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Introdução • No Brasil ocorreram 11 óbitos por AVC a cada 1h.

Patogênese
Lesão neuronal por falta de oxigênio e nutrientes, com
consequente diminuição das reservas de energia do
tecido nervoso (SNC).
Causas:
• Trombose;
• Embolia;
• Diminuição da perfusão cerebral.

Dividimos em dois grandes grupos: acidente vascular


cerebral isquêmico (quando faz lesão neuronal por conta
da isquemia) e ataque isquêmico transitório.
No ataque isquêmico transitório, mesmo que façamos TC
ou RM, não vamos encontrar nenhum tipo de dano. Progressão da lesão ao longo do tempo. Em vermelho
Quando falamos do AVC isquêmico também temos o temos uma área (infarct core) que já tem necrose mais
conceito do AVC lacunar: precocemente e em verde é a área de penumbra, que
• Um infarto subcortical na distribuição das geralmente são as colaterais. É justamente a área de
pequenas artérias cerebrais penetrantes; penumbra que queremos salvar quando fazemos uma
• Ramos da artéria cerebral média. trombólise e trombectomia mecânica.
• Maior dimensão é ≤ 1,5 cm na TC ou ≤ 2,0 cm As causas do AVC são várias: pode ser por trombose,
em imagens de difusão de ressonância embolia, diminuição da perfusão cerebral por uma parada
magnética; cardíaca etc.
É importante, quando estamos diante de um paciente com
AVC, além de termos a definição de um tratamento
rápido, pois a cada minuto são 1,9 milhões de neurônios
que morrem, também temos que investigar para
determinarmos a causa.
• Vamos definir a profilaxia de acordo com a causa
do AVC.
Zona de penumbra: importante para entender a seleção
Epidemiologia de alguns pacientes para recanalização.
O AVC é a 2ª causa de morte;
3ª causa de incapacidade; Fatores de risco
2019: • Não modificáveis
• 12,5 milhões de AVC/ano;
Idade:
• 6,5 milhões de morte;
• < 40 anos raramente apresentam aterosclerose
• 87% nos países mais pobres.
grave.
Julho/2022:
Etnia;

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Sexo:
• > Mulheres;
• Homens brancos > prevalência de estenose
carotídea;
• Mulheres na perimenopausa;
• Frequência < de aterosclerose;
Genética:
• Síndrome de CADASIL;
• Vamos ter história familiar com múltiplos
Subtipos de acidente vascular cerebral
familiares jovens com AVC, com isquêmico (classificação de TOAST)
bastante microangiopatia (doença de Aterosclerose de grandes artérias (intra e
pequeno vaso) precocemente. extracranianas);
• A intracraniana tem pior desfecho, pois não
• Obs: a microangiopatia é um processo
normal do envelhecimento, é esperado, temos como colocar um stent profundamente,
mas nesses pacientes com síndrome de ao contrário de uma artéria extracraniana, na
CADASIL vamos ver uma quantidade carótida, por exemplo.
acentuada de microangiopatia quando Lacuna ou infarto de pequenas artérias;
• São as lentículo-estriadas.
ainda são jovens. Esses pacientes
• Causado por aterosclerose de pequenas artérias.
também possuem histórias frequentes
de cefaleia. Cardioembolia;
• Pode ser por diversas etiologias. As mais
História familiar de AVCi ou AIT.
frequentes são fibrilação atrial e flutter.
• Modificáveis Outras causas (pouco frequentes);
• Vasculite, embolia séptica, endocardite etc.
Hipertensão arterial sistêmica;
Origem indeterminada ou criptogênico.
Diabetes melito;
• É o paciente que investigamos tudo, mas não
Dislipidemia;
encontramos a causa específica.
Fibrilação atrial;
Tabagismo;
Etilismo; Investigação
Estenose carotídea; Obs: todos os pacientes que formos atender, para a
Síndrome da apneia do sono; investigação inicial básica, conforme recomendação do
Obesidade; Ministério da Saúde, vamos pedir ECG em repouso,
Sedentarismo. ecocardiograma, eco doppler das artérias (carótidas e
vertebrais) e rastreio para dislipidemia e DM (fatores de
Etiologias risco modificáveis).
• Na rede particular o eco doppler, na maioria dos
Diversos mecanismos ou suas associações;
casos, nem é solicitado. É substituído por angioTC
• Pode ser que seja um mecanismo único.
ou angioRM.
A classificação de TOAST (Trial of Org 10172 in Acute
Stroke Treatment); Pacientes < 45 anos ou ≥ 45 anos que não apresentam
• Subdivide o AVCi de acordo com o mecanismo
fatores de risco e com investigação inicial negativa:
• Ressonância magnética de crânio;
fisiopatológico.
• Estudo de imagem de vasos intra e
Importante para evitar a recorrência, tratar a causa e
estimar o prognóstico! extracranianos;
• Angiotomografia ou angiorressonância.

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• Rastreio para causas inflamatórias, trombofilias Etiologia cardioembólica
e doenças genéticas (quando história clínica
compatível);
Paciente sem etiologia identificada: solicitar Holter de 24
horas para avaliação de fibrilação atrial paroxística.

Aterosclerose
Isquemia pode ser decorrente da:
• Ruptura e embolização da placa aterosclerótica;
• Hemorragia da placa levando à estenose Etiologia cardioembólica: Fibrilação atrial e flutter.
progressiva;
• Isquemia distal decorrente do estreitamento do
vaso.
Locais mais comuns de aterosclerose:
• Bifurcação carotídea;
• Aorta;
• Artérias vertebrais.
Aterosclerose intracraniana:
• Maior risco de recorrência de AVCi;
• Diagnóstico diferencial com doenças autoimunes
e/ou reumatológicas.

