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Rubens Gagliardi (2010) traz em sua carta ao editor o questionamento sobre qual

nomenclatura é a melhor para ser utilizada, Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou


Acidente Vascular Encefálico (AVE). A terminologia AVC é a mais utilizada no meio
médico a sigla é bem conhecida e raramente gera confusão com outras doenças, já
o termo acidente vascular encefálico apareceu de uma tentativa de ampliar o
conceito, visto que, o acidente vascular pode acontecer em qualquer parte da
estrutura encefálica não somente na parte cerebral.
O mesmo autor cita que em uma busca simples em “Arquivos de Neuropsiquiatria”
existem 71 citações de AVC como subject e apenas 12 citações de acidente
vascular encefálico. Sendo assim, Gagliardi conclui que o termo AVC é o mais
conhecido, divulgado e empregado. Fazendo com que o termo AVE não traga
benefícios significativos em relação aos demais.

GAGLIARDI, Rubens José. Acidente Vascular Cerebral ou Acidente Vascular


Encefálico? Qual a melhor nomenclatura?. Rev Neurocienc, São Paulo, 18(2):131-
132, 2010.

O que é um Acidente Vascular Cerebral?


Segundo o Ministério da Saúde um AVC é categorizado quando algum vaso que
transporta sangue ao cérebro se rompe ou é obstruído, fazendo com que haja uma
paralisia na área cerebral afetada. O AVC é categorizado em AVC Isquêmico e AVC
Hemorrágico.
AVC Isquêmico: Leva esse nome quando existe a obstrução de uma artéria o que
faz com que impeça a passagem de oxigênio para as células, ocasionando sua
morte. O AVCI representa aproximadamente 85% dos casos de AVC.
AVC Hemorrágico: Se caracteriza pelo rompimento de um vaso, provocando
hemorragia que pode acontecer entre o cérebro e a meninge ou dentro do tecido
cerebral. O AVCH representa apenas 15% dos Acidentes, porém a evolução para
óbito é maior do que o AVCI.

Causas AVC Hemorrágico: tem como principal causa a hipertensão descontrolada


ou a ruptura de um aneurisma (dilatação anormal da artéria), porém outros fatores
podem influenciar, como por exemplo, hemofilia (impede a coagulação normal do
sangue) e vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos).
Causas ACV Isquémico: pode ser categorizado em 4 subgrupos, sendo o
aterotrombótico quando uma doença causa a formação de placas nos vasos
sanguíneos. Cardioembólico, quando o êmbolo parte do coração. Isquêmico de
outra etiologia, comum em pessoas jovens podendo estar relacionados a distúrbios
de coagulação. E criptogênio, quando a causa não é identificada, mesmo após a
investigação detalhada.
BRASIL. Ministério da Saúde. Acidente Vascular Cerebral - AVC. Disponível em :
<Acidente Vascular Cerebral - AVC — Ministério da Saúde ( www.gov.br)>. Último
acesso 15 de mar de 2023.

Fatores de risco:
Em seu artigo publicado na Revista de Medicina Rodrigues et. al. (2017) classificam
os fatores de risco como fatores modificáveis e não modificáveis.

Não modificaveis: Idade, sexo, raça, localização geografica e hereditariedade.


Modificáveis: Hipertensão arterial sistêmica, Fibrilação atrial, Diabetes mellitus (DM),
dislipidemia e obesidade, Tabagismo.

FONTE: Rodrigues, M. de S., Santana, L. F. e, & Galvão, I. M. (2017). Fatores de


risco modificáveis e não modificáveis do AVC isquêmico: uma abordagem descritiva.
Revista De Medicina, 96(3), 187-192. Disponível em:
<https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v96i3p187-192>. Último acesso em 15 de
mar de 2023.

Sinais e sintomas:
Segundo Marques et. al. (2019) os sinais e sintomas que podemos encontrar são
paresia, paralisia ou perda da expressão facial, desvio de rima labial, plegia ou
parestesia, alteração da consciência, distúrbio na fala, alteração visual, crise
convulsiva, vertigem, perda do equilíbrio ou da coordenação e dificuldade de
deambular.

Marques, E.A.; Santos, C.T.D.; Amaral, M.B.; Paula, S.D.S.D. Escalas aplicadas em
pacientes com suspeita e diagnóstico de acidente vascular encefálico. Revista
Nursing, Osasco, 22(251): 2921-2925, 2019. Disponível em: <Vista do Escalas
aplicadas em pacientes com suspeita e diagnóstico de acidente vascular encefálico
(revistanursing.com.br)>. Último acesso em 15 de mar de 2023.

Ataque isquêmico transitório:


O AIT representa um dos principais fatores para desencadear um AVCI, o paciente
que sofreu um ataque isquêmico transitório tem mais de 10% de chance de ter um
evento definitivo nas primeiras 48 horas. AIT é caracterizado pela disfunção
neurológica causada por uma isquemia temporária com sintomas que duram menos
de uma hora, esses sintomas podem ser perda na função motora, visual ou de fala.
O que difere um AIT de um AVCI é que o AIT se reverte espontaneamente,
enquanto o AVCI apresenta sinais persistentes durante 24 horas ou mais.

Fonte: Ferezin, S. M. R., Castro, B. M. da C., & Ferreira, A. A. (2020). Epidemiologia do


ataque isquêmico transitório no Brasil / Epidemiology of transient ischemic attack in
Brazil. Brazilian Journal of Development, 6(8), 61125–61136.
https://doi.org/10.34117/bjdv6n8-506

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