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Suporte Básico de Vida

Introdução e conceitos
Suporte básico de vida

• O Suporte Básico de Vida (SBV) é um protocolo de atendimento no qual se estabelecem


o reconhecimento e a realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP)

• O objetivo é manter a vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) viva até a


chegada de uma unidade de transporte especializada.
PCR e RCP
• A PCR é definida como: “interrupção da circulação sanguínea em consequência da interrupção
súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes,
acometendo pessoas em qualquer ambiente, sendo originada por diversas etiologias, como
hipertensão, cardiopatias, obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, acidentes e
complicações dos anestésicos locais”.

• Doenças cardiovasculares representam mais de 30% das causas de morte no mundo.

• No Brasil, anualmente, são realizadas cerca de 200 mil PCRs, sendo 100 mil em ambiente extra-
hospitalar e 100 mil em ambiente hospitalar.

• Doenças desse tipo são consideravelmente mortais e, sem a manobra de RCP, a sobrevida da
vítima diminui de 7-10% por minuto.
Objetivos da RCP
1. Preservação da vida.

2. Restaurar a circulação e ventilação pulmonar.

3. Redução das sequelas neurológicas (quanto maior o tempo sem circulação, menor a possibilidade de
recuperação cerebral).

• O objetivo principal da RCP é prover um fluxo de oxigênio e sangue para o coração e o cérebro.

• Deve ser feita imediatamente, pois o cérebro não tolera mais de 4 minutos de hipóxia e após 10
minutos sem RCP tem-se morte cerebral estabelecida.

• Em 4 minutos de RCP: Inicia-se lesão cerebral. 10 minutos: Morte cerebral estabelecida.


Cadeia de Sobrevivência
• A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a importância da adoção de atitudes organizadas
e hierarquizadas na situação de provável ou confirmada parada cardiorrespiratória no ambiente
extra hospitalar.

• Importante para a identificação de ritmos associados a PCR que sejam passíveis de tratamento
com o desfibrilador: a fibrilação ventricular (FV*¹) e a taquicardia ventricular sem pulso (TVsp*²).

*¹ FV= série de contrações descoordenadas, ineficazes e muito rápidas dos ventrículos (câmaras
inferiores do coração) causadas por múltiplos impulsos elétricos caóticos.

*² TVsp= sequência rápida de batimentos ectópicos ventriculares, levando a uma deterioração


hemodinâmica chegando a ausência de pulso arterial.
Sequência do Suporte Básico de Vida em adultos
O atendimento em SBV segue a ordem do CAB ou CABD, um mnemônico
para descrever os passos simplificados do atendimento SBV, onde:

• C: corresponde a Checar responsividade, Chamar por ajuda, Checar o pulso e a respiração da vítima,
Iniciar Compressões (30 compressões);

• A: abertura das vias aéreas;

• B: boa ventilação (2 ventilações);

• D: desfibrilação, neste caso, com o desfibrilador externo automático (DEA).


Checar a segurança

• O primeiro passo é avaliar a segurança do local.

• O local deve estar seguro para o socorrista e para a vítima, a fim de evitar uma próxima vítima.

• Caso o local não seja seguro (por exemplo, um prédio com risco de desmoronamento, uma via de
trânsito), deve-se tornar o local seguro ou remover a vítima para um local seguro.

• Se o local estiver seguro, pode-se prosseguir com o atendimento.


Avaliação da responsividade

• A avaliação da responsividade da vítima consiste em checar a consciência.

• Deve-se chamar a vítima (em voz alta) e realizar estímulo tátil tocando-a
pelos ombros.

• Se a vítima responder, se apresente, ofereça ajuda.

• Caso não responda, o próximo passo é chamar por ajuda.


Chamar ajuda

• Deve-se dar prioridade ao contato com o serviço local de emergência (SAMU 192) e, se um DEA
estiver disponível no local, providenciar.

• Se não estiver sozinho, peça para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto continua o
atendimento à vítima.

• É importante designar pessoas para que sejam responsáveis em realizar essas funções.
Ordem CAB ou CABD
1. C – (check) Checagem: Checar a segurança do local, checar a responsividade da vítima, checar o
pulso e a respiração, chamar por ajuda e iniciar as compressões.
• As compressões devem ser feitas em ciclos de 30 compressões, intercalados com a ventilação, ou
contínuas, na frequência de 100 a 120 compressões por minuto, com uma profundidade de 5cm,
permitindo o retorno do tórax após cada compressão.
• O socorrista que está realizando a compressão deve ser substituído a cada dois minutos ou antes, se
houver cansaço;

2. A – (airway) Abertura da via Aérea: A abertura da via aérea pode ser feita com a inclinação da cabeça
para trás e elevação do queixo (manobra de Chin-Lift) ou com a anteriorização da mandíbula (manobra de
Jaw-Thrust).
Ordem CAB ou CABD

3. B – (breath) Boa ventilação: A oferta da ventilação pode ser feita utilizando um dispositivo bolsa-
válvula-máscara (ambu) ou uma máscara de bolso (pocket-mask), na frequência de 2 ventilações a cada 30
compressões.
• É importante observar se durante a ventilação existem sinais de permeabilidade aérea, como a
expansibilidade torácica ou abdominal durante a ventilação.
• Caso o socorrista não se sinta seguro para realizar a ventilação, a prioridade é a compressão de alta
qualidade.

4. D – Desfibrilação: o uso de um DEA ajuda o socorrista a identificar se a vítima está em PCR, se é um


ritmo “chocável” e, quando é o caso, aplica o choque na tentativa de reverter a PCR.
Situações em que as medidas
de SBV não estão indicadas
• Em caso de cena insegura para o socorrista, como área com risco de desmoronamento, fiação elétrica
exposta, rua onde não seja possível interromper o fluxo de carros, dentre outras. Se não for possível
modificar a cena de modo a garantir segurança para o socorrista, as equipes de resgate e salvamento
devem ser acionadas na tentativa de socorrer as vítimas.

• Em caso de vítima carbonizada, decapitada, em rigor mortis ou com grande evisceração.

• Em pessoas que apresentam consciência preservada ou respondem aos estímulos.

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