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Marcela M.

Bertoli – 7° Período

Acidente Vascular Cerebral


Introdução celular por perda do funcionamento das bombas de
sódio e potássio
O AVC é uma síndrome neurológica aguda decorrente
de processos patológicos que culminam em uma A alteração na difusão da célula e a entrada de água
perfusão tecidual insuficiente → geralmente causada causa o EDEMA CITOTÓXICO → possível de ver na
por oclusão vascular, levando à isquemia do tecido ressonância

Pressão de perfusão cerebral: diferença entre a O edema citotóxico inicialmente não pode ser visto na
pressão arterial (que joga o sangue) e a pressão TC, somente na sequência de difusão da ressonância,
intracraniana (responsável pela resistência ao sangue porém é possível ver sinais indiretos na TC:
que está chegando) • Hiperdensidade da artéria cerebral média →
Caso haja alguma situação que aumente a pressão representa um coágulo no interior dessa
intracraniana ou reduza a pressão arterial, ocorre • Perda da diferenciação de sulcos e giros →
redução da pressão de perfusão cerebral → causa causado por um edema citotóxico de uma
isquemia grande área

• Hipertensão intracraniana
• Redução do débito cardíaco
• Compressão vascular extrínseca (Ex: tumor
comprimindo o vaso)
• Infarto venoso → trombose nos seios da dura
máter, responsáveis por drenar o sangue da
circulação cerebral → o sangue arterial não
chega, pois o sangue venoso não sai

AIT – Acidente Isquêmico Transitório


Diferente do AVC, o AIT é um episódio transitório de
disfunção neurológica causada por isquemia focal
cerebral, medular ou retiniana SEM infarto agudo →
tem duração menor que 24h e reversão completa dos Clínica do AVCi
sintomas e SEM sinal de isquemia na imagem (TC ou
Os sinais e sintomas dependem da área acometida pela
RNM)
isquemia
Fisiopatologia da Isquemia Exemplos relacionados às artérias acometidas e os
sintomas:
Devido à isquemia, inicialmente há uma redução do
metabolismo das células e não morte → a célula reduz • Artéria oftálmica: alterações visuais
seu metabolismo e tenta manter a integridade da monoculares
membrana celular • Artéria cerebral anterior: déficit motor e
Caso haja reperfusão rápida, enquanto ainda não sensitivo na região proximal do membro
houve morte celular, o paciente tem retorno completo inferior
de suas funções • Artéria cerebral média: déficit motor, perda
sensorial, afasia de Wernick e de Broca
Inicialmente, a tomografia se apresenta SEM • Artéria cerebral posterior: cefaleia ipsilateral,
alterações → não é feita para confirmar isquemia, e alterações de memória, rebaixamento de
sim para que se descarte AVC hemorrágico e outras consciência
situações que contraindiquem a trombólise • Artéria Vertebral: perda da sensibilidade
Caso a isquemia se mantenha, a célula perde a térmica e dolorosa, disartria e nistagmo
capacidade de manter a integridade da membrana
Marcela M. Bertoli – 7° Período
• Região posterior: artéria cerebral posterior

Fatores de Risco

Diagnóstico
Clínica: Déficit neurológico focal súbito → podendo ser
Classificação TOAST sensitivo, motor, visual, dentre outros

Classificação fisiopatológica do AVCi Ao dar entrada um paciente com suspeita de AVC,


deve-se realizar a escala NIHSS → utilidade
• De grandes vasos Trombo formado
diagnóstica, prognóstica e na avaliação sequencial do
• De pequenos vasos no próprio vaso
paciente
• Embólico → trombo formado em outro local
• Outras causas → Ex: intoxicação por cocaína, • Menos de 5 pontos: AVC minor →
trauma cervical levando à dissecção de normalmente não indica trombólise
carótida • Entre 5 e 22 pontos: tratamento de forma
• Criptogênico → sem causa definida aguda → trombólise química indica
• Mais de 22 pontos: isquemia extensa com
Territórios de Irrigação possibilidade de transformação hemorrágica
com a trombólise

Fluxo de Atendimento
Paciente com déficit focal neurológico → Acrônimo
SAMU

Para realização de trombólise química, o tempo de


sintomas deve ser MENOR QUE 4 horas e meia devido
ao risco de transformação hemorrágica após esse
período

Caso o paciente tenha acordado com sintomas,


considera-se o último horário em que ele foi visto sem
sintomas

Antes de ser encaminhado à TC, o paciente deve estar


estável

• Região mais externa: Artéria Cerebral Média →


irriga membros superiores, face e tronco
• Parte interna: Artéria Cerebral Anterior →
irriga os membros inferiores
Marcela M. Bertoli – 7° Período
Tratar os Fatores de Risco – Prevenção Secundária
• Tratar a hipertensão → caso o paciente tenha
tido um AVC de pequenos vasos (lacunar), a
meta de PAS é 130
• Cessar tabagismo
• Paciente recém diagnosticado com HAS: tratar
com tiazídico + iECA ou BRA
Realizada a TC que exclui sangramento e confirmado o • Utilizar Estatina de alta potência se LDL>100 ou
Delta T < 4,5h, deve-se avaliar os critérios de inclusão e outra indicação → Rosuvastatina e
exclusão Atorvastatina
• Não deve ter NENHUM critério de exclusão • Tratar a diabetes → meta de HbA1c < 7%
• Deve ter TODOS os critérios de inclusão • Tratar a obesidade
• Paciente com AVC não embólico: AAS de 1 a 2
Caso o Delta T seja indeterminado e não apresente comprimidos
alterações na TC, é feita a ressonância e se avalia as • Paciente com AVC minor ou AIT diagnosticado
sequências: nas primeiras 24h: dupla antiagregação
• Sequência Difusão: a isquemia precoce plaquetária por 3 semanas (AAS + Clopidogrel),
aparece posteriormente tira clopidogrel e deixa AAS
• Sequência Flair: a isquemia tardia aparece • Paciente com FA: anticoagulação (confrontar
CHADSVASC com HASBLED) → Se 2 pontos ou
Mismatch Flair/Difusão: significa que as sequências mais no CHADSVASC o paciente se beneficia
estão diferentes com anticoagulação
• Caso apareça isquemia na sequência difusão e Observação
não apareça na sequência FLAIR, significa que
é uma isquemia passível de trombólise Caso o paciente tenha um AIT durante o transporte e
• Caso não apareça isquemia na difusão e chegue no hospital já sem clínica, o paciente deve ser
apareça na FLAIR, a isquemia é tardia → não internado em CTI
realiza trombólise

Tratamento com Trombolítico:

Alteplase 0,9mg/kg, com máximo de 90mg


A infusão é feita 10% em bolus e 90% em 1h em bomba
de infusão contínua

Caso o paciente apresente mais de 4,5h de sintomas


até 8h, pode ser realizada a trombectomia mecânica →
entra na artéria com cateter e retira o trombo

Pós AVC Se 4 ou mais pontos na escala ABCD2, o paciente deve


ser internado em CTI devido à chance de fazer um AVC
Investigação
nos próximos 7 dias
Todo paciente que teve um AVC deve realizar uma
• Realizar NIHSS de hora em hora por 12h
investigação da causa, de modo a evitar recorrência

Deve-se:

• Excluir presença de fibrilação atrial


• Excluir doenças de grandes artérias →
Ultrassom com doppler de carótidas e
vertebrais e ECO

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