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DOENÇAS PULMONARES

OBSTRUTIVAS
CRÔNICAS - DPOC
CONCEITO

►DPOC compreende o grupo de doenças obstrutivas


que mais acometem a população. Há alguns tipos
principais de componentes dessa doença que são o
enfisema pulmonar, bronquite obstrutiva crônica e a
Asma. Com características não totalmente
reversível, alteração inflamatória, destruição e
alargamento alveolar, diminuição da VEF1 (50 á
75ml / 20 á 25, por ano)
EPIDEMIOLOGIA
► A prevalência global combinada é de 15.7% em homens e 9.93% em
mulheres.
► As mortes por DPOC aumentaram 23% desde 1990, e estima-se que a
DPOC seja a terceira principal causa de morte do mundo em 2020,
atrás somente das cardiopatias e AVC's.

- epidemia do tabagismo;
- ao envelhecimento da população mundial
-Diminuição da mortalidade de doenças cardiovasculares

► BMJ Best Practice, 2020;


C. Raherison, P-
O Girodet
European
Respiratory
Review 2009 18: 213
-
221; DOI: 10.1183/0
9059180.00003609
DPOC
► A inalação de fumaça de cigarro ou outras partículas
nocivas, como a fumaça de combustíveis, forno a lenha e
poluição, causam inflamação pulmonar.

► A resposta inflamatória crônica pode induzir a destruição do


tecido parênquimal (resultando em enfisema) e a
interrupção dos mecanismos normais de reparação e defesa
(resultando em fibrose de pequenas vias aéreas).
DPOC

►aumento do número de tipos específicos de


células inflamatórias, que persistem na
cessação do tabagismo
►Destruição das fibras elásticas;
►Diminuição dos mecânismos de defesa e
restauração.
ENFISEMA
► Dilatação e destruição das paredes
alveolares (ácino = bronquíolo
respiratório, conduto alveolar, sacos
alveolares e os alvéolos), com
diminuição da cicatrização,
resultando em uma inatividade das
fibras elásticas do pulmão e
diminuição da região de troca
gasosa.
4 TIPOS
► Centroacinar: região do bronquíolo respiratório que está
afetado;

► Panacinar: região mais ampla é afetada, ou seja, ducto


alveolar, saco alveolar e alvéolo (típico da deficiência de
alfa1-antitripsina);

► Acinar distal: afeta a região de ducto alveolar e alvéolo

► Irregular: está vinculado as infecções virais respiratórias


em todo ácino.
4 TIPOS
Causas

► Hereditária associado ao defict de alfa-1 antitripsina com


o agravo do tabagismo.

► E a mais comum, que ocorre a partir dos 50 anos com


histórico de inalação grande de fumaça, cigarros ou algum
fator de risco inalante, onde a função da alfa-
1 antitripsina é preservado
alfa-1 antitripsina
► É uma substância antiprotease, cuja principal função é
proteger os pulmões da destruição tecidual mediada pela
protease.

Provoca a lise da elastina e


do tecido conjuntivo no
Ou seja, o processo normal de
Enfisema é reparação tecidual.
ocasionado pelo O TABAGISMO AUMENTA A
desequilíbrio da PRODUÇÃO DE PROTEASE
Alfa 1 e da
protease
TABAGISMO

Hiperprodução de muco e irritação da mucosa

Imobilização da esteira muco ciliar e alt. calibre

Diminuição da resistência a infecções

Diminuição da VEF 1 de 25 á 80ml/ano


Outras causas...

