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Anatofisiopatologia Pedro Henrique T16

Distúrbios pulmonares obstrutivos e restritivos

Qual a diferença entre distúrbios Fatores de risco


pulmonares obstrutivos e distúrbio
pulmonares restritivos ? • O principal fator de risco é o tabagismo.
Quando um indivíduo fuma, a fumaça
Distúrbios pulmonares obstrutivos 1 do cigarro desencadeia uma série de
mecanismos patogenéticos no
Definição: entidades clinicopatológicas indivíduo. Essa fumaça pode inibir a
que tem em comum obstrução crônica ao ação de antioxidadentes. Nesse
fluxo aéreo em qualquer nível da árvore sentido, esses antioxidantes não vão
respiratória. conseguir inibir os oxidantes e nem os
radicais livres produzidos pela fumaça.
Quais são essas entidades ? Dessa forma, esses agentes oxidantes
e esses radicais livres, irão lesar as
células epiteliais pulmonares e a matriz
do parênquima pulmonar, levando a um
quadro de inflamatório relacionado com
a bronquite crônica.
• Além disso, a fumaça do cigarro vai
ativar macrófagos que vão liberar
quimioatratores para neutrófilos, esses
vão migrar para os pulmões, e lá nos
pulmões os neutrófilos irão produzir as
proteases, principalmente a elastase.
Essa substancia degrada a elastina,
que é um importante componente do
parênquima pulmonar. Com essa
destruição, a complacência pulmonar
fica comprometida.

Portanto, se você tiver substancias


• Enfisema e Bronquite crônica compõem que degradam a elastina e o
o espectro da doença pulmonar colágeno dos pulmões, ocorrerá uma
obstrutiva crônica. No enfisema, temos destruição do parênquima pulmonar,
uma destruição da parede alveolar e destruição das paredes e dos septos
portanto, uma hiperinflação pulmonar e alveolares, levando ao enfisema
assim, um aumento do espaço morto pulmonar.
pulmonar. Na bronquite crônica, nós
vamos ter inflamação das vias aéreas. • O macrófago também produz espécies
Esses fenômenos da destruição da reativas de oxigênio que vai lesar as
parede alveolar e da inflamação das vias células epiteliais pulmonares e a matriz
aéreas, estão relacionados com doenças do parênquima pulmonar.
crônicas dos pulmões, principalmente • A fumaça do cigarro também vai inibir a
relacionada ao tabagismo. Na asma,
temos uma obstrução reversível das vias ação das antiproteases. O que são as
aéreas por hiper-reatividade brônquica antiproteases ? São enzimas que
que é desencadeada por fenômenos inibem as proteases. Então, além de
imunológicos após contato com você ter uma hiperativação de
alérgenos. proteases derivados dos neutrófilos,
ocorre também uma diminuição da
atividade das anti-proteases e isso vai
Na DPOC essas 3 formas clínicas de potencializar a lesão da parede
doenças pulmonares podem alveolar, dos septos alveolares e a
aparecer, principalmente quando se ocorrência do enfisema.
trata do enfisema e bronquite
crônica.
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É importante salientar que na O aumento da resistência das vias aéreas
patogenia dessas doenças, não só a pode ser provocado por:
fumaça do cigarro está envolvida no
processo de evolução da doença.
Fatores relacionados ao hospedeiro 1. O lúmen é parcialmente obstruído:
também estão relacionados, • Ocorre quando, na bronquite crônica,
principalmente quando se trata da acontece secreção excessiva, e essas
atividade das anti-proteases, secreções vão obstruir as vias aéreas.
essencialmente alfa-1-antitripsina. • Além disso, essa obstrução acontece
Existem pessoas que fumam e n o e d e m a p u l m o n a r, p o r c o r p o
desenvolvem DPOC e outras que estranho e retenção de secreções. Isso
fumam e não desenvolvem DPOC. ocorre devido a uma redução do
Porque isso acontece ? Por que as clearence mucociliar e tosse, que são
pessoas que desenvolvem DPOC, mecanismos de defesa.
talvez tenha uma atividade diminuída 2. A parede da via aéra é espessada
de alfa-1-antitripsina, ou seja, uma • Ocorre na asma brônquica, devido ao
característica que é intrínseca a
essas pessoas e isso potencializa a broncoespasmo. Além disso, ocorre
atividade das anti-protease. quando há uma hipertrofia das
glândulas mucosas na bronquite e
inflamação e edema mural na asma e
• A nicotina é quimiotática para bronquite crônica.
neutrófilos. Além disso, constituintes dia 3. A causa é extrínseca
fumaça do cigarro depositam-se nas • Compressão localizada das vias
bifurcações da árvore respiratória,
especialmente na origem dos aéreas, seja por adenomegalia ou por
bronquíolos respiratórios. Assim, como neoplasia. Além disso, ocorre uma
esses constituintes são irritantes, perda de tração radial no enfisema
ocorre uma estimulação da reação pulmonar .
inflamatória nesses sítios onde essas
partículas se depositam, estando Distúrbios pulmonares obstrutivos 2
principalmente relacionados com a
bronquite crônica.
Doença pulmonar obstrutiva cronica
Outros fatores de risco para o
desenvolvimento de distúrbios Definição: doença comum, previsível e
obstrutivos: tratável , caracteri za por si ntomas
respiratórios persistentes e limitação ao
fluxo aéreo, que é devida a alteração nas
✓ Poluição; vias aeriza e nos alvéolos, causas por
✓ Alérgenos variados; exposição significativa a partículas e
✓ Agentes ocupacionais; gases nocivos. As entidades que
✓ Estados pós-infecciosos; compõem a DPOC são: bronquite crônica
e enfisema.
✓ Dieta e estados nutricionais;
Bronquite crônica
Infecções podem exacerbar os • Definição: clinicamente definida como
quadros obstrutivos, por exemplo a
DPOC. tosse persistente com produção
excessiva de muco na maioria dos dias
de um período de 3 meses, por pelo
Fisiopatologia menos 2 anos.

