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SEMIOLOGIA RESPIRATÓRIA

Avaliação Fisioterapêutica
Profa. Nathália Toledo Piatti
OBJETIVO DA AULA
 Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:

 desenvolver o raciocínio clínico, no sentido de adquirir


capacidade para realizar uma avaliação ampla e
aprofundada de indivíduos pneumopatas e diagnosticar
funcionalmente as manifestações advindas das doenças
respiratórias;
 Desenvolver a capacidade de estruturar objetivos de
fisioterapia respiratória mediante a avaliação realizada a
fim de programar posterior tratamento fisioterápico
específico.
SEMIOLOGIA/ PROPEDÊUTICA

 Origem Grega (Semeion= sinal + lógos = estudo)

 Diagnóstico da maioria das enfermidades

 Estudo dos sinais e sintomas das doenças

 Estuda também a maneira de REVELAR (exames,


exame clínico e exames complementares) e de
APRESENTAR (observação, tabelas, síndromes,
etc) os sintomas
SEMIOLOGIA/ PROPEDÊUTICA

 Sintoma: toda informação SUBJETIVA descrita


pelo paciente. Não é passível de confirmação pelo
examinador já que é uma sensação do pcte. Ex:
Dor, cansaço

 Sinal: toda alteração OBJETIVA que é passível de


ser percebida pelo examinador. Ex: mancha na
pele, taquipneia.

 Anamnese: revelar, investigar e analisar os sinais


e sintomas. Responsável por 80% do diagnóstico
AVALIAÇÃO

 1. ANAMNESE

 2. EXAME FÍSICO

 3. EXAMES COMPLEMENTARES
1) ANAMNESE

 Dados pessoais (nome, idade, sexo,


endereço, estado civil, telefone,
diagnóstico)
 Queixa principal (Dispneia, tosse,
escarro, dor torácia)
 HDA (História da doença atual)
 HDP (História da doença pregressa)
 HF (História familiar)
 HS (História social)
2) EXAME FÍSICO

2.1) GERAL

 Estado geral: BEG, REG, GEG


 Sinais Vitais
 Nível de Consciência: Acordado, alerta, comatoso
(Escala de coma de Glasgow)
 Pupilas: foto reagentes, isocóricas, anisocóricas,
midriáticas, mióticas
 Extremidades: cianose, Tº, edema, baqueteamento
digital
2) EXAME FÍSICO
2) EXAME FÍSICO
2) EXAME FÍSICO
2) EXAME FÍSICO
 SINAIS VITAIS

 Frequência Respiratória
Eupneico (12 a 20 ipm)
Bradipneico (<12 ipm)
Taquipneico (>20 ipm)
 Temperatura Corporal (36 a 37OC)
 Frequência Cardíaca (60 a 100 bpm)
 Pressão arterial (120x80 mmHg)
 Saturação Periférica de O2 (>90%)
2) EXAME FÍSICO
2.2) ESPECÍFICO – Sistema Respiratório

Nível de suporte ventilatório:

 Ventilação
espontânea em ar ambiente
 O2 suplementar
 VNI/VMI.
2) EXAME FÍSICO

 SINTOMAS
 Dispneia – dificuldade de respirar percebida pelo paciente
 Ortopneia - dispneia em posição horizontal
 Platipneia - dispneia em posição ortostática
 Trepopneia - dispneia em decúbito lateral e melhora com
decúbito lateral oposto

 SINAIS
 Tosse
 Dor torácica (pleurítica ou não-pleurítica)
 Produção do escarro (quantidade/cor/odor/consistência)
 Hemoptise (tosse com sangue)
 Febre
2) EXAME FÍSICO

 Dispneia

Classificação:

 Dispnéia aos grandes esforços: subir morros,


pedalar rapidamente.
 Dispnéia aos médios esforços: atividades
habituais (antes realizadas sem dificuldade):
subir escadas, arrumar a cama.
 Dispnéia aos pequenos esforços: atividades de
rotina: tomar banho, vestir-se.
2) EXAME FÍSICO

 Dispnéia de repouso: sem realizar nenhuma


atividade.
 Dispnéia paroxística noturna: acorda o paciente à
noite.
 Dispnéia suspirosa - Consiste na presença de
inspirações profundas, esporádicas, em meio a um
ritmo respiratório normal.
2) EXAME FÍSICO
Causas da dispneia:

Obstrutivas: laringite, asma, carcinoma brônquico.