Também podemos ter outras causas, como um trombo


dentro do VE, como na imagem. Ou um paciente que teve
um IAM nos últimos 30 dias ou que tenha fração de
ejeção < 40% ou IAM crônica com fração de ejeção <
28% ou endocardite infecciosa, mixoma de AE etc.
Tem várias causas possíveis de cardioembolia, mas que
A esquerda, uma placa de ateroma. A direita, a artéria são consideradas de baixo risco, como FOP, aneurisma do
depois de ter sido feita uma aterectomia. septo atrial, ICC com FE < 30%, acinesia apical etc.
Obs: A isquemia por aterosclerose pode ser tanto pela • Mesmo se pegarmos um paciente de baixo risco
própria placa, que faz uma ruptura e emboliza, quanto e vermos uma imagem bem sugestiva de ser um
por uma hemorragia da placa, formando um coágulo que evento cardioembólico, vamos acabar optando
vai causar a lesão isquêmica, ou por um estreitamento do por fazer a anticoagulação nesse paciente.
vaso, de acordo com o tamanho da placa, que vai ser a
causa do acidente vascular cerebral isquêmico.
Obs: Aterosclerose intracraniana tem maior risco de AVC
Etiologias
No Brasil, não se pode esquecer a doença de Chagas
isquêmico e também entra no diagnóstico diferencial de
como causa de AVCi cardioembólico, principalmente em
doenças autoimunes e reumatológicas.
pacientes com epidemiologia sugestiva.
Paciente jovem com cefaleia, dor cervical que,
normalmente, evolui com déficit motor, deve se pensar
em dissecção de vasos cervicais.

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Manifestações clínicas que vão nos guiar para pensarmos
em algumas artérias específicas.
Paciente com amaurose fugaz, vamos pensar na artéria
oftálmica.
Paciente com hemiparesia ou hemiplegia contralateral,
déficit de sensibilidade contralateral, afasia ou
heminegligência, vamos pensar na artéria cerebral média.
Paciente com déficit crural contralateral (é o paciente
que chega com queixa de hemiparesia, mas o MMII vai
Dissecção que, pela formação do hematoma intramural, ter fraqueza maior do que o MMSS), alteração de
acaba tendo um estreitamento do vaso, levando a marcha e incontinência urinária, vamos pensar na artéria
isquemia do segmento distal. cerebral anterior.
Embolia paradoxal: Obs: Os pacientes também podem ter alterações
• Um trombo da circulação venosa que passa para
comportamentais, pois a lesão acaba predominando no
a circulação arterial, usualmente por um defeito lobo frontal.
da parede cardíaca ou shunt intrapulmonar; Quando é na artéria cerebral posterior, que pega o lobo
• Defeito intracardíaco mais comum o forame oval
occipital, o paciente vai ter hemianopsia.
patente; Na artéria vertebral os pacientes vão ter queixa de
• Presente em 25% da população.
vertigem. Geralmente vão ter paralisia do nervo craniano
• Obs: nem todo mundo que tem FOP vai
ipsilateral e déficit motor e sensitivo contralateral
ter isso como causa do AVCi. (quando estivermos diante disso podemos pensar em
Criptogênico: lesão do tronco).
• AVC embólicos de fonte indeterminada (ESUS);
• Por isso temos que ter cuidado com os pacientes
• Principalmente em zonas de transição,
com queixa de vertigem na emergência.
entre as áreas de irrigação. Por Quando é na artéria basilar é um evento mais grave, o
exemplo, uma zona de transição da paciente tem rebaixamento do nível de consciência,
artéria cerebral média com a artéria tetraparesia ou tetraplegia e síndrome do cativeiro (o
cerebral posterior, ou um AVC bem na paciente tem consciência do que está acontecendo no
cortical, sugestivo de que seja meio, mas não consegue ter qualquer resposta motora).
cardioembólico etc.
• Quando é feito todos os exames e não
é encontrado nada.
• AVC detectado por TC ou RM que não é
lacunar.

Quadro clínico
Todo paciente que chegar com déficit neurológico súbito
na emergência, nosso primeiro pensamento vai ser AVCi.
Manifestação clínica X topografia anatômica.

Artéria cerebral anterior: paciente com abulia, dispraxia


e alterações emocionais.
• Devemos ter cuidado com lesões na artéria
cerebral anterior que acomete o lobo frontal,
pois podemos achar que o paciente está dando

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“piti”, fazendo manha, sendo que, às vezes, ele • Em lesão em tronco devemos lembrar de
pode ter uma lesão no lobo frontal. vertigens, ataxias, desequilíbrio etc.
• Sempre que estivermos na emergência e mesmo
que pensarmos que é um transtorno conversivo
e que o paciente não tem de fato uma lesão
estrutural, devemos fazer exame de imagem,
eletrocardiograma ou Rx, a depender da queixa
do indivíduo.
• Obs: uma lesão frontal no AVC, às vezes só dá
uma alteração comportamental.
Artéria cerebral média: desvio do olhar para o infarto,
déficit de sensibilidade contralateral, hemianopsia Cerebelar anterior inferior: paralisia facial periférica
homônima e afasia ou negligência. (paralisia de Bell), disfagia, alteração de equilíbrio etc.
• Negligência é quando vamos examinar o indivíduo, • O que vai nos ajudar é a paralisia facial ipsilateral
estamos conversando com ele do lado do déficit e os déficits motores e sensitivos que vão ser
e ele nos ignora completamente e fica buscando contralaterais.
alguém do outro lado. • Vertigem, nistagmo, ataxia, dismetria.
Espinal anterior: pega a parte mais baixa do bulbo. O
paciente vai ter paralisia contralateral, língua desviada
para a lesão e perda de propriocepção.
Obs! Nem todos os pacientes chegam com todos esses
sinais e sintomas, mas, a depender do tipo de lesão, já
sabemos onde topografar.

