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libera adrenalina (é a principal) e noradrenalina,

que vão para a corrente sanguínea, chegam à via


respiratória e se ligam ao músculo liso.
DEFINIÇÃO: a asma é uma doença inflamatória crônica
 Quando há ativação do sistema nervoso
das vias aéreas inferiores que se caracteriza,
parassimpático, há liberação de acetilcolina,
clinicamente, por aumento da responsividade dessas vias
que se liga aos receptores colinérgicos,
a diferentes estímulos, com consequente obstrução ao
causando broncoconstrição.
fluxo aéreo - broncoconstrições episódicas -, de forma
recorrente e, tipicamente, reversível. É uma doença que  O músculo liso também responde à histamina, que
pode ser controlada, mas não curada. É uma condição é uma substância liberada em processos
imunomediada e multifatorial que se apresenta com uma alérgicos, que se liga a receptores e, na via
clínica bastante variada e complexa. respiratória, causa broncoconstrição (há uma
QUADRO CLÍNICO: Dispneias episódicas e sibilância, dificuldade na ventilação pulmonar pela
que são geralmente relatadas pelos pacientes como falta diminuição do calibre). O paciente tem uma
de ar e chiado no peito. Também apresentam tosse, sensação de desconforto respiratório, dificuldade
cansaço aos esforços e aperto no peito. Os sintomas para respirar e acaba utilizando a musculatura
pioram à noite ou pela manhã e variam de intensidade acessória (intercostais internos e externos,
ao longo do tempo. São mais frequentes em vigência de escalenos e serrátil) - esforço respiratório.
infecções virais de vias aéreas. Além disso, podemos ter FISIOPATOLOGIA: há uma obstrução reversível e
outros sinais clínicos relacionados com a limitação intermitente da via aérea baixa devido à contração o
crônica da via aérea como a presença de baqueteamento músculo liso bronquial em resposta a um gatilho
digital em adultos, e diminuição da velocidade de ambiental ou a uma infecção da via aérea superior. As
crescimento em crianças. Os sintomas podem ser principais teorias fisiopatológicas respaldam a
desencadeados ou agravados por fatores como infecções inflamação mediada por citocinas (atopia: é uma
virais, exposição a alérgenos, à fumaça de cigarro, hipersensibilidade ao ambiente de origem genética;
mudanças climáticas, cheiros fortes, exercício e estresse. sensibilização alérgica) como principal componente do
FISIOLOGIA DAS VIAS RESPIRATÓRIAS: processo de doença.

 O ar se move pela via respiratória superior A maioria dos pacientes asmáticos são atópicos e
(nasofaringe e laringe). apresentam um padrão alérgico de inflamação das vias
aéreas. A inflamação alérgica é comandada pelos
 Depois vai para as vias aéreas inferiores - passa linfócitos T auxiliares CD4+ (Th2), os quais secretam
pela epiglote, chega à traqueia, vai aos brônquios interleucina (IL) -4 (induz a produção de IgE pelos
e chega até os alvéolos. linfócitos B), IL-5 (ativa os eosinófilos) e IL-13 (aumenta
a produção de muco pelas células epiteliais), e são
 A traqueia possui uma parte extratorácica e outra algumas vezes referidos como asma alérgica, enquanto os
intratorácica. Ao chegar na região intratorácica, pacientes que não apresentam este tipo de inflamação
os seus anéis cartilaginosos vão desaparecendo são classificados como asma não alérgica.
aos poucos, até chegar aos brônquios terminais
que não possuem mais cartilagem. Esses anéis são Os linfócitos B se diferenciam em células que
importantes porque protegem a traquéia e a produzem IgE (reação de hipersensibilidade tipo I), que
mantem dilatada. recruta eosinófilos, mastócitos (infiltram a via
respiratória; liberam histamina, protaglandina D2 -
 Os anéis cartilaginosos são trocados por tiras vasodilatador e quimiotático, com objetivo de aumentar o
entrelaçadas de músculo liso, que irá controlar o fluxo sanguíneo e atrair mais células inflamatórias -, IL-1
diâmetro da via respiratória realizando contração a IL-5, leucotrienos, interferon y e TNF-a) e basófilos.
ou relaxamento. Assim que o antígeno alérgeno se liga ao IgE, o mastócito
é ativado e sofre degranulação (liberação de substâncias
 O músculo liso possui receptores simpáticos granulares, como a histamina). *todas essas células
betaadrenérgicos, que ao receber estão no interstício da via respiratória/parede*
adrenalina/noradrenalina vai sofrer
broncodilatação. O sistema simpático quando A histamina apresenta efeito de duração curto,
precisa aumentar o calibre da via respiratória, porém muito potente, responsável por promovercontração
estimula a medula da glândula suprarrenal, que das células endoteliais, aumentando a permeabilidade
vascular. Estimula a síntese de prostaciclina e óxido
nítrico pelas células endoteliais, causando maior
vasodilatação, além de promover a contração da
musculatura lisa com peristaltismo aumentado e
broncoespasmos.
A prostaglandina D2 é um potente vasodilatador e
agente quiotático de neutrófilos, e os leucotrienos juntos
formam a substância de reação lenta da anafilaxia,
responsável pela broncoconstrição na asma.
O TNF-a recruta mais eosinófilos e neutrófilos,
além de causar proliferação e ativação de fibroblastos
(para reparação do tecido; o problema é que, a longo
prazo, esse depósito de fibrina causa o remodelamento da
via respiratória). Também estimula a produção de
glicoproteínas na matriz extracelular, o que causa atrai
água do sangue para o interstício, gerando edema. A
associação de TNF-a com os leucotrienos, fazem uma
hiperplasia (aumento do número) de células da mucosa
respiratória, aumentando a produção de muco (causando
um tamponamento da via). Os neutrófilos junto com os
eosinófilos vão gerar inflamação (causa mais edema).
Essa resposta inflamatória de forma crônica irá
causar uma lesão irreversível com estreitamento da via
aérea e acometimento do sistema mucociliar.
Esse recrutamento de células inflamatórias para a
via aérea se deve à hiperresponsividade brônquica (HRB)
que está presente na maioria dos asmáticos atópicos, que
se caracteriza por uma tendência do músculo liso
bronquial de contrair em resposta a um alérgeno
inalado, o qual irá causar um estreitamento agudo e
transitório do brônquio, reversível por meio de Na crise asmática:
broncodilatadores até o momento que a lesão de torna
- A fibras musculares estão apertando a via respiratória
intensa e há remodelamento do tecido acometido. (broncoconstrição)

Em um exame histopatológico da mucosa - A parede da via respiratória está espessa, devido ao edema.
brônquica, mesmo em indivíduos de asma leve e início - Há uma secreção de muco no pequeno orifício da via respiratória.
recente, encontra-se alterações no tecido que são
características de um processo inflamatório recorrente,
como infiltração da mucosa e submucosa por células
inflamatórias (especialmente eosinófilos e linfócitos T),
descamação irregular do epitélio, espessamento da
musculatura lisa da via aérea, fibrose subepitelial,
hiperplasia de glândulas mucosas e de células caliciformes.
A inspiração é um processo ativo, pois precisa da contração diafragmática para que o ar entre. A expiração é um processo passivo, em
que o diafragma relaxa, empurra o pulmão, e o ar sai.

No paciente asmático, na inspiração o ar entra, pois precisa de mais força. Porém, na expiração, como é passivo, tem mais dificuldade
para sair e começa a ficar preso dentro da via respiratória.

Na crise asmática, caso a inflamação não seja controlada, o pulmão fica cheio de ar (hiperinsuflação) e no decorrer dessa crise, o ar
não consegue mais entrar na via respiratória. Dessa forma, o ar não é mais renovado, o leva a uma dificuldade de troca gasosa.
Respirar com os pulmões hiperinsuflados exige maior esforço, o que contribui para a sensação de dispneia.
PRINCIPAIS FENÓTIPOS DA ASMA DIAGNÓSTICO

 Asma alérgica: geralmente começa na infância e O diagnóstico de asma se dá mediante a


está associado a uma história passada e/ou identificação de critérios clínicos e funcionais, obtidos
familiar de doença alérgica - como eczema, rinite pela anamnese, exame físico e exames de função
alérgica ou alergia a alimentos ou medicamentos - pulmonar (espirometria). A espirometria é o principal
com inflamação eosinofílica das vias aéreas. Esse exame para estratificar e classificar o paciente asmático
tipo de asma responde ao corticoide inalatório. de acordo com seu Volume Expiratório forçado (VEF1).
Feita a classificação de intensidade asmática, realiza-se o
 Asma não alérgica: ocorre em alguns adultos plano de tratamento direcionado e otimizado para aquele
jovens e o perfil celular pode ser neutrofílico, nível de gravidade.
eosinofílico ou conter apenas algumas células
inflamatórias (paucigranulocíticas). Tem baixa O passo inicial para confirmar o diagnóstico de
resposta a corticoides. Possui uma resposta th2 asma consiste em anamnese detalhada (história pessoal
baixa. Pode ter relação com a obesidade. e/ou familiar de asma ou atopia) incluindo triagem de
sintomas respiratórios como tosse, sibilância, dispneia e
 Asma de início tardio: ocorre pela primeira vez aperto no peito, bem como seus gatilhos. O histórico
na vida adulta e geralmente os pacientes são familiar é imprescindível, visto que a atopia é a principal
refratários ao tratamento com corticosteroides; forma de asma e está presente em 80% dos pacientes.
Após realização da história clínica detalhada, é
 Asma com limitação do fluxo de ar fundamental um exame físico completo e direcionado
(remodelamento): alguns pacientes com asma há para a queixa, o qual inclui obter espirometria pré e pós
muito tempo desenvolvem limitação fixa do fluxo -resposta ao broncodilatador.
de ar devido à remodelação da parede das vias
aéreas. O paciente possui áreas de fibrose e não *Maior probabilidade de ser asma:
consegue realizar broncoconstrição ou
broncodilatação, não respondendo aos - Mais de um tipo de sintoma (sibilos, dispneia, tosse,
medicamentos habituais. É uma asma que já foi cansaço aos esforços, aperto no peito);
alérgica e agora é crônica. - Sintomas pioram à noite ou ao despertar;
FATORES DE RISCO - Sintomas variam de intensidade ao longo do tempo;
- Antecedentes familiares; predisposição genética à - Sintomas mais frequentes em vigência de infecções
produção de IgE. virais de vias aéreas;
- Alergias (geram produção de IgE); - Sintomas são desencadeados por exposição a alérgenos,
- Exposição pré-natal ao fumo do tabaco (as toxinas exercício, mudanças climáticas, riso, choro ou ainda por
inspiradas pela mãe vão para a corrente sanguínea e irritantes respiratórios, como fumaça e cheiros fortes.
chegam ao bebê); *Menor probabilidade de ser asma:
- Contaminação ambiental (queima de biomassa, - Tosse isolada, sem outros sintomas respiratórios;
desmatamento, CO nos carburadores, fábricas, etc);
- Achados sugestivos de refluxo gastroesofágico;
- Superposição de fatores de risco (paciente tem vários
fatores associados, como predisposição genética e viver - Expectoração crônica;
em uma cidade muito contaminada).
- Falta de ar associada à tontura ou formigamento nas
- Prematuridade extremidades (parestesias);
- Sexo masculino - Dor no peito;
- Infecções de via aérea superior - Dispneia induzida pelo exercício com inspiração ruidosa.
- Aleitamento materno não exclusivo nos primeiros 6 Exame físico:
meses de vida.
Indivíduos com asma apresentam, frequentemente,
exame físico normal no período entre as crises. A
anormalidade observada com maior frequência é a mudança de pelo menos 20% no PFE é indicativa de asma.
presença de sibilos expiratórios à ausculta pulmonar, Assim como na espirometria, valores normais do PFE não
além de ronco. Chiado no peito, tempo expiratório excluem o diagnóstico de asma.
prolongado e tiragem intercostal são outros sinais
indicativos de obstrução de vias aéreas inferiores, Como a espirometria, mesmo sendo fácil e de baixo
observados em pacientes com asma não controlada, assim custo, não está amplamente disponível, a decisão de
como podem ocorrer sinais de rinite alérgica, com iniciar o tratamento deve levar em conta a probabilidade
hipertrofia de cornetos e sinais de dermatite atópica. de asma, conforme achados clínicos e a urgência do
tratamento. A espirometria deverá ser solicitada assim
*Durante exacerbações graves da asma, os chiados que possível. A asma é uma das poucas doenças em que o
podem estar ausentes (tórax silencioso - sinal de tratamento empírico está autorizado. Caso o paciente não
gravidade extrema). responda ao tratamento, é necessário buscar outro
diagnóstico ou confirmar se apresenta outro tipo de
Testes de função pulmonar: fenótipo.
Em pacientes com sintomas respiratórios *Resultado da espirometria: espera-se obstrução com
sugestivos de asma, quanto maiores as variações no fluxo resposta variável ao broncodilatador. Ou seja, na
aéreo ou quanto mais frequentes forem essas variações, espirometria de um asmático típico, deve responder em
maior a chance do diagnóstico ser de asma. Essa fluxo e volume ao broncodilatador.
variabilidade se refere à melhora e/ou piora dos sintomas
e da função pulmonar. *Uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de
asma!
A reversibilidade abrange as melhoras rápidas nas
medidas do fluxo respiratório, minutos após a inalação de
um broncodilatador de ação rápida, como o salbutamol
de 200-400mcg ou melhora contínua por dias ou AVALIAÇÃO DA ASMA
semanas depois da introdução de um tratamento A avaliação desse controle deve ser feita de
controlador eficiente, como corticoesteroide inalatório maneira objetiva e periódica, utilizando-se instrumentos,
(CI). como o questionário de controle da asma da GINA ou o
O exame de função pulmonar indicado para teste de controle da asma, os quais avaliam o nível de
avaliar pessoas com suspeita de asma é a espirometria. controle nas últimas 4 semanas.
Além de identificar limitação ao fluxo aéreo inspiratório,
permite avaliar a sua reversibilidade, sendo essencial
para diagnóstico e acompanhamento.
O volume expiratório no primeiro segundo (VEF1)
pós-broncodilatador é o melhor parâmetro espirométrico
para avaliar a reversibilidade e a limitação ao fluxo
aéreo, ou seja, a resposta ao broncodilatador, bem mcomo
avaliar as mudanças na função pulmonar a longo prazo.
Geralmente, em adultos com sintomas típicos de
asma, a observação de um aumento ou um decréscimo do
VEF1 de mais de 12% do valor basal e superior a 200 mL é
compatível com asma. A redução da razão entre o VEF1 e
a capacidade vital forçada (CVF) indica limitação ao
fluxo aéreo. O valor dessa razão é geralmente superor a
0,75-0,80 em adultos e maior que 0,90 em crianças. Dessa
forma, valores inferiores a esses são compatíveis com
distúrbio obstrutivo.
A medida do pico de fluxo expiratório (PFE) serve
para avaliar a variabibilidade da obstrução e auxiliar na
monitorização clínica e na detecção precoce de crises,
especialmente em pacientes com baixa percepção dos
sintomas de obstução. Na falta de espirometria, uma
Controle da asma: TRATAMENTO