Parenquimatosas: condensações.
Toracopulmonares: fraturas de costelas,
cifoescoliose, mialgias intensas.
Diafragmáticas: paralisias, hérnias.
Pleurais: irritação → dor (grandes derrames).
Cardíacas: devido à congestão pulmonar.
Sistema nervoso: por alteração do ritmo
respiratório (Hipertensão Intracraniana- HIC).
2) EXAME FÍSICO

 Tosse

Reflexo de proteção que livra as vias aéreas de secreções


ou corpos estranhos.

Observar: Efetividade / Produtiva ou não.

-Tosse alta (tom de latido): doença laríngea ou traqueal;


- Tosse recorrente (após beber ou comer): sintoma de
broncoaspiração (engasgo);
- Tosse produtiva crônica: bronquiectasia, bronquite
crônica.
- Tosse noturna: asma, insuficiência cardíaca.
2) EXAME FÍSICO

 Dor Torácica

Em pacientes com afecções respiratórias, origina-se da


inflamação musculoesquelética, pleural ou traqueal.
 Analisar:
 Localização;
 Irradiação;
 Intensidade;
 Duração;
 Evolução;
 Fatores desencadeantes, agravantes ou que
trazem alívio.
2) EXAME FÍSICO

Causas de dor torácica:

 Pleurais: pneumotórax, derrame pleural;


 Pulmonares: traqueobronquite, carcinoma brônquico;
 Cardíacas: angina, infarto do miocárdio;
 Vasculares: hipertensão pulmonar, embolia pulmonar
maciça;
 Psicogênicas: tensão, neurose de angústia,
hiperventilação.
2) EXAME FÍSICO

 Escarro: excesso de secreção traqueobrônquica,


eliminado através da tosse (cor, consistência e
quantidade)
Classificação (prática): serosa, mucóide, mucopurulento
e purulento + a estimativa de volume.

 Hemoptise: sangue no escarro (estrias de sangue até


grande hemorragia) → Carcinoma brônquico,
Tuberculose, Bronquiectasia.
2) EXAME FÍSICO
2.2.1) INSPEÇÃO ESTÁTICA
Tipos de Tórax:
 Normal
 Tórax em tonel/ barril/ enfisematoso
 Tórax infundibuliforme / sapateiro / pectus
escavatum (esterno deprimido)
 Tórax cariniforme / quilha navio / peito de pombo
(esterno para fora)
 Tórax em sino ou piriforme
 Escoliose / Hipercifose / Gibosidade
2) EXAME FÍSICO
2) EXAME FÍSICO

Pectus escavatum
Pectus carinatum

Cifose Tonel
2) EXAME FÍSICO
2.2.2) INSPEÇÃO DINÂMICA

Tipo Respiratório:

 Torácica ou costal
 Abdominal ou diafragmático
 Misto
 Paradoxal ou invertido
2) EXAME FÍSICO

Ritmo Respiratório:

 Normal: 2:1
 Apneia: pausa respiratória
 Apnêustica: inspiração prolongada, seguida
de apnéia (lesão de tronco cerebral)
2) EXAME FÍSICO
Ritmo Respiratório:

 Respiração Atáxica ou Biot:


apneia, seguida de movimentos
inspiratórios e expiratórios
anárquicos quanto ao ritmo
e amplitude ( Dist. SNC)
2) EXAME FÍSICO
Ritmo Respiratório:

 Cheyne – Stokes:
apneia, seguida de
inspirações cada vez
mais profundas, até
atingir um máximo,
decrescendo até nova apneia
(insuficiência cardíaca, AVE,
TCE)
2) EXAME FÍSICO
Ritmo Respiratório:

 Cantani:

aumento da amplitude
respiratória de forma
regular
(pós acidose metabólica –
cetoacidose diabética,
insuficiência renal);
2) EXAME FÍSICO
Ritmo Respiratório:

