Você está na página 1de 47

INFECÇÕES PULMONARES

Profª. MsC. Nathália Toledo Piatti


PNEUMONIA
OBJETIVO DA AULA

• Reconhecer as diversas infecções pulmonares,


associando os conhecimentos morfológicos,
fisiológicos e semiológicos dessas infecções à
clínica, permitindo uma visão ampla e correlata da
ação do fisioterapeuta nessas situações;
• Diferenciar os tipos de pneumonias e suas
respectivas clínicas;
• Se conscientizar da importância de atividades de
pesquisa através da internet e diversas mídias
(jornais, revistas e livros) para complementarem as
aulas conforme os procedimentos de ensino
estabelecidos para esta aula.
DEFINIÇÃO:

Inflamação aguda do trato respiratório (bronquílos e


alvéolos) de origem infecciosa ou não
DEFINIÇÃO:

Broncopneumonia:
acomete principalmente pacientes imunodeprimidos
fisiológicos (RN, prematuros e lactentes até 2 anos
de idade, idosos) e imunodeprimidos patológicos ou
induzidos (HIV+ ou por medicamentos)

Pneumonia:
acomete principalmente adultos e crianças maiores
de 2 anos de idade.
EPIDEMIOLOGIA:

 Brasil (a cada ano): 2 milhões de casos de


pneumonia (mais de 33.000 brasileiros morrem por
pneumonia)

 1° causa de morte entre as doenças


respiratórias

 4° lugar na mortalidade geral entre adultos


MICROORGANISMOS CAUSADORES:

* Bactérias:
- Gram + : Pneumococo, streptococo, stafilococo – fora do
Hospital
- Gram - : Legionela, pseudomonas, klebsiella – dentro do
Hospital

* Fungos: Histoplasma / Criptococo - Apenas reação


inflamatória
* Vírus: Influenza / Parainfluenza
* Protozoário: Pneumocystis Carinii – geralmente HIV
MICROORGANISMOS CAUSADORES:

* Coloração de Gram:

• É uma técnica de coloração para diferenciação de


microorganismos através das cores, para serem
observados em microscópio óptico.
• A técnica recebeu este nome em homenagem ao
médico dinamarquês Hans Cristian Joaquim Gram.
FATORES PREDISPONENTES:

 Poluição Ambiental - associados à baixa temperatura


 Tabagismo
 Debilidade / desnutrição
 Crianças < 5 anos e Idosos
 Alcoolismo / focos infecciosos / doenças prévias
 Procedimentos invasivos: TQT, IOT, aspiração traqueal;
 ↓ do nível de consciência – pela perda do reflexo da
tosse (broncoaspiração)
VIAS DE CONTAMINAÇÃO

⇒ Vias aéreas:
- via inalatória (microgotículas nas VAS).
- via aspirativa através de refluxo gastroesofágico,
aspiração de mecônio - principalmente em lobo
sup. direito.

⇒ Via hematogênica: focos infecciosos em pele,


vias urinárias, intestino, abdomem, osso.
FISIOLOGIA

Via Aérea Superior:

 Cavidade nasal e oral


 Faringe
 Laringe

 Condução de gases
respiratórios;
 Mecanismo de defesa;
 Umidificação, aquecimento
e filtragem do ar inspirado.

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia


FISIOLOGIA

Via Aérea Inferior:

 Traquéia
 Brônquios principais
e segmentares
 Bronquíolos
 Alvéolos

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia


FISIOPATOLOGIA

 Brônquios: após múltiplas divisões: acabam em


milhões de pequenos sacos de ar (alvéolos) →
troca gasosa
 Na pneumonia: alvéolos se enchem de pus,
muco e outros líquidos (exsudato), prejudicando
troca gasosa

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia


FISIOPATOLOGIA
 Exsudato:

- Produto de uma inflamação (se não houver


inflamação, não há exsudato)
- Líquido com alto teor de proteínas séricas e
leucócitos, produzido como reação a danos nos
tecidos e vasos sanguíneos
- A quantidade está também relacionada com a
extensão da inflamação.
- É o meio de transporte das células que são
recrutadas para a área da lesão
FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia
FISIOPATOLOGIA
FISIOPATOLOGIA:

 Começa na orofaringe – ganha os brônquios – e


se aloja no alvéolo ou interstício, enchendo-os de
pús, muco e exsudato prejudicando a troca
gasosa

 A proliferação no pulmão ocorre através:


