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Diagnósticos comuns de dependência física

Amputações
Acidentes de caídas
AVC – Acidente vascular cerebral e as suas sequelas

AIVD – atividades instrumentais de vida diária


ABVD – atividades básicas de vida diária

Acidente Vascular Cerebral


O AVC isquêmico, também chamado de acidente vascular cerebral isquêmico, ocorre
quando há uma obstrução da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células
cerebrais — ocasionando em sua morte. A diferença entre AVC isquêmico e AVC
hemorrágico é que o segundo decorre do rompimento de um vaso e não de seu
entupimento.
Os sinais do AVC surgem de um momento para o outro. São sinais comuns de AVC o
aparecimento súbito de:
Fraqueza ou paralisia do braço, perna ou face, de um lado do corpo
Desvio da face (“boca ao lado”)
Fala arrastada, não conseguir falar ou não entender as palavras que ouve
Perda do equilíbrio
Perda de visão, ou por vezes visão dupla
Dor de cabeça muito intensa e súbita

Os tipos de AVC isquêmico são:


AVC isquêmico lacunar: ocorre quando um trombo é formado em um pequeno vaso
devido a uma inflamação chamada lipo-hialinólise. É comum em pessoas que têm
fatores de risco vasculares, como hipertensão
AVC isquêmico aterotrombótico: a principal causa é a aterosclerose, doença que causa a
formação de placas nos vasos sanguíneos maiores, levando à oclusão do vaso ou à
formação de êmbolos. É ocasionado, assim como no lacunar, pela presença de fatores de
risco vasculares
AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do derrame parte do
coração, no geral decorrente de doenças cardiovasculares, citadas abaixo
AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em indivíduos jovens, podendo estar
relacionado a distúrbio de coagulação do sangue, doença que deixa o sangue mais
espesso, à inflamação dentro do vaso sanguíneo (vasculite) e à fragilidade da parede dos
vasos que levam sangue ao cérebro (dissecção)
AVC isquêmico criptogênico: acontece quando a causa do AVC isquêmico não foi
determinada mesmo após uma investigação extensa
AVC isquêmico transitório: é aquele causado por um coágulo muito pequeno, mas que
foi empurrado pela circulação sanguínea e deixou de obstruir o vaso. Nesses casos, os
sintomas podem melhorar em alguns minutos e os exames podem não apresentar
qualquer tipo de alteração no cérebro (AIT).
Os sintomas do AVC isquêmico se caracterizam por uma perda neurológica súbita, tais
como:

Perda de força súbita de um dos lados do corpo, geralmente braço e perna


Paralisia facial, quando a pessoa há assimetria do sorriso
Sintomas sensitivos, como dormência de uma lado do corpo
Alteração da fala. A pessoa pode ter dificuldade de conseguir entender o que as
pessoas falam ou conseguir dizer o que está pensando
Alterações visuais, como perder uma parte ou totalmente o campo visual
Tontura, levando a desequilíbrio e queda

Os principais fatores de risco do AVC isquêmico são:


Hipertensão
Colesterol alto
Obesidade
Diabetes tipo 2
Uso de drogas ilícitas, como cocaína
Tabagismo
Uso excessivo de álcool
Idade avançada
Arritmias cardíacas, como fibrilação atrial
A fibrilação atrial ocorre quando as câmaras superiores do coração, ou
átrios, não contraem-se em ritmo síncrono, em vez disso, eles tremem. Isto significa que
eles batem muito rapidamente e de forma irregular. O sangue não é bombeado com
eficiência para o resto do organismo, o que pode fazer você se sentir fraco ou cansado,
ou experimentar sensações desconfortáveis no coração como um batimento cardíaco
irregular ou acelerado.
Doenças das válvulas cardíacas, como prolapso da válvula mitral ou estenose de
válvula cardíaca
Endocardite, que é a infecção das valvas do coração
Forame oval patente, que é um defeito cardíaco congênito
Insuficiência cardíaca
Infarto agudo do miocárdio
Entre as principais sequelas do AVC isquêmico, podemos destacar:
Déficit motor: ocorre quando a área afetada pelo AVC é aquela responsável pelos
movimentos do nosso corpo, sendo o lado esquerdo do cérebro responsável pelos
movimentos do lado direito e vice-versa
Déficit sensitivo: diversas áreas do cérebro estão relacionadas à sensibilidade.
Quando há lesão de uma delas a pessoa deixa de sentir um lado do corpo. Outro tipo,
menos comum de dor é chamado “síndrome de dor central”, causada por dano em uma
área do cérebro conhecida como o tálamo. Neste caso, a dor é uma combinação de
sensações, incluindo frio, calor, uma sensação de queimadura, formigueiro e
entorpecimento.
Afasia: quando o AVC ocorre na área do cérebro correspondente à linguagem
(broca e wernicke), é comum o paciente sofrer com a afasia. Ela pode ser dividida
basicamente em dois grandes grupos: afasia de expressão e de compreensão
Apraxias: o paciente de AVC com apraxia perde a capacidade de se expressar
por gestos e mímicas e de realizar tarefas motoras em sequências. Por exemplo: a
incapacidade de fazer gestos que tenham um significado pré-definido, como o sinal de
silêncio, acenar para dar oi ou levantar o polegar em sinal positivo
Ataxia – consiste na perda de controlo ou coordenação dos movimentos
voluntários. Pode interferir nas AVD (dificuldade em alcançar/manusear um objeto –
p.ex.: cumprir as etapas necessárias para lavar os dentes: alcançar e colocar o dentífrico
na escova dos dentes e conduzi-la até à boca,...) e na segurança da marcha.
Disfagia: consiste na dificuldade em engolir alimentos e, em casos mais graves,
até a própria saliva. Exige uma avaliação inicial, orientação e seguimento, mas,
geralmente, com o seguimento adequado apresenta um prognóstico favorável.
Perceção espacial: decorrente de lesões no hemisfério cerebral não dominande,
que na maioria da população é o lado direito. Essa sequela diz respeito a pessoa que
negligencia uma parte ou um lado se seu corpo, como se aquele segmento não
pertencesse à pessoa
Agnosia visual: entende-se por agnosia visual a incapacidade da pessoa de
reconhecer objetos e pessoas através da visão, apesar de essa não ter sido
comprometida. Dependendo do grau da lesão, a pessoa pode inclusive não reconhecer
mais rostos
Déficit de memória: ocorre quando a região temporal do cérebro é afetada. No
geral a pessoa perde a capacidade de lembrar eventos recentes, recordando apenas
episódios passados;
Lesões no tronco cerebral: no tronco cerebral estão localizados centros
responsáveis por atividades vitais, como a respiração. Lesões nesta região podem deixar
sequelas graves e até mesmo levar à morte. Pacientes com esse tipo de sequela podem
apresentar também paralisia nos dois lados do corpo, estrabismo e dificuldades para
engolir
Alterações comportamentais: Ocasionados por uma lesão na parte frontal do
cérebro, as alterações comportamentais são comuns em vítimas de AVC. O indivíduo
geralmente passa por quadros de agitação e quadro de apatia, passando por sintomas
como perda de iniciativa ou explosões de raiva sem causa aparente
Depressão: A doença funciona exatamente como a depressão comum, porém se
inicia após o AVC. Os sintomas são iguais aos da depressão comum - tristeza, apatia,
sono inadequado, transtornos alimentares, entre outros. Isto é porque um AVC danifica
o cérebro, e este dano cerebral também pode mudar a forma como processamos as
nossas emoções. Mas a depressão também pode ser uma reação às limitações físicas e
mentais e à súbita perda de independência, o que é chamado de depressão reativa.
A depressão após um AVC pode ser reconhecida tal como a depressão "normal"
através dos seguintes sinais:
Tristeza profunda
Perda de interesse
Indiferença
Falta de concentração
Baixa autoestima
Problemas de sono
Pensamentos negativos e pessimistas sobre o futuro
Pensamentos de suicídio
Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): sintomas que ajudam a identificar
o problema são pesadelos persistentes e tendência do paciente a evitar lembranças do
evento
Ansiedade, osteoporose pós-AVC, convulsões ou epilepsia.

