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IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
O abscesso pulmonar era muito mais comum antes da invenção dos antibióticos. Boa parte dos pacientes com infecções
respiratórias no passado, quando não havia um tratamento adequado contra elas, evoluíam com necrose do parênquima e abscesso.
Hoje em dia, abscesso pulmonar é quadro raro e isolado, sendo mais comum em pacientes abandonados, que moram nas ruas e/ou
etilistas – de um modo geral, pacientes que não tem acesso ao tratamento.
De fato, na era pré-antibiótica, 1/3 dos pacientes com infecção pulmonar evoluíam para óbito e 1/3 deles permaneciam com
sequelas pulmonares. Apenas 1/3 dos pacientes conseguiam a recuperação do quadro. Atualmente, a mortalidade é mais baixa: 9 a
28%. A mortalidade é maior quando há outras doenças associadas ao abscesso, como as neoplasias.
CLASSIFICAÇÃO
O abscesso pulmonar pode ser classificado quanto a sua cronicidade ou com a associação de fatores secundários.
Cronicidade: o abscesso pulmonar pode ser classificado em agudo (quando o paciente apresenta sintomas, como tosse,
até 30 dias) ou crônico (quando o paciente apresenta sintomas por mais de 30 dias). A maioria dos abscesso crônico (cerca
de 40% deles), em que o paciente apresenta por mais de 30 dias tosse com expectoração abundante. Não é uma
classificação tão importante para clínica médica.
Associação com outras lesões: podemos classificar o abscesso em:
Primário: que não apresenta outra lesão anatômica secundária. Consiste, por exemplo, em uma pneumonia que
não foi tratada e que evoluiu com abscesso e necrose de parênquima. 80% dos abscesso são primários, mas hoje
em dia, com a grande variedade de antibióticos, deve-se sempre procurar uma causa secundária.
Secundários: presença de fatores locais que impedem que a pneumonia seja inteiramente tratada ou saneada.
Consiste, por exemplo, em um tumor que obstrui um brônquio lobar. Em resumo, abscesso secundários são aqueles
causados por complicações tumorais, corpos estranhos, linfonodomegalias – enfim, são fatores que podem obstruir
o brônquio lobar.
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FISIOPATOLOGIA Outros mecanismos menos comuns para
Como se sabe, há quatro maneiras de transmissão de desenvolver abscessos a partir da infecção são:
infeções pulmonares: (1) microaspiração de gotículas de saliva hematogênico (embolia séptica), Síndrome de Lemierre
(0,1 a 0,2 mL) presentes na faringe do infectado e que ganham (tromboflebite jugular) e extensão de outro foco contínugo.
as vias aéreas do paciente que, se apresentar algum tipo de
déficit imunológico, desenvolve a doença (como ocorre na MICROBIOLOGIA
pneumonia); (2) inalação de germes suspensos no ar (como A microbiologia do abscesso é bastante variada. Ele
ocorre na tuberculose ou na micose pulmonar); (3) pode ser causado por bactérias Gram-positivas, Gram-
disseminação de bactérias infiltradas no sangue que, depois negativas e germes anaeróbios, sendo este último o grupo
de passarem pelo coração direito, chegam ao pulmão mais importante e responsável pelo cheiro pútrido das
(causando pneumonia hematogênica); (4) presença de expectorações dos pacientes. Além delas, existem as
abscessos em órgãos ou cavidade abdominais que podem bactérias de alta virulência que, no 2º a 3º dia de infecção, já
romper e alcançar o pulmão. Portanto, todos estes desenvolvem necrose pulmonar.
mecanismos podem explicar a formação de pus no
parênquima pulmonar. 90% das pneumonias são da forma MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
microaspirativa.
Contudo, o abscesso se apresenta principalmente Sintomatologia.
como complicação de uma pneumonia macroaspirativa (ou As principais manifestações clínicas dos abscessos
aspirativa, simplesmente) ou de uma pneumonia necrotizante. pulmonares são: tosse, expetoração (com odor fétido),
A pneumonia aspirativa ou macroaspirativa consiste vômica, febre, dor torácica, prostração (emagrecimento) e
na inalação inadvertida de material gástrico ou da orofaringe, hemoptise.