► Doenças respiratórias da infância ou infecções repetitivas:


Liberação de elastase

► Poluição do ar

► Ocupacional: Trabalhadores de minério, ouro e carvão e


fogão a lenha
Manifestações Clínicas
► A HIPERINSULFLAÇÃO do pulmão causada pela destruição das
fibras elásticas do pulmão, e como consequência diminuição
da capacidade de retração que resulta no acúmulo de ar não
proveitoso nas áreas de troca gasosa.
► Dispneia com progressão, tosse associada a ausculta de
sibilos.
► Perda de peso como consequência da dificuldade em respirar
e deglutir.
► Diminuição da capacidade de expiração forçada
► Torax em tonel;
► Raiox: Hiperinsuflação e espirometria aumento do CPT, VR e
diminuição do VEF1
-Uso da musculatura
acessória;

-Diminuição do MV +
sibilos;

- Tiragens: intercostais,
supra-esternal,
supraclavicular;

-Cianose e AD A-P
Fisioterapia

►Técnicas de higiene brônquica;


►Reabilitação pulmonar;
►Oxigenoterapia: Manter saturação e
indicada para pacientes com PO2 baixa
menor que 50mmHg - exacerbações;
►Ventilação artificial para melhora da
troca e diminuir esforço respiratório.
BRONQUITE CRÔNICA
► Caracterizada pela tosse persistente com produção e
eliminação de muco em excesso, com episódios de 3
meses de duração e que ocorra em 2 anos consecutivos.

► Gênese da bronquite crônica: É uma irritação de longa


duração por substâncias inaladas, com presença
de hipersecreção de muco nas grandes vias aéreas,
associada a uma hipertrofia das glândulas submucosas na
traqueia e nos brônquios
FISIOPATOLOGIA
► Proteases liberadas dos Processos inflamatórios, estimulam esta
hipersecreção de muco.
► Quando a bronquite crônica persiste, ocorre também aumento
acentuado das células caliciformes das pequenas vias aéreas
( brônquios pequenos e bronquíolos) levando à produção excessiva
de muco, que contribui para a obstrução das vias aéreas.
► Acredita-se que tanto a hipertrofia das glândulas submucosas quanto
o aumento de células caliciformes constituam reações metaplásicas
protetoras contra a fumaça do tabaco ou outros poluentes (p. ex.,
dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio).

► Diminui a função da esteira mucociliar = infecções


Aspectos clínicos
►Tosse persistente com produção de MUCO.
►dispneia ao esforço
►hipercapnia, hipoxemia e cianose leve.
Corrente mucociliar
►É através delas que são removidas o excesso de
escarro, levando até a faringe.
►O Epitélio do trato respiratório é revestido por
epitélico pseudoestrtificado ciliado
►São 1800 cílios por cm, sendo 1300 batimentos por
minuto, possuindo um frequência de 10 á 24 Hz.
►O muco que sobrepõe a esteira é dividido em duas
camadas, GEL (aprisiona) e a SOL traz fluides aos
movimentos dos cílios
PRODUÇÃO DO MUCO
► Glândula submucosa, células calicifores e células de clara.
ASMA
► A asma é um distúrbio inflamatório crônico das vias aéreas
que causa episódios recorrentes de sibilos, falta de ar e
tosse, sintomas geralmente estão associados a uma
broncoconstrição difusa, porém variável, e uma limitação
do fluxo aéreo.

► Os aspectos característicos da doença são: aumento da


reatividade das vias aéreas a uma variedade de estímulos,
resultando em broncoconstrição episódica; inflamação das
paredes dos brônquios e aumento da secreção de muco
Mecanismos e tipos
► infecções respiratórias (especialmente infecções virais),
exposição ambiental a irritantes (p. ex., fumaça, vapores), ar
frio, estresse e exercício.

► Asma Atópica: A doença geralmente começa na infância e é


desencadeada por alérgenos ambientais (Poeira, pólen, excretas
de baratas ou animais e alimentos). histórico familiar positiva. A
asma atópica também pode ser diagnosticada com base na
evidência de sensibilização ao alérgeno por testes.
► Asma não Atópica: não apresenta evidências de
sensibilização a alérgenos e sim desencadeados por
Infecções respiratórias causadas por vírus, provavelmente,
existe uma irritabilidade excessiva da árvore brônquica por
Poluentes inalados do ar
► Asma Induzida por Drogas: Esses indivíduos são
intensamente sensíveis a pequenas doses de aspirina,
assim como a outras medicações anti-
inflamatórias, desviando, assim, o equilíbrio no sentido
da elaboração de leucotrienos broncoconstritores.