 Kussmaul:

agravamento e persistência
de acidose metabólica
(ritmo regular com apneias
inspiratórias e expiratórias)
2) EXAME FÍSICO

Sinais de esforço respiratório (utilização de


musculatura acessória da respiração):

 Tiragem Intercostal: supraclavicular, subcostal,


supraesternal
 Batimentos das asas do nariz
 Respiração paradoxal (Manobra de Hoover):
abdome se desloca para dentro enquanto tórax se
movimenta para fora durante a inspiração.
Pode ocorrer em DPOC
TIRAGENS

Intercostais

Supra-esternais
(fúrcula)

Supra-clavicular
2) EXAME FÍSICO
2.2.3) PALPAÇÃO

 Expansibilidade do Tórax: Manobra de Ruault


(Observar a simetria)
Região ântero-superior e Região póstero-inferior
Expansibilidade Torácica
2) EXAME FÍSICO
2.2.3) PALPAÇÃO

 Enfisema subcutâneo

 Cirtometria torácica (insp. e exp. forçadas)


 Índice: diferença entre insp. e exp.
 Nível axilar, xifóide, basal
 Graduação:
até 2 cm: rígido
2–4 cm: pouco móvel
> 4 cm: boa mobilidade
Enfisema Subcutâneo
2) EXAME FÍSICO

 Força Muscular Respiratória: Diafragma

Método Manual: Paciente em supino com


MMII flexionados, expira e posicionamos os
polegares ou os dedos abaixo do gradil costal,
solicitando uma inspiração profunda

Graduação:
0 = s/ contração
1 = contrai, mas não tem movimento.
2 = eleva os dedos, mas não vence resistência.
3 = vence resistência
2) EXAME FÍSICO

 Força Muscular Respiratória: Diafragma


 Manovacuometria: aparelho que tem por finalidade medir
pressões positivas (manômetro) e negativas
(vacuômetro).

Pressões respiratórias máximas (Pimáx/PEmáx):


 Indicam força da musculatura respiratória.
 Permite diagnóstico de Insuficiência Respiratória Aguda
(IRpA) por falência muscular;
 Possibilita o diagnóstico precoce de fraqueza muscular;
 Auxilia na indicação de intubação, desmame e extubação.
2) EXAME FÍSICO

 Variáveis Analisadas:
PImáx (Pressão Inspiratória Máxima)
PEmáx (Pressão Expiratória Máxima)

Desvantagens: dependem da vontade do paciente;


variabilidade nas medidas com observadores diferentes.
2) EXAME FÍSICO

 Pressão Inspiratória Máxima (PImáx)

Homem: -100 a - 150cmH2O


Mulher: - 80 a - 120cmH2O.

Valores< -30cmH2O: estimativa de sucesso no


desmame.
Pode ser medida em pacientes intubados e em respiração
espontânea.
Alterações PImáx

Fraqueza Muscular -70 a -45cmH2O

Fadiga Muscular -40 a -25cmH2O

Falência Muscular > -20cmH2O


2) EXAME FÍSICO

 Pacientes em respiração espontânea:

é medida com o manovacuômetro acoplado a um bucal →


nariz ocluido → expiração máxima até VR → inspiração
máxima sustentada por mais de 1”.

 Pacientes intubados:

conectar manovacuômetro com válvula unidirecional, que


bloqueia a inspiração e só permite a expiração.
 3 tentativas → melhor medida = maior valor.
2) EXAME FÍSICO

 Pressão Expiratória Máxima (PEmáx)

Homem: +150 a 180 cmH2O


Mulher: +120 a 150 cmH2O.

 Expressa a força dos músculos expiratórios


(abdominais) e capacidade de tosse do paciente.
 Não é fator preditivo de sucesso do desmame.
 Medida a partir Capacidade pulmonar total
(CPT)
2) EXAME FÍSICO

 Volumes pulmonares
 Ventilometria: respiração calma e normal
Realizar 2 a 3 mensurações e anotar maior valor.