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importante previamente, mas que não a tratou pútrido. Geralmente, nos antecedentes, observa-se fatores
adequadamente. Tempos depois, retorna ao consultório de risco para aspiração.
médico com uma evidente perda de peso, estado geral
comprometido, dentes em mau estado de conservação, hálito EVOLUÇÃO
fétido, secreção pulmonar de odor pútrido e hipocratismo A frequente presença de germes anaeróbios como
digital (dedo em baqueta de tambor e unha em vidro de agentes microbiológicos do abscesso faz com que a doença
relógio). tenha um caráter insidioso, evoluindo em questão de semanas.
Além disso, o paciente apresentará uma ausculta Estas bactérias só se desenvolvem quando o parênquima
pulmonar normal: se o paciente tem abscesso, muito pulmonar é infectado por outros germes e estes consomem o
provavelmente apresentará, na área afetada, roncos e sibilos. oxigênio presente naquela região.
Eventualmente, entretanto, o abscesso pode ser
OBS2: Toda condição que promove um shunt pulmonar, isto é, causado por outras bactérias mais patogênicas que
passagem de sangue desarterializado ao longo da circulação promovem uma evolução mais aguda. Contudo, no geral, o
pulmonar, cursa com baqueteamento digital: câncer de abscesso é considerado, no máximo, como uma doença
pulmão, supurações pulmonares, empiema pulmonar. subaguda: ele muito raramente terá uma evolução tão rápida
OBS3: Enfim, o diagnóstico clínico do abscesso pulmonar como em 3 a 4 dias; é mais comum a presença do mesmo há
pode ser obtido através da seguinte história: paciente mais de 4 semanas.
apresenta tosse a algum tempo, reparando um Fungos, micobactérias e nocárdia promovem a
emagrecimento importante, com a presença de escarro formação de abscessos de evolução mais lenta.
A radiografia e a tomografia computadorizada, assim como a ultrassonografia, são os exames mais válidos para o diagnóstico
imaginológico de abscesso pulmonar. A broncoscopia raramente é utilizada, mas pode servir quando se tem a suspeita da presença
de corpos estranhos, os quais podem ser retirados durante o exame.
LABORATÓRIO
Os achados laboratoriais do portador de abscesso são inespecíficos: pode apresentar anemia, leucocitose, PCR aumentado.
Entretanto, mesmo com resultados não conclusivos, é importante solicitar exames laboratoriais, sobretudo a sorologia para HIV.
A pesquisa para o M. tuberculosis também é importante para diferenciar o abscesso de uma eventual cavidade tuberculosa.
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DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
As seguintes condições devem ser diferenciadas de PROCEDIMENTOS EXTRAS
um abscesso pulmonar: Além do tratamento clínico, a opção por tratamentos
Neoplasia pulmonar ou metastática cirúrgicos ou invasivos (como a broncoscopia) geralmente é
Corpo estranho ou doenças que cursam com remota. Para o uso destes recursos, devemos considerar os
obstrução brônquica: podem causar uma atelectasia seguintes parâmetros e complicações:
parcial que evolui com pneumonia secundária e Falha no tratamento clínico
abscesso. Abscesso gigante (maior que 6 cm de diâmetro)
Empiema Piopneumotórax (condição em que o abscesso
Tromboembolia com infarto pulmonar “fura” o pulmão e alcança o espaço pleural,
Vasculites provocando o empiema), sendo necessária a
Sequestro broncopulmonar drenagem torácica feita por cirurgião.
Necrose de massas silicóticas Abscesso sob tensão
Granulomatose de Wegener Aumento do tamanho com ATB
Contaminação pulmonar contralateral
TRATAMENTO Dependência de ventilação mecânica
A base do tratamento do abscesso pulmonar é a Hemoptise, elevação do nível líquido
antibioticoterapia. Contudo, deve-se fazer tratamento de Hipóteses de câncer de pulmão abscedado
suporte para pacientes debilitados, que não conseguem se
alimentar adequadamente por exemplo. A fisioterapia, por Portanto, estes parâmetros não são “regra de
meio da drenagem postural e tapotagem, auxiliam o paciente tratamento”, mas sim, exceções. A maior parte dos portadores
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As bronquiectasias, por definição, são dilatações
permanentes (irreversíveis) dos brônquios, que cursam
paredes e mucosas espessadas e distorcidas, cronicamente
inflamados e infectados. Portanto, a definição de
bronquiectasia é basicamente anatômica e refere-se à
dilatação e distorção irreversível dos brônquios, em
decorrência da destruição dos componentes elástico e
muscular de sua parede.