 Avaliar o controle dos sintomas nas últimas 4 1. Etapas do tratamento:


semanas: sintomas mínimos durante o dia e
ausência de sintomas à noite, pouca ou nenhuma STEP I: sintomas menos de 4-5 dias por semana, sem
necessidade de uso de medicamentos de alívio e sintomas noturnos.
ausência de limitação das atividades físicas. O Preferencial: corticoide inalatório + formoterol (Beta2
objetivo é ver se o paciente está respondendo ao de longa duração) em doses baixas de resgate, quando
tratamento. Também avaliar a satisfação do necessário (ou seja, apenas sob demanda).
paciente com seu tratamento.
*Numa crise: formoterol, 2 a 3 jatos de 8 em 8h (ou seja,
 Avaliar os fatores de risco de resultados 3x por dia), quando necessário.
insatisfatórios: exacerbações, perda de função
pulmonar, efeitos adversos do tratamento. *O paciente vai usar de 3 (mais leve) a 5 dias
(desconforto maior), em média.
 Podemos medir o controle da asma por
parâmetros clínicos, utilizando questionários, *dose máxima por dia do formoterol: 72mcg.
como:
*o formoterol tem início rápido e longa duração.
- Asthma Control Questionnaire (ACQ): é um
questionário de 7 itens referente à última semana:
sintomas diurnos e noturnos, atividades diárias, STEP II: sintomas menos de 4-5 dias por semana, sem
BD de resgate e PFE ou VEF1 (esse questionário é sintomas noturnos.
mais utilizado em estudos).
Preferencial: corticoide inalatório + formoterol (Beta2
- Asthma Control Test (ACT): 5 questões de longa duração) em doses baixas de resgate, 2 a 3
referentes às últimas 4 semanas: sintomas diurnos jatos de 8 em 8h, quando necessário.
e noturnos, BD de resgate, atividades diárias,
autoavaliação de controle.
STEP III: sintomas na maioria dos dias ou acordar à
noite com crise asmática pelo menos uma vez na
Questões relacionadas ao tratamento: semana.
 Verificar a técnica do uso do inalador e a adesão Preferencial: CI em baixa dose + beta2 de longa,
ao tratamento; diariamente.
 Perguntar sobre efeitos colaterais;

 Ver se o paciente tem um plano de ação por STEP IV: sintomas diários; acorda com crise asmática
escrito para asma; mais de uma vez na semana e tem baixa função
pulmonar.
 Quais são as atitudes e os objetios do paciente em
relação à sua asma? Preferencial: CI dose média + beta2 de longa duração,
diariamente.
Verificar comorbidades
*ou seja, a baixa função pulmonar demanda aumentar o
 rinossinusite, DRGE, obesidade, apneia obstrutiva corticoide para dose média.
do sono, depressão, ansiedade (podem contribuir
para o aparecimento dos sintomas e piora da *Dose média de corticoide: 800mcg de budesonida.
qualidade de vida.
STEP V: tem sintomas todos os dias. São pacientes que MEDICAMENTOS
mesmo usando a dose média de CI estão sintomáticos
ou exacerbando.  AGONISTAS B2-ADRENÉRGICOS:

Preferencial: CI dose alta + beta2 de longa duração. - são agonistas simpaticomiméticos, ou seja,
imitam o efeito a adrenalina/noradrenalina.
*Nesse estágio, há a opção de associar um LAMA
(antagonista muscarínico) junto com as duas - relaxam a musculatura lisa das vias
medicações acima. respiratórias;

Deve-se fenotipar, dosando o IgE e eosinófilos. - inibem a liberação de mediadores


Também é importante pedir uma tomografia de tórax e um broncoconstritores pelos mastócitos;
teste de função pulmonar mais completo, com o objetivo
- aumentam o transporte mucociliar.
de entender se o paciente tem alguma outra doença
associada ou qual seu fenótipo de asma. *B-2 de curta duração: são os broncodilatadores
mais eficazes e mais utilizados na asma; início
 Asma alérgica grave: associar omalizumabe
rápido e sem muitos efeitos colaterais sistêmicos;
(anti-IgE)
são a escolha nas crises de asma.
 O uso desse medicamento está restrito a pacientes
ATENÇÃO: O uso de beta-2 agonistas de curta
com asma alérgica grave que não é controlada
duração (SABA) em monoterapia no tratamento da
com o uso e corticoide inalatório + beta-2-
asma é contraindicado por causa do risco de
agonista de longa duração.
morte. Assim, nenhum paciente com asma deve
 Mecanismo de ação: é um anticorpo monoclonal receber apenas SABA como tratamento.
humanizado, ourindo de DNA recombinante, que se
- Exemplos: Salbutamol (aerolin) e fenoterol
liga seletivamente à IgE (imunoglobulina E)
(berotec).
circulante e bloqueia sua ligação com o receptor
na superfície dos mastócitos e basófilos. Isso - Início de ação: 1-5 min.
causa uma redução na liberação de mediadores
da resposta alérgica. - Duração: 3-4h.
*B-2 de longa duração: ação broncodilatadora e
protetora contra broncoconstrição por 12h ou
 Asma eosinofílica grave em adultos: associar mais; interessante no tratamento de manutenção
mepoluzimabe. da asma. Ação sinérgica com os corticoides (uso
combinado).
 O uso desse medicamento está restrito a pacientes
adultos com asma eosinofílica grave refratária ao - Efeitos colaterais: tremores (mais comum);
tratamento com coirticoide inalatório + beta-2- taquicardia e palpitações; hipocalemia; hipoxemia
agonista de longa duração. (desequilíbrio ventilação- perfusão). São comuns
na administração oral e parenteral, mas incomuns
 Mecanismo de ação: bloqueia a ação da
na inalatória.
interleucina-5, limitando a produção de
eosinófilos e sobrevivência de eosinófilos. - Exemplos: formoterol (Fluir) e salmeterol
(serevent).
 Também pode ser usado o dupilumabe: é um
anticorpo monoclonal que bloqueia a açõo da  CORTICOIDES INALATÓRIOS:
interleucina-4 e da interleucina-13
- Correspondem à terapia de manutenção de primeira
 Outras opções: adicionar corticoesteroide ora em linha;
dose baixa.
- Uma parte atua localmente nas vias respiratórias e
outra é absorvida pelas vias respiratórias e superfície
alveolar;
- Outra parte é depositada na orofaringe e absorvida
pelo TGI (metabolismo de 1 passagem - metabolização
hepática); - Podem ser usados antes da escolha de um
imunobiológico em uma asma não controlada, porque é
- Age na transcrição gênica: um medicamento mais barato.
- Modulação da síntese de citocinas; GRAVIDADE DA ASMA
- Inibição do acúmulo de basófilos, eosinófilos e Será classificada de acordo com a necessidade
outros leucócitos no tecido pulmonar; terapêutica para controle dos sintomas e
exacerbações. A gravidade não é uma característica
- Redução da permeabilidade vascular;
estática, mudando ao longo de meses ou anos. É
- Potencialização dos efeitos dos beta-2- importante não confundir gravidade com controle da
agonistas; asma, pois o controle será avaliado por meio de
questionários, já a gravidade será baseada na
- Redução da produção de muco; quantidade de medicação que o paciente necessita para
obter o controle (ficar sem sintomas).
- Controle da hiperreatividade brônquica.
 ASMA LEVE: é aquela bem controlada com as
- Excelente efeito anti-inflamatório;
primeiras linhas terapêuticas, seja apenas com
- Não tem efeito sobre a musculatura lisa (pouca ação medicamento de alívio, conforme a necessidade,
sobre a broncoconstrição). ou com tratamento de controle de baixa
intensidade, como os corticoides inalatórios - CI
- O uso contínuo dessas drogas em altas doses gera down em baixa dose.
regulation dos receptores B2 (manejo difícil nas crises) e
favorece efeitos colaterais sistêmicos.  ASMA MODERADA: doença bem controlada com
tratamento intermediário, com dose baixa de CI e
(*Down regulation: é quando há baixa concentração de beta-2-agonista de longa ação (LABA).
receptores nas células que receberão hormônio, ou seja
haverá baixa regulação hormonal nesta célula).  ASMA GRAVE: termo usado frequentemente para
descrever a intensidade dos sintomas, a
- Efeitos adversos locais: candidíase oral, disfonia, tosse e magnitude da limitação do fluxo de ar ou a
irritação na garganta. natureza de uma exacerbação. Acomete pacientes
com asma refratária e aqueles cuja resposta ao
- Exemplos: Budesonida e dipropionato de beclometazona.
tratamento de comorbidades é incompleta. Requer
tratamento com CI/LABA de alta dose, seja para
evitar descontrole ou não controle da doença
 ANTICOLINÉRGICOS/ANTAGONISTAS apesar do tratamento.
MUSCARÍNICOS
* é importante verificar a adesão do paciente ao
- Inibem competitivamente o efeito da acetilcolina nos tratamento, a técnica correta do inalador e
receptores muscarínicos; também as comorbidades (deve ser tratadas).

- Relaxamento da musculatura brônquica (tônus * Na reavaliação, é necessário avaliar a função


parassimpático); pulmonar.

- Diminuição da secreção brônquica. A espirometria deve ser feita anualmente, sendo


que nos pacientes mais graves, a cada 3-6 meses, com
- São drogas menos eficazes e que demoram mais para intuito de avaliar se existe perda progressiva funcional.
agir (30-60 min) na promoção de broncodilatação em
comparação aos B2 agonistas;
- Podem ser adicionadas de forma adjuvante nas crises
moderadas-graves de asma ou pouco responsivas à
terapêutica inicial;
- Tratamento de escolha para pacientes com
broncoespasmo por betabloqueadores;
- Exemplos: brometo de ipratrópio e tiotrópio.
AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO PARA DESFECHOS
RUINS DE ASMA

 Os fatores de risco para exacerbação são:


- Necessidade de intubação por causa da asma;
- Sintomas de asma não controlados;
- Ter tido 1 ou mais exacerbação nos últimos 12
meses;
- VEF1 baixo (medir a função pulmonar no início
do tratamento, depois de 3 a 6 meses para avaliar
o melhor valor pessoal e periodicamente depois
disso);
- Técnica incorreta do uso do inalador e/ou baixa
adesão ao tratamento;
- Tabagismo.
- Obesidade, gravidez, eosinofilia sanguínea.
FORMOEROL

LADD - BEAA-L-ADRENERGICO

 Fatores de risco para limitação fixa do fluxo


aéreo são:
- Sem tratamento com corticoide inalatório,
tabagismo, exposiçao ocupacional, hipersecreção
de muco, eosinofilia sanguínea.

 Fatores de risco para efeitos colaterais da


medicação, incluem:
- Uso frequente de corticoesteroides orais, doses
altas/potentes de corticoide inalatório, inibidores
do citocromo P450.
ACOMPANHAMENTO
Função pulmonar ruim é um preditor independente
de exacerbação e de piores desfechos. É necessária a
avaliação da função pulmonar para acompanhamento. Um
dos fatores que permite descalonar medicamentos é a
função pulmonar normal.
Em média, faz-se uma espirometria de 3-6 meses
após o diagnóstico. Após isso, pelo menos uma por ano,
se o paciente estiver bem controlado. Caso não esteja, faz
de 3-6 meses.
Mutações no gene SERPINA1 que levam à
deficiência de alfa-1-antitripsina é um fator de risco
genético relevante, porém raro.
->

POL
Outras:

DEFINIÇÃO - Baixo peso ao nascer;

É uma condição pulmonar heterogênea - Tamanho dos pulmões;


caracterizada por sintomas respiratórios crônicos
(dispneia, tosse, produção de escarro, exacerbações) - Desnutrição;
devido a anormalidades das vias aéreas (bronquite, - Infecções recorrentes;
bronquiolite) e/ou alvéolos (enfisema) que causam
persistência, muitas vezes progressiva, de obstrução ao - Sexo feminino.
fluxo de ar. É uma doença prevenível, tratável e
QUADRO CLÍNICO
progressiva.
Tosse crônica (produtiva ou improdutiva)
É a quarta doença que mais mata no Brasil e a
terceira causa de morte no mundo, possuindo grande Dispneia
impacto econômico. Mais a metade dos pacientes com
DPOC podem não ter o diagnóstico apropriado em todo o Limitação da atividade física
mundo.
Fadiga/exaustão

Sibilos inspiratórios e/ou expiratórios

Os pacientes geraLmente se queixam de dispneia


(a dispneia crônica é o sintoma mais característico),
limitação de atividade fisica e/ou tosse com ou sem
produção de escarro e podem apresentar eventos
respiratórios agudos por aumento dos sintomas
respiratórios chamados exacerbações que requerem
medidas preventivas e terapêuticas específicas. A
obstrução ao fluxo aéreo também pode estar presente
sem dispneia crônica e/ou tosse e produção de escarro e
vice-versa.
FATORES DE RISCO
A tosse crônica costuma ser o primeiro sintoma da
A DPOC resulta de interações entre genes e DPOC. Inicialmente, pode ser intermitente, mas
ambiente que ocorrem ao longo da vida do indivíduo e que posteriormente passa a ser diária. Pode ser produtiva ou
podem danificar os pulmões e/ou alterar seu improdutiva.
desenvolvimento/envelhecimento normal.
Em alguns casos, pode haver obstrução do fluxo
As principais exposições ambientais são o aéreo sem presença de tosse. Na DPOC grave, os acessos
tabagismo e a inalação de partículas tóxicas e gases de de tosse podem causar síncope, devido ao aumento rápido
poluição do ar doméstico e externo; outros fatores como na pressão intratorácica.
desenvolvimento pulmonar anormal e envelhecimento
Os pacientes com DPOC geralmente levantam
acelerado do pulmão também podem contribuir.
pequenas quantidades de escarro com a tosse. A produção
regular de escarro por 3 ou mais meses em dois anos
consecutivos (na ausência de outras condições que a livres de oxigênio, mas também vão produzir citocinas pró
expliquem) é a definição clássica de bronquite crônica (o -inflamatórias, além de produção de elastase neutrofílica
enfisema e a bronquite crônica são as duas principais e metaloproteinases. Há um desbalanço com mais
ocorrências de DPOC). proteases do que antiproteases.

