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AVC isquêmico
Referência: aula do prof. Alex Meira
Epidemiologia
Mortalidade
->
neurorradiológico. Contudo, o diagnóstico simplesmente
de AVC é clínico.
⑱
material lipídico e produz um coágulo, que vai viajar pela
especialmente no AVC hemorrágico.
corrente sanguínea, formando um êmbolo. Outras
situações que formam êmbolo são fibrilação atrial, doença Caso clínico
hematológica etc. Ademais, áreas fronteiras entre as
1. Homem, 60 anos, hemiparesia esquerda há 2h, PA 200
vascularizações, por exemplo, o encontro entre artéria
x 100 mmHg, hemoglicoteste [HGT] 189 mg/dL
cerebral média e anterior, são muito sensíveis ao nível
pressórico. Não dá para saber o que o paciente tem apenas pela
clínica, mas tem que fazer exame de imagem.
Os AVCs isquêmicos e o AIT vão representar 80%
dos casos, porque não se considera os simuladores. Se Quando ver um branco [hiperdensidade] na
considerar todos os quadros atendidos inicialmente como tomografia, significa osso, contraste, sangue ou bala. No
AVC, 51% vai ser isquêmico, 25% se trata de ataques contexto do AVC, indica que é sangue. Se TC normal, pensa
isquêmicos transitórios, 11% é hemorrágico e 15% são mais em AVC isquêmico. Quanto mais normal a
simuladores [diagnósticos diferenciais – parece AVC, mas tomografia, melhor, porque significa que tem um
depois que investiga, vê que não era isso]. Além disso, já tratamento disponível a se realizar.
na entrada ou ao longo da evolução, o AVC isquêmico
pode sofrer transformação hemorrágica; isso ocorre em
3% dos casos. NAS diferencia se i
in que ce an
NEUROIMAGEM
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• Lacunar ou infarto de pequenas artérias: 15 a
30%; pacientes vão ter acometimento das artérias
perfurantes, localizadas no tronco encefálico e em
outras estruturas. Causa um AVC < 1,5 cm e a
localização típica é na cápsula interna, mas
também pode ser nos núcleos da base. É
ocasionada por um acometimento das artérias
lenticulo-estriadas.
• Embolia cardíaca: 15 a 30%; geralmente é Hipodensidade na região correspondente à artéria
fibrilação atrial, mas pode ser tumor dentro do cerebral média – perceba o apagamento de sulcos e giros
coração que forma coágulo.
• Outras causas: raras – 5% dos casos; sífilis, HIV,
vasculite de pequenos vasos.
• Origem indeterminada ou criptogênico: quando
não consegue fechar uma etiologia.
Diagnóstico
a
Louyse Jerônimo de Morais 6
É feita com alteplase [r-TPa], sendo que os • Punção lombar nos últimos 7 dias;
critérios de inclusão e exclusão são rígidos. Não precisa • Hemorragia geniturinária ou gastrointestinal nos
saber decorado os de exclusão, pois são muitos, mas os de últimos 21 dias ou história de varizes esofagianas;
inclusão são mais fáceis. • Punção arterial em local não compressível na
última semana;
• Gera necessidade de organização e estruturação
• Coagulopatia com TP prolongado (RNI > 1,7), TTPA
de centros [unidades e ambulatórios] de AVC.
elevado ou plaquetas < 100.000/mm3;
Quando pode ser feita? Em até três horas do • Glicemia < 50mg/dl com reversão dos sintomas
evento isquêmico. Nessa situação, gera aumento de 30% após a correção;
no desfecho primário – número de pacientes com • Evidência de endocardite ou êmbolo séptico,
incapacidade mínima ou ausente em 3 meses. Se feito gravidez;
entre 3 e 4,5 horas do evento isquêmico, ainda gera um • Infarto do miocárdio recente (3 meses) –
aumento de 7% no desfecho primário. contraindicação relativa;
• Suspeita clínica de hemorragia subaracnoide ou
Trombólise endovenosa e o NNT [número de pessoas dissecção aguda de aorta.
necessárias para tratar]
Critérios de inclusão
O trombolítico vai “frear” o sistema pró- • Edema maligno por AVC extenso em território da
coagulante. Assim, o sistema fibrinolítico endógeno ACM [> 50%]: leva à herniação.
dissolve os coágulos, resolvendo o fluxo e salvando a área • Idade ≤ 60 anos [relativo]: acima disso,
de penumbra. teoricamente, o cérebro está atrofiado o
suficiente para ter espaço para o edema crescer.
Alvo da PA [mmHg] controlar a pressan Isso não ocorre em todos os casos.
• Paciente que não será trombolisado < 220 x 120
= >
Consiste em retirar um pedaço do osso, colocar
• Paciente que será trombolisado < 185 x 110
- dentro da barriga para ele não morrer, deixar o cérebro
No paciente com AVC, há um risco de inchar o tanto que quiser e, depois de um tempo,
sangramento daquele infarto ali. Aquela área é friável e implantar o osso novamente.
pode sangrar, transformando o edema isquêmico em
Critérios de exclusão
hemorrágico, o que é muito pior. Ao mesmo tempo, tem
a área de penumbra, que é dependente de um fluxo • Outras doenças incapacitantes prévias
sanguíneo maior, porque está sendo irrigada por uma • Sinais de deterioração neurológica grave no
circulação colateral dependente do fluxo sanguíneo. É por momento da indicação de cirurgia:
isso que, nas primeiras 48h de AVC, temos uma principalmente alterações pupilares e posturas de
permissividade de PA maior do que a normal. No paciente descerebração e decorticação – indicam que o
trombolisado, teoricamente, a obstrução vai ser paciente já está herniando.
dissolvida, então a PA vai ser menos permissiva. • Complicações clínicas graves
• Ranking pré-mórbido ≥ 3 ou doença terminal
Se precisar tratar a pressão nesse período, lança
mão de medicações endovenosas, como nitroprussiato de • Distúrbio de coagulação
sódio [Nipride], metoprolol [Seloken] ou esmolol • Indisponibilidade de leito em UTI
[Brevibloc]. Vai titulando o Nipride a cada 5 minutos – é • Instabilidade hemodinâmica
algo fácil de manejar, e se cair demais a PA, é só diminuir. Investigação etiológica
• Após 48h: manter PA < 140x90 mmHg, por meio 1. Exames de sangue
do uso de anti-hipertensivos VO.
• Lipidograma • Triglicerídeos
2. Unidade de AVC • Ácido úrico • Glicemia de Jejum
• Equipe interdisciplinar treinada; unidade semi- • Hemograma • Coagulograma
• Ureia e creatinina • Urinálise
intensiva exclusiva a pacientes com AVC.
• Sorologia para Chagas • Sorologia para Sífilis
• Redução de risco relativo: morte [18%],
• VHS e PCR
dependência funcional [29%].
• Redução do custo hospitalar médio do AVC em Ele falou na aula prática que não precisa de VHS, só PCR.
14,9%
• Impacto no tratamento 2. Exames complementares
o UAVC possui impacto igual ao do r-TPa • ECG
o UAVC > time AVC • Eco
3. Tratamento endovascular • Ecodoppler de carótidas e vertebrais
• &
Indicado para lesões proximais: artérias carótidas, 3. Exames de neuroimagem
primeiro e segundo segmento da artéria cerebral
• TC de crânio
média, primeiro segmento da cerebral anterior.
• RNM: em situações específicas.
Consiste na neurorradiologia intervencionista na
Pacientes jovens
sala de hemodinâmica. É válido ressaltar que é possível
somar os tratamentos, isto é, fazer trombolítico e, se tiver Seriam os indivíduos abaixo de 60, 55 ou 50 anos,
indicação, fazer trombectomia. dependendo da literatura. Não precisa decorar, apenas
saber que tais pacientes necessitam de uma investigação
4. Craniectomia descompressiva
diferenciada.
• Profilática ou tratamento
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⑳ Prevenção secundária
tem a história de que o hemorrágico causa mais
crise convulsiva. Cronicamente, não tem isso, se
1. Antiagregação plaquetária: faz em todos os pacientes. for próximo da região cortical, pode ter sequela
epileptogênica, com crises focais.
• AVC isquêmico ou ataque isquêmico transitório • Dor crônica: tratamento de espasticidade,
⑧
não cardioembólico: AAS 100 – 300 mg/dia ou fisioterapia, anticonvulsivantes e/ou
clopidogrel 75 mg/dia. antidepressivos.
o Em diabéticos, há uma redução maior da
• Depressão: antidepressivos.
recorrência com o clopidogrel.
• Distúrbios do sono
2. Hipertensão: iniciar tratamento após a fase aguda.
Simuladores
3. Diabetes: controle rigoroso da PA e lipídios [LDL < 70],
• Psicogênico
com objetivo de ter hemoglobina glicada < 7%.
• Crises convulsivas: o pós-ictal dá sonolência,
4. Dislipidemia cefaleia e desorientação. Recupera dentro de 10
minutos na maioria das crises. Algumas pessoas
• ⑧
Estatina em pacientes com AVCi ou AIT, alvo LDL
têm paralisia no pós-ictal.
100 mg/dl de forma geral.
• Migrânea: pode ter aura hemiplégica.
• Alto risco vascular: LDL < 70.
• Toxicidade por drogas
o Seriam os pacientes com DCV
• Metabólico: hipoglicemia, hiperglicemia,
estabelecida, DM, fatores de risco para
insuficiência cardíaca. encefalopatia hepática de
síndrome metabólica, TGL > 200, HDL <
Wenicke.
40, doença coronariana concomitante,
• Infecção: encefalite, abscesso cerebral
estenose carotídea.
• Tumor: tumor do SNC, metástase
• Origem aterotrombótica: estatina, independente
• Encefalopatia hipertensiva
do colesterol normal.
• Encefalopatia posterior reversível: síndrome de
5. Fibrilação atrial be tere
faz com anticoagVO .
vasoconstrição. Dá rebaixamento de nível de
consciência, cefaleia e turvação visual.
• Profilaxia com&
anticoagulante oral e não com
• Distúrbios hidroeletrolíticos e da glicemia
antiagregante.
o Warfarina [RNI entre 2 e 3 – alvo 2,5] No quadro agudo, o paciente vai ter hemiparesia
o Novos anticoagulantes orais: escolhe de flácida e não vai ter hiperreflexo, porque está na fase de
acordo com o clearance de creatinina e a choque medular. Após alguns dias ou semanas, começa
idade. quadro de espasticidade, tônus aumentado, com
hiperreflexia e clônus no membro inferior. Percebe-se
6. Medidas gerais
que, se alguma pessoa estiver simulando uma paralisia, o
• Cessar tabagismo e etilismo tônus vai estar normal.