Diagnóstico
Identificar o paciente com AVCi;
Artéria cerebral posterior: como acaba comprometendo Excluir outras condições que podem mimetizar o quadro;
apenas o lobo occipital vamos encontrar mais queixas Estabilizar o paciente;
visuais, hemianopsia. Instituir a recanalização do vaso comprometido o mais
Artéria lentículo estriada: é laminar. Vai causar síndrome rápido possível quando indicado.
motora pura, contralateral a lesão. • Quanto mais tempo demorarmos, mais dano
neuronal o paciente vai ter e a reperfusão ou
trombólise não vai ser tão eficaz.
Atenção! Determinar com segurança o momento do início
dos sintomas. Para aqueles que acordaram com o déficit
ou que não podem dar a informação, considerar a última
vez que o paciente foi visto acordado e sem déficits.
• Vamos marcar o horário que o paciente foi visto
bem. Se o paciente estava dormindo e acordou
com déficit, vamos considerar o horário em que
Basilar: tetraplegia, “locked in” ou síndrome do cativeiro e ele foi dormir bem.
sem movimentos oculares horizontais.
• O paciente mantém o olhar vertical. Exame neurológico
Cerebelar posterior inferior: quando a lesão pega em Deve ser breve e objetivo, em razão da estreita janela
tronco. Vai ter comprometimento do par craniano terapêutica;
ipsilateral a lesão e déficit sensitivo contralateral.
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Escala do do National Institutes of Health (NIHSS) 0 a 42 Os riscos estimados de AVC em dois dias segundo
pontos: pontuação:
1a - Nível de consciência; • 6 a 7: Alto (8%);
1b - Orientação; • Em 2 dias esses pacientes correm o
1c - Comandos; risco de ter um acidente vascular
2 - Motricidade ocular; cerebral isquêmico.
3 - Campos visuais; • 4 a 5: Moderado (4%);
4 - Paresia facial; • 0 a 3: Baixo (1%).
5 e 6 - Motor; É um somatório dos fatores de risco.
7 - Ataxia apendicular; Obs: o paciente que tem uma pontuação ≥ 4 no ataque
8 - Sensibilidade dolorosa; isquêmico transitório, geralmente internamos para, pelo
9 - Linguagem; menos, fazermos um eletrocardiograma, um
10 - Disartria; ecocardiograma ou um doppler dentro da unidade, e para
11 - Extinção/negligência. definirmos o tratamento.

Exame de imagem
Tomografia de crânio sem contraste:
• Primeira escolha na emergência, mesmo que a
ressonância esteja disponível. É mais rápida de
Curso gratuito ensinando como aplicar a escala. ser feita e mais sensível para avaliar hemorragia.
Obs: por mais que o paciente chegue hemiplégico direito • Obs: vai ser pouco sensível para vermos um AVC

e temos certeza de que o déficit dele é exclusivamente lacunar, por exemplo, para avaliarmos uma lesão
direito, mas quando estamos testando e pedimos para ele no tronco, no cerebelo, mas na emergência, para
segurar o braço levantado por 10 segundos, ele deixa cair definição de conduta imediata é excelente.
o braço esquerdo, também vamos pontuar o braço • Excluir hemorragia intracraniana e causas não
esquerdo. Então, pontuamos tudo o vamos ver. vasculares;
• Algumas coisas não vão ser contempladas. Por • Devemos avaliar se tem hemorragia,

exemplo, se o paciente chegar com um déficit só para vermos se o paciente tem ou não
na mão vai pontuar 0, pois não tem pontuação critério para trombólise.
para mão especificamente sozinha. • Pouco sensível para infartos pequenos,
principalmente de fossa posterior;
• Atentar para sinais precoces de isquemia:
Ataque isquêmico transitório
• Perda da diferenciação da substância
Estratifica o paciente em relação ao risco mais precoce
de ter um acidente vascular cerebral isquêmico. branca e cinzenta dos núcleos
lentiformes;
• Edema leve;
• Apagamento dos sulcos.
• Acometimento > 1/3 do território da ACM
correlaciona se com maior risco de isquemia;
• ASPECTS:
• Objetivo de quantificar a área isquêmica;
• TC normal = ASPECTS de 10.
• Não podemos usar os ASPECTS
sozinho para definir se vamos
realizar trombólise ou não.

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10 regiões padronizadas avaliadas em 2 cortes da TC de No lado contralateral vemos uma perda da diferenciação,
crânio: na altura do tálamo e dos núcleos da base e o com apagamento dos sulcos quando olhamos para o lado
próximo corte logo acima dos núcleos da base. contralateral, é um sinal precoce de lesão isquêmica.
• A cada região comprometida, o radiologista vai
dar um ponto a menos.
• Se ao somar, tivermos um ASPECTS de 6 ou 7
pode ser um AVC extenso de artéria cerebral
média, que é contraindicação de trombólise. Mas
temos que correr a imagem, pois o que entra no
critério de exclusão é se estiver ≥ 1/3.

Diferença na TC do dia 0 para o dia 3.


Temos uma hipodensidade bem definida, com sinais de
desvio da linha média, já tem estruturas sendo
empurradas por conta do edema.
Tem alguns pontos de transformação hemorrágica.

TC no dia 5, depois do paciente ter feito uma


craniectomia descompressiva.
Quando o paciente tem um AVC na artéria cerebral média
ASPECTS para a circulação posterior. fazemos uma craniectomia, pois o cérebro está preso
Se tiver algum comprometimento de mesencéfalo e dentro de uma “caixa”, então se tem edema e não tem
ponte ele pontua 2 e as outras áreas pontua 1. espaço para crescer, vai acabar levando o paciente a
O ASPECTS para a circulação anterior é 1 ponto para óbito. Então, às vezes, lançamos mão da craniectomia
cada área acometida. para evitar o desfecho negativo.

Tomografia computadorizada

No dia 1 o paciente tinha uma hipodensidade pouco


definida.
TC no dia zero. Vemos a artéria cerebral média No dia 30 o paciente tem uma hipodensidade
hipertensa (seta azul), já é um sinal sugestivo de evento praticamente da cor do líquor. Então, tudo o que for muito
isquêmico nesta região. próximo da cor do líquor, vamos pensar que é uma lesão

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mais antiga, é uma área de gliose, de lesão pregressa. Perfusão
Não seria compatível com AVCi. TC ou RM com software adequado;
Diferencia a área central necrótica (núcleo ou core
Ressonância magnética isquêmico) de uma região potencialmente salvável com
Pode ser usada na emergência, mas sempre vamos terapias de reperfusão;
escolher primeiro a TC. Grande área de penumbra, com mismatch importante,
Difusão, perfusão, gradiente eco e Flair: significa que mesmo que o paciente já tenha extrapolado
• Demora de 15 a 20 minutos; a janela, uma terapia de reperfusão pode trazer
Difusão (DWI): benefícios.
• Permite visualizar a região da isquemia com
poucos minutos do início dos sintomas.
Flair:
• Aproximadamente em média 4 horas após o
ictus;
Mismatch DWI FLAIR:
• Wake up Stroke;
• Difusão alterada, com a sequência de Flair
normal;
• < 4,5h.
Obs: a ressonância traz uma vantagem. Por exemplo, nos
pacientes que despertaram com déficit motor, não
sabemos que horas exatamente aconteceu o AVC na
madrugada. Mas quando fazemos a RM, a lesão brilha na
difusão e não aparece no Flair, chamamos de Mismatch
e isso significa que a lesão tem menos de 4,5 horas. Em
teoria o paciente está em janela de trombólise.
• Também é bom para os pacientes encontrados
Em T0 aparentemente não tem nenhuma lesão.
em via pública. Em F, o paciente fez uma angioTC e vemos uma oclusão
da artéria cerebral média, no segmento proximal.
Quando foi feita a perfusão, ele tinha um Infarct core
relativamente grande, com uma área extensa de
penumbra, que seria o tecido “recuperavel”, que
queremos salvar na trombólise.
Esse mesmo paciente, após ter feito uma TC de controle
24h, observamos uma lesão bem definida extensa no
território da artéria cerebral média com alguns pontos
de transformação hemorrágica.
A perfusão é importante para selecionarmos aqueles
indivíduos para trombectomia mecânica.

Outros exames complementares


Investigação geral:
O AVCi vai “brilhar” na difusão, ele vai ter uma restrição • Glicemia capilar;
de difusão, ele vai ficar hiperdenso e no ADC vai ficar • Pode simular um déficit dimidiado.
hipodenso. • Hemograma completo;
• Coagulograma;

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• Eletrólitos básicos; definir se esse paciente vai fazer uma trombólise
• Enzimas cardíacas; endovenosa, trombectomia ou os dois associados.
• Função renal; Se a resposta for não, o ideal é que esse indivíduo faça
• ECG; uma TC sem contraste até com 1h da sua chegada no
• Detectar arritmias. serviço de emergência, e ele também será transferido,
É importante solicitarmos esses exames pois pode haver de acordo com outros critérios, para a unidade de AVC.
alguma contraindicação de trombólise que só vamos saber Quando os indivíduos chegam na emergência após dias do
com esses resultados. evento, a depender do tempo e do tamanho da lesão na
Preciso aguardar o resultado dos exames em todos os TC, vão para o internamento na enfermaria e não unidade
casos? Não. Se o paciente não tiver histórico de fechada.
coagulopatia, não está usando nenhum anticoagulante,
não tem histórico de plaquetopenia, pode iniciar a • Protocolo AVC
trombólise e, no decorrer da trombólise, se sair um Transferido para unidade AVC;
hemograma com plaquetas baixas, interrompemos a Desencadeado protocolo de AVC agudo.
trombólise. Médico emergencista:
Atenção! Aguardar exames: • Confirmar hipótese de AVC e tempo do início dos
• Pacientes com sangramento anormal; sintomas;
• Suspeita de trombocitopenia; • Infelizmente existem pacientes que
• Uso de varfarina ou heparina ou uso incerto de mentem na triagem. Por isso, é
anticoagulantes. importante checar se o paciente está
orientado etc.
Caso clínico • Acionar equipe de AVC;
Sr. Pedro, 60 anos, hipertenso, diabético, em uso de • Checar simetria de pulsos;
hidroclorotiazida 25mg/dia e metformina 1g/dia. • Solicitar TC de crânio (+ angio TC) e laboratório;
Subitamente perdeu força no hemicorpo direito e parou • Escala do NIH;
de falar. Filha chamou o SAMU levando a paciente para o • Prescrever o rTPA.
hospital, chegando com 2 horas do início dos sintomas. • E fazer monitorização do paciente.
• Paciente ainda estava na janela da trombólise, Obs: Hemograma, plaquetas, glicemia, Na, K, uréia,
que consideramos até 4:30h. creatinina, TP, TTPA.
Enfermeiro:
• Algoritmo de atendimento ao AVC • 2 acessos venosos calibrosos;
• Não colocar acesso venoso do lado parético;
• Via de acesso exclusiva para alteplase;
• Não deve colocar nada além do alteplase
naquele acesso!
• Coletar exames laboratoriais;
• Verificar sinais vitais e HGT;
• Tratar Tax ≥ 37,5ºC, hipoxemia (se Sat < 93%),
hipoglicemia ou hiperglicemia (≥ 180);
• Solicitar o rTPA.
Se os sintomas iniciaram com menos de 24h ou o Neurologista:
paciente tiver acordado com os sintomas, transferimos • Confirmar a hipótese de AVC;
para a unidade de AVC e desencadeamos o protocolo de • Revisar início dos sintomas;
AVC, que seria o protocolo para, o mais breve possível, • Escala de NIH.

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Obs! Quanto mais precoce a realização do protocolo, função (chegou afásico, hemiplégico) e apresentou TC
melhor o desfecho. Quanto mais próximo do final da sem sangue.
janela, maior a chance de uma Obs! Idade ≥ 18 anos para fazer trombólise.
transformação hemorrágica.
Critérios de exclusão para trombólise
• Na emergência Uso de anticoagulantes orais com tempo de protrombina
Na chegada não obedecia a comandos, tinha paresia da (TP) > 15 segundos (RNI > 1,7);
face inferior direita, hemiparesia direita (elevava o • Ex: uso de varfarina. Se o RNI se encontrar >1,7
membro superior e inferior, mas em 3 seg caiam na a trombólise é contraindicada.
cama), hipoestesia à direita, dificuldade para falar e Uso de anticoagulantes inibidores diretos da trombina ou
compreender (afasia global). inibidores do fator Xa < 48h, considerando função renal
NIHSS = 14; normal e sem possibilidade de uso de agente reversor;
PA 190 /90, HGT 140. Uso de enoxaparina em dose plena nas últimas 24h;
Obs! Provavelmente se trata de uma lesão na artéria Uso de heparina com TTPA prolongado;
cerebral média. Coagulopatia com TP prolongado (RNI > 1,7), TTPa elevado,
O que fazer? ou plaquetas <100.000/mm³;
• Reduzir a PA < 180/105 mmHg; AVC isquêmico ou traumatismo cranioencefálico grave
• Esmolol IV ou nitroprussiato EV; nos últimos três meses;
• Iniciar antes de ir para a TC. História pregressa de alguma forma de hemorragia
intracraniana ou de malformação vascular cerebral;
TC de crânio com hipodensidade precoce ≥ 1/3 do
território da artéria cerebral média;
• Se na TC observarmos sinais precoces de
isquemia, uma perda de diferenciação,
apagamento de sulcos, sugerindo um
acometimento maior do que 1/3 da artéria
cerebral média, contraindicamos trombólise.
Pressão arterial (PA) sistólica ≥ 185 mmHg ou PA
O paciente Pedro fez a TC e apresentou uma diastólica ≥ 110 mmHg refratária ao tratamento
hiperdensidade na base. Ele teve um AVC hemorrágico, antihipertensivo.
• Em uso de anti-hipertensivo, mesmo com o
sendo contraindicada a trombólise. Deve-se manejar esse
paciente como um AVC hemorrágico com uma meta de controle a cada 10 minutos não está conseguindo
pressão arterial muito mais rígida (<140mmhg). baixar a pressão. Tem que contraindicar a
Mas digamos que ele fez a TC que veio sem sinal de trombólise.
isquemia precoce. Diante disso, avaliamos se o paciente Melhora completa dos sinais e sintomas no período
apresenta critérios para trombólise. anterior ao início da trombólise;
Déficits neurológicos leves (sem repercussão funcional
significativa);
Critérios de elegibilidade para trombólise Cirurgia de grande porte ou procedimento invasivo dentro
das últimas 2 semanas;
Hemorragia geniturinária ou gastrointestinal (nas últimas
3 semanas), ou história de varizes
O paciente do caso chegou com 2h a partir do início dos esofagianas;
sintomas, déficit neurológico com comprometimento da Punção arterial em local não compressível na última
semana;

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Glicemia < 50 mg/dL com reversão dos sintomas após a tem muito mais chance de fazer uma
correção; transformação hemorrágica.
• Se corrigir a hiperglicemia e o déficit for Obs! Hemorragia. Indivíduos que já tiveram um AVC
resolvido podemos suspender a trombólise. hemorrágico pregresso nunca vão realizar uma
Evidência de endocardite ou êmbolo séptico; trombólise endovenosa.
Infarto do miocárdio recente nos últimos 3 meses
(contraindicação relativa); Déficits de AVC incapacitantes versus não
Suspeita clínica de hemorragia subaracnóidea, mesmo incapacitantes
com TC normal, ou dissecção aguda de aorta. Qualquer um dos seguintes deve ser considerado déficits
• Queixa de cefaleia súbita, “a pior cefaleia da vida incapacitantes:
dele”, sugerindo uma hemorragia subaracnóidea, • Hemianopsia completa: ≥ 2 na escala NIHSS;
mesmo com a TC normal contraindicamos a • Afasia grave: ≥ 2 na questão 9 do NIHSS;
trombólise. • Extinção visual: ≥ 1 na questão 11 do NIHSS;
• Qualquer fraqueza limitando o esforço
Critérios de exclusão relativos sustentado contra a gravidade: ≥ 2 na questão
Gestação; NIHSS 5 ou 6;
• Já temos alguns casos de que foi feita trombólise • Qualquer déficit que leve a um NIHSS total > 5;
endovenosa com bons desfechos. Mas, se na • Qualquer déficit remanescente considerado
unidade também houver trombectomia potencialmente incapacitante pelo paciente,
mecânica, recomenda-se que só a trombectomia família ou médico assistente.
seja realizada, não sendo necessária a realização
da trombólise endovenosa. Uso de anticoagulantes
IAM transmural nos últimos 3 meses (individualize e pese Inibidores da vitamina K - varfarina, femprocumona - RNI
risco benefício); ≤ 1,7;
• Pesar na balança o risco de uma ruptura, discutir
Anticoagulante orais diretos (DOAC):
sempre com a família se vai fazer ou não a • Apixaban, rivaroxaban, edoxaban - 48 horas (no
trombólise. mínimo) sem uso;
Crises epilépticas no início dos sintomas; • Andexanet alfa - trombólise EV não
• Contraindicação relativa porque hoje em dia é
recomendada.
muito melhor trombolisar simulando um AVC, do • Reversor, mas não dá para
que deixar um AVC passar. fazer a trombólise.
• Na crise epiléptica alguns pacientes têm o que
• Dabigatran;
chamamos de paralisia de todd, eles têm um • Tem como reversor o idarucizumab -
déficit transitório que dura menos do que 2h, paciente pode ser tratado minutos após
pode simular um AVC e não ser de fato um AVC. a utilização;
Aneurisma intracraniano não roto (<10 mm); Heparina baixo peso molecular- 24h após o último horário
Glicemia > 400 mg/dl; em que o indivíduo estava utilizando anticoagulação plena;
Para casos com início > 3 horas e menor que 4 horas e Heparina não fracionada - aguardar laboratório de TTPA
meia, proceder com decisão individualizada nos casos de para fazer a trombólise;
pacientes com pontuação do NIHSS acima de 25. Obs! Se no centro houver a possibilidade de realizar
• Pesar muito na balança, pois provavelmente
trombectomia mecânica, e o paciente usou os
estamos diante de um AVC extenso da artéria anticoagulantes novos nas últimas 48h, dá para pular
cerebral média ou uma lesão extensa de tronco. direto da trombólise para a trombectomia.
Às vezes fazer uma trombólise nesses casos

BRUNA REIS E DÁLETE GUÍMEL – 7º SEMESTRE 11


• Infusão em 1h.
• Pode ser utilizada em pacientes com NIHSS
elevado, que chegam muito perto do final da
janela.

Cuidados gerais após trombólise


Supondo que o sr. Pedro teve um sangramento
Monitorar o paciente (PA não invasiva 15/15 min durante
geniturinário importante em menos de 21 dias,
a trombólise e a primeira hora após; 30/30min durante
contraindicamos a trombólise desse paciente, já que tem
as primeira 6 horas e de 1/1 hora até completar 24
critério de exclusão. Diante disso, fazemos o manejo do
horas, monitorização cardíaca contínua, oximetria,
ABC conservador, administramos 100-300mg de
temperatura axilar e glicemia capilar);
AAS, estatina, heparina não fracionada ou enoxaparina,
Dieta suspensa nas primeiras 24 horas;
para fazer profilaxia de tromboembolismo, e mantemos
Internamento em unidade fechada;
os parâmetros fisiológicos. Nas primeiras 24h mantemos
Cabeceira reta conforme tolerância clínica;
a pressão mais elevada, é a chamada hipertensão
• Se houver risco de broncoaspiração, manter a
permissiva, no máximo 220/120 mmhg. Após essas 24h
cabeceira elevada.
a PA começa a cair paulatinamente. Além disso, a glicemia
Manter PAS < 180mmHg e PAD < 105mmHg;
capilar deve estar entre 80 e 180, e a temperatura
Manter Temperatura Axilar < 37,6ºC;
axilar inferior a 37,6°.
Manter glicemia capilar > 80 e < 180;
Supondo que o sr. Pedro não tem nenhum critério de
Manter saturação de O2 > 94%;
exclusão e indicamos a trombólise endovenosa com rtPA.
Avaliação neurológica 30/30 min nas primeiras 6 horas
Para esse paciente, especificamente, não podemos usar
e, depois, de 1/1h (avaliação do NIHSS e pupilas);
heparina, AAS, nem qualquer antiagregante ou
Não utilizar antiagregantes plaquetários, heparina ou
anticoagulante nas primeiras 24h após a trombólise. Além
anticoagulante oral nas primeiras 24 horas pós
disso, vou repetir um TC de controle com 24h,
trombolítico;
independente de ele ter melhorado completamente ou
Não introduzir sonda vesical até pelo menos 30 minutos
não, para afastar qualquer tipo de hemorragia.
do término da infusão do rtPA;
Não introduzir sonda nasoenteral nas primeiras 24 horas
rtPA (alteplase) após a infusão do rtPA;
Ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante, • Paciente deve estar em jejum nas primeiras
uma glicoproteína que ativa o plasminogênio diretamente 24h.
para a plasmina. Não realizar cateterização venosa central ou punção
• A plasmina, por sua vez, promove a dissolução arterial nas primeiras 24 horas;
da fibrina do coágulo. Solicitar TC de crânio sem contraste para ser realizada
Dose: 24 horas após a trombólise, ou antes, se piora clínica.
• 0,9mg/kg EV (máximo de 90mg);
• 10% em bolus, restante em 60 minutos;
Suspeita de sangramento
Possibilidade de dose baixa (0,6mg/kg) em pacientes com
Piora neurológica através da Escala do NIHSS (aumento de
maior risco de sangramento; 4 pontos ou mais) ou do nível de consciência, cefaleia
• 15% em bolus;
súbita, náuseas ou vômitos.

