICA: Peça para a pessoa falar ou cantar uma música. Se ela não falar ou falar de forma
que não dê para entender, provavelmente ela pode estar tendo um AVE

U= URGÊNCIA: Se identificou algum desse sinais corra e ligue para 192! Cada segundo é
importantíssimo na vida dessa pessoa!!!

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