• Diminuição da taxa de fluxo expiratório


devido ao aumento da resistência das
vias aéreas. Então, as vias aéreas
representam um fator de resistência ao
fluxo aéreo, portanto, se houver algum
problema que afete as vias aéreas,
ocorrerá uma maior resistência ao fluxo
de ar, principalmente durante a
expiração.
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Etiopatogenia Esses dois mecanismos são de
grande importância, pois na
• Exposição prolongada a agentes bronquite crônica nós teremos uma
doença caracterizada por inflamação
irritantes, por exemplo, tabaco, das vias aéreas e assim um
poluentes atmosféricos. Essa desenvolvimento do estreitamento da
exposição vai levar a um quadro vias aéreas. Assim, o tratamento
inflamatório das vias aéreas e do será dirigido para promover a
parênquima pulmonar. Então você tem broncodilatação. Assim, para
os alvéolos e o brônquio no tratamento de bronquite crônica é
parênquima pulmonar. Na doença usado substâncias que promovem a
grave ocorre o desenvolvimento de dilatação (adrenérgico) e substancias
folículos linfoides, proliferação de que inibam a constrição
células inflamatórias (macrófagos, (anticolinérgicos). Além disso, nos
neutrófilos e linfócitos). Na região quadros de eosinofilia e exarcebação
submucosa, você terá a proliferação de da bronquite crônica, pode-se usar
células caliciformes e glândulas medicamento corticoide.
submucosas. Além disso, ocorre
acúmulo de secreção dentro do
brônquio. Anatomopatologia

• Podemos observar uma hiperplasia de


glândulas submucosas, proliferação de
células caliciformes e metaplasia. Isso
causa uma produção excessiva de
muco, levando a uma obstrução das
v i a s a é r e a s e a u m e n ta n d o s u a
resistência ao fluxo aéreo.
• Índice de Reid (<0,4). A espessura da
camada de glândula mucosa dividida
pela espessura da camada mucosa,
tem que ser menor do que 0,4. Quando
o índice de Reid é maior do que 0,4,
pode-se dizer que tem uma proliferação
da região das glândulas mucosas, e
isso é comum na bronquite crônica.
• Outro processo importante é a
• Essa imagem mostra um brônquio proliferação de células inflamatória na
normal e em seguida um estreitamento parede do brônquio.
e obstrução da luz das pequenas vias
aéreas, gerando uma maior
resistividade ao fluxo aéreo, Fisiopatologia
principalmente na expiração.
• Do ponto de vista dos brônquios, é • Ocorre um redução do fluxo aéreo
importante relembrar o controle da (shunt). Então, ocorre um obstrucao
musculatura das vias aéreas: das vias aéreas, assim essas vias
estarão estreitadas, limitando a
ventilação do alvéolos, assim, tem-se o
1. Controle colinérgico: sangue passando pelos alvéolos,
• O controle colinérgico da musculatura porém esse sangue não é bem
lisa das vias aéreas é mediado por oxigenado, pois os alvéolos estão
acetilcolina/receptores muscarínicos, pobremente ventilados devido ao
causando bronconstrição. estreitamento das vias aéreas.

2. Controle adrenérgico A hipoxia alveolar vai levar a uma


• O controle adrenérgico da musculatura vasoconstrição nesses alvéolos,
lisa das vias aéreas mediado por levando a uma hipóxia por
noradrenalina/receptores beta-2- vasocontrição.
adrenérgico, causando
broncodilatação.
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• As infecções bacterianas e virais, além
da exposição a agentes poluentes,
podem levar a uma inflamação das vias
aéreas e uma inflamação sistêmica,
levando a um quadro de exacerbação
da DPOC. Então, se você tem
inflamação das vias aéreas, ocorrerá a
presença de bronconstrição, edema e
produção de muco e se você tiver uma
inflamação sistêmica, ocorre a
presença de comorbidades
cardiovasculares.
• Essa imagem mostra um enfisema
Distúrbios pulmonares obstrutivos 3 panacinar, em que todo o parênquima
pulmonar está com processos de
microcavitacões. Esse tipo de enfisema
Doença pulmonar obstrutiva crônica acontece em indivíduos com deficiência
(DPOC) de alfa-1-antitripsina.

Enfisema Etiopatogenia

Defininição: é o aumento anormal e • O principal fator de risco para o


permanente dos ácino pulmonares desenvolvimento de enfisema pulmonar
associados a destruição dos septos é o tabagismo.
alveolares em fibrose evidente.

• No enfisema existem 2 tipos


morfológicos, um que acomete
principalmente os bronquíolos
respiratórios, deixando os ductos
alveolares e os ácinos poupados,
chamando esse enfisema de
centrolobular. No outro tipo morfológico,
temos o enfisema que vai acometer
tanto os bronquíolos respiratórios
quanto os ácinos, chamado de
panacinar.

• Então no enfisema acontece um


estreitamento e tortuosidade das
pequenas vias aéreas por inflamação e
fibrose, que aumentam a resistência
das vias aéreas. Além disso, ocorre
uma perda do ancoramento alveolar na
parede dos bronquíolos e da forca de
recolhimento elástico, que causa
fechamento precoce das pequenas vias
aéreas durante a expiração.
• Imagem que mostra um enfisema
centrolobular com a presença de
microcavidades provocados pela
dilatação dos bronquíolos respiratórios,
mas também com presença de
parênquima normal. Esse tipo de
enfisema está relacionado ao
tabagismo.
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Anatomopatologia levando a um colabamento dos
pulmões por conta das suas
• No enfisema as paredes alveolares são propriedades elásticas.
destruídas e os sacos alveolares vão
se fundindo criando grandes vazios Quando ocorre a inspiração a
microscópicos dentro do parênquima pressão intrapleural vai diminuir mais
pulmonar. Se ocorre perda de parede ainda e a pressão intra-alveolar vai
alveolar, ocorre também a perda de diminuir também. Então no
capilares pulmonares, logo terá um movimento inspiratório, o diafragma
grande espaço com ar e pouco leito puxa o pulmão no sentido caudal
capilar para ser oxigenado pelo ar que (para baixo) e além disso, os
está dentro dos sacos alveolares. músculos intercostais externos,
tendem a elevar o gradil costal,
aumento o diâmetro anteroposterior
Fisiopatologia: da caixa torácica.
• Alteração da função respiratória. Dessa
Redução do fluxo aéreo:
forma, ocorre uma redução do fluxo
aéreo devido a obstrução do fluxo
aéreo, principalmente na expiração • A redução do fluxo aéreo causa
(resistor de Starling), provocando dificuldade de acesso do ar inspirado
dispnéia, tosse e chiado. às paredes alveolares pelo aumento do
ar residual (espaço morto).
Para ser possível um melhor • Ocorre redução das trocas gasosas
entendimento da redução do fluxo pela destruição dos septos
aéreo no enfisema, é importante interalveolares, levando a um quadro
entender o Resistor de Starling. de hipoxemia.
Então, nós precisamos dizer que a
parede torácica tende a se expandir, No enfisema, pode ocorrer alterações da
por outro lado o pulmão, por meio de circulação pulmonar, assim gerando
suas propriedades elásticas, vai quadros de:
exercer uma força de colabamento
(para dentro) e essas forças entram
em equilíbrio, gerando uma pressão ✓ Hipertensão pulmonar, que acontece
intrapleural de -5 cm de H2O. Essa devido a uma vasoconstrição hipóxica e
diferença de forças que vai gerar redução do leito capilar por destruição
essa pressão negativa de -5 cm de dos septos alveolares.
H2O, recebe a contribuição da
drenagem do liquido pleural. Quando Quadro clínico de um indivíduo com
o liquido pleural é reabsorvido da DPOC:
cavidade pleural, há uma
contribuição para negativar ainda
mais essa pressão dentro da
cavidade pleural. Além disso, essa
força de expansão e essa pressão
negativa, tracionam as vias aéreas
para fora, para que essas vias não
colapsem. Logo essas forças que
tracionam as vias aéreas para fora é
chamada de Tração Radial, que é
exercida pelo parênquima pulmonar,
principalmente pelos septos
alveolares. Quando os septos
alveolares são destruídos no
enfisema, ocorre uma diminuição da
força de tração radial, fazendo com
que ocorra uma tendencia de
colapso das vias aéreas. Além disso,
quando há uma perfuração da
parede torácica e que o ar entra
dentro da cavidade torácica
(pneumotórax), a pressão no interior
do tórax e da atmosférica se igualam,
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• No exame físico, o paciente pode Sobre o processo inflamatório da asma:
apresentar-se normal, pode apresentar
tórax em tonel (casos graves), sibilos e • Quando nós somos expostos a
roncos (exacerbação), hipertimpanismo
à percussão, expansibilidade reduzida diversas substancia que entram em
e estertores ausentes. nossa árvore respiratória, essas
partículas são identificadas pelas
células apresentadoras de antígenos e
Distúrbios pulmonares obstrutivos 4 são apresentadas ao linfócitos T
virgens. Esses linfócitos se diferenciam
em linfócitos Th1, e esse linfócitos
Asma diferenciados por meio de mediadores
inflamatórios como interferon-gama,
Definição: doença inflamatória crônica interleucina 2 e fator de necrose
das vias respiratórias caracterizadas por tumoral, vão desencadear uma
hiperreatividade brônquica resposta imune de macrófagos que é
(broncoconstrição) e hipersecreção de uma resposta de baixa intensidade. Já
muco em resposta a estímulos variados. na asma brônquica, as substancia que
entram em na nossa árvore respiratória
são identificadas pelas células
Tipos de asma apresentadoras de antígenos e são
apresentadas aos linfócitos virgens que
• Atópica (quando há evidências de irão se diferenciar em linfócitos Th2.
sensibilização e resposta imunitárias Esses linfócitos vão liberar um serie de
certos antígenos. É caracterizada por citocinas, como IL-13, que vai agir
indivíduos com historia familiar da diretamente sobre a parede brônquica.
doença a antecedentes de eczema e Além disso, esse linfócitos Th2 podem
rinite alérgica. estimular a liberação de mastócitos,
eosinófilos e plasmócitos liberadores
• Não atópica. Esse tipo de asma não IgE. Essa liberação de substancias
apresenta atiopatogênese conhecida. inflamatórias vai provocar a
• Induzida por medicamentos. Esse hiperreatvidade brônquica,
tipo de asma é induzida principalmente desenvolvendo a hiperplasia das
por AAS e outros AINES. Esse células caliciformes, edema das vias
medicamentos bloqueiam a COX 2, respiratórias e hiperplasia ou hipertrofia
com redução da PGE2, que inibe a via do músculo liso.
de produção de leucotrienos • A asma possui duas respostas, uma
(mediadores pró-inflamatórios). resposta mais aguda (30 minutos após
• Ocupacional, relacionada com a a exposição a substancia alérgena) e
exposição a plásticos, madeira, uma resposta crônica (6 a 8 horas
algodão, tolueno e etc. depois da exposição a substancia
alérgena)
Etipatogenia
Anatomopatologia
• Predisposição genética, em que genes
relacionados com a síntese de citocinas
e com o receptor de IgE. A asma é uma
doença predominantemente
inflamatória e que leva a uma reação
de hipersensibilidade.
• Além disso, a asma pode estar
relacionada com a “hipótese da
higiene”, ou seja, envolvida ao estilo de
vida ocidental. Nesse sentido, ocorre
pouca exposição a microorganismos
que desencadeiam respostas dos
linfócitos Th1.
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• Na asma, pode-se observa r uma Fatores desencadeantes
hipertrofia das células caliciformes, das
glândulas mucosas e da musculatura
lisa dos brônquios. Além disso, há a
• Infecção respiratória;
presença de um infiltrado inflamatório • Poluentes atmosféricos;
com espessamento da membrana • Fumaça do cigarro;
basal por fibras colágenas. • Frio;
• Estresse;
• Exercício físico;

Distúrbios pulmonares obstrutivos 5

Bronquiectasia

Definição: doença caracterizada por


dilatação permanente dos brônquios,
provocada por infecção e enfraquecimento
da parede brônquica ou por defeitos em
sua formação.
• Nessa imagem podemos ver um
brônquio normal e outro espessado Etiopatogenia
com a presença de muco, dessa forma,
existe pouco espaço para o trânsito do
ar. Assim, o paciente que apresenta o • Doenças autoimunes como artrite
brônquio repleto de muco vai reumatóide e Síndrome de Sjögren.
apresentar um quadro de dispnéia. • Anormalidade ciliar, presente discinesia
Além disso, como o ar passa em alta primária.
velocidade nessa região, o paciente • Doenças do tecido conjuntivo, como
relata um chiado no peito, e quando por exemplo, traqueobroncomegalia e
faz-se a ausculta, ouve-se um ruído doença de Marfan.
adventício chamado de sibilo. • Hipersensibilidade, como aspergisse
broncopulmonar alérgica.
Fisiopatologia • Deficiência imune como HIV.
• Doenças inflamatórias intestinais como
Com relação a fisiopatologia, ocorre a a retocolite ulcerativa/doença de Crohn.
obstrução brônquica, assim teremos a • Injuria prévia do parênquima pulmonar,
redução da luz por acúmulo de secreções como na ocorrência de pneumonia/
e edema da mucosa e da submucosa. infecções na infância e nas
Ocorre também broncoconstrição, pneumonias aspirativas.
causado por estimulação colinérgica, • Doenças malignas como o linfoma
leucotrienos, prostaglandinas e histamina. linfócitico crônico.
Além disso, o processo inflamatório
crônico que envolve os linfócitos Th2 leva • Obstrução, como um tumor, corpo
a um remodelamento brônquico, estranho e linfadenomegalia.
resultando em piora progressiva e
irreversível em alguns pacientes. Ademais,
podemos citar ainda a perda da
integridade das fibras elásticas, Outros sintomas podem estar
intensificando mais ainda a associados na deficiência de alfa-1-
broncoconstrição. antitripsina.

Quadro clínico Pode ser causada processos pós


infecciosos como tuberculose, sarampo e
coqueluxe.
Episódios recorrentes de dispnéia, sibilos
(chiado) e tosse, associada a
bronconstrição, manifestações essas
reversíveis, pelo menos em parte,
espontaneamente ou por tratamento.
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Patogenia Anatomopatologia

• A bronquiectasia tem seu inicio a partir


de uma inflamação neutrofílica
(proteases). Essas proteases irão
danificar os componentes da parede
dos brônquios. Assim, essa destruição
vai levar a uma alteração da arquitetura
da parede brônquica e dos cílios.
Nessa bronquiectasia ocorre um perda
do cílios e destruição da parede
brônquica, principalmente relacionada
com a atividade das elastases e o
processo inflamatório que vai aumentar
a secreção de muco. É importante
salientar que esse muco pode sofrer
puma colonização bacteriana. Porque • A imagem da esquerda mostra um
isso pode acontecer ? Por que além pulmão normal, enquanto que na
além da presença do muco, ocorre um imagem da direita, ocorre a
clearence inadequado de secreções bronquiectasia. Uma das coisas que
das vias aéreas, agravando ainda mais chama atenção é que no pulmão
a presença desse muco dentro da luz normal as vias aéreas vão diminuindo
brônquica, assim ocorre uma facilitação seu calibre a medida que se aproxima
da colonização bacteriana, da periferia do pulmão. Já na
principalmente por Pseudomonas bronquiectasia, o calibre das vias
aeruginosas. aéreas persiste até a periferia do
pulmão.
Classificação
Padrões topográficos
Bronquiectasia obstrutivas:
• Lesões Focais: sugere bronquiectasia
• Tu m o r e s d e c r e s c i m e n t o l e n t o , por tumor, corpo estranho ou por
causas pós-infecciosas.
linfonodos hilares aumentados, corpo • Lesões difusas: predominio apical,
estranho (crianças). Essas obstruções
vai levar a uma obstrução de um acontece na fibrose cística e se o
segmento da árvore brônquica, predominio for basal, ocorre discinesia
causando um retenção de secreções ciliar, DGRE, deficiencia de alfa-1-
no segmento distam à obstrução. Essa antitripsina.
obstrução do segmento distal pode • Lesões centrais: acontece muito na
levar a quadros de infecções repetidas, aspergisse broncopulmonar alérgica.
que por sua vez, resultam em lesão e
enfraquecimento da parede brônquica. Quadro clínico
Bronquiectasia não obstrutiva • Tosse;
• Expectoração abundante e mal-
• Pode ser de origem congenita, fibrose cheirosa (tipicamente pela manhã),
cística, discinesia ciliar, tracionamento hemoptise (ulceração do epitélio), febre
da parede brônquica (dilatação) por (infecção), dispnéia nos casos graves.
cicatrizes do parênquima pulmonar.
Assim, pode gerar quadros de
infecções repetidas.
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Distúrbios pulmonares restritivos Processo granulomatoso:
• Sarcoidose;
Definição: entidades clínico patológicas • Pneumonia de hipersensibilidade;
que se caracterizam por redução da Vasculites sistêmicas;
capacidade de difusão, dos volumes
pulmonares e da complacência pulmonar. Processo inflamatório, chamado
Essa redução da complacência pulmonar alveolite e fibrose:
resulta em diminuição consequente da • Pneumoconioses;
capacidade inspiratória do pulmão.
• Pneumonias organizante;
Distúrbios obstrutivos X Distúrbios restritivos • Fibrose intersticial idiopática;
• Infiltração linfócitica;

• Os distúrbios obstrutivos são


caracterizados pelo aumento da Patogênese da fibrose pulmonar
resistência ao fluxo aéreo devido a uma intersticial idiopática
obstrução parcial ou completa em
qualquer nível, da traqueia e brônquios
maiores até os bronquíolos terminais e
respiratórios.
• Os distúrbios restritivos são
caracterizados por redução da
expansão do parênquima pulmonar e
diminuição da capacidade pulmonar
total.

Portanto, os distúrbios obstrutivos


reduzem e impedem a nossa
capacidade de colocar o ar pra fora
dos pulmões e os distúrbios restritivos
impedem e dificultam o processo de
colocar ar para dentro dos pulmões.

Etiopatogenia
• Quando nós temos um processo
• Do ponto de vista da etiologia podemos
citar como causa os inalantes inflamatório, principalmente mediado
ocupacionais e ambientais, por pelos linfócitos Th2, que despertam
medicamentos e agentes terapêuticos, um resposta baseadas em eosinófilos,
doenças pulmonares imunológicas. assim ocorre lesões epiteliais. O
Esses fatores exercem seu efeito sobre encurtamento de telômeros, devido ao
o colágeno e sobre o tecido conjuntivo processo inflamatório, vai provocar uma
elástico encontrado no interstício dificuldade de regeneração do epitélio.
delicado das paredes alveolares. Esse epitélio libera TGF-beta, que tem
como propriedade inerente, que é a
proliferação de fibroblastos e
Patogenia miofibroblastos, que depositam
colágeno e matriz extracelular no
• Existem dois processos básicos, um pulmonar, levando a fibrose. Um outro
processo granulomatose que pode ponto importante é que o TGF-beta
acontecer na sarcoidose e nas bloqueia a caveolina nos fibroblastos. A
vasculites. Além disso, existe o processo caveolina inibe a deposição de
inflamatório de alveolite, gerando assim colágeno e de matriz extracelular.
um processo fibrótico. Assim o TGF-beta, além de produzir
fibroblastos e miofibroblastos, inibe
uma proteína que inibe a capacidade
dessas substancias depositarem o
colágeno e a matriz extracelular no
parênquima, resultando na fibrose
pulmonar.
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Fisiopatologia Outros grupos de doenças são as
Pneumonias intersticiais idiopáticas:
• Os pulmões se apresentam rígidos e
com dificuldades para se expandir, • Fibrose pulmonar idiopática;
independentemente do funcionamento • Pneumonia intersticial não específica;
normal das vias respiratórias. Isso
resulta em diminuição da complacência • Pneumonia organizante;
pulmonar e uma pressão intrapleural • Pneumonia intersticial aguda;
muito negativa. • Pneumonia intersticial bronquiocêntrica;
• Distúrbio da difusão, causando
hipoxemia durante exercício. Existem também as doenças
• Aumento da resistência vascular granulomatosas, dando destaque para
pulmonar, leva a hipertensão pulmonar e a sarcoidose, que pode acometer
de cor pumonale. vários órgãos, porém acomete
principalmente o pulmão. É importante
Quadro clínico destacar que a sarcoidose é importante
diagnóstico diferencial da tuberculose.
• Dispnéia; Pneumonias de hipersensibilidade
• Taquipneia; • Causada pela inalação de partículas
• Estertores crepitantes; orgânicas, levando a resposta imunitária
à antígenos inalados de forma
Não apresenta sibilâncias ou outros continuada, geralmente no contexto
sinais doença obstrutiva. ocupacional ou doméstico. Acomete
principalmente tratadores de aves,
moedores de cana, indivíduos expostos
Distúrbios pulmonares restritivos 2 a inalação de fungos e ácaros presentes
nos sistemas de condicionamento de ar.
Doenças pulmonares intersticiais
difusas (DIPD) Nas pneumonias de hipersensibilidade
pode-se ter infecções e vasculites.
Definição: tem como características
básicas inflamação e fibrose
predominantemente no interstício
pulmonar.

DIPD de causas conhecidas ou


associadas a doenças do tecido
conjuntivo

Pneumoconioses:
• São doenças causadas pelas inalação
de partículas inorgânicas, geralmente no
contexto ocupacional.
• Essas doenças ocupacionais acometem
um grupo de pessoas que são mais
expostas certas condições como:
mineradores, empregados da construção
civil, cavadores de poços, jateadores de
areia e empregados de uma demolição.

Silicose: associado a tuberculose.


Asbestose: associa com mesotelioma,
carcinoma brocopulmonar e carcinoma de
laringe.
Antracose: pneumonias do minerador do
carvão.

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