- poros de Kohn - (alvéolo-alvéolo)
- canais de Lambert - (alveolo-brônquio)
FISIOPATOLOGIA:

 Condição Imunológica do Paciente: imunodeficiente

• O agente agressor vence todos os mecanismos


de defesa e chega a regiões + periféricas do
pulmão
• Produzem toxinas e enzimas ↑ processo
inflamatório com exsudato → propagação por
ventilação colateral;
• Provocam irritação da mucosa com ↑ do muco;

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia


FISIOPATOLOGIA:

 Condição Imunológica do Paciente: imunodeficiente

• Alvéolos com exsudato desequilíbrio V/Q


(ventilação/perfusão) diminuição da PaO2
Hipoxemia Taquipineia (Seios carotideos e aórticos ↑ a
ventilação como resposta conpensatória da queda da PaO2)

• Pode ocorrer destruição do parênquima, Derrame


pleural, necroses, cavitações

• 4 – 5 dias de resolução – reabsorção alveolar e


fagocitose do agente agressor

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia


COMPLICAÇÕES:

 Atelectasia – fechamento dos alvéolos;

 Pneumatocele – cavidade cheia de ar de paredes finas


que se forma dentro do pulmão, característica da
pneumonia estafilocócica;

 Derrame pleural – líquido na cavidade pleural;

 Pneumotórax – ar na cavidade pleural;

 Encarceramento pulmonar - fibrose.

FACULDADE ESTÁCIO DE ALAGOAS – Curso de Fisioterapia


TIPOS:
 A pneumonia afeta os pulmões de duas maneiras:
• Pneumonia lobar: um lobo do pulmão é afetado de
maneira uniforme
• Broncopneumonia: afeta os pulmões de maneira
“salpicada”.
CLASSIFICAÇÃO:

 De acordo com o local de aquisição:

1) Pneumonia adquirida na comunidade

- Considerada pneumonia primária


- Geralmente por bactéria gram + (pneumococo)
- Vacina para crianças acima de 1 ano (não tem no SUS) –
contra pneumococo
- Febre, tosse e dor torácica – localizada (pleurítica) dor
constante e piora à tosse
CLASSIFICAÇÃO:

2) Pneumonia adquirida no hospital (Nosocomial)

- Paciente internado ha pelo menos 48h


- Com mais de 3 dias – pneumonia nosocomial tardia
- Causada por máscaras mal esterilizadas, via aérea
artificial (VAA), procedimentos invasivos em geral
- Condição imunológica do paciente
CLASSIFICAÇÃO:
3) Pneumonia Aspirativa

- Pode ocorrer tanto na comunidade quanto no hospital


- Broncoaspiração
- ↓ reflexo de tosse (RNC)
- 90% por microorganismos anaeróbios
- Perda de peso, escarro fétido, evolução com necrose e
cavitação pulmonar.
QUADRO CLÍNICO GERAL:
• Tosse produtiva ou seca: No início pode evoluir com
expectoração em pequena quantidade com aspecto
mucóide purulento
• Hemoptise: pequeno volume com purulência no escarro
• Dor pleurítica (torácica): localizada e piora com a tosse
• Febre
• Dispneia - casos graves, depende da extensão da lesão
• FR ↑, FTV ↑,
• Percussão: macicez
• AP: MV ↓ nas regiões acometidas, com roncos e
Estertores Crepitantes (EC) em bases
RADIOLOGIA (Raio-X):

 Pneumonia (PNM):
Opacificação homogênea do parênquima, respeitando a
segmentação pulmonar ou lobar, com presença de
broncograma aéreo.

 Broncopneumonia (BCP):
Hipotransparências que não obedecem à segmentação
pulmonar, ocorrendo imagem única ou múltiplas,
iniciando-se na região peri-hilar e espalhando para o
parênquima, com aumento de trama vasobrônquica e
broncograma aéreo.
RADIOLOGIA (Raio-X):
 Broncograma aéreo:

Habitualmente os brônquios não são visíveis à radiografia


ou tomografia.

Se o brônquio contém ar, para que seja visto ele deve


estar cercado por matéria com a densidade de líquido.