As sequelas de um AVC, sejam elas motoras ou cognitivas, representam um processo de


perda. A pessoa passará por uma série de fases ao tentar adaptar-se emocionalmente a
elas. Sentimentos de choque, de negação, de raiva, de tristeza e de culpa são
absolutamente normais quando nos deparamos com uma mudança de vida forçada e tão
drástica.
Depois do AVC, a pessoa pode ter mais dificuldade em controlar o seu humor e as suas
emoções (labilidade emocional). Significa que pode chorar mais ou sem razão aparente
e no momento a seguir começar a rir. A pessoa pode também passar a dizer mais
palavrões, quando antes não o fazia. Problemas relacionados com a depressão são muito
comuns após um AVC, nomeadamente sentimentos de tristeza, de inutilidade, de
irritabilidade e alterações no padrão de sono, na alimentação e no pensamento.
As alterações emocionais podem interferir com o potencial de reabilitação no momento
crítico de plasticidade cerebral. Sentimentos de frustração, de apatia e mesmo depressão
podem condicionar a motivação para realizar as sessões terapêuticas (ex: fisioterapia ou
terapia da fala). Lidar com a frustração de ter perdido capacidades é extremamente
difícil, mas se esta frustração não for bem gerida, pode acumular-se e tornar a pessoa
mais irritável e, por isso, dificultar a sua convivência com os outros. No limite, pode
levar a sentimentos de raiva e comportamentos de agressividade. Sentir-se mais em
baixo, ansioso ou enraivecido é normal, especialmente nos primeiros seis meses após o
AVC. Regra geral, com o passar do tempo, a pessoa vai-se adaptando melhor. Mesmo
que estes sentimentos nunca desapareçam completamente, é possível que passe a ser
mais fácil conviver com eles.
Luto após um AVC
Muitas pessoas passam por um processo de luto após um AVC. Muitas
vezes é necessário aceitar as novas limitações e aceitar a perda da sua vida antes
do AVC. No processo, pode-se passar por diferentes fases antes de finalmente
chegar à aceitação. Isto é perfeitamente normal.

Manter um diário, falar sobre isso com amigos ou ter o apoio de um


terapeuta pode ajudar.
Auto-estima após um AVC
Os efeitos de um AVC também podem afetar a sua autoestima. Pode ser
especialmente difícil para os sobreviventes se o AVC tiver limitado a mobilidade
e independência.
Seja gentil consigo mesmo, evite a autocrítica e tente substituir os
pensamentos negativos por pensamentos positivos.
Mudanças do comportamento e de personalidade após um AVC
Após um AVC, podem surgir comportamentos diferentes, tais como a
desinibição. Isto significa comportar-se de forma inapropriada ou mesmo
infantil. Outras mudanças de comportamento incluem falta de empatia, perda do
sentido de humor, ciúmes irracionais ou raiva. Fale com o seu médico sobre
estas mudanças de comportamento, pois pode haver medicamentos que podem
ajudar, se eles não interferirem no dia-a-dia e na sua recuperação.

Intervenções para AVC


Muito semelhante para com as intervenções com demências.
Diagnósticos comuns de dependência mental

Patologias neurológicas
Demências:
Demência vascular
Demência cortical (doença de alzheimer)

Perturbações mnésicas

Demência - Perturbação neuro cognitiva (DSM-V) e Demência (ICD-11)