Sibilos inspiratórios e/u expiratórios podem estar *As metaloproteinases são enzimas que digerem proteínas da matriz
presentes na ausculta. extracelular e que apresentam funções importantes em diversos
processos biológicos, como morfogênese, e em todos os estágios da
O aperto no peito geralmente segue o esforço, é cicatrização: reparação tecidual e remodelação em resposta à injúria.
mal localizado, é de caráter muscular e pode surgir da Tudo isso converge em dano tecidual, que pode
contração isométrica dos músculos intercostais. atuar em 2 esferas: ou atua no parênquima pulmonar ou
A fadiga é a sensação subjetiva de cansaço ou a nível das pequenas vias áreas. Se atuar no parênquima,
exaustão e é um dos sintomas mais comuns e angustiantes causará coalescência do espaço aéreo e destruição dos
experimentados por pessoas com DPOC. Geralmente, os septos interalvaolares.
pacientes descrevem como uma sensação de "cansaço
Isso diminui o recolhimento elástico pulmonar, além de
geral" ou uma sensação de esgotamento de energia". Isso
diminuir a tração radial das pequenas vias aéreas
afeta as atividades de vida diária e a qualidade de vida
(predomínio do enfisema).
do paciente.
Se for a nível de pequenas vias aéreas, haverá
Na doença grave: perda de peso, perda de massa
uma cascata de eventos: inflamação das vias aéreas ->
muscular, depressão, ansiedade.
aumento na produção de glândulas -> hipersecreção de
muco -> além de hipertrofia da musculatura lisa com
fibrose subepitelial e neovascularização (predomínio da
PATOGÊNESE E FISIOPATOLOGIA bronquite crônica). A bronquite crônica leva a uma
alteração da difusão com hipoxemia e a bronquite com o
Primeiramente, ocorre a exposição a partículas e
enfisema convergem para que haja obstrução
gases tóxicos, que podem liberar diretamente radicais
heterogênea fixa ao fluxo aéreo.
livres de O2 ou podem ir até as vias aéreas distais e
causar um prejuízo ao transporte mucociliar, quebrando a A parede bronquiolar em indivíduos com DPOC é
barreira epitelial nos bronquíolos terminais. A partir disso, mais espessa, apresenta hipertrofia da camada muscular,
uma APC (célula apresentadora de antígeno) vai mostrar o muitas glândulas e hipersecreção de muco. Se há um
antígeno ao linfócito TCD8+ e se diferenciar em resposta excesso de muco com uma diminuição da tração elástica
th1, principalmente neutrofílica. Também há aumento no pelas fibras de elastina, a vida aérea perde parte de
número absoluto de macrófagos alveolares (são sua sustentação. Assim, quando o paciente precisar
disfuncionais). expirar, o ar ficará represado, causando a obstrução
ao fluxo aéreo.
*O número de macrófagos alveolares no paciente portador de DPOC é
aumentado proporcionalmente com a gravidade do enfisema, porém *O paciente tem a elastância pulmonar reduzida (ao insuflar o pulmão,
eles têm uma capacidade fagocítica (remoção do material apoptótico) ele volta muito devagar ao estado anterior). Por isso, ele terá um
muito reduzida, o que pode contribuir para o aumento de infecções tempo expiratório aumentado. Ou seja, ele precisa de um tempo maior
respiratórias e a não resolução do processo inflamatório. Há, então, para pôr o ar para fora. Isso explica a fisiopatogênese da retenção
aumento da colonização bacteriana e persistência da inflamação. crônica de CO2.

Os elementos celulares mais importantes na


inflamação na DPOC são as células epiteliais, os
neutrófilos, os macrófagos alveolares e os linfócitos
CD8, assim como, durante os períodos de exacerbação, os
eosinófilos.

Essas células inflamatórias vão produzir radicais


*Na imagem da esquerda temos uma via aérea normal, com septos
interalveolares intactos, parede fina e lúmen com diâmetro normal.

*Na imagem da direita, temos uma via aérea com DPOC. Há espessura
da parede alveolar, ruptura dos septos, além de hiperssecreção de
muco.

Outros processos derivados do estresse oxidativo e


que aceleram a perda da função pulmonar são:
encurtamento telomérico, danos ao DNA, senescência
DIAGNÓSTICO
celular e disfunção mitocondrial.
 História Clínica
Isso nos faz perceber que a DPOC é uma patologia
multifatorial e que não fica restrita aos pulmões, pois, por - Tabagismo/exposição ocupacional.
se tratar de uma doença inflamatória crônica, este
paciente terá outras comorbidades (problemas - Tosse crônica
cardiovasculares, osteoporose, fraturas, etc), pois o
- Dispneia
ambiente inflamatório o deixa mais sucetível a outras
patologias associadas (as citocinas liberadas pelo pulmão - Presença de comorbidades
também agem em outros locais).
- Manifestações extrapulmonares
A partir dos 25 anos de idade, indivíduos
saudáveis começam a ter uma diminuição da sua  Exame físico
capacidade pulmonar, mais ou menos 20 ml/ano. Porém,
em pessoas que são expostas a partículas tóxicas e/ou
fumam é muito mais acelerado e acentuado.
*Perfil fenotípico dos pacientes: enfisematoso (esquerda)  Tomografia de tórax
e bronquítico (direita).

O exame físico de indivíduos com suspeita de DPOC


deve procurar por sinais de hiperinsuflação pulmonar
(tórax em barril, hipersonoridade à percussão do tórax,
ausência de íctus, bulhas abafadas, excursão
diafragmática reduzida), os quais estão geralmente
presentes na doença avançada, além de sinais de
obstrução ao fluxo aéreo (sibilos, expiração prolongada)
e presença de secreção nas vias aéreas (roncos).

A oximetria de pulso, por ser de baixo custo, deve


ser incluída no exame físico da pessoa com DPOC. É
importante também medir o peso e a altura (IMC) e
avaliar sinais de desnutrição e consumo muscular, que
comumente acompanham os casos de DPOC graves. Enfisema parasseptal: (setas azuis) ocorre na periferia
do pulmão. Nesse tipo de enfisema há lucências
 Radiografia de tórax subpleurais em uma única camada, com predomínio nos
lobos superiores e paredes finas, e formação de grandes
bolhas. O enfisema parasseptal pode ocorrer de forma
concomitante ao enfisema centrolobular (setas vermelhas).

*Geralmente associado a pneumotórax.

Enfisema centrolobular ou centroacinar:

- Aumento dos espaços intercostais;

- Coração "em gota";

- Aumento do diâmetro anteroposterior;

- Aumento do recesso retroesternal;

- Diafragma retificado.
É o tipo de enfisema mais comum e é consequente
*Geralmente observamos isso no paciente com enfisema. à dilatação ou destruição dos brônquios controlados
(setas vermelhas). No enfisema centrolobular há múltiplas
pequenas lucências de paredes finas com domínio nas
regiões superiores. Em azul, a associação com enfisema
parasseptal e associada com bolhas.
*Está no centro do lóbulo pulmonar secundário. É mais  Diagnóstico diferencial
associado ao tabagismo e predomina nos lobos superiores.
CARACTERÍSTICAS ASMA DPOC
Enfisema panlobular
Progressão da crônica, não crônica e progressiva
doença progressiva

Tipo de inflamação eosinofílica, TCD4+ neutrofílica, TCD8+

Anatomia vias aéreas vias aéreas +


parênquima
pulmonar

Reversibilidade da pode estar presente ausente


obstrução

Declínio funcional leve acelerado

Tabagismo geralmente ausente geralmente presente

Resposta ao boa em resposta


corticoide inalado

Distribuição difusa com predomínio nos lobos Resposta ao boa apenas em 15-25%
broncodilatador
inferiores e a presença de bolhas. Ocorre na deficiência de
alfa-1-antitripsina.

 Espirometria  AVALIAÇÃO/ESTADIAMENTO
A espirometria pós-broncodilatador é necessária Os objetivos da avaliação/estadamento da DPOC são
para o diagnóstico, classificação da DPOC e tratamento determinar:
não farmacológico. Não é recomendada para direcionar o
tratamento farmacológico. 1 - o grau de obstrução ao fluxo aéreo;

É um exame de função pulmonar global e vai 2 - O impacto da doença na saúde do paciente;


dividir os pacientes em doença obstrutiva, restritiva ou
3 - O risco de eventos futuros, como exacerbações,
paciente normal.
admissões hospitalares e óbito.
As doenças obstrutivas vão ter relação VEF1/CVF
CLASSIFICAÇÃO - ESPIROMETRIA
reduzida (VEF1/CVF <0,7), principalmente o VEF1
reduzido, pois o paciente terá dificuldade em pôr o ar *Vale para pacientes que já têm um VEF1/CVF <0,7.
para fora na expiração. Essa relação será avaliada pré e
GOLD 1 (leve) VEF1> ou igual a 80% (do
pós-broncodilatador. Se pós-broncodilatador essa relação
previsto)
for menor que 0,7, tem-se uma obstrução fixa ao fluxo
aéreo (ou seja, mesmo com o broncodilatador, a obstrução GOLD 2 (moderada) Entre 50% e 79% (do previsto)
continua).
GOLD 3 (grave) Entre 30% e 49% (do previsto)

GOLD 4 (muito grave) < 30% (do previsto)

**A espirometria não diferencia asma de DPOC, a não


ser no caso específico de ter um resultado totalmente
normal da espirometria após o broncodilatador.
- Moderado: 11-20

CLASSIFICAÇÃO - DISPNEIA - Grave: 21-30

ESCALA DE DISPNEIA mMRC - Muito grave: 31-40

0 Apenas com esforços intensos

1 Ao subir ladeira, escadas ou ao


andar rapidamente no plano

2 Anda mais devagar que as outras


pessoas da mesma idade

3 Para durante caminhada <100m


ou alguns minutos no plano

4 Em repouso ou para vestir-se

CLASSIFICAÇÃO COMBINADA

TRATAMENTO

OULABD or LAMA

CAT (DPOC ASSESSMENT TEST)

Avalia o estado de saúde de pacinetes com DPOC Grupo A: paciente sem ou com poucos sintomas e livre de
por meio de quantificação do impacto de sintomas comuns exacerbações. Prescreve-se medicação, se preciso.
da DPOC (tosse, secreção, aperto no peito, falta de ar ao
subir ladeiras/escadas, limitação das atividades  Beta-2- agonista de ação curta (salbutamol).
domésticas, confiança ao sair de casa, sono e energia) na GRUPO B: paciente sintomático, que teve nenhuma ou uma
vida dos pacientes. A pontuação de cada item varia de 0 exacerbação e não precisou de hospitalização. Tem falta
a 5, o que significa que a pontuação total varia de 0 a 40. de ar para caminhar no plano e andar com pesssoas da
Quanto maior a pontuação no CAT, pior o estado de saúde. sua própria idade.
O ponto de corte >10 ou igual a 10 indica um estado de
saúde comprometido.  LABA - beta-2- de longa duração (formoterol,
etc) + LAMA - antimuscarínicos de longa ação
- Leve: 6-10 (tiotrópio, umeclidíneo).
*Esse é o tratamento de primeira escolha.

GRUPO E: pacientes com duas ou mais exacerbações no


último ano ou que tiveram uma ou mais hospitalizações.

 LABA + LAMA

 Em casos de eosinófilos >300, associa-se o


corticoide inalatório.

 Se o paciente também for asmático, sempre deve


ser usado o corticoide.

* Se o paciente adere bem ao tratamento e utiliza o


dispositivo corretamente, e mesmo assim tem
exacerbações, pode-se utilizar um inibidor da PDE 4
(roflumilast -> se ele tiver um VEF1 <50% e for bronquítico
crônico) ou um macrolídeo (azitromicina 500mg ->
paciente ex-fumante).

*OXIGENOTERAPIA: oxigênio administrado continuamente.

Se Pao2 estiver abaixo de 55mmHg, o paciente


tem indicação de oxigênio (em contexto de estabilidade
clínica).

Se a Pao2 está acima de 55mmHg, porém ele


apresenta hipertensão pulmonar e/ou policitemia
(aumento do hematócrito), também tem indicação.
DEFINIÇÃO:

Crise ou exacerbação é um agravamento agudo ou subagudo dos sintomas e da função pulmonar em relação ao
estado habitual do paciente.

*O paciente estava estável e algo desencadeou a crise: cheiro forte, quadro viral, etc.

É importante que todos os pacientes possuam um plano de tratamento da asma para que ele saiba identificar, em
casos de piora, se necessita de atendimento emergencial ou se pode resolver em casa.

Nesse plano de ação devem estar descritos: as medicações utilizadas, quais pode utilizar na hora da crise, quando
deve usar o corticoide oral e quando procurar assistência médica. Inclusive o próprio paciente pode realizar o pico de fluxo
em casa para saber, de acordo com os valores, se precisa ou não ir à emergência.

FATORES PARA MAIOR RISCO DE MORTALIDADE:

 Qualquer antecedente de asma quase fatal, exigindo intubação e ventilação mecânica;

 Hospitalização ou atendimento de emergência nos últimos 12 meses;

 Pacientes que não aderem ao tratamento;

 Pacientes que usam corticoide oral;

 Pacientes em uso excessivo de SABA;

 História psiquiátrica;

 Alergia alimentar.

*Devemos ficar mais atentos quando estes pacientes chegam à emergência.

TRATAMENTO DA EXACERBAÇÃO
 ATENÇÃO PRIMÁRIA

 Primeiro devemos realizar uma avaliação clínica para ter certeza que é uma crise asmática. Também é necessário
identificar se existe fator de risco para morte por asma e qual seria a gravidade da exacerbação.

 Ver se o paciente está confuso ou apresenta tórax silencioso. Além disso, se FR elevada, FC elevada, tiragem
intercostal (pacientes com esses sintomas devem ser transferidos urgentemente para uma unidade de emergência).

 LEVE OU MODERADA: frequência cardíaca de 100 a 120 bpm, pronuncia frases completas, prefere ficar sentado a
ficar deitado (ao deitar perdemos 40% da função do diafragma) e não está agitado. FR aumentada (abaixo de 30).
Não usa musculatura acessória.

 SABA 4 a 10 inalações + espaçador - repetir a cada 20 min por 1 hora.

 Prednisona via oral - adultos 1mg/kg, máx 50mg.

 Oxigênio controlado, se disponível. A saturação almejada é entre 93 e 95%.

Todo paciente que tem uma crise asmática deve sair da unidade de saúde com uma prescrição médica, com o objetivo
de controlar os sintomas e evitar uma nova exacerbação. Deve ser realizado o acompanhamento pela unidade básica de
saúde. Sempre é importante avaliar a técnica inalatória e se o paciente está aderindo ao tratamento.