 Volume minuto (VM) – quantos L em 1’: 5 -10L/min


Paciente respirando por 1’ e terapeuta contando a FR
 Volume corrente (VC) – VM/FR: 500ml
 Capacidade vital (CV) – inspiração e expiração total:
65ml/Kg. Avalia a função muscular coordenada numa
única inspiração.
Valor normal da CV: 65ml/Kg

45 – 50 ml/Kg ↓ Ventilação
profunda
30 – 45 ml/Kg ↓ Tosse reflexa
↓ Tosse Voluntária
30 – 25 ml/Kg ↓ Ventilação
semiprofunda
2) EXAME FÍSICO

 Ventilação Voluntária Máxima (VVM):


50 – 250L/min

Avalia a resistência dos músculos respiratórios.


Técnica: Inspirar o mais profundo e rapidamente
possível em um tempo preestabelecido.
2) EXAME FÍSICO

 Pico de Fluxo Expiratório – Peak Flow

 Permite detectar e avaliar o grau de obstrução


brônquica e a reversibilidade ou não do
broncoespasmo após broncodilatador.
 Medida realizada com aparelho portátil, que mede
o pico de fluxo expiratório, em litros por minuto.
 Valor abaixo de 80% do normal para o paciente
pode indicar piora do quadro clínico.
2) EXAME FÍSICO

Realização correta da medida:


 Posição confortável, de preferência em posição
ortostática ou sentado;
 Segurar o aparelho sem obstruir a saída de ar;
 Zerar o marcador;
 Inspirar profundamente;
 Colocar o aparelho na boca com os lábios firmes;
 Expirar o mais forte e rápido possível;
 Anotar o valor obtido;
 Repetir a técnica 3x e anotar o melhor resultado.
Peak Flow
2) EXAME FÍSICO
2.2.4) FRÊMITO TÓRACO-VOCAL “33”

Vibração das cordas vocais transmitidas


à parede torácica durante a fala:

 Normal – pulmão preenchido de ar


 Frêmito ↓ - aumento na quantidade de ar ou limitação na
ressonância do parênquima pulmonar (Pneumotórax,
enfisema)
 Frêmito ↑ - perda ou ↓ da ventilação (consolidações,
fibrose pulmonar).
 Frêmito ausente – limitação grave na ressonância do
parênquima (Derrame pleural, atelectasia, obstrução VA).
2) EXAME FÍSICO
2.2.5) PERCUSÃO

 Colocar o dedo médio da mão não dominante firme sobre


os espaços intercostais (palma da mão e outros dedos
sem contato com o tórax)

 Usar ponta do dedo médio da mão dominante para


percutir próximo à base da falange distal. Percutir com
movimento de punho
2) EXAME FÍSICO
2.2.5) PERCUSÃO

 Classificação

- Sonoridade normal
- Hipersonoridade pulmonar: + clara e intensa
(↑ ar nos alvéolos = enfisema)
- Submacicez e Macicez: ↓ ou desaparecimento da
sonoridade
(↓ ou ausência de ar nos alvéolos = derrame pleural,
pneumonia)
- Timpanismo: pulmão anormalmente insuflado de ar =
Pneumotórax
2) EXAME FÍSICO
2.2.6) AUSCULTA PULMONAR - estetoscópio

 Paciente com tórax despido;


 Sequência: posterior / anterior;
 Sempre simétrica;
 Pontos de ausculta:

Posterior: ápice / terço médio / terço inferior/ bases


Anterior: acima da clavícula / terço superior/ terço médio/
terço inferior.
2) EXAME FÍSICO

 Sons normais emitidos na respiração:


 Murmúrio vesicular (MV) +

 São gerados pela vibração e turbulência do fluxo


de ar para dentro e para fora das vias aéreas e
do tecido pulmonar durante a inspiração e
expiração.

 Som traqueal: agudo, alto e soa como vento


soprando por um tubo. Auscultado sobre a
traqueia somente.
2) EXAME FÍSICO

 Sons normais emitidos na respiração:

 Na insp: som + alto, + agudo e + longo.


 Na exp: ouvido apenas por um breve período.
 ↓ do som vesicular (MV) = bradipneia/
atelectasia/ pneumotórax / derrame pleural /
enfisema pulmonar
 ↑ do som vesicular (MV) = taquipneia / dispneia
2) EXAME FÍSICO

 Sons Anormais: Ruídos Adventícios


(Classificação de acordo com ILSA – Internacional Lung Sound Association)

 Ruídos contínuos: Roncos e Sibilos


 Ruídos descontínuos: Estertores finos e grossos
 Atrito pleural: estalido que ocorre a cada
respiração, devido pleuras irritadas por
inflamação, infecção ou neoplasia.
2) EXAME FÍSICO
 Roncos: são ruídos longos, graves, predominantemente
inspiratórios, gerados pelo turbilhão aéreo que se forma
com a movimentação de muco e de líquido dentro da luz
das vias aéreas (geralmente brônquios de grosso
calibre).

 Sibilos: sons agudos, de longa duração, têm origem nas


V.A e requerem o fechamento prévio dos brônquios.
Acompanham doenças que levam à obstrução ao fluxo
aéreo, como a asma e DPOC.
2) EXAME FÍSICO
 Estertores finos:

+ agudos, exclusivamente inspiratórios, característicos de


edema do parênquima pulmonar, em razão da presença de
exsudato ou transudato intra-alveolar (pneumonia, SDRA,
atelectasia).

Não se modificam com a tosse.

São gerados principalmente pela abertura dos alvéolos que


se acham colapsados ou ocluídos por líquido viscoso.
2) EXAME FÍSICO
 Estertores grossos (ou bolhosos):

São menos agudos que os crepitantes e, audível tanto na


inspiração quanto na expiração, resultando da mobilização
de qualquer conteúdo líquido presente em brônquios de
médio e pequeno calibre (edema agudo de pulmão, DPOC).

Modificam-se com a tosse.


2) EXAME FÍSICO
 Atrito Pleural:

Em condições normais, os folhetos visceral e parietal


deslizam um sobre o outro, durante os movimentos
respiratórios, sem produzir qualquer ruído.

Nos casos de pleurite, passam a produzir um ruído irregular,


descontínuo, audível nas regiões axilares inferiores, onde
os pulmões realizam movimentação mais ampla.
2) EXAME FÍSICO
 ESTRIDOR

É um som musical, de timbre constante, mais proeminente


durante a inspiração, que pode ser ouvido muito bem a
certa distância do paciente.

O termo é amplamente utilizado quando há suspeita ou


conhecida obstrução de laringe ou de traqueia como
fonte sonora.
2) EXAMES COMPLEMENTARES
 HEMOGRAMA

 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO (CT)

 RADIOGRAMA DE TÓRAX (RX)

 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RNM)

 GASOMETRIA ARTERIAL (GAS)


EXAMES COMPLEMENTARES
HEMOGRAMA

 avalia as células sanguíneas


Tipo de indivíduo Eritrócitos (x Hemoglobina Hematócrit
6 3
10 /mm ) (g/100dl) o (%)
Recém nascidos (a termo) 4 - 5,6 13,5 - 19,6 44 - 62
Crianças (3 meses) 4,5 - 4,7 9,5 - 12,5 32 - 44
Crianças (1 ano) 4,0 - 4,7 11,0 - 13 36 - 44
Crianças (10 a 12 anos) 4,5 - 4,7 11,5 - 14,8 37 - 44
Mulheres (em situação de 3,9 - 5,6 11,5 - 16,0 34 - 47
gravidez)
Mulheres (normais) 4,0 - 5,6 12 - 16,5 35 - 47
Homens 4,5 - 6,5 13,5 - 18 40 - 54
HEMOGRAMA

 Eritrograma é o estudo da série vermelha (eritrócitos ou


hemácias);

 Hemácias transportam hemoglobina que carreia oxigênio


para todo o corpo;

 Revela algumas alterações relacionadas como por exemplo


anemia ou policitemia.
HEMOGRAMA

 Hematócrito
 Valor percentual de hemácias em 100 ml de
sangue.
HEMOGRAMA

 Hemoglobina:

É considerado anemia quando um adulto


apresentar
Hb < 12,5g/dl

 crianças de 6 anos a 14 anos, uma Hb <


12g/dl

 criança de 6 meses a 6 anos Hb < 11g/dl


HEMOGRAMA

 HEMOGLOBINA
LEUCOGRAMA

 Leucograma

 Unidade móvel do sistema de defesa do


organismo;

 estudo da série branca (ou leucócitos);

 5.000 a 10.000 leucócitos por 1 mm³ de


sangue;
 Leucopenia/Leucocitose
LEUCOGRAMA

Monócitos: Quando estão aumentados usa-se o termo


monocitose; infecções virais, leucemia mielomonocítica
crônica e após quimioterapia;

Linfócitos: É a célula predominante nas crianças. Seu


aumento é chamado de linfocitose. Em adultos, seu
aumento pode ser indício de infecção viral;

Eosinófilos: Quando seu número aumenta é chamado de


eosinofilia, e ocorre em casos de processos alérgicos
ou parasitoses;
LEUCOGRAMA

Basófilos: Em um indivíduo normal, só é encontrado até


uma célula (em termos percentuais), seu aumento
indica processos alérgicos;

Neutrófilos segmentados: É a célula mais encontrada em


adultos. Seu aumento pode indicar infecção
bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção
viral.
LEUCOGRAMA

 Leucopenia: Processos viróticos (Rubéola, HIV),


Mononucleose, Dengue, Febre Tifóide;

 Leucocitose: Processos infecciosos bacterianos


(Pneumonia, Meningite), hemorragias, abdômen agudo
(gravidez ectópica, Apendicite, Peritonite), Artrite
Séptica, Artrite Reumatóide, Neoplasias, Febre
Reumática, Leucemias, Tendinites, traumas recentes
com edemas).
SÉRIE PLAQUETÁRIA

 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue;

 Responsáveis pela coagulação sanguínea;

 Fisioterapia contra-indicada em pacientes com valores


menores que 20.000 plaquetas.
SÉRIE PLAQUETÁRIA

 Trombocitose (aumento do número de plaquetas)

 Grandes estímulo medulares;

 Após hemorragias, após esplenectomia;

 Após transfusão de sangue;

 Estados infecciosos: Septicemias, Erisipela,


Tuberculose, Febre Reumática;

 Cólera, Cardiopatias Valvulares, Leucemia Mielóide


crônica, Mononucleose, Dengue, Policitemia Vera.
SÉRIE PLAQUETÁRIA

 TROMBOCITOPENIA
 Sofrimento medular com baixa produção de
plaquetas
 Pneumonia
 Febre Tifóide
 Leucemias
 Anemia Perniciosa
 Aplasia Medular
 Desnutrição exagerada
 Sarampo
 Meningite
 Difteria
 Endocardite lenta
 Distúrbios de coagulação, uso de anticoagulantes.
GLICOSE

 Principal fonte de energia do organismo, sendo produto


final do metabolismo de açúcares e Carboidratos;

 Útil no estabelecimento do diagnóstico e monitoramento


terapêutico da DM;

 Acidoses metabólicas, desidratações, distúrbios do


metabolismo dos carboidratos, hipoglicemias, avaliação
da secreção inapropriada de insulina.
GLICOSE

 Recém-natos: 40 à 80 mg/dl

 Crianças: 60 à 100 mg/dl

 Adultos: 70 à 110 mg/dl

 Valores Aumentados
 DM, Hipertiteoidismo, Pancreatite aguda, Stress, Uso
de várias drogas ( AAS, Atropina, Ác. Ascórbico,
Anticonvulsivantes, Corticóides, diuréticos,
Adrenalina, etc.)
GLICOSE

 Valores Diminuídos

 Insulinomas, Tumores extrapancreáticos(Fibromas,


Sarcomas, Hepatomas, Mesoteliomas),
Hipotireoidismo, Pancratite crônica, Desnutrição,
Alcoolismo, Dano hepático,Uso de várias
drogas(Bloqueadores betaadrenérgicos, Esteróides
anábolicos, Anti- Histamínicos, Inibidores de MAO,
Levodopa.
URÉIA

 É o metabólito quantitativamente mais importante do


catabolismo das proteínas, (principal fonte de excreção
do nitrogênio e disseminação dos aminoácidos);

 Produção hepática passa para circulação sangüínea,


onde é degradada a nível intertiscial e eliminado pelo
suor, trato gastrointestinal e rins;

 Valores de Referência: 10 à 45 mg/dl


URÉIA

 UREMIA

 Desidratação, Aumento do consumo protéico(Febre,


Stress, Queimaduras), Hemorragias gastrointestinais,
DM, IAM, Insuficiência Renal, Nefropatias,
Insuficiência Cardíaca,Obstrução do trato
urinário(Litíase, Obstrução prostática).