Deterioração adquirida e persistente da função cognitiva, que afeta a memoria e pelo
menos outra área, como a linguagem (afasia), a capacidade para idealizar e realizar
movimentos coordenados, para levar a cabo um ato voluntario (apraxia), capacidade
atencional, capacidade de aprendizagem, cognição social, o reconhecimento do que se
percebe através dos sentidos (agnosia), ou da capacidade executiva do individuo
(planeamento, organização, Sequenciação e abstração).
Sintomas neuropsiquiátricos podem incluir agitação, apatia, depressão, agressividade e
outros comportamentos desafiadores, como andar sem destino, acumulação excessiva de
objetos (entulho) e recusa de cuidados.
As intervenções para as necessidades não atendidas exigem uma avaliação cuidadosa
das motivações subjacentes aos sintomas neuropsiquiátricos (NPS) e o desenvolvimento
de uma intervenção que auxilie no atendimento dessa necessidade. Intervenções
comportamentais abordam os NPS por meio de gestão de contingências, como a
remoção de reforços de comportamentos indesejados, o reforço de comportamentos
positivos ou a redireção comportamental. Intervenções no cuidado incluem abordagens
que utilizam educação ou suporte para o cuidador, o que pode incluir a educação dos
cuidadores sobre necessidades não atendidas ou abordagens comportamentais. E
modelos de ambiente e de redução do limiar de stress, que modificam gatilhos ou
fatores ambientais, como a terapia de luz.
Funções cognitivas superiores afetadas:
Memória – Diminuição inicial da capacidade de retenção de material novo
(fixação). De seguida diminuição da memoria a curto prazo, que implica as atividades
indispensáveis no dia-a-dia bem como as situações com maior componente afetivo. No
final acaba por afetar a memória de longo prazo.
Orientação – Perde a orientação temporária (data) e no final acaba por perder a
noção do tempo. A deterioração da orientação espacial começa por perder a capacidade
em se orientar em espaços conhecidos, mas pouco habituais, futuramente começa a
perder a orientação no seu próprio domicílio.
Linguagem – Perda da fluência na linguagem, seguida da diminuição do número
de palavras no seu vocabulário. Começa a ter dificuldades em encontrar a palavra
adequada (anomia) substituindo-a por outra, com diferentes graus de acerto, contornos
ou perífrases. Numa fase avançada apenas consegue responder em monossílabos, segue
depois o mutismo, que o impedirá de comunicar verbalmente.
Praxias – É o conjunto de atividades motoras que são idealizadas e dirigidas para
realizar uma determinada função, por exemplo conduzir, preparar uma refeição, vestir-
se, etc. Inicialmente os utentes sofrem dificuldades nas atividades mais complexas ou
instrumentais (AIVD) (gerir finanças, orientar em transportes públicos, etc). De seguida
afeta a execução das atividades básicas da vida diária (AVD), que são imprescindíveis
na manutenção e cuidado (comer, higiene, andar, etc).
Gnosias – É a capacidade para reconhecer os objetos através da perceção dos
sentidos. A agnosia que aparece pode ser visual, auditiva, tátil ou corporal. Na perda
corporal o utente não consegue reconhecer as partes do seu corpo ou distinguir a
esquerda da direita.
Capacidade executiva – É a capacidade do individuo para idealizar, organizar e
pôr em prática as ações adequadas para alcançar um objetivo. O planeamento, a
organização, a sequenciação, a abstração, as síneses ou a capacidade de julgamento são
afetadas em diferentes graus, de acordo com o tipo e grau de evolução da demência.
As que afetam mais a vida relacional do utente e que sobrecarregam mais os familiares,
os cuidadores e o ambiente social são estas alterações – personalidade e
comportamental.
Alterações da personalidade:
Agudização dos traços de cada adulto mais velho – afetuoso torna-se meloso;
arisco torna-se hostil (caricatura de si próprio).
Perturbações comportamentais:
Alguns comportamentos de nível psicótico que podem aparecer são a agitação, a
violência verbal e/ou física, a deambulação sem sentido, a bulimia ou a anorexia, o
exibicionismo, a distração em relação à higiene pessoal ou à imagem pessoal, a
excessiva familiaridade ou hostilidade, etc.
Os fatores de risco são a idade avançada, o sexo feminino, a existência de
antecedentes familiares, o baixo nível cultural e antecedentes de traumatismo crânio-
encefálico.
De modo geral, existem 3 estádios evolutivos da doença: Ligeira, moderada e
grave.
No estádio ligeiro, predomina a afetação da memoria recente com
dificuldade para reter nova informação. Inicio de dificuldades de orientação no tempo e
no espaço (não sabe o dia e perde-se em lugares conhecidos). Perturbações incipientes
da linguagem com dificuldade para encontrar as palavras adequadas. Pode aparecer
alguma apraxia de comportamentos motores mais complexos. Dificuldades no cálculo e
no planeamento. Ao nível da personalidade observa-se algumas mudanças desde a
apatia à irritabilidade ou a apresentação de comportamentos não habituais. Ter atenção
ao estado de espírito do utente pois este tem consciência do aparecimento destas
limitações.
No estádio moderado, agravamento dos sintomas da fase anterior. A memoria
recente está mais afetada e o utente começa a recordar-se mais de acontecimentos do
passado. Na linguagem, a pessoa troca as palavras e apresenta um vocabulário mais
reduzido e começa a inventar palavras novas. A orientação no tempo e no espaço é
perdida por completo. As AVD começam a ser complicadas de realizar ou realiza vários
erros quando tenta executar. Dificuldade em reconhecer objetos e pessoas, que pode
atingir até os familiares mais próximos ou a si mesmo. Aparecimento de ideias
delirantes (enganar, roubar, etc). Aparecimento de alucinações visuais, e por vezes
auditivas, o que leva a quadros de agitação mais à noite, impedindo o descanso noturno.
No estado avançado a atividade cognitiva é inexistente, a perda de memoria é
global, a linguagem é realizada por monossilábicos ou frases estereotipadas e
automáticas. Incapaz de realizar algum ato quotidiano ou de reconhecer alguém ou algo.
Aumento do tónus muscular que leva a maior rigidez e a uma posição fetal nas últimas
etapas da vida. Aparecimento de úlceras de pressão devido ao acamamento, desnutrição
e infeções.
Existe ainda o estádio de queixas subjetivas de memória, relacionadas com
nomes, local de objetos, conversas/acontecimentos recentes.
Níveis a ter em conta em memoria, orientação, juízo e resolução de problemas,
atividade na comunidade, atividade em casa e passatempos, atividades relativas ao
autocuidado.
Tipos de demência:
De acordo com o padrão de apresentação clínica
Demências corticais: amnésia + afasia, agnosia ou apraxia (demências corticais:
doença de Alzheimer).
Demências subcorticais: bradifrenia (lentificação na atividade mental) +
distúrbios de atenção e motivação (paralisia supranuclear progressiva).