 GRAVE: pronuncia palavras isoladas, senta-se inclinado para frente, está agitado. FR > 30/min, uso de musculatura
acessória. Frequência de pulso > 120, saturação de O2 < 90%. PFE < ou igual a 50%. Se o paciente apresenta qualquer
um desses itens, está em uma crise grave. Se não apresenta nenhum deles, é leve ou moderada. Deve ser encaminhado
para um serviço de emergência e, enquanto aguarda, administrar SABA, oxigênio e corticoesteroide oral ao paciente.

 SERVIÇO DE URGÊNCIA:

 Avaliação inicial: A (vias aéreas), B (respiração), C (circulação).

 Avaliar se o paciente apresenta sonolência (sinal de hipoxemia ou hipercapnia), confusão ou tórax silencioso -> são
sinais de insuficiência respiratória aguda grave. O paciente deve ser encaminhado para a UTI, receber SABA e
oxigênio e ser preparado para a intubação.
 Se o paciente não apresenta os sinais e sintomas acima de maior gravidade, deve-se fazer uma nova avaliação, e
segundo o estado clínico, definir se é uma crise leve/moderada ou grave (mesmos parâmetros utilizados no quadro da
UBS).

 LEVE OU MODERADA:

 Inicialmente, usa-se um beta agonista de curta ação (SABA - salbutamol).

 Deve-se considerar o uso de brometo de ipratrópio (anticolinérgico de curta ação/SAMA/atrovent - mesma coisa),
nos casos em que o paciente não responde ou em crises mais graves (*na prática, usa-se os dois juntos, caso o
SAMA esteja disponível).

 Oxigênio controlado: para manter a saturação entre 93 e 95%.

 Corticoesteroide oral: prednisolona.

 O ideal é que o paciente fique, no mínimo, de 2 a 3 horas em observação.

 GRAVE:

 Inicialmente, usa-se um beta agonista de curta ação (SABA).

 Deve-se considerar o uso de brometo de ipratrópio.

 Oxigênio controlado: para manter a saturação entre 93 e 95%.

 Corticoesteroide oral ou intravenoso: se o paciente estiver muito grave, pode-se fazer a hidrocortisona (é um
mineralocorticoide, é o mais disponível nas emergências. Usar baixas doses).

 Se o paciente ainda assim não melhorar, é autorizado o uso de sulfato de magnésio intravenoso (2g diluído no soro).

 O ideal é que esse paciente fique em observação por pelo menos 12h ou seja internado.
APÓS UMA EXACERBAÇÃO:

- Acompanhar todos os pacientes regularmente.

- Identificar, na consulta, o que causou a crise.

- Ver a adesão do paciente ao tratamento.

- Verificar a técnica correta do inalador.

NÃO FAZEM PARTE DA ROTINA:

 Metilxantinas: não se utiliza de rotina, mas podem ser usadas em casos de extrema urgência em que não tem o
sulfato de magnésio.

 Fisioterapia respiratória: não é indicada na crise imediada, pois o paciente pode piorar o broncoespasmo.

 Mucolíticos: pioram a tosse e o broncoespasmo.

 Sedação: contra-indicada pelo efeito depressor respiratório e pode piorar o broncoespasmo.

 INDICAÇÃO DE EXAMES:

 Gasometria: sinais de gravidade, PFE < 30% após tratamento ou SaO2< ou igual a 93%.

 Radiografia de tórax: suspeita de pneumotórax ou pneumonia.

 Hemograma: suspeita de infecção.

 Eletrólitos: na coexistência de doenças cardiovasculares, uso de diuréticos ou altas doses de broncodilatadores. O


beta 2 agonista pode ter como efeito colateral a hipocalemia.
 Bronquite crônica (tosse com expectoração, por
pelo menos 3 meses consecutivos nos últimos dois
anos)
P4 academy
 Uso de antibioticoterapia
 Definição:
 Exacerbações anteriores
Exacerbação é um agravo das condições do
paciente, do seu estado de estabilidade e de sua situação  Eosinofilia no sangue
diária, este agravo é agudo e necessita de tratamento  Múltiplas comorbidades (DRGE, ICC, etc)
adicional ao já utilizado. Segundo a GOLD, uma
exacerbação da DPOC é definida como um evento Existem diversos fatores que podem desencadear
caracterizado por dispneia e/ou tosse e escarro que uma exacerbação, como cigarro, poluição, bronquiectasias,
piora em < 14 dias. As exacerbações da DPOC são infecções virais e bacterianas, exacerbações anteriores e
frequentemente associadas ao aumento da inflamação comorbidades. Por isso, a prevenção é importante, com
local e sistêmica causada por infecção das vias aéreas, medidas como: cessação do tabagismo, atividade física,
poluição ou outras agressões aos pulmões. nutrição e vacinação.

 Devemos avaliar 3 parâmetros para avaliar os  Diagnóstico:


pacientes com DPOC:
Sempre que o paciente tem uma exacerbação, há
 Dano: usa-se a espirometria, avaliando o VEF1. aumento do processo inflamatóro, piora da qualidade de
vida e da função pulmonar. Exacerbações repetidas
 Sintomas: usa-se MMRC modificado (maior ou diminuem a sobrevida do paciente, por isso, o tratamento
igual a 2) e CAT (maior ou igual a 10). deve ser bem direcionado. Não existe um teste específico
que confirme a exacerbação da DPOC, sendo baseado na
 Exacerbações: se o paciente apresenta duas
história clínica e no quadro clínico do paciente.
exaceerbações ou mais por ano ou uma
exacerbação grave com hospitalização.  Causas de exacerbações:
*Lembrar que serão classificados em A, B e E. As principais causas são bacterianas (50-70% dos
casos - principal agente infeccioso é o pnemococo) ou
 Sintomas que devem ser avaliados,
virais, porém, pode haver causas não infecciosas, como
principalmente:
poluição, uso errado de medicação, baixa temperatura,
 Aumento da dispneia progressão da doença.

 Aumento da expectoração Outras causas: TEP, pneumotórax, câncer, arritmias,


insuficiência cardíaca, fratura de costela.
 Mudança no aspecto da secreção
 Diferença entre causa viral e bacteriana
*É sempre importante quando o paciente chega na
urgência, ver diagnóstico diferencial para ver se é uma Geralmente a cor do escarro é diferente nas duas.
exacerbação ou outro acometimento (IAM, TEP, PAC, Quando a coloração é muito amarelada purulenta,
penmotórax, arritmias, etc). geralmente é bacteriana, junto com a elevação da PCR.

 Fatores de risco para exacerbações: Existem alguns marcadores para ajudar nessa
diferenciação, como a procalcitonina - na bacteriana e >
 Idade avançada 0,25 e na viral <0,1 - que geralmente se eleva na infecção
 Obstrução grave ao fluxo aéreo bacteriana. Porém, é um exame caro e que demora cerca
de dois dias para o resultado.
 Gravidade da DPOC
 Critérios de Anthonisen:  Objetivos do tratamento:

Usados para ver a necessidade de antibiótico na DPOC. Minimizar o impacto negativo da exacerbação
atual e prevenir o desenvolvimento de eventos
a) aumento da tosse subsequentes. Dependendo da gravidade de uma
b) aumento da dispneia exacerbação e/ou da gravidade da doença subjacente,
uma exacerbação pode ser controlada seja em regime
c) aumento do volume e purulência do escarro ambulatorial ou hospitalar. Mais de 80% das exacerbações
são tratadas ambulatorialmente com terapias
Tipo I: todos os três sintomas
farmacológicas, incluindo broncodilatadores,
Tipo II: dois dos três sintomas corticosteroides e antibióticos.

Tipo III: qualquer um dos três sintomas

Se o paciente for tipo I ou tipo II, na maioria das  Manejo da exacerbação:


vezes fazemos o antibiótico. Se ele tem apenas um sintoma,
 Avaliar a gravidade dos sintomas, gases
que não aumento de volume e da purulência, pode ser que
arteriais e RX de tórax;
não necessite da antibioticoterapia.
 Oxigenoterapia e repetir gasometria arterial
(em 30 a 60 minutos) - o alvo é uma saturação
 Atualmente, as exacerbações são classificadas entre 88 e 92% (esses pacientes não
após a ocorrência do evento como: conseguem atingir uma saturação excelente de
100%, principalmente se já tem a doença há
 Leve (tratado apenas com broncodilatadores de mais tempo).
ação curta, SABAs)
Em casos em que o paciente não responde à
- FC e FR alta. oxigenoteria, usa-se a VNI (ventilação não invasiva). Só
deve ser utilizada se o paciente estiver colaborativo (sem
 Moderado (tratado com SABAs + antibióticos
sonolência, vômitos, etc) e com nível de consciência
e/ou coirticoesteroides orais)
adequada. É utilizada se o paciente está com acidose
- Muita dispneia respiratória e com hipoxemia, apesar da oxigenoterapia.
Em caso de não melhora ou não tolerância à VNI, deve-se
- FR>24 colher uma gasometria arterial. Caso o resultado seja pior,
- FC>95 é necessária a intubação.

- Saturação < 92 -> na gasometria: PaCO2 > 45 / A VNI melhora a troca gasosa, diminui o
PaO2 < 60 trabalho respiratório, diminui a duração da
hospitalização e aumenta a sobrevida do paciente.
 Grave (o paciente requer hospitalização ou visitas
ao pronto-socorro).  Broncodilatadores:

*Exacerbações graves também podem ser associa - Beta2 de curta duração (SABA), com ou sem
SAMAs, deve ser a terapia inicial. De preferência, deve ser
- PaCo2 >45 usado um espaçador.

- Acidose respiratória - Os broncodilatadores LABAs que o paciente já


usa devem ser iniciados assim que possível.
- Hipercapnia
 Corticoesteroide oral: deve ser usado em
dose baixa de 30-40mg - prednisolona / 5-7
dias (doses altas agravam o quadro). Usa-se
em todos os pacientes, exceto nos casos leves.

- Melhora a função pulmonar e a oxigenação;

- Encurta o tempo da crise e a duração da


hispitalização.

- Baixas doses de metilprednisolona foram


associadas com baixa mortalidade e baixo índice de
complicações.

 Antibiótico: deve ser iniciado em todos os


pacientes que possuírem critérios clínicos de
exacerbação por bactéria, por 5-7 dias.

 VNI

 Sempre: monitorar balanço, profilaxia para


TEV (tromboembolismo venoso) e tratar
condições associadas (ICC, arritmias, etc).

- Como proceder - paciente leve a moderado:

*avaliar a gravidade, gasometria, rx de tórax;

*oxigenoterapia nos que necessitam;

*manutenção dos remédios de uso diário;

*acrescenta-se o beta2 de curta duração (fixo, 4 jatos a


cada 4 horas, se possível com espaçador);

*corticoide oral para todos os pacientes que precisam ser


internados;

*antibiótico nos pacientes que precisam;

*medidas de suporte (hidratação, etc).


FATORES DE RISCO

- Presença de comorbidades, como DPOC, DM - diabetes


DEFINIÇÃO mellitus -, ICC - insuficiência cardíaca congestiva. Essas
são as principais comorbidades associadas à maior
As pneumonias são doenças inflamatórias agudas gravidade da pneumonia.
que acometem as vias aéreas terminais e o parênquima
pulmonar, causadas, mais comumente por vírus, bactérias - Tabagismo
ou fungos. O alvéolo estará preenchido por material
secundário a infecção. - Desnutrição

A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) é - Imunosupressão


definida como a infecção que se desenvolveu fora do - Dentes mal conservados
a
escatoe
ambiente hospitalar ou que se manifestou em até 48
horas após a internação. Se o paciente desenvolve os QUADRO CLÍNICO
sintomas depois de 48h após a admissão no ambiente
Tosse seca ou produtiva com expectoração
hospitalar, tem uma pneumonia hospitalar. É uma
condição mais frequente nos primeiros anos de vida e nos
↳BER amarela ou esverdeada;
idosos com mais de 65 anos de idade. Este fato decorre Dor torácica que piora com a respiração profunda;
porque nos extremos da vida o sistema imunológico não
está plenamente funcionante para evitar as infecções. Febre (Temperatura > 37,8 °C);

ETIOLOGIA Sintomas gerais (Confusão mental, delírios,


cefaleia, sudorese, calafrios, dores musculares etc).
Apesar da vasta microbiota respiratória, o
Streptococcus pneumoniae permanece como a bactéria EXAME FÍSICO

-camisamsunniE
chos
->
MACICE 2

de maior prevalência dentre os agentes etiológicos. A


- Taquipneia
↓e
AUSENCIA

Al
OG
-
tabela a seguir demonstra os agentes etiológicos mais
comuns em cada classificação clínica e gravidade, em - Presença de estertores, roncos;
ordem decrescente. *
DECORAR
- Frêmito toracovocal aumentado
PAC ambulatorial Internados (não Internados em UTI
(leve) em UTI) (grave) - Broncofonia ->
vor SEM NIOE2

Streptococcus Streptococcus Streptococcus - Pectoriloquia VO2 NIIOD

trabalata
->

pneumoniae pneumoniae pneumoniae onecist


DIAGNÓSTICO

vermaortba
~

Mycoplasma Mycoplasma Bacilos gram-


É dado por meio de quadro clínico + exame
pneumoniae pneumoniae negativos
físico + radiografia de tórax.
(pseudomonas)
Para avaliar a gravidade da pneumonia, usamos
Chlamydia Chlamydia Haemophylus alguns scores como o CRB-65 e o CURB-65.
pneumoniae pneumoniae influenzae
RADIOGRAFIA DE TÓRAX
Vírus Vírus Legionella sp.
respiratórios respiratórios Deve ser feita em PA e perfil. É essencial para o
diagnóstico, avaliação da gravidade e detecção de
Haemophylus Haemophylus Staphylococcus complicações na PAC. Os achados radiológicos incluem
influenzae influenzae aureus consolidação lobar, focos de consolidação, opacidades
Legionella sp. Vírus influenza intersticiais e cavitação. Não é possível distinguir
etiologias por meio do rx. I
de
cia
~

-
PCR A
se INTERNOSsabem
PRO-CALCIONINA
Esboterbra onzisbresEDEMD
Mest


Só deve ser repetida após 6 semanas em pacientes
com mais de 50 anos, grandes fumantes e em pacientes
com um infiltrado difuso; ou na persistência dos sintomas
e achados anormais de exame físico.

Em casos da identificação de um derrame pleural


associado à pneumonia, com mais de 5 cm, deve-se
realizar uma punção.

A melhora radiológica demora 4 ou mais semanas.


Não há necessidade de repetir radiografia em pacientes
jovens, não tabagistas e sem outras comorbidades.

A seta indica o sinal do Broncograma aéreo, que


indica uma consolidação.