- Os espaços alveolares ao redor dos brônquios são


preenchidos por secreção e formam esse contraste entre
as densidades ar e líquido
RADIOLOGIA:

- Broncopneumonia
- Infiltrados bilaterais
- Broncograma aéreo
RADIOLOGIA:

Pneumonia em lobo inferior e médio


DIAGNÓSTICO:

• Anamnese;
• Exame Físico;
• RX Tórax
• Hemograma – aumento de leucócitos
• Exame do Escarro – demora pelo menos 72h. p/
indicar o tipo de microorganismo
• Broncoscopia – Avalia a árvore brônquica, presença
de secreção
TRATAMENTO:

• Repouso (???)
• Antibióticos / Antitérmicos
• Fluidificantes (mucolíticos, nebulização)
• Corticoesteróides
• Oxigenoterapia – apenas se ocorrer queda da PaO2
<60mmHg e SpO2 < 90% e ocorrer cianose.
• FISIOTERAPIA!!
FISIOTERAPIA
• OBJETIVOS

• Melhora da oxigenação
• Diminuir desconforto respiratório
• Reexpansão pulmonar
• Desobstrução brônquica
Fisioterapia Respiratória:

 ↑ excessivo na produção de secreção:

a) Desequilíbrio V/Q, com ↓ oxigenação sanguínea


b) Formação de atelectasias, por tampões
mucosos obstrutores dos bronquíolos de médio e
pequeno calibre) → colapso alveolar→ piora V/Q.
AEROSSOLTERAPIA

• Se PaO2 < 60mmHg e Spo2 <90%

• Cateter nasal
• Máscara de Venturi
• Macronebulização
TÉCNICAS EXPANSIVAS

• Promover o recrutamento e abertura dos alvéolos


colabados e reversão da atelectasia

• Aumentar a área de troca gasosa

• Melhorar ventilação-perfusão (V/Q)

• Melhorar oxigenação
TÉCNICAS EXPANSIVAS

• Direcionamento do fluxo aéreo

Comprimindo a área contralateral que precisa


expandir, solicitar inspiração profunda.

• Compressão-descompressão

Comprimir o tórax na região afetada na expiração e


liberar bruscamente na inspiração realizando assim
um vácuo para entrar mais ar no pulmão.
TÉCNICAS EXPANSIVAS

• Exercícios respiratórios
Sustentação máxima da inspiração – Até a CPT e prende
Padrões ventilatórios em tempos – 1:2:3
Suspiro respiratório

• Posicionamento
Sedestação e ortostatismo

• DEAMBULAÇÃO!!
TÉCNICAS EXPANSIVAS
 Incentivadores respiratórios

Respiron Voldyne
TÉCNICAS EXPANSIVAS
 Ventilação Não-Invasiva (VNI) – PEEP mínima de 10

EPAP CPAP BIPAP


TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS
• Promover a higiene brônquica e de vias aéreas
superiores desobstruindo a passagem do ar

• Melhorar V/Q

• Diminuir o efeito SHUNT PULMONAR (quando uma


área do pulmão é perfundida normalmente, mas não
é ventilada)

• Melhora oxigenação

• Diminuir a resistência à passagem do ar e assim


desconforto respiratório
TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS
• Drenagem postural: utilizar ação da gravidade para
deslocar secreção de regiões periféricas para
centrais, por meio da verticalização do brônquio, por
15’ e em associação a outras técnicas

• Vibrocompressão: associação da vibração (↓


viscosidade do muco) com a compressão, gerando
fluxo expiratório turbulento, provocando a
depuração da secreção.
TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS
• Drenagem postural:
TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS

* Aumento do fluxo expiratório (AFE): mobiliza


secreções da periferia em direção à traquéia,
com expirações ativas, repetidas com a glote
aberta (alguns estudos realizados em crianças não mostraram
resultados significativos → para adultos faltam provas e validação).

* Tosse: ao término de uma sequência de toda


sessão para remoção da secreção brônquica.
Assistida Manualmente (Estímulo de fúrcula) ou
Mecânicamente (Cough assist)

* Aspiração de via aérea se necessário


TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS
• Cough Assist

*Mostrar vídeos

.
TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS
• Shaker, Flutter, Acapella

.
TÉCNICAS DESOBSTRUTIVAS

 Fatores Fundamentais na Seleção da Estratégia de


Higiene Brônquica:

• Objetivos do terapeuta e eficácia da técnica;


• Idade e capacidade de concentração do paciente;
• Facilidade de aprendizado para o paciente;
• Experiência do terapeuta;
• Custos; vantagens da combinação de métodos.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

• TARANTINO, A.B. Doenças Pulmonares. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

• ROCCO, P. R.M; ZIN, W. Fisioterapia: teoria e


prática clínica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2009
TRAZER PARA A PRÓXIMA AULA

• Matérias de jornais, revistas ou artigos sobre


TUBERCULOSE

Você também pode gostar