Primárias – Origem numa Afetação Cerebral


Demência degenerativa do cérebro – causas ainda não totalmente conhecidas –
(Doença de Alzheimer)
Demência vascular – causa da alteração da circulação cerebral
Demência mista – Junção das 2 anteriores
Secundárias – Origem numa Perturbação alheia ao sistema nervoso, mas com
repercussões ao nível cognitivo.

Demência mais comum – Doença de Alzheimer (DA)


Demência que advém da Doença de Alzheimer
Diferentes tipos de DA – familiar e esporádica.
A doença de Alzheimer do tipo Esporádico é causada pela combinação de fatores de
risco, tais como os ambientais, genéticos e o estilo de vida. Por outro lado, a doença de
Alzheimer do tipo Familiar, deve-se a mutações genéticas e evolui mais rapidamente. O
maior fator de risco para a doença de Alzheimer do tipo Esporádico é a idade avançada.
Provoca défice de memória, que se manifesta de forma mais clara na
recuperação comprometida de informações após um atraso de 10 a 30 minutos nos
testes neuropsicológicos.
Défices na localização de palavras e noutros componentes da linguagem,
comprometimento das funções executivas e das competências visuoespaciais
deficientes.

Demência vascular
Os fatores de risco vascular são a hipertensão, a obesidade, o hábito tabágico e a
hipercolesterolomia.
Causas do aparecimento desta demência são o multi-enfarte, enfarte único
estratégico, doença de pequeno vaso, hipoperfusao cerebral ou hemorragia cerebral
Caracterizada por um começo brusco, aquando do AVC, e de seguida uma
progressão escalonada com deteriorações bruscas por ocasião de novos eventos
seguidos de estabilização, ou mesmo melhoria com possível relação com processos de
remodelação vascular.
Sintomas frequentes são a perda de marcha com quedas frequentes, a
incontinência, a presença de labilidade emocional, a paralisia pseudobulbar (Síndrome
caracterizada por DISARTRIA (perda da capacidade de articular as palavras de forma
normal), disfagia (A dificuldade para engolir alimentos, líquidos e até mesmo saliva
durante qualquer etapa entre a boca e o estômago), disfonia (alteração de algumas das
qualidades acústicas da voz (intensidade, tom, timbre e duração)), deficiência dos
movimentos voluntários da língua e músculos faciais) e outras alterações motoras.
A deterioração cognitiva é geralmente mais evidente na velocidade de
processamento da informação, atenção complexa e funcionamento executivo frontal.

Demência mista
Sobrepõem-se os aspetos clínicos da demência vascular e da demência cortical
com diferente gravidade de uma e da outra. Por vezes, alguém com DA tem um
acontecimento vascular que provoca um brusco declínio da função cognitiva, que antes
estava a realizar-se de forma progressiva e lenta. Ou então, um utente com demência
vascular apresenta uma deterioração continua que impossibilita ver as fases de
estabilização ou de melhoria características das demências vasculares.