!
Habitualmente os brônquios não são visíveis à
radiografia ou tomografia. A visualização do ar no
ee

De
ourse interior dos brônquios intrapulmonares chama-se sinal
USG ob do broncograma aéreo e configura uma anormalidade.
-agor Esse sinal depende das densidades de água e gás. Se o
O uso de USG para identificar pneumonias é uma brônquio contém gás, para que seja visto na radiografia
prática recente, e a depender de como é realizado, tem ou tomografia do tórax ele deve estar cercado por
maior sensibilidade e acurácia do que a radiografia. É útil matéria com densidade de água.
para avaliar complicações como empiema e derrame

bus
O broncograma aéreo geralmente é visto em

Laure
pleural. Nesses casos, auxilia na realização da punção.
Possui uma especificidade de 100% para consolidação. e
e pneumonia, situação em que os espaços alveolares ao
redor dos brônquios são necessários para função e
TC DE TÓRAX formam esse contraste entre as densidades de ar e água
(seta), mas também pode ser encontrado no edema
É muito sensível para identificar o acomentimento
pulmonar, nos infartos pulmonares, em alguns lesões
pulmonar, porém, como é uma grande carga de radiação,
pulmonares crônicas e no câncer.
é necessário ser bem indicada. Geralmente, é solicitada
em casos de tratamento ineficaz, pacientes SCORES DE GRAVIDADE E LOCAL DE TRATAMENTO
imunossuprimidos, radiografias não esclarecidas, obesos e
diabéticos.  CURB-65

Os critérios para CURB-65 são:

C – Nível de consciência;

U – Ureia > 50 mg/dl;

R – Frequência respiratória ≥ 30 ipm;

B – Pressão sanguínea (blood pressure): PAS < 90 mmHg


e/ou PAD ≤ 60 mmHg.
65 – Idade maior que 65 anos. Somatória:

Somatória: 0: mortalidade baixa (1,2%) – provável tratamento


ambulatorial.
0-1: mortalidade baixa (1,5%) – baixo risco de
mortalidade, é preferível o tratamento ambulatorial; 1-2: mortalidade intermediária (8,15%) – avaliar o
tratamento hospitalar.
2: mortalidade intermediária (9,2%) – considerar
tratamento hospitalar. 3-4: mortalidade alta (31%) – hospitalização urgente.

≥ 3: mortalidade alta (22%) – portador de PAC grave,


necessidade obrigatória de internação
*
BECODM

0 -
1

Esse score é utilizado na indisponibilidade de


exames laboratoriais, por isso foi retirada a ureia.

TRATAMENTO

A escolha do antibiótico deve levar em consideração:

1) patógeno mais provável no local de aquisição da


doença;

2) fatores de risco individuais;

3) presença de doenças associadas; e

4) fatores epidemiológicos, como viagens recentes,


alergias e relação custo-eficácia

 Pacientes não internados (leve/ambulatorial):

-
Ficoe Para pacientes tratados em ambulatório,
A ureia elevada está associada com um pior recomenda-se o uso de um macrolídeo ou um
prognóstico, sendo um marcador de gravidade. O paciente betalactâmico - amoxicilina + clavulanato - em
com a infecção terá uma resposta inflamatória maior, monoterapia, para aqueles previamente sadios -> sem
levando a um maior grau de desidratação e ao aumento comorbidades, sem uso recente de antibiótico, sem fatores
da ureia. Os marcadores TNF alfa e IL-6 estão de risco para resistência, sem uso recente de antibióticos,
relacionados ao aumento da ureia. sem contraindicação ou história de alergias a essas
drogas.
 CRB-65

São utilizados os mesmos critérios anteriores,


agora excluindo o item de ureia plasmática acima de 50
mg/dl.
e
esse

-
Macrolídeo⑧ + betalactâmico (amoxicilina *IMPORTANTE: apesar de o ciprofloxacino ser uma
clavulanato + azitromicina) ou fluoroquinolona quinolona de 2 geração, não está recomendado no
(quinolona respiratória) sozinha é recomendado para tratamento da PAC, pois não possui cobertura contra o
tratamento inicial empírico de pacientes com doenças pneumococo e outros microrganismos gram-positivos.
associadas e fatores de risco, que não preenchem
critérios para internação.  Pacientes internados em UTI:
·
vor tikyl O Catario

*Esses fatores são: uso de antibiótico nos três meses anteriores, O tratamento de pacientes sem fator de risco, com
paciente vindo de regiões com altas taxas de resistência a PAC grave, sem risco para etiologia por psedomonas, é
macrolídeos e doenças associada (DPOC, doença hepática ou renal, semelhante ao sugerido para os tratados em enfermarias.
insuficiência cardíaca, alcoolismo ou imunossupressão.) É preciso avaliar os fatores de risco para adicionar
terapias específicas.

Macrolídeo (azitromicina) ou betalactâmico É importante fazer a hemocultura do escarro e


(amoxicilina+clavulanato): pacientes saudáveis. PCR para identificar o agente etiológico. Também podem
ser usadas doses baixas de corticoide de três a cinco dias,
Macrolídeo + betalactâmico ou quinolona respiratória
porém ainda não é um consenso.
(levofloxacino, moxifloxacino) em monoterapia: pacientes
com comorbidades.
Pode-se usar uma cefalosporina de terceira
geração com uma quinolona - a quinolona não deve ser
 Pacientes internados (hospitalar/moderada) utilizada sozinha.

Em casos de pacientes com fatores de risco, faz-se


Em pacientes internados em enfermarias, o
o uso de uma cefalosporina de quarta geração,
tratamento é realizado com antibióticos por via
piperacilina ou tazobactan, que são antibióticos de maior
parenteral. a

DO

Noovenos
↳ ,
we!
espectro.
Um macrolídeo, como a azitromicina associado a
um betalactâmico como cefotaxina ou ceftriaxona - Ceftriaxone ou Cefotaxina + macrolídeo
cefalosporinas de 3 geração. Ou ampicilina-sulbactam +
macrolídeo. Isso em pacientes sem comorbidades. Ampicilina/surbactam + macrolídeo

Ceftriaxone ou Cefotaxina + quinolona


Já em pacientes com comorbidades, a preferência
respiratória
é usar as fluoroquinolonas respiratórias, pois favorece a
desospitalização. Possuem uma boa cobertura

·
microbiológica, comodidade posológica e facilidade na
mudança de terapia parenteral para oral.
-> ANAGEND URINIMO ·
Macrolídeo + betalactâmico (cefalosporina de 3 geração ->
ceftriaxone ou cefotaxina): pacientes sem comorbidades.

Macrolídeo + ampicilina/sulbactam: pacientes sem


comorbidades.
->
UNO QUINOLONA

Fluoroquinolona respiratória (monoterapia): pacientes com


comorbidades.

Beta-lactâmico isolado pode ser utilizado se confirmada a

ti foor we
exclusão da legionella sp. (germe atípico)

e . e

Monobctricos
Se o esquema inicial não resolver, deve-se avaliar
os fatores de risco para realizar terapias específicas.
Como: pneumococo resistente, S.aureus resistente a
meticilina e pseudomonas.

PREVENÇÃO:

 Vacinação anti-influenza:

*Idade > ou igual a 60 anos.

Início do tratamento: *Enfermidades crônicas

O tratamento antibiótico deve ser iniciado dentro *Profissionais de saúde


das primeiras quatro horas após o diagnóstico.
 Vacinação antipneumocócica: VPP23 e PCV 13
O paciente deve apresentar melhora clínica em
até 72horas após o início da antibioticoterapia. Em casos *Idade > ou igual a 60 anos.
de não melhora, deve-se pensar se está desenvolvendo *Enfermidades crônicas
uma complicação, se o tratamento está correto ou se o
paciente tem outra patologia.

 Mudança para tratamento oral:

Os antibióticos intravenosos podem ser trocados


para o uso oral quando o paciente melhora clinicamente,
apresenta estabilidade hemodinâmica e tem condições de
ingestão do medicamento.

 Profilaxia:

A vacina previne pneumonia pneumocócica em


adultos jovens, mas a eficácia tende a declinar com a
idade e em pacientes imunocomprometidos.

INDICAÇÕES PARA INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA

Pacientes com PAC grave, pacientes que não


responderam à terapia empírica inicial ou pacientes
internados em UTI.
 Anestesia geral;

 Uso de medicações sedativas e antipsicóticas;

 Paradas cardíacas;

PNEUMONIA ASPIRATIVA  Doenças esofágicas (DRGE); uso de sondas.

São alterações do parênquima pulmonar  DPOC;


secundárias à macroaspiração, seja de conteúdo gástrico  Intubação emergencial;
ou orofaringe, seja de bactérias da cavidade oral. Resulta
na entrada anormal de fluidos, partículas ou secreção PNEUMONITE QUÍMICA
endógena nas vias aéreas inferiores.
Aspiração de conteúdo gástrico (pH muito baixo) -
A aspiração pode ser silenciosa (não acima de 70ml. Também é conhecida como síndrome de
testemunhada), considerada como uma aspiração passiva; Mendelson. O ácido gera uma lesão ao epitélio da mucosa
ou testemunhada, quando ocorrem vômitos ativos em traqueobrônquica e ao parênquima pulmonar, levando a
pacientes com reflexos laríngeos protetores prejudicados um processo inflamatório agudo. Normalmente é um
ou insuficientes. Esses casos são em geral denominados de processo estéril, porém pode evoluir com uma infecção
macroaspirações. As microaspirações geralmente bacteriana secundária. A aspiração de gasolina e
envolvem episódios repetidos e silenciosos de aspiração e querosene também provoca pneumonite química.
raramente causam sintomas agudos.
Isso leva a um processo inflamatório agudo do
A microaspiração de pequenas quantidades de pulmão. Normalmente ocorre em lobos inferiores,
secreções das vias respiratórias superiores é comum; mas segmentos superiores dos lobos inferiores e segmentos
esse material aspirado, geralmente, é eliminado pelos posteriores dos lobos superiores. A presença do ácido vai
mecanismos normais da defesa pulmonar. liberar citocinas, TNF-a e interleucina-8.

Utiliza-se o termo pneumonia por aspiração O ácido gástrico provoca queimadura química das
quando a capacidade de proteger as vias respiratórias vias respiratórias e dos pulmões, acarretando
inferiores é comprometida e/ou um grande volume é broncoconstrição rápida, atelectasia e edema. Essa
aspirado síndrome pode desaparecer de forma espontânea,
habitualmente em poucos dias, ou progredir para
Essa aspiração indevida pode ocorrer por dois mecanismos: síndrome do desconforto respiratório agudo.
 Alterações nos mecanismos de autodefesa:  Quadro clínico:
fechamento da glote, reflexo de tosse, refluxo
gastroesofágico, sonda nasogástrica, - Dispneia
endoscopia/broncoscopia, extubação recente,
- Taquipneia
deglutição inadequada.
nove 2

- Hipoxemia -
O

 Aspiração de grande quantidade de bactérias:


secundária ao rebaixamento do nível de - FC aumentada
consciência.
- Tosse (às vezes, com escarro róseo e espumoso)
FATORES DE RISCO
- Insuficiência respiratória (pode ocorrer essa evolução a
 Doenças neurológicas (AVE, convulsões, parkinson, depender da condição prévia do paciente)
demência), geralmente ocorrem problemas de
deglutição e dominuição do nível de consciência. - Febre baixa

 Consumo de álcool; - Ausculta modificada (crepitantes difusos e sibilos)


 Tratamento: que não desenvolvem abscesso (pacientes hospitalares,
home care), pois possuem uma colonização bacteriana de
O tratamento é de suporte, frequentemente orofaringe diferente. O mais comum é que ocorra uma
envolvendo suplementação de oxigênio e ventilação colonização mista.
mecânica. Antibióticos (um betalactâmico/inibidor da
betalactamase ou clindamicina) muitas vezes são Nas pneumonias aspirativas hospitalares, devemos
administrados para pacientes com aspiração gástrica pensar em anaeróbios e aeróbios gram-negativos e gram-
conhecida ou comprovada por causa da dificuldade de positivos. As bactérias mais frequentes são streptococcus,
excluir uma infecção bacteriana como um fator staphylococcus aureus e bacilos gram-negativos.
contributivo ou primário (principalmente se apresentar
Etiologias mais comuns de pneumonia aspirativa:
piora do quadro e sintomas sistêmicos); contudo, se os
pacientes melhoram rapidamente (reavaliar - Staphylococcus aureus e gram-negativas, como a
constantemente dentro das primeiras 72h), os antibióticos pseudomonas aeruginosa (bacilo gram-negativo mais
podem ser interrompidos. comum no ambiente hospitalar).
Pacientes com casos aparentemente leves podem  Quadro clínico:
ficar sob observação, sem introdução imediata de
antibióticos. Nos casos de não colonização, a resolução é A apresentação clínica é variável, dependendo da
relativamente rápida. condição prévia do hospedeiro e das bactérias envolvidas.
A febre é um sintoma comum. Sempre é importante
De imediato, deve-se tomar medidas para evitar avaliar os dentes dos pacientes para ver se existe a
um novo episódio, como proteção da via aérea - colocar o associação entre doença periodontal e o quadro. Os casos
paciente em decúbito lateral-; comer sentado; envolvendo microrganismos anaeróbios têm um curso mais
PNEUMONIA ASPIRATIVA BACTERIANA indolente e possui odor pútrido.

Indivíduos saudáveis comumente aspiram - Avaliação clínica: é importante ver se o paciente tosse
pequenas quantidades de secreções orais, mas os enquanto se alimenta, porque é risco para aspiração;
mecanismos de defesa normais geralmente eliminam o disfagia deve ser avaliada, se possível envolver a equipe
inóculo sem sequelas. A aspiração de grandes quantidades de fonoaudiologia; em casos de internamento é
ou a aspiração em um paciente com comprometimento das importante fazer um estudo microbiológico, como
defesas pulmonares com frequência provoca pneumonia, hemocultura, cultura do escarro e coloração de gram.
que pode evoluir para uma pneumonia necrotizante e ALém de PCR, procalcitonina e TC de tórax.
abscesso pulmonar. O local onde ocorre a aspiração tem  Diagnóstico: história clínica, fatores
influência na apresentação clínica e no manejo da doença predisponentes, radiografia e/ou TC de tórax.
(hospital, comunidade, home care, etc).
 Prevenção:
As pneumonias aspirativas são mais comuns nos
lobos inferiores (segmento superior do lobo infeior ou  Sempre um jejum antes de exames invasivos de via
posterior dos lobos superiores. Depende da posição em que aérea e procedimentos cirúrgicos;
o paciente estava na hora da aspiração, se em posição
 Alguns pacientes têm indicação de antibiótico
supina ou ortostática. É mais comum no lado direito
profilático - como pós-intubação na emergência -;
porque o brônquio principal direito é mais reto e mais
verticalizado, senndo mais fácil a entrada do aspirado.  Não se alimentar 8 horas e não ingerir líquido 2
horas antes de procedimentos eletivos com
Ao longo da história, eram mais comuns bactérias
anestesia.
anaeróbias (principalmente por problemas periodontais)
nas pneumonias aspirativas e em suas complicações  É importante avaliar deglutição - principalmente
(abscesso e empiema). Porém, as bactérias aeróbias vêm pós-AVE, pós-extubação da ventilação mecânica.
sendo bastante prevalentes, principalmente nos pacientes
 Realizar limpeza da cavidade oral, tratamento
dentário e remoção de dentes ruins. ABSCESSO PULMONAR:

 O decúbito deve ser no mínimo a 45 graus É um processo supurativo e necrótico de uma


(elevação da cabeceira - posição semirrecumbente) região circunscrita do parênquima pulmonar. Pode ocorrer
e alimentação em posição sentada. como uma complicação de pnemonia bacteriana. Há
formação de uma cavitação propriamente dita, onde
 Tratamento: ocorreu necrose e que possui um nível líquido, com um
 Ampicilina-sulbactam: 1,5 a 3g de 6 em 6 horas, parênquima normal ao redor. Na maioria das vezes, advém
Intravenoso. de uma macroaspiração.