• Valores Diminuídos

– Insuf. Hepática aguda, Dieta pobre em proteínas,


Caquexia, Gravidez, Doença celíaca.
CREATININA

 Produto metabólico formado pela descarboxilação da


creatina-fosfato no músculo, tendo, portanto uma
relação direta com a massa muscular;

 A concentração de creatinina somente torna-se


anormal quando proximadamente metade ou mais
de nefrons tenham sido comprometidos;

 Crianças: 0.3 à 0.7 mg/dl

 Adultos: 0.5 à 1.3 mg/dl


CREATININA

 Valores Aumentados

 Diminuição do fluxo sanguíneo renal(ICC, Choque,


Desidratação), Insuficiência renal, Obstrução do trato
urinário, Uso de drogas(Metildopa, Trimetropim,
Fenitoína, cefalosporinas, etc...).

• Valores Diminuídos
– Desnutrição, Diminuição da massa muscular, Doença
hepática severa.
SÓDIO

 É o maior cátion do liquído extracelular;

 Desempenhando papel fundamental na distribuição da


água corporal;

 Valores de Referência: 136 à 146 mEq/L


SÓDIO

 Valores Aumentados(Hipernatremia)

 Desidratação(Vômitos, Diarréias, sudorese


excessiva), DM, Acidose diabética, Síndrome de
Cushing, Terapia excessiva com salina,
Aldosteronismo primário.

• Valores Diminuídos(Hiponatremia)

– Ingestão baixa de sódio, Reposição inadequada, Uso


abusivo de diuréticos, Hipotireoidismo,
Hipoproteinemia, Excreção inapropriada de hormônio
antidiurético, Dç de addison, Hipopituitarismo,
Cirrose, Síndrome nefrótica, ICC.
POTÁSSIO

 É o principal cátion do líquido intracelular;

 As variações da concentração de K+ , prejudicam a


capacidade de contração muscular.;

 Níveis < 3.0 > 6.0 mEq/L são associados a sintomas


neuromusculares e apresentam alterações
eletrocardiográficas;

 Valores de Referência:
 Recém – natos = 3.7 à 5.9 mEq/L
 Adultos = 3.5 à 5.3 mEq/L
POTÁSSIO

 Valores Aumentados(Hiperpotassemia):
 Oligúria, Anúria, Choque, Desidratações, Aumento do
catabolismo celular, Cetoacidose diabética, Insuf.
Renal, Hipertireoidismo, etc.

 Valores Diminuídos(Hipopotassemia):
 Colite ulcerativa, Fístulas intestinais, Nefrites, Fibrose
cística, Acidose tubular renal, Uso de
drogas(Diuréticos, digitálicos, Cortisona,
testosterona),Queimaduras extensas, etc.
ATENÇÃO:

QUEM NÃO SABE


AVALIAR, NÃO SABE
O QUE NEM COMO
TRATAR!
BIBLIOGRAFIAS
 SILVA, RMFL. Tratado de Semiologia Médica.
Guanabara Koogan, 2014.
 AZEREDO. C.A.C. Fisioterapia Respiratória
Moderna. 3 ed. Rio de Janeiro, 1999.
 SARMENTO,GEORGE J.V. Fisioterapia
Hospitalar. SP: Manole, 2009
 PRYOR, JÁ, WEBBER BA. Fisioterapia para
problemas respiratórios e cardíacos. 2ed. RJ:
Guanabara-koogan, 2002.
 MACHADO, Maria da Glória R. Bases da
Fisioterapia Respiratória – Terapia Intensiva e
Reabilitação. RJ: Guanabara-koogan, 2008.

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