BRUNA REIS E DÁLETE GUÍMEL – 7º SEMESTRE 12


• Solicitar tomografia computadorizada de crânio
urgente.
• Durante a infusão da trombólise, não vou
descartar a solução do alteplase, vou
dar um estoque na bomba de infusão,
vou pausar, e vou levar esse paciente
com alteplase na bomba de infusão até
a tomografia. Se ao realizar a
tomografia não perceber uma
transformação hemorrágica, posso H2 → Sangramento petequial confluente;
continuar a infusão do alteplase. Se • Mais fácil de definir do que o H1.
houver transformação hemorrágica, HP2 → Hematoma ocupando > 30% da área de infarto
descarto a solução, solicito um com efeito de massa.
coagulograma e, geralmente, acionamos • Empurra as estruturas próximas a ele.
a neurocirurgia.
• Colher coagulograma; Tratamento das Complicações
• Se sangramento SNC confirmado solicitar Hemorrágicas
avaliação da neurocirúrgica; Manejo de via aérea conforme necessário;
Outros locais de sangramento: Manter cabeceira elevada 30-45º;
• Tentar compressão mecânica. Manter PAS < 160mmHg;
• Se conseguir estancar o sangramento, Considere avaliação com neurocirurgia;
pode seguir a trombólise normalmente. Solicite TP, TTPA, plaquetas, fibrinogênio;
• Em alguns casos de sangramentos importantes, Se houver confirmação da ocorrência da hemorragia
descontinuar o rtPA. cerebral sintomática (particularmente, as hemorragias
intraparenquimatosas tipos I e II):
Tipos de transformação hemorrágica - • Inicie crioprecipitado 10UI na primeira
classificação ECASS administração (infundidas de 10 30 minutos) e
caso valor de fibrinogênio < 150mg/ dL em nova
coleta (após 1h), considerar nova administração
(0,15 unidade/kg) OU ácido tranexâmico 1g
infundido em 10 minutos (máximo de
100mg/minuto).
• Se nível baixo de plaquetas ou uso de
antiagregantes plaquetários: 6 a 8U de plaquetas;
• Concentrado de hemácias: manter hemoglobina >
10mg%.
H1 → Pequeno sangramento petequial;
• Vemos pequenos pontinhos de sangramento.
HP1 → hematoma < 30% da área de infarto, sem efeito
Monitorização e cuidados durante e após
de massa. o tratamento trombolítico
• Não empurra o que está ao seu entorno.
Pressão arterial não-invasiva: PAS < 180/105 e
>130mmHg monitorar a cada 15 min primeiras 6 horas,
depois a cada 30 min 24h, h/h 36h;
Monitorização cardíaca contínua;
Oximetria de pulso: manter saturação > 92%;
Glicemia capilar: manter HGT 80 e < 180;

BRUNA REIS E DÁLETE GUÍMEL – 7º SEMESTRE 13


Temperatura axilar: manter < 37,5;
Fazer ECG em todos os pacientes (após voltar da TC).

Trombólise em situações especiais


Em pacientes que acordaram com déficit neurológico
(wake-up stroke);
• RM de crânio em até 4,5 horas do momento que
o paciente foi visto com sintomas; O stent se abre, “agarra o coágulo” e puxa, pode ser
• Para que se realize a trombólise: feita a aspiração do coágulo e o solumbra, que vai ter o
• Difusão alterada, com a sequência de stent e a aspiração de forma concomitante.
Flair normal. Paciente elegível:
Pacientes com AVCi com tempo indeterminado (incluindo • Paciente com escala de Rankin modificada prévia
AVCi ao acordar): ao AVC de 0 ou 1;
• TC com perfusão mostrando uma pequena zona • Escala de Rankin é uma escala de
já isquemiada; avaliação funcional dos indivíduos com
• Podem ser considerados para trombólise AVC, sendo 0 o indivíduo normal, sem
endovenosa dentro de 9 horas da última vez que nenhum déficit, e 6 óbitos:
foram vistos bem.
• Esta recomendação ainda é
controversa.

Trombectomia mecânica
Já foi aprovada no SUS, mas ainda não a vemos em todos
os centros.
Pacientes com oclusões de grandes vasos proximais
intracranianos;
• Começamos a trombólise endovenosa e, se o
paciente preencher os critérios, selecionamos
ele para a trombectomia mecânica. Isso deve ser • Oclusão sintomática da porção proximal da ACM
feito porque a recanalização só é documentada (M1) ou artéria carótida interna;
em cerca de 11 a 20% dos pacientes que • Idade ≥ 18 anos;
receberam alteplase (trombólise endovenosa). • NIHSS ≥ 6;
Uso de stents e aspiradores para atingir a reperfusão; • ASPECTS ≥ 6;
Deve ser realizada o mais rápido possível e em conjunto • Visto bem pela última vez há menos de 6 h;
com a terapia trombolítica endovenosa em pacientes • Lembrar que para a trombólise
elegíveis; endovenosa o tempo é de 4,5h.
• Exceto em gestantes, para as quais a • Pode se considerar indicação de trombectomia
trombectomia mecânica deve ser feita de forma em casos selecionados de porções distais da
isolada. ACM (M2 ou M3), artéria cerebral anterior,
artérias vertebrais, artéria basilar e porções
proximais de artérias cerebrais posteriores;

Investigação Etiológica do AVC


Ecodoppler de artérias vertebrais e artérias carótidas;
Ecocardiograma transtorácico;

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Ecocardiograma transesofágico com Bubble Test *; • Ticagrelor é uma alternativa, mas
Exames de neuroimagem; apresenta um custo mais elevado.
Ressonância magnética do crânio;
Angiorressonância ou angiotomografia dos vasos extra e Anticoagulação
intracranianos; Para indivíduos com identificação de fibrilação atrial no
Arteriografia digital. rastreio inicial, flutter, trombo, vamos iniciar a
anticoagulação, mas não vamos fazer isso de forma
Terapia antiplaquetária muito urgente. Podemos iniciar imediatamente nos casos
Aspirina: de ataque isquêmico transitório, se identificarmos uma
• Para pacientes com AIT ou AVC isquêmico agudo fibrilação atrial. Para os outros indivíduos vamos esperar,
que não apresentam uma fonte cardioembólica varfarina pelo menos 24h e outros anticoagulantes orais
conhecida na apresentação; pelo menos 48h, isso também depende do tamanho da
• Dose de 75 a 300 mg/dia; lesão.
• Geralmente usamos o AAS de 100mg. O início de anticoagulação plena e urgente na fase aguda
• Indicações: do AVCi não é recomendado, dado o risco de hemorragia
• AIT com baixo risco (ABCD² < 4); intracraniana.
• AVCi com escore NIHSS > 5. Avaliar o tamanho da área isquêmica e a relação
risco/benefício antes do início do tratamento.
Terapia antiplaquetária dupla de curta Início:
duração (DAPT) • Imediatamente para pacientes com AIT devido a
Associação de AAS com Clopidogrel. fibrilação atrial;
• Pode usar o ticagrelor. • Logo após o início para pacientes clinicamente
21 dias: estáveis com infarto pequeno ou moderado e
• AIT de alto risco, definido como uma pontuação sem complicações hemorrágicas;
ABCD² ≥ 4; • Varfarina > 24h;

• AVC minor (escore NIHSS ≤5); • DOAC > 48h;

• Obs! Manter dupla antiagregação por 21 dias e • Grandes infartos, lesão extensa da artéria

depois seguir só com aspirina, por exemplo. cerebral média, transformação hemorrágica
90 dias: sintomática ou hipertensão mal controlada;
• AVC devido a aterosclerose de grandes artérias • Aguardar de uma a duas semanas para

intracranianas; iniciar a anticoagulação por conta do


• Estenose aterosclerótica de grandes risco de ter inflamação e complicação
artérias intracranianas de 70 a 99%; hemorrágica.
• Obs! Também usamos dupla
antiagregação, mas com um tempo mais Manejo de complicações
estendido.
Dose:
• Aspirina (dose de ataque de 160 a 325 mg,
seguida de 50 a 100 mg ao dia) mais clopidogrel
(dose de ataque de 300 a 600 mg, seguida de
75 mg ao dia);
• Alternativa: aspirina (300 a 325 mg no primeiro
dia, seguida de 75 a 100 mg ao dia) mais Edema cerebral;
ticagrelor (dose de ataque de 180 mg seguida de • Incidência máxima entre 3 e 5 dias do ictus.
90 mg duas vezes ao dia);

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• AVCi com acometimento extenso do território da
ACM (50% do território da ACM na TC de crânio
ou 145 cm3 na RM de encéfalo).
Tratamento: esses indivíduos devem ser manejados para
hipertensão intracraniana;
• Elevação da cabeceira a 30°;
• Terapia hiperosmolar;
• Ex: salina hipertônica a 3%, 100 ml de
bolus. Monitorar o sódio (entre 145-155).
• Hiperventilação;
• Cirurgia descompressiva;
• Craniectomia. Geralmente reservada
para indivíduos mais jovens, com menos
de 60 anos e menos de 48h da
instalação do ictus.
• > 60 anos não altera a incapacidade;
• Indivíduos acima de 60 anos
geralmente são manejados com
terapia hiperosmolar, cuidado
intensivo de UTI, e não a
craniectomia descompressiva.
• Quando fazemos uma cirurgia
descompressiva nem sempre estamos
melhorando o desfecho, às vezes os
pacientes vão ficar com incapacidades
severas no leito. Por isso, quando
pesamos a mão, nem sempre vai ser
uma terapia tão efetiva, só estaremos
prolongando o sofrimento do paciente e
da sua família.
• Os corticosteróides não devem ser usados.
• Não são recomendados para o edema
por conta da lesão isquêmica.

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