 Amoxicilina-clavulanato: 875mg 2x ao dia, oral. A partir de um foco infeccioso bacteriano do


Piperacilina-tazobactam: 4,5g de 8 em 8 horas, parênquima há liberação de substâncias tóxicas,
intravenoso. interleucinas e TNFa, que levam a uma isquemia local e
necrose.
 Ceftriaxone: 1 a 2g 1x ao dia, Intravenoso.
Procedimentos cirúrgicos orofaríngeos, infecções
 Carbapenêmicos (meropenem, imipenem, sinobrônquicas, sepse dentária e bronquiectasia
ertapenem). desempenham papéis importantes no desenvolvimento do
abscesso.
 Fluorquinolonas: Levofloxacina (muito bom para
gram-negativos), moxifloxacina.

 Lincosamidas: clindamicina (aeróbios e


anaeróbios gram-positivos).

 Aminoglicosídeos: gentamicina.

*A professora não focou nas doses!

OBSTRUÇÃO BRÔNQUICA:

Ocorre quando há aspiração de líquidos ou


partículas não tóxicos ao pulmão, como a água, porém
Radiografia de tórax com cavitação de paredes espessas e
com uma aspiração em maior quantidade, levando a um
presença de nível hidroaéreo.
reflexo de fechamento da via aérea - broncoconstricção -,
como ocorre no afogamento. Também pode ocorrer em  Classificações:
casos de aspiração de corpo estranho, que também leva
à obstrução de um determinado segmento brônquico.  Abscessos únicos: os mais comuns. Geralmente se
encontram nos segmentos posteriores do pulmão, e
PNEUMONIA LIPOÍDICA: são causados por aspiração de material da
orofaringe.
A pneumonia lipoídica é considerada também um
tipo de pneumonia aspirativa. As causas incluem produtos  Abscessos múltiplos: mais raros e, sua causa
à base de petróleo (particularmente de baixa viscosidade, principal é a embolia séptica.
como a vaselina) e óleos laxativos (como óleo mineral, óleo
de mamona ou parafina).  Primários: aqueles causados por aspiração de
material da orofaringe.

80% dos casos, em indivíduos saudáveis ou


com risco de aspirar; em 20% após uma pneumonia
bacteriana grave.
 Secundários: ocorre em indivíduos que já *Lembrar que o streptococcus pneumoniae não é
possuíam uma patologia prévia, como tuberculose, frequente como causador de abscessos.
obstrução brônquica por carcinoma broncogênico,
corpo estranho, disseminção hematogênica
(endocardites, pielonefrites graves).

Também pode ocorrer por doenças


causadoras de imunodeficiência como a Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), transplante
de órgãos ou quimioterapia.

 Patogênese:

 Aspiração

 Disseminação hematogênica

 Obstrução brônquica (corpo estranho, tumor, etc)

 Extensão direta: empiema, abscessos mediastinais


ou subfrênicos; fístula traqueo ou brônquio-
esofágica.  Quadro clínico:
 Superinfecção ou infecção de via aérea  Febre e calafrios
disseminada.
 Tosse produtiva
 Microbiologia:
 Dispneia
- A flora geralmente é polimicrobiana (anaeróbios +
aeróbios), provenientes da macroaspiração.  Dor torácica
- Depende do ambiente em que o paciente está aspirando.  Hemoptise (porque tem cavidade, inflamação e
Se for em ambiente não hospitalar, ex: alcoolista crônico neoformação vascular).
ou com dentes em mal estado de conservação -
anaeróbios.  Perda de peso, anorexia, anemia.

As bactérias mais encontradas nos abscessos O quadro clínico mais comum são pacientes que
pulmonares refletem a flora anaeróbia de sulcos gengivais macroaspiram bactérias da cavidade oral -
como Peptoestreptocos, Prevotella, Bacterioides (Não principalmente bactérias anaeróbicas. Normalmente são
B.fragilis usualmente) e Fusobacterium spp. bactérias de menor virulência e os pacientes evoluem de
forma indolente/insidiosa.
- Se for decorrente de pneumonia, pensar em germes mais
virulentos, como staphylococcus aureus, kleibsiella e Alguns abscessos podem ser decorrentes de
outros gram-negativos, como a burkhodelria. infecções pneumônicas agudas graves, principalmente,
em ambientes hospitalares. Nesse caso, serão bactérias
- Outros patógenos : aspergillus, histoplasma,
mais virulentas, como algumas gram-negativas.
mycobaterium tuberculosis, entamoeba histolytica.
 Diagnóstico:
- Infecções oportunistas em imunocomprometidos:
pseudomonas aeruginosa e outros gram-negativos, além *Quando há suspeita de abscesso sempre é indicado fazer
de fungos. uma TC de tórax.
*Sáo diagnósticos diferenciais. *Diagnóstico diferencial: tuberculose, fungos e câncer.
 Aspiração transtorácica (quase não se usa por
causa do risco de lesão e contaminação)

 Ecocardiograma (em casos de endocardite)

 Toracocentese (em casos de derrame)

 Tratamento:

O tratamento em 70% dos casos: com antibióticos


inespecíficos. O tempo de antibiótico depende da melhora
clínica e radiológica do paciente. Em média, 4 ou mais
semanas. É uma antibioticoterapia prolongada.

A drenagem por cateter é realizada apenas em


exceções (nos que não respondem após 7 a 10 das de
antibiótico. Pode ser transtorácica (guiada por USG - mais
indicado) ou transbrônquica.

A broncoscopia é uma endoscopia da via aérea.


No caso do abscesso é usada para diagnóstico etiológico -
em pacientes que não conseguem eliminar o escarro
ativamente -, diagnóstico diferencial, ou retirada de PNEUMONIA NECROTIZANTE:
corpo estranho que obstrui o brônquio. Não é utilizada de A pneumonia necrotizante é uma complicação rara
rotina. Utiliza-se na suspeita de lesão endobrônquica. Às da pneumonia adquirida na comunidade associada à
vezes pode ser utilizada como forma de tratamento, em destruição do tecido pulmonar durante a infecção e
uma tentativa de drenagem. É usada em casos de aparecimento subsequente de focos de necrose em áreas
apresentações atípicas, diagnóstico incerto, pacientes consolidadas.
imunocomprometidos, corpo estranho e suspeita de
maligidade. É consequência de um quadro infeccioso pulmonar,
geralmente, causado por uma bactéria piogênica, que
A cirurgia só é indicada em caso de falha leva a uma destruição com formação de necrose. Ocorre
terapêutica, mesmo após drenagem. Ou em complicações, liquefação de áreas do pulmão. Pode levar posteriormente
como fístulas broncopleurais ou hemoptise (hemorragia à formação de um abcesso.
pós-tratamento do abscesso). Pode ser realizada uma
segmentectomia ou pneumectomia. Há pequenos múltiplos abscessos em um só lugar,
porém sem nível líquido, geralmente. As bactérias
*Possuem mortalidade elevada. produzem gás dentro da consolidação, levando a uma
*Complicações do abscesso: sepse, hemoptise, empiemas. necrose.

Ocorrem múltiplos processos inflamatórios,


liberação de IL e susbtâncias tóxicas da bactéria,
formando consolidações e cavidades dentro delas.

Abscesso pulmonar, pneumonia necrotizante e


gangrena pulmonar representam a progressão das
infecções pulmonares supurativas e são manifestações do
mesmo processo.
*Nem sempre o abscesso é mais grave. Dependendo da
etiologia, a pneumonia necrotizante pode ser pior.

A pneumonia necrotizante inicia-se como um


processo inflamatório focal que progride para a
destruição do parênquima pulmonar e formação de
múltiplas cavidades de reduzidas dimensões (menores
que 1 cm).

A congestão acentuada nos capilares alveolares


leva à formação de microtrombos e oclusão vascular.
Inicialmente pode haver áreas de arquitetura normal. Se
não completamente resolvido, o processo pode progredir
para abscesso pulmonar ou gangrena pulmonar e
rapidamente precipitar falência respiratória. A diminuição
da perfusão sanguínea nas áreas afectadas pode
comprometer a adequada penetração tecidular do
antibiótico.
sother
trit
sirbus
aeruginosa, que têm uma propensão a colonizar vias
-

respiratórias danificadas e para escapar dos


mecanismos de defesa do hospedeiro. A deficiência na
DEFINIÇÃO: refere-se à dilatação anormal e irreversível depuração mucociliar pode resultar de doenças
dos brônquios e bronquíolos, de forma focal ou difusa, congênitas como a fibrose cística ou a discinesia ciliar
causada pela destruição do tecido muscular e elástico, primária, e sugeru-se que uma única infecção intensa
resultante de ou associada a infecções necrotizantes pode causar uma lesão significativa e em deficiência na
crônicas. Classicamente foi classificada morfologicamente depuração das secreções.
em cilíndrica ou tubular (a forma mais comum), varicosa
ou cística. A presença de microrganismos incitaria a
persistência da reação inflamatória crônica, causando
danos à parede da via respiratória, prejuízo contínuo na
depuração de secreções e microrganismos, e propagação
constante do ciclo infeccioso/inflamatório. Também
acredita-se que as próprias toxinas liberadas diretamente
pelas bactérias podem interferir na depuração mucociliar.

Acredita-se que proteases, como a alfa-1-


antripsina, tenham um papel importante na neutralização
dos efeitos danosos da elastase neutrofílica e no aumento
Devido a pneumonias virais e bacterianas, pode da morte das bactérias. Além dos pacientes com enfisema,
ocorrer uma dilatação reversível do brônquio, chamada de tem-se observado bronquiectasias nos pacientes com
pseudobronquiectasia. Para que seja confirmada uma deficiência de alfa-1-antripsina.
bronquiectasia o dano deve ser permanente. É necessário
aguardar entre 6 meses a 1 ano para definir o Reações imunomediadas também podem levar a
diagnóstico. danos à parede brônquica, como na síndrome de Sjogren
e na artrite reumatoide.
ETIOLOGIA E PATOGENIA:

Obstrução e infecção são as principais condições


associadas à bronquiectasia. É provável que ambas sejam
necessárias para o desenvolvimento de lesões completas,
porém qualquer uma das duas pode ocorrer primeiro.

Após a obstrução brônquica, os mecanismos de


eliminação normais estão prejudicados, então há um
acúmulo de secreções distalmente à obstrução e
inflamação das via aéreas. Inversamente, infecções
severas dos brônquios levam à inflamação,
frequentemente com necrose, fibrose e eventualmente
dilatação das vias aéreas.

FISIOPATOLOGIA

O mecanismo mais citado para explicar a


bronquiectasia infecciosa é a "hipótese do ciclo vicioso",
que afirma que a suscetibilidade a infecção e
deficiência na depuração mucociliar resultariam em

mocas
colonização microbiana da árvore brônquica.

Existem microrganismos, como a pseudomonas


DOENÇAS ASSOCIADAS pulmonar
-
georot
- Baqueteamento digital (alguns pacientes)

- Perda de peso

*o exame físico pode ser normal.

Bronquiectasia SICA: pacientes que têm pouca secreção e


não conseguem expectorar. É predominante em lobos
&

superiores e pode evoluir para hemoptise.

Exacerbações: exame físico rico de achados, como:

- Estertores, sibilos, roncos, sopro tubário.

- Tosse, expectoração, pneumonias de repetição, dispneia,


hemoptise.

- Febre > 38 graus (pode ou não estar presente).

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À LOCALIZAÇÃO:


EXACERBAÇÕES
 FOCAL/LOCALIZADAS
Os quadros agudos de exacerbação de
 DIFUSAS
bronquiectasia geralmente são caracterizados por
alterações na natureza do escarro, com maior volume e
purulência, bem como aumento da tosse e dispneia.
Contudo, é possível que não estejam presentes os sinais e
sintomas característicos de infecção pulmonar, como febre
e infiltrados recentes.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico geralmente é feito com base na


apresentação clínica, com tosse crônica e produção de
escarro persistente, acompanhada por sinais radiográficos
consistentes.

 RADIOGRAFIA
QUADRO CLÍNICO:
Embora à radiografia simples do tórax falte
Tosse produtiva e persistente, com produção ativa de sensibilidade, a presença do sinal do “trilho do trem”
escarro, diária, principalmente pela manhã (principal indicando dilatação de vias respiratórias é mais
sintoma). consistente com o diagnóstico de bronquiectasia.

Dor torácica e hemoptise.

Fadiga e rinossinusite

Achados no exame físico:

- Estertores e sibilos difusos ou localizados à ausculta



Rawcospasmo

-obstSODS
~

probusto ot ·
-

s
exces EREDS
~

seckesbo

WIDSD
As setas mostram o sinal de anel de sinete, no qual uma via
respiratória dilatada (o anel) é adjacente a uma artéria menor (a
parte superior do anel). Normalmente, as vias respiratórias são do
mesmo tamanho ou menores que as artérias adjacentes

SINAL DO CACHO DE UVA

Liquida
com

 TC DE TÓRAX:

A TC do tórax é mais específica para


bronquiectasia e é considerada a modalidade de
aquisição de imagem preferencial para confirmação do Bronquiectasias císticas em lobos inferiores, algumas com nível
diagnóstico. O tipo de TC utilizada é a TCAR, que tem alta hidraéreo (nível líquido), caracterizando sinal de cacho de uvas.
resolução e faz cortes finos.
Eri SINAL DO TRILHO DO TREM
Dentre os sinais encontrados na TC estão dilatação
das vias respiratórias (detectada como linhas paralelas
em “trilho de trem” ou como “sinal do anel de sinete” -
área de via respiratória identificada em corte transversal
com diâmetro no mínimo 1,5 vez superior ao dos vasos
adjacentes), ausência de afinamento brônquico,
espessamento da parede brônquica das vias respiratórias
dilatadas, secreções condensadas.