Demência – Afasia Progressiva primaria


Associada a um quadro degenerativo do cérebro, levando a atrofia em áreas
responsáveis pela linguagem e comunicação. Na Afasia Progressiva Primária, os
sintomas começam de maneira sutil (e por isso muitas vezes são subestimados) e, com o
tempo, tendem a aumentar. Em geral, a anomia é o sintoma inicial e alguns pacientes e
familiares referem-se ao problema como um “distúrbio de memória” devido à
dificuldade de lembrar o nome da palavra. Apesar do esquecimento de palavras ser uma
queixa frequente, outros sintomas podem se manifestar, como a construção de frases
erradas e/ou trocas de sons/letras na fala e na escrita.

Demência frontotemporal
É demência degenerativa devido a atrofia dos lóbulos frontais e da parte anterior
dos lóbulos temporais.
Doença de Pick esta normalmente incluído neste grupo para designar os
sintomas. Inicialmente, esta doença caracteriza-se por mudanças de personalidade,
variando de acordo com o local da lesão (orbitofrontal, dorsomedial ou dorsolateral) e,
posteriormente, ocorre o comprometimento das habilidades sociais, enfraquecimento
emocional, desinibição comportamental, impulsividade, conduta associal, polifagia
(vontade excessiva de comer), polidipsia (sede excessiva) e alterações de linguagem. As
dificuldades de memória surgem após um tempo. Ao passo que a demência evolui,
juntamente pode surgir apatia ou total agitação; graves problemas de linguagem
(linguagem lenta, com frases simples, mas com estrutura gramatical complexa, anomia,
mantem a compreensão da linguagem se for com frases simples), atenção ou
comprometimento cognitivo podem aparecer, resultando em dificuldade no nível do
comportamento. Ou seja, predomina as alterações comportamentais com relativa
conservação das funções cognitivas.
Costuma estar associada a perturbações afetivas, ansioso-depressivos, ilusões,
ideias fixas e somatizações (A somatização é a expressão de fenômenos mentais como
sintomas físicos (somáticos)).
Demência por corpos de Lewy difusos
É uma deterioração cognitiva flutuante, inclusivamente em diversos momentos
do dia, com alucinações visuais e auditivas importantes, delírios, sintomatologia
extrapiramidal (tremores, contraturas musculares, dificuldade em andar, lentificação dos

movimentos), quadros sincopais (desmaios) inexplicados por outra patologia, com


sintomas depressivos e hipersensibilidade aos neurolépticos (medicamento
antipsicótico). Tem uma evolução rápida.

Demência e doença de Parkinson


A doença de Parkinson é uma condição neurológica degenerativa e progressiva,
que ocorre quando as células nervosas (neurónios) de uma zona do cérebro denominada
por substância negra ficam comprometidas ou morrem.
A doença de Parkinson tem 3 sintomas principais:
Tremores;
Rigidez muscular;
Movimentos mais lentos
Existem outros sinais, tais como caligrafia com letra pequena e tremida, falta de
expressão facial, perturbação do sono, problemas de equilíbrio, marcha arrastada,
diminuição do volume da voz e depressão. Os sintomas podem ocorrer sozinhos ou
combinados.
O desenvolvimento de Demência em alguém com Doença de Parkinson,
particularmente numa pessoa mais idosa, poderá ser devido a outra causa coexistente
(ex.: Doença de Alzheimer ou pequenos enfartes múltiplos).
A Doença de Parkinson com Demência é marcada por esquecimento,
lentificação dos processos de pensamento, letargia e perda de capacidades tais como,
tomada de decisão, planeamento, raciocínio e capacidade para lidar com situações
novas. Pode existir uma perda do controlo emocional, com explosões súbitas de raiva ou
angústia, embora estas características sejam pouco frequentes. Podem, também, ocorrer
alucinações visuais, que são frequentemente provocadas pelos tratamentos
farmacológicos para a Doença de Parkinson.

Depressão
Os sintomas subsindrômicos da depressão aumentam o risco para o início de
perturbação Depressiva Major (MDD). As consequências funcionais da depressão para
os idosos incluem um maior risco de deficiência física e o início ou agravamento de
problemas de saúde física. O termo “depressão subsindrômica” aplica-se a indivíduos
com sintomas depressivos, mas que não preenchem critérios para depressão major,
podendo englobar distimia (depressão de longa duração – mau humor constante) e
depressão menor.
Os sintomas de Perturbação Depressiva Major (MDD) em adultos mais velhos são
semelhantes aos dos adultos mais jovens, embora os idosos possam apresentar mais
apatia, queixas físicas excessivas, ruminação ansiosa e maior irritabilidade do que
pessoas mais jovens.
Avaliação – Escala de depressão geriátrica (EDG) e a escala de depressão de Beck
(EDB).

Ansiedade
Os sintomas de ansiedade na terceira idade estão associados a um bem-estar reduzido,
menor qualidade de vida, aumento da mortalidade, capacidade prejudicada de realizar
atividades básicas da vida diária (como preparar refeições), saúde mais precária e
satisfação de vida reduzida.
Fatores protetores incluem alto apoio social percecionado, exercício regular e níveis
mais elevados de educação. Fatores de risco incluem o gênero feminino, níveis mais
baixos de educação, autoavaliação de saúde geral ruim e uso atual de ansiolíticos, abuso
físico ou sexual na infância, tabagismo atual e uso excessivo de álcool, eventos
stressantes na vida e neuroticismo (Estabilidade emocional ou a tendência de se excitar
facilmente quando estimulado (ou a incapacidade de se acalmar facilmente quando
chateado ou preocupado)).
Intervenção com a terapia Cognitiva Baseada em Mindfulness.

Intervenções para demências


As Intervenções Psicológicas incluem abordagens orientadas para o comportamento,
emoções e estímulo sensorial ou psicossocial. Alguns exemplos são: psicoterapia,
terapia de reminiscência, de validação (estimulação da comunicação entre os idosos),
musicoterapia, aromoterapia, arte-terapia, terapia do toque e da massagem, terapia
multisensorial snoezelen, mindfullness, terapia assistida por animais.
As principais abordagens de intervenção cognitiva são: Reabilitação Cognitiva (1),
Treino Cognitivo (2), Estimulação Cognitiva (3) e a Terapia de Orientação para a
Realidade (4).
1. Reabilitação Cognitiva
Abordagem individualizada que tem como objetivo a melhoria da adaptação funcional
da pessoa, no seu contexto diário, devendo ser assim, realizada em contexto de vida real
e tendo como foco as dificuldades mais relevantes que o doente, família e cuidadores,
identifiquem. Nesta abordagem, não existe, portanto, uma intervenção direta nas
funções cognitivas.
2. Treino Cognitivo
Abordagem individualizada, baseada em modelos teóricos, na qual são propostas tarefas
organizadas em vários níveis de dificuldade, dirigidas ao treino de funções cognitivas
específicas. Podem ser exercícios de papel e lápis ou jogos. O objetivo é a melhoria ou,
pelo menos, a manutenção do funcionamento cognitivo num determinado domínio,
como a atenção, a memória e a linguagem. Os efeitos generalizam-se para além do
contexto imediato. Ou seja, o novo conhecimento pode ser aplicado com sucesso numa
variedade de novos contextos e requer o uso de estratégias de memória e habilidades de
pensamento.
4. Orientação para a realidade
A orientação para a realidade, como o nome indica, pretende orientar a pessoa para
dimensões da realidade, como aspetos biográficos pessoais ou o tempo e o espaço. Não
deve ser feita com base no questionamento, uma vez que conduzirá apenas ao confronto
da pessoa com as suas dificuldades. Devem ser utilizadas técnicas que ajudam a pessoa
a aceder à informação.
Nas sessões de treino cognitivo, baseei-me, na Teoria de Montessori. Este método
pretende que os idosos tenham acesso à participação do maior número possível de
atividades que os liguem ao mundo real, para que estes não se isolem do mundo.Neste
sentido, os terapeutas têm procurado atividades que despertem sentimentos positivos e
memórias dos idosos. Um paciente de Alzheimer pode manter memórias antigas, na
maioria das vezes, preservadas por bastante tempo. O método Montessori tem como
objetivo arranjar meios de despertar memórias antigas através de atividades que
envolvam os idosos e os façam sentir recompensados.

Intervenção junto do cuidador


https://dms.ufpel.edu.br/casca/modulos/zarit-main#comp/zarit-main - escala de
sobrecarga do cuidador
O estudo da sobrecarga associada ao cuidar de idosos com dependência, de causa
“física” ou “mental”, constitui uma prioridade em termos de saúde pública, pelo facto
de possibilitar a avaliação das consequências negativas no cuidador informal.
Existem diversos instrumentos padronizados para avaliar a sobrecarga, sendo o mais
utilizado em termos internacionais a escala de sobrecarga do cuidador de Zarit (Burden
Interview Scale).

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