► Asma Ocupacional. Esta forma de asma é estimulada por


fumaças (resinas, plásticos), poeiras orgânicas e
químicas (madeira, algodão, platina), gases e outros
compostos químicos (formaldeído, produtos de
penicilina). Contato minimo e repetitivo pode estimular
a hipersensibilidade da via.
Patogenia
► Os principais fatores etiológicos na asma atópica consistem em
predisposição genética à hipersensibilidade de tipo I e exposição
gatilhos ambientais.
► A herança de genes de susceptibilidade torne os indivíduos propensos
a desenvolver reações intensas de TH2 contra antígenos ambientais.
► As células TH2 secretam citocinas que promovem uma inflamação
alérgica e estimulam a produção de IgE e outros anticorpos.
► E quando ocorre a exposição repetida ao alérgeno faz com que os
mastócitos liberem a produção de citocinas, que coletivamente
induzem a reação de fase inicial (hipersensibilidade imediata) e a
reação de fase tardia.
A reação inicial

► Broncoconstrição (parassimpáticos)

► aumento da produção de muco

► Aumento da permeabilidade vascular


A reação de fase tardia
► Inflamação

► Com recrutamento de leucócitos

► Ativador de eosinófilos

► Causa lesão epitelial e maior constrição das vias aéreas


Mediadores
► os leucotrienos C4, D4 e E4 = broncoconstricção
► a acetilcolina = MM lisa
► Histamina, prostaglandina e fator
ativador de plaquetas.

► remodelagem das vias aéreas: incluem hipertrofia e


hiperplasia da musculatura lisa brônquica, dano epitelial,
maior hipertrofia/hiperplasia das glândulas mucosas
subepiteliais e deposição de colágeno subepitelial
Curso Clínico
► O ataque asmático agudo clássico dura até várias
hora, dispneia, sibilos e tosse com ou sem produção de escarro
persistem constantemente.

► Com a terapia apropriada para aliviar os ataques, a maioria


dos indivíduos com asma é capaz de manter uma vida
produtiva. Até 50% dos casos de asma em crianças remitem na
adolescência, retornando apenas na vida adulta em um número
significativo de pacientes
BRONQUIECTASIA
► É uma doença caracterizada por dilatação permanente de brônquios e
bronquíolos causada pela destruição do tecido muscular e elástico,
resultante de ou associada a infecções necrotizantes crônicas
Etiologia e Patogenia
► Após uma obstrução brônquica, os mecanismos de eliminação
normais estão prejudicados, ocorre acúmulo de secreções,
obstrução e inflamação das vias aéreas.

► infecções severas dos brônquios levam à inflamação,


frequentemente com necrose, fibrose e eventualmente dilatação
das vias aéreas.

► Forma severa de bronquiectasia associada à fibrose


cística, acúmulo de secreções viscosas e espessas que obstruem
as vias aéreas.
Etiologia e Patogenia

► Na discinesia ciliar primária: cílios com funcionamento


inadequado contribuem para a retenção de secreções e
infecções recorrentes, que, por sua vez, levam à bronquiectasia.
► A aspergilose broncopulmonar alérgica é uma condição que
resulta de uma reação de hipersensibilidade ao fungo Aspergillus
fumigatus. Também constitui uma complicação importante da
asma e da fibrose cística
Curso Clínico
► A bronquiectasia causa tosse severa e persistente;
expectoração de escarro de odor fétido e às vezes
sanguinolento; dispneia e ortopneia em casos severos; e,
ocasionalmente, hemoptise com risco à vida.

► A insuficiência respiratória obstrutiva pode causar dispneia e


cianose pronunciadas.

► Contudo, em virtude do tratamento atual com melhores


antibióticos e fisioterapia, a evolução melhorou
consideravelmente.

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