SINAL DO ANEL DE SINETE

Dilatação brônquica em bronquiectasias com perda do afilamento


e espessamento das suas paredes, caracterizando o sinal do trilho
de trem.
SINAL DO DEDO DE LUVA A discinesia ciliar primária é doença hereditária
caracterizada por defeitos estruturais que prejudicam a
mecânica do movimento ciliar, resultando em redução
do clearance de muco das vias aéreas e dos seios da
face e em redução da motilidade espermática,
produzindo tosse produtiva, infecções pulmonares, sinusite,
otite média e infertilidade. Em aproximadamente 50% dos
casos, é associada a situs inversus, caracterizando a
Síndrome de Kartagener.

Em indivíduos com a síndrome, existe anormalidade


da estrutura ciliar com modificação da estrutura da
dineína, que desenvolve papel fundamental na
movimentação ciliar. Como resultado, há disfunção
sistêmica de estruturas ciliares: espermatozóides, tubas
Característica de impactação mucóide em brônquios dilatados uterinas, cavidade nasal, seios da face, ouvido médio,
(bronquiectasia). O caso em questão trata-se de Aspergilose traqueia, brônquios e outros.
Broncopulmonar Alérgica (ABPA). ↳
DLERGIA De
tibe
um
PADRÃO DE PERFUSÃO EM MOSAICO
A

funo

Radiografia de tórax com dextrocardia (posicionamento do


coração ao lado direito), silhueta hepática no hipocôndrio
esquerdo.

Artesana
Dilatações brônquicas e nódulos centrolobulares. Observe as INVESTIGAÇÃO ETIOLÓGICA NA BRONQUIECTASIA
diferenças de atenuação no parênquima pulmonar, com áreas mais
escuras entremeadas com áreas mais claras. Este é o chamado A evidência de bronquiectasias na TCAR costuma
padrão de perfusão em mosaico, compatível com aprisionamento ocorrer na investigação de pacientes com tosse produtiva
aéreo e observado em doenças obstrutivas pulmonares, incluindo crônica e/ou repetidas infecções respiratórias em vias
as bronquiectasias. aéreas superiores e inferiores, podendo ou não haver
SÍNDROME DE KARTAGENER alterações no raio X de tórax. Para esses pacientes,
recomenda-se a investigação etiológica após a
A Síndrome de Kartagener (SK) é uma doença rara confirmação do diagnóstico pela TCAR.
autossômica recessiva, composta pela tríade de
bronquiectasia, situs inversus com dextrocardia e A relevância da investigação etiológica reside no
pansinusite crônica. fato de que algumas condições podem se beneficiar com

MELHORAR

O TRATAMENTO
medidas terapêuticas específicas (aspergilose OBJETIVOS DO TRATAMENTO
broncopulmonar alérgica, doenças do colágeno,
imunodeficiências, aspiração, discinesia ciliar, fibrose
cística, obstrução brônquica, DPOC e asma), e isso pode
ocorrer entre 13% e 37% dos casos.

 EXAMES MÍNIMOS QUE DEVEM SER SOLICITADOS:

Hemograma completo

Dosagem de alfa-1-antitripsina

Dosagem de imunoglobulinas (IgG total, IgA e IgMe IGE)

Testes para aspergilose broncopulmonar alérgica -


ALERGIA ot
tibe

um
fundo

Culturas de escarros; cultura para micobactérias


G
BATERIAS / FUNGOS

TEstes adicionais a depender da história clínica do paciente

A tuberculose pulmonar e as infecções na


infância (coqueluche, sarampo, bronquiolite) são as
principais causas de bronquiectasia em nosso meio. Já nos
EUA, a principal causa de bronquiectasia é a fibrose TRATAMENTO
cística. Na europa, é a discinesia ciliar primária.
O tratamento das bronquiectasias infecciosas
A presença de infecções por Pseudomonas deve ser dirigido ao controle da infecção ativa e à
Aeruginosa ou Staphylococcus Aureus são causas de melhora na depuração de secreções e na higiene
aumento da mortalidade, risco de exacerbações e de brônquica de forma a reduzir a carga microbiana dentro
internamentos. das vias respiratórias e reduzir o risco de infecções
Atresanusie repetidas.
~
 TRATAMENTO DE ETIOLOGIAS ESPECÍFICAS:

Algumas causas de bronquiectasias têm


tratamento ou medidas terapêuticas específicas.
 MEDIDAS PARA TODOS OS PACIENTES: indicados para alguns pacientes em casos de DPOC
e asma associados.

 Macrolídeos são a única classe de moléculas com


propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias,
sendo, portanto, imunomoduladores.
Poemação
Indicação: azitromicina 500mg/dia ou
 Técnicas fisioterapêuticas para melhorar o 250mg 3x por semana ou 250mg diariamente.
clearance mucociliar devem ser realizadas e Devem ser utilizados em casos de duas ou mais
ensinadas para todos os pacientes com exacerbações no último ano. Recomenda-se uma
bronquiectasias com produção crônica de terapia continuada por 6-12 meses.
secreção e/ou sinais (tomográficos) de tampões
mucosos. *Macrolídeos podem prolongar o intervalo QT, a
azitromicina tem menor risco.
 Os pacientes com bronquiectasias com limitação
aos esforços para a prática de exercício físico  Antibióticos por via inalatória prolongados são
regular e participação em programas de indicados nas infecções crônicas (que persistem
reabilitação pulmonar. mesmo após o tratamento adequado) por
pseudomonas.
 Agentes mucoativos: solução salina hipertônicia
(6-7%) deve ser considerado nos pacientes que  MEDIDAS A CONSIDERAR PARA PACIENTES COM
persistam com secreções apesar de outras medidas. DOENÇA AVANÇADA:

 Vacinas: os pacientes devem receber vacina anti-


influenza anualmente e vacinas
antipneumocócicas VPC13 e VPPS23 conforme o
esquema sequencial recomendado pela Sociedade
Brasileira de Imunização e SBPT.

 MEDIDAS A CONSIDERAR PARA PACIENTES


SELECIONADOS:

 Oxigenoterapia domiciliar: índices de PaO2 < 60


mmHg são indicativos de gravidade da doença
bronquiectásica e eventual necessidade de
oxigenoterapia domiciliar prolongada (18-24 h por
dia). A oxigenoterapia pode retardar a instalação
de cor pulmonale, além da própria hipoxemia e

hipercapnia. fisRose po feciod pulmonar

↳insuficiencia ventilatóri ↳
Hiperthori venthiwLo

4
Do

 Não há evidências suficientes para se


Direito

Em pacientes com hipoxemia crônica


recoomendar o uso rotineiro de broncodilatores apesar da otimização do tratamento clínico, a
em pacientes com bronquiectasias sem dispneia. oxigenoterapia domiciliar prolongada está
Podem ser recomendados quando houver I

indicada. Em pacientes clinicamente estáveis com


associação com asma ou DPOC. insuficiência respiratória crônica hipercápnica,
 Não deve ser utilizado o corticoide inalatório em deve ser utilizada ventilação mecânica não
todos os pacientes pois, em altas doses, aumenta o invasiva na modalidade BiPAP como adjuvante a
risco de pneumonia, o que, consequentemente, reabilitação e fisioterapia.
aumenta o risco de tuberculose. Apenas são
 Transplante pulmonar: Deve-se considerar a antibiótico inalatório por um tempo maior que 3
indicação de transplante pulmonar para pacientes meses.
com VEF1 < 30% do previsto ou para aqueles com
Caso o paciente apresente cepa de P.
valores maiores de VEF1, mas com declínio
aeruginosa sensível a quinolona, sugere-se iniciar
acelerado da função pulmonar.
tratamento com ciprofloxacino por via oral, mas
Alguns fatores, quando presentes, devem esquemas endovenosos podem ser usados, por
alertar para a possibilidade de encaminhamento exemplo, a associação de um beta-lactâmico
precoce do paciente para a avaliação de com ação antipseudomonas e um
transplante pulmonar: aminoglicosídeo.

- exacerbações graves e frequentes, com No caso de indisponibilidade de


internações em UTI; pneumotórax ou hemoptise antibióticos inalatórios, o tratamento
recorrentes ou refratários ao tratamento;
insuficiência respiratória crônica; e hipercapnia deve ser feito apenas com antibióticos sistêmicos.
ou hipertensão pulmonar. Recomenda-se a realização de cultura de
 Tratamento cirúrgico: o tratamento cirúrgico escarro de controle no período de 2-4 semanas
deve ser reservado para indivíduos com doença após o término do tratamento. Caso o paciente
bronquiectásica localizada e refratária ao mantenha a cultura positiva, novo protocolo pode
tratamento clínico, e o procedimento preferencial ser tentado até que sejam alcançadas três
é a videotoracoscopia. tentativas de erradicação. A partir daí, o paciente
deve ser considerado como portador de infecção
brônquica crônica.

TRATAMENTO DAS EXACERBAÇÕES

Exacerbação é caracterizada pela piora de três ou


mais dos seguintes sintomas, por pelo menos 48 h:

1) tosse;

2) volume ou viscosidade do escarro;

3) purulência de escarro;

4) dispneia ou intolerância ao exercício;

5) fadiga;

6) hemoptise.
 Tratamento da primoinfecção: existe um A radiografia de tórax pode apresentar
consenso entre especialistas sobre a necessidade preenchimento de secreção nas bronquiectasias pré-
de se tentar a erradicação nos casos de existentes, sem sinais de consolidações. O diagnóstico é
primoinfecção por pseudomonas aeruginosa. clínico, e exames complementares podem ser usados para
diagnósticos diferenciais, como pneumonia, pneumotórax,
Pacientes com bronquiectasias não
tromboembolismo pulmonar, cardiopatias, dentre outros.
fibrocísticas comumente apresentam
acometimento pulmonar extenso e difuso no As causas das exacerbações ainda não são
momento de resconhecimento da primoinfecção. completamente compreendidas, mas entende-se que exista
Sugere-se um esquema combinado de antibiótico uma relação entre infecção brônquica crônica bacteriana
sistêmico (14-21 dias) associado a um e inflamação. Infecções virais ou novas bactérias podem
ser gatilhos para um desequilíbrio dessa relação.  Corticoesteroides sistêmicos: sempre quando
asma ou DPOC associadas. Podem ser considerados
 Após o diagnóstico de uma exacerbação, deve-se
em pacientes com hipersecreção em doses baixas
definir a gravidade da mesma a fim de se decidir
(0,25 a 0,5mg/kg de prednisona ou equivalente).
se o tratamento será domiciliar ou com internação
hospitalar.  Broncodilatadores inalatórios: podem ser

Antes de iniciar antibioticoterapia ↳


associados em casos de dispneia significativa, em
especial em internações.
(baseada em culturas prévias), deve-se coletar ???
nova amostra de escarro para análise  Fisioterapia respiratória: exercícios para higiene
microbiológica, que será usada no caso de não brônquica são recomendados diariamente.
resposta ao tratamento. Medidas adjuvantes
devem ser instituídas conforme julgamento clínico  Agentes hiperosmolares: podem ser considerados
(uso de corticosteroides, broncodilatadores, para higiene brônquica. A opção mais usada é a
fisioterapia respiratória e/ou agentes salina hipertônica, iniciando-se com 3%, com
hipertônicos). possibilidade de aumento até 7% se bem tolerada.

*Vale ressaltar que a infecção crônica por P. Pelo risco de induzir broncoespasmo, deve-
aeruginosa está associada a admissões se utilizar broncodilatadores de início rápido de
hospitalares mais frequentes, tempo prolongado ação 15-30 min antes da inalação e supervisionar
de hospitalizações, pior função pulmonar e maior a primeira vez em que o paciente utilizar essa
mortalidade. medicação.

 Tempo de tratamento: atualmente, recomenda-se  Mucolíticos: não há evidências suficientes para


tratamento entre 14 e 21 dias. Em quadros leves, recomendar o uso rotineiro de mucolíticos em
em que o paciente retorna aos sintomas basais pacientes com bronquiectasias. O uso de dornase
rapidamente após o início do tratamento, pode-se alfa está contraindicado para pacientes adultos
considerar apenas 10 dias. com bronquiectasias não relacionadas com fibrose
cística.

COSINCOS
líquido para dentro dos vasos. Se tenho pouca
albumina na corrente sanguínea, o líquido tende a
sair do vaso, podendo ir para o espaço pleural.
·
NOT AO RESPIRAR  Aumento da pressão negativa intrapleural
·

Parabola of demol Situ


(diminuição da pressão no espaço pleural), como
na atelectasia.
↳ COLAPSO OO pulmão

 Diminuição da drenagem linfática (dificulta a


saída do líquido), como na carcinomatose
mediastinal.
 Passagem de líquido do espaço peritoneal para
a pleura - na caixa torácica temos uma pressão
negativa, que puxa líquido da cavidade abdominal.
Isso pode ocorrer na cirrose hepática, em que o
DEFINIÇÃO: é o acúmulo de líquido na cavidade pleural.
paciente tem ascite (acúmulo de líquido na
ETIOLOGIA: cavidade abdominal). O líquido pode ser sugado
para a cavidade torácica, promovendo um
O líquido pleural acumula-se quando sua produção hidrotórax, que pode entrar na pleura e se
é maior que sua absorção. Em condições normais, o líquido acumular.
entra no espaço pleural pelos capilares da pleura parietal
e é retirado pelos canais linfáticos dessa pleura.
O líquido também pode chegar ao espaço pleural QUADRO CLÍNICO
vindo dos espaços intersticiais do pulmão, por meio da
pleural visceral,ou da cavidade peritoneal através de  Tosse seca (devido à irritação da pleura)
pequenos orifícios existentes no diafragma.
 Dispneia progressiva (à medida que o líquido vai
Os canais linfáticos podem absorver 20 vezes mais aumentando, há maior compressão das estruturas
líquido do que é produzido normalmente. Por essa razão, o pulmonares e a dispneia piora).
derrame pleural pode ocorrer quando há produção
excessiva de líquido pleural (proveniente dos espaços  Dor torácica do tipo pleurítica (é uma do
intersticiais do pulmão, da pleural parietal ou da cavidade
ventilatório-dependente: dói ao respirar). Ocorre
peritoneal), ou quando há redução da remoção por meio
dos vasos linfáticos. devido à inflamação da pleura. Quanto mais o
derrame aumenta de tamanho, mais as pleuras se
FISIOPATOLOGIA: afastam, ocasionando menos fricção, diminuindo a
Normalmente, no máximo 15ml de um líquido dor ao longo do tempo.
seroso, relativamente acelular e transparente, lubrificam
a superfície pleural. O acúmulo de líquido pleural ocorre  A depender da etiologia, pode ter hemoptise ou
nas seguintes situações: febre.