Não há números precisos a respeito da prevalência
de bronquiectasia. Isso ocorre em função de ser uma
entidade frequentemente sub-diagnosticada. Porém, sabe-
se que a prevalência varia significativamente entre os países,
sendo maior naqueles em que doenças infecciosas
pulmonares, como a tuberculose, por exemplo, são mais
comuns.
CLASSIFICAÇÃO
Embora a classificação morfológica seja a mais comumente citada na literatura, sua aplicação prática é pequena, pois não há
diferença clínica, fisiopatológica e epidemiológica entre as formas cilíndricas, císticas e varicosas. Por outro lado, a localização e a
distribuição das bronquiectasias podem ser úteis na determinação da etiologia: lesões difusas sugerem processo sistêmico, enquanto
bronquiectasias localizadas falam a favor de alterações locais.
PATOGÊNESE
Na patogenia da bronquiectasia há necessidade da presença de dois elementos:
1. agressão infecciosa
2. deficiência na depuração das secreções brônquicas.
Assim, quanto maior a virulência do agente agressor e quanto piores as condições de defesas locais e sistêmicas, maior a
possibilidade de desenvolvimento de bronquiectasias. Isso, associado à resposta imune do próprio hospedeiro, promove a
perpetuação do processo inflamatório local, com posterior destruição da parede brônquica.
Portanto, há um “ciclo vicioso” por trás da patogênese da bronquiectasia, em que não se sabe ao certo de onde parte o início
deste ciclo. A teoria do círculo vicioso, proposta por Cole e Wilson, pressupõe que um evento inicial, que pode ser, por exemplo,uma
infecção ou uma condição genética primária, compromete o mecanismo mucociliar de depuração. Isso faz com que o muco e as
bactérias permaneçam por um maior tempo na árvore brônquica, levando a seleção natural das cepas mais virulentas, que lesam o
epitélio ciliar. Posteriormente, surge um processo inflamatório crônico que reduz ainda mais a depuração brônquica, facilitando as
infecções recorrentes e o aparecimento das bronquiectasias, que, por sua vez, predispõem a novas infecções, fechando o círculo
vicioso
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Medicina livre, venda proibida, twitter @Livremedicina
Questiona-se muito o fator desencadedor da bronquiectasia: a lesão pulmonar poderia acontecer primeiro, desencadeando
inflamação e, com isso, infecção de repetição, causando acúmulo de secreção; ou mesmo seria a infecção que inicia o ciclo vicioso,
perpetuando a lesão. Há ainda indícios que a dilatação brônquica começa como uma alteração estrutural congênita: o fato do brônquio
estar dilatado desde o nascimento faz com que o paciente tenha múltiplas infecções e acúmulo de secreções, causando obstrução
crônica das vias aéreas e piora da lesão.
Já se sabe, entretanto, que há fatores intermediando o ciclo, tais como interleucinas e intermediadores inflamatórios (TNFα,
IL-8, elastase e metaloproteinases) que estão ligadas com a continuidade do quadro. Há ainda presença de biofilme bacteriano
(material orgânico desvitalizado) aderido à mucosa brônquica doente, devido a uma colonização bacteriana prévia.
Há, portanto, fatores bioquímicos, humorais, celulares e imunológicos associados que perpetuam o ciclo. O que interessa, ao
final, é que o paciente apresentará uma série de condições imunológicas, inflamatórias e mecânicas que perpetuam a infecção e a
patogênese da bronquiectasia.
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS
Estudos mostram que, antes do início do ciclo vicioso, algumas causas estão relacionadas, isto é, a bronquiectasia não é
espontânea. Contudo, 30% dos casos de bronquiectasia têm origem idiopática. Os principais fatores relacionados com o ciclo vicioso
da bronquiectasia são:
Condições e complicações pós-infecciosas
Corpo estranho
Doenças congênitas
Fibrose cística: acomete jovens, brancos, herança genética, ocorre mais na infância que na adolescência. Para esses casos
fazer aconselhamento familiar e falar da possibilidade de transmissão para os filhos.
Doenças ciliares: os cílios dos espermatozóides e os cílios do trato respiratório perdem sua mobilidade (por deficiência de
dimerina), por isso não impedem a entrada de fatores causadores de infecção.
Deficiência de α1-antitripsina
Deficiência de cartilagem
Síndrome de Marfan: síndrome hereditária caracterizada por pacientes com mãos e dedos alongados.
Aspergilose broncopulmonar alérgica
Síndrome das unhas amarelas
Situs inversus totalis: pacientes que apresentam todos os órgãos invertidos no sentido direita-esquerda comumente
apresenta bronquiectasias.
Nanismo
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O desenvolvimento de bronquiectasia está relacionado a comprometimento do sistema de depuração muco-ciliar e
agressão infecciosa. Na era pré-antibiótico e antes das campanhas vacinais, as infecções eram as principais causas de bronquiectasias.
Atualmente, em indivíduos adultos, as formas idiopáticas são as mais comuns, sobretudo em países desenvolvidos.
Entre as crianças, a fibrose cística e os quadros pós-infecciosos são as causas mais comuns. Estudo realizado por Eastham e
colaboradores avaliou 93 crianças com bronquiectasias não relacionadas à fibrose cística. Os resultados mostraram que as etiologias
mais freqüentes foram: pós-pneumonia (30%), imunodeficiência (21%), idiopática (18%) e associada com bronquiolite obliterante
(9%). Interessante nesse estudo foi que cerca de metade dos pacientes, antes da investigação, tinham, como diagnóstico, asma de
difícil controle.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Dentre os sinais e sintomas, temos:
Sinais: tosse produtiva e crônica (96% dos pacientes); dispnéia e sibilância (75%); dor pleurítica (80%).
Sintomas: paciente emagrecido, baqueteamento digital, estertores, roncos e sibilos.
O típico paciente portador de bronquiectasia é aquele indivíduo que apresenta, persistentemente, tosse produtiva, com
expectoração mucopurulenta, em grande quantidade, principalmente pela manhã. A evolução da doença é crônica, meses a anos, e é
intercalada por períodos de acentuação dos sintomas, com necessidade de uso freqüente de antibióticos.
Assim, todo paciente com quadro crônico de tosse, principalmente produtiva, deve ter a bronquiectasia entre os
diagnósticos diferenciais. Com o avançar da doença, há maior extensão do acometimento pulmonar, de tal forma que a dispnéia,
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acompanhada ou não de sibilância, passa
ser uma queixa freqüente. Episódios de
hemoptise de gravidade variável podem
eventualmente acontecer.
King e colaboradores avaliaram
retrospectivamente 103 indivíduos adultos
portadores de bronquiectasias atendidos
em um centro de referência. Entre os
pacientes avaliados, o volume médio diário
de escarro era de aproximadamente 40 ml
e a persistência de tosse produtiva era o motivo inicial mais freqüente para buscar atenção médica especializada.
Os achados no exame físico do paciente com bronquiectasias não são sensíveis e tão pouco específicos para essa entidade.
Além disso, podem variar de acordo com o estágio em que se encontra a doença e a sua etiologia. Os principais achados são:
Crepitações (73%); Sibilos e roncos (21%); Baqueteamento digital (2%). A evidência de perda de peso é um sinal comum na doença
avançada, sendo que o IMC (índice de massa corpórea) um dado importante a ser obtido no acompanhamento desses pacientes.
REPERCUSSÕES PULMONARES
Geralmente, o paciente apresenta na espirometria um padrão obstrutivo, avaliando a curva fluxo-volume. O fato é explicado
pela ampla presença de secreções dentro dos brônquios, além do broncoespamo e da inflamação crônica da mucosa brônquica.
ASPECTOS RADIOLÓGICOS
Sinais indiretos:
Aumento da trama pulmonar e perda de sua definição em áreas segmentares do pulmão, resultante de fibrose
peribrônquica e, em menor extensão, de secreções retidas.
Aglomeração de trama vascular pulmonar indicando a quase invariável perda de volume associada a esta condição.
Evidências de oligoemia como resultado da redução da perfusão da artéria pulmonar.
Sinais de hiperinsuflação compensatória do pulmão remanescente.
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Radiografia de tórax em PA evidenciando múltiplas imagens císticas, em terços médio e
inferior do campo pleuro-pulmonar esquerdo e no ápice direito, bronquiectasias
secundárias a tuberculose. Nota-se ainda redução volumétrica do pulmão esquerdo, com
desvio das estruturas do mediastino para o mesmo lado.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico clínico da bronquiectasia pode ser facilmente obtido através dos seguintes dados:
Expectoração purulenta crônica, sempre frequente, pela manhã apresenta-se mais escuro e, ao longo do dia, clareia.
Hemoptise
Insuficiência respiratória de repetição
Distúrbio ventilatório obstrutivo, podendo apresentar sibilos
Radiologia compatível
O diagnóstico etiológico muitas vezes não se faz necessário, uma vez que traz transtornos ao paciente e gastos
desnecessários. Além disso, nem sempre se encontra essa causa. No entanto, quando se suspeita de etiologia por micobactérias ou
outros agente infecciosos, deve-se tratar com antibióticos, uma vez que a condição pode evoluir para casos mais graves.
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TRATAMENTO
A terapêutica dos pacientes portadores de bronquiectasias deve ter como objetivos o tratamento de manutenção do
paciente (isto é, nos períodos em que ele se mostra bem clinicamente) e o controle da exacerbação da doença (fase crítica da doença,
quando o paciente apresenta-se mal clinicamente, com febre e tosse progressiva). Para isso é importante, sempre que possível:
identificar e remover o fator causal; tratar adequadamente os processos infecciosos intercorrentes; tentar prevenir a ocorrência de
exacerbações; potencializar a higienização da árvore brônquica (expectoração).
Manutenção: quando o paciente apresenta-se bem, com no máximo tosse e pouca expectoração.
Realizar limpeza das vias aéreas superiores, estimulando a expectoração para o paciente no intuito de eliminar o máximo
de secreção e limpar mais rapidamente ao brônquio.
Fisioterapia para ensinar manobras que melhore o quadro.
Uso de broncodilatadores para aliviar a obstrução e sibilância
Tratamentos específicos para doenças concomitantes: fibrose cística, micobacteriose, etc.
Tratar hipoxemia
Suporte nutricional
Vacinas (influenza e pneumococcos) para evitar infecções secundárias
Avaliação e tratamento das complicações
Exacerbações: quando o paciente não apresenta estável, com febre, tosse e expectoração abundante.
Broncodilatadores, principalmente para síndromes obstrutivas
Antibioticoterapia
▪ Em casa, quando o paciente apresenta bom estado geral, indica-se o uso de Quinolonas respiratórias
A drenagem da secreção purulenta represada nos brônquios pode ser auxiliada com o uso da fisioterapia respiratória,
atividades físicas e hidratação (para evitar secreção seca; se for o caso, indicar soro).
Geralmente, a ressecção pulmonar não é uma boa opção de tratamento para bronquiectasia, uma vez que a bronquiectasia
é uma doença espalhada ao longo do pulmão. Com isso, pode haver complicações graves como hemoptise grave ou recorrente por
bronquiectasia. Só se indica a ressecção como tratamento de bronquiectasia nos seguintes casos:
Hemoptise grave ou recorrente por bronquiectasias localizadas ou difusas com foco identificado e segmentos
pulmonares ressecáveis;
Bronquiectasias localizadas provocando sintomas intensos – o que é muito raro: quase sempre a bronquiectasia é
disseminada em ambos os pulmões;
Doenças ressecáveis causando episódios graves ou recorrentes de infecção.
O transplante pulmonar para casos de enfisema, por exemplo, em que há acometimento unilateral, é uma boa opção. No
entanto, para casos de bronquiectasias, só haverá bons resultados para transplantes bilaterais, já que essa doença acomete ambos os
lados. Por isso, deve-se levar em conta o estado geral do paciente e as condições que ele apresenta para passar por uma cirurgia
desse porte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A bronquiectasia é uma doença multifatorial, caracterizada por lesão brônquica irreversível e lesão de mucosa respiratória,
podendo ser única e localizada ou disseminada (mais comum). As causas mais comuns são fibrose cística, alterações mucociliares e
situs inversus. O tratamento é eminentemente clínico, sendo o tratamento cirúrgico uma excessão. Deve-se tratar os pacientes em
crise como se trata pneumonia, associando cobertura para pseudomonas.
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