 Aumento da pressão hidrostática nos microvasos  Outros sinais e sintomas associados podem
que circundam a pleura (como na insuficiência direcionar a investigação da etiologia do derrame.
cardíaca congestiva - vasos muito congestos).
Quando a pressão aumenta no vaso, o líquido sai EXAME FÍSICO
do vaso e vai para o espaço pleural.
Sinais clássicos:
 Aumento da permeabilidade vascular (como na Liquido
->
pneumonia). A produção de substâncias  Macicez à percussão
inflamatórias promove isso e com esse aumento, o
líquido pode extravasar para o espaço pleural.  Murmúrio vesicular abolido (o pulmão está
 Diminuição da pressão osmótica/oncótica nos colapsado no local do derrame e não ocorrem
capilares, como na síndrome nefrótica. A albumina trocas gasosas). Depende do tamanho do derrame.
nos vasos exerce uma pressão oncótica, sugando o
 Frêmito toracovocal abolido na região (o líquido  Incidência de Laurell: é uma radiografia lateral
em volta do pulmão serve como uma barreira com raios horizontais. É mais sensível. Tem
acústica). importância clínica, pois pode indicar quais
pacientes têm um derrame puncionável. Quando o
EXAMES COMPLEMENTARES exame mostra uma lâmina de líquido maior que
1cm, é puncionável. Essa incidênciia consegue
 Radiografia de tórax:
mostrar derrames pequenos, de aproximadamente
50 ml.

 A primeira coisa que devemos analisar é o seio


costofrênico lateral. Se sua ponta não estiver
aparecendo, dizemos que o seio costofrênico está
velado (seta amarela).  Tórax opaco: ocorre em derrames muito volumosos,
em que o hemitórax fica completamente
 Também pode formar um achado chamado de
opacificado.
"parábola de Damoiseau", que é uma
concavidade/parábola voltada para cima.

 Na incidência em perfil, podemos ver o velamento


do seio costofrênico posterior (seta branca). Há
o desaparecimento da cúpula diafragmática
correspondente ao lado do derrame. Essa
incidência ajuda a diagosticar o derrame pleural
mais precocemente, pois consegue ver derrames de
menor quantidade.
Hemitórax direito totalmente opacificado, associado ao desvio da traqueia e da
área cardíaca contralateral à opacidade. Tal achado é compatível com o derrame
pleural maciço do hemitórax direito.

 Tumor fantasma: constitui uma entidade


radiológica resultante da loculação de derrame
pleural nas cissuras interlobares dos pulmões,
geralmente em um contexto de insuficiência
cardíaca congestiva.
Pleura de aspecto espessado e irregular

 Mesotelioma:
A imagem característica pode ser chamada "em
lente" (biconvexa), e frequentemente com uma "cauda" O mesotelioma pleural é a única doença maligna
patognomônica que se estende ao longo da cissura por pleural conhecida e é causada pela exposição ao asbesto
uma curta distância. No caso em questão, o derrame em quase todos os casos.
pleural está alojado na fissura oblíqua esquerda na
radiografia em PA.  USG de tórax: excelente para guiar punções,
biópsia e/ou drenagem. Identifica loculações e
Como essas coleções tendem a aparecer e distingue derrame de espessamento.
desaparecer, elas também são chamadas de tumores
fantasmas. TORACOCENTESE:

 Tomografia computadorizada: é útil para o É a punção da pleura a partir da cavidade


diagnóstico diferencial; auxilia na distinção entre torácica. Pode ser diagnóstica e/ou de alívio. A partir do
abscesso pulmonar periférico e derrame pleural líquido retirado, podemos fazer uma avaliação para
loculado; avaia bem as loculações e quantifica entender melhor sua etiologia.
espessamentos.

 Derrame pleural loculado:

São coleções de líquido encarceradas em qualquer


ponto dos campos pleuropulmonares, o que ocorre
comumente no empiema e no hemotórax.

 Glicose: a glicose pode estar consumida (> 60mg)

1
ANÁLISE DO LÍQUIDO PLEURAL:
em processos infecciosos (derrame
 Aspecto e coloração do líquido pleural: parapneumônico, empiema, neoplasia, tuberculose
geralmente o transudato é amarelo citrino. O pleural).
transudato é amarelo citrino, mas também pode


ter várias outras colorações e aspectos. Então, se  Lipídeos: podem estar aumentados em caso de
tenho um líquido de outra coloração, não deve ser quilotórax (aumento de triglicerídeos,
transudato. principalmente >110) ou pseudoquilotórax
(aumento de colesterol);
sapenas

 Amilase: aumentada em casos de derrame pleura


por pancreatite (>200);

 Hematócrito: alto em casos de hemotórax;

CRITÉRIOS DE LIGHT:

Esses critérios vão diferenciar o conteúdo líquido


em: transudatos e exsudatos.

DECORAR!

*Se tiver pelo menos um desses critérios é um exsudato.

*Lembrar que: o exsudato é rico em proteínas e em LDH,


já o transudato é pobre em proteínas e em LDH.

EXSU & At
Macete: meia proteína, 06, LDH
por atzlb
Explicação: &-
Resumindo: < 1,2 = exsudato; > 1,2 = transudato.

1- vamos comparar a proteína no líquido pleural e a Resumindo: < 3,1 = exsudato; > 3,1 = transudato.
proteína no soro. Se essa relação for maior que 0,5 temos
um exsudato. Isso quer dizer que mais de metade da
proteína do soro está no líquido pleural.

2 - Comparamos o LDH no líquido pleural e no soro. Se essa


relação dá maior do que 0,6 é m exsudato. Ou seja, 60% do
LDH do soro está no líquido pleural.

3 - Olhamos apenas o valor absoluto do LDH. Se ele for


maior que 2/3 do limite superior da normalidade no soro,
temos um exsudato (ex: medimos o LDH do líquido pleural e
deu 240, mas o limite normal no soro é 300, temos mais
que 2/3 do valor, então é exsudato).

Pseudoexsudato:

Podem acontecer principalmente em pacientes em


vigência de uso de diuréticos (furosemida), que podem
acabar “concentrando” as proteínas no líquido pleural e
acabar dando positivo para algum dos critérios de Light,
mesmo sendo o líquido um Transudato. Então, se Quando há um exsudato pensamos mais em
desconfiamos que aquele "exsudato" é um transudato, doenças da pleura. Já nos transudatos, são mais
podemos fazer outro cálculo utilizando o gradiente da relacionados a doenças sistêmicas.
albumina.
TODO EXSUDATO DEVE SER INVESTIGADO!!!
Ou seja, pegamos o valor da albumina presente no

7
soro e subtraímos do valor da albumina encontrada no
líquido pleural. Se esse valor for maior que 1,2 quer dizer  Microbiologia (GRAM, cultura, BAAR, gene xpert)
que tem pouca proteína no líquido pleural, porque a
diferença foi alta (Ex: a albumina no soro é 3 e no líquido
pleural é 2, então tenho um gradiente de 1. Isso significa
que tenho muita proteína no líquido pleural, porque tenho
uma diferença pequena). Tabém podemos fazer um cálculo
com as proteínas totais do soro e as proteínas proteínas
I

presentes no líquido pleural, se esse valor foi maior que


3,1 temos um transudato.

Gradiente de albumina soro - líquido pleural >


1,2

Proteínas séricas totais - Proteínas totais no


líquido pleural > 3,1
*Microbiologia: na baciloscopia do líquido pleural, a
positividade é próximo de zero. Não é porque o líquido
Citologia: separa os infiltrados neutrofílicos (ex: em pleural tem BAAR negativo que não é tuberculose. Na
derrame parapneumônico) dos linfocíticos (tuberculose,
verdade, a quantidade de bacilos no derrame pleural
linfoma, colagenoses, etc); pH: também pode estar baixo
tuberculoso é próxima de zero. A cultura vem negativa na
(<7,2) em processos infecciosos e em neoplasias. maioria das vezes. O que ajuda é a cultura do fragmento
da pleura, que pode ser positiva em até 60%.

DERRAME PLEURAL TUBERCULOSO Essa biópsia pode ser descartada se tiver clínica
sugestiva e; ADA positivo (alto). Nos outros casos, é
necessária a biópsia (se restarem dúvidas)
no
*ADA: adenosina deaminase. É uma enzima associada ao
linfócito e que degrada as purinas. Está muito aumentada
nos infiltrados linfocíticos (não é específica para
me

tuberculose, mas com o quadro clínico pode indicar -> ADA


>40).

DERRAME PLEURAL PARAPNEUMÔNICO

O derrame pleural parapneumônico (DPP) ocorre


durante o curso clínico de uma pneumonia ou abscesso
pulmonar. A maioria desses derrames é resolvida com o
mesmo tratamento antibiótico da PAC, e sua presença

~difötas
pode passar despercebida. No entanto, quando não ocorre
a resposta habitual ao tratamento, o DPP pode aumentar
de volume e evoluir com septações (denominados de DPP
complicados) ou para empiema pleural.

O DPP desenvolve-se inicialmente como um


exsudato reacional, de aspecto claro, não viscoso, com
baixa celularidade, ausência de bactérias, pH normal e
valores baixos de desidrogenase láctica e glicose. Se o
processo não for controlado com o uso de antibióticos, o
derrame pode se tornar complicado, com aumento do
volume de líquido, da celularidade pleural, da
desidrogenase láctica e queda acentuada do pH.

Valores de desidrogenase láctica > 1.000 U/l,


glicose < 40 mg% e pH < 7,2 são sinais de intenso
processo inflamatório, que podem levar a maior deposição
*Ocorre em tuberculose pós-primária. Pode ocorrer de fibrina, com risco de loculações e espessamento pleural,
sozinho ou com a doença pulmonar. além da evolução para empiema.
*Citológico: o predomínio é de linfócitos, porém na
primeira semana, pode-se ter neutrófilos inicialmente. As
células mesoteliais <5% (muitas células mesoteliais não
sugerem tuberculose). Muitos eosinófilos (>10%)
praticamente excluem tuberculose.
 Tratamento:  Quadro clínico:

*DPP não complicado é tratado apenas com antibiótico. - Dor do tipo pleurítica deve alertar para a presença de
um DPP;
*DPP complicado e empiema precisam de
antibioticoterapia e punção para drenagem do líquido. - A presença de desconforto respiratório pode ser devida
à existência de um DPP de moderado a grande volume.
*Os antibióticos devem ser baseados no tratamento da
pneumonia. - Exame físico: redução da ausculta pulmonar e do
frêmito toraco-vocal, com som maciço à percussão e
presença de ergofonia.
*
02 R

 Empiema pleural:

- Pós-pneumonia (comunitária ou hospitalar);

- Pós-operatório;

- Iatrogenia; ->
Mis PRATICA MEDICI

- Empiema secundário a trauma torácico;

- Obstrução brônquica devida a neoplasia central ou por


corpo estranho.

A seta aponta para um empiema crônico loculado. Os


DPP complicados tendem a locular e a maioria precisa
de intervenção cirúrgica (descorticação pulmonar).

 Quando fazer toracocentese no DPP não


complicado?

- Derrame pleural acima de 25% do hemitórax; lâmina


líquida acima de 5cm.
QUANDO PUNCIONAR DERRAMES NA INSUFICIÊNCIA
- Na prática: se o paciente está em uso de antibiótico e o
CARDÍACA CONGESTIVA?
derrame está melhorando, não puncionamos. Se dentro de
48h/72h continua com sintomas sistêmicos e o derrame Outras doenças podem ser responsáveis pelo
não melhora, puncionamos. derrame pleural em pacientes com ICC, sobretudo a
embolia pulmonar e a pneumonia. Alguns dados clínicos,
radiográficos e evolutivos devem chamar a atenção para
esta possibilidade. São eles:  Dispneia é o sintoma mais comum, ocorrendo em
mais de 50% dos casos, podendo estar
 Febre
acompanhada de dor torácica e tosse. Uma
 Dor pleurítica pequena porcentagem de pacientes pode se
apresentar assintomática e o achado de derrame
 Derrame pleural unilateral pleural ser incidental através de exame físico e/ou
radiografia de tórax.
 Derrame pleural bilateral com grande disparidade
de tamanho entre os dois lados ou derrame  A dispnéia é causada principalmente por derrames
pleural à esquerda maior que à direita; volumosos, mas pode ocorrer também em virtude
de diminuição da complacência da caixa torácica,
 Hipoxemia desproporcional à apresentação desvio contralateral do mediastino, diminuição do
clínica; volume pulmonar ipsilateral e estímulo dos reflexos
pulmonares e da parede torácica.
 Ausência de cardiomegalia à radiografia de tórax;
 A dor torácica é usualmente relacionada ao
 Persistência do derrame pleural após o tratamento
envolvimento da pleura parietal, arcos costais e
adequado da ICC (a ICC deve responder a
estruturas intercostais.
diuréticos).
 A maioria é exsudativo, mas 10 a 20% podem ser
QUILOTÓRAX:
transudatos;
É a presença de um exsudato, rico em proteínas e
 Na análise: pH <7,2 e glicose abaixo de 60 podem
com altos níveis de triglicerídeos (>110mg/dl),
normalmente por obstrução dos ductos torácicos. Possui ser encontrados (associação com pior prognóstico);
visualmente um aspecto leitoso. Não possui mau cheiro.  Elevados níveis de amilase na ausência de
HEMOTÓRAX: ruptura de esôfago podem indicar a etiologia
neoplásica do líquido pleural, principalmente nos
É a presença de sangue no espaço entre o pulmão derrames pleurais associados ao adenocarcinoma
e a parede torácica. É importante solicitar um de pulmão e ao adenocarcinoma de ovário.
hematócrito do sangue e do líquido pleural. Se for >50% é
um hemotórax.  A análise citológica do líquido pleural é o
método mais simples de se obter o diagnóstico de
derrame neoplásico. No entanto, o achado de
células malignas depende de alguns fatores, como
DERRAME PLEURAL NEOPLÁSICO:
extensão da doença, tipo histológico e habilidade
 Complicação frequente em pacientes oncológicos; do citologista. Sua especificidade é acima de 97%.

 Ao nos depararmos com um derrame uni ou  Na forte suspeita de malignidade, caso a primeira
bilateral sem aumento da área cardíaca, a amostra de citologia oncótica resulte negativa,
etiologia neoplásica deve ser sempre considerada; deve ser colhida uma segunda amostra na
tentativa de se aumentar a chance de
 A descoberta de células malignas no líquido positividade. Também pode ser adicionado
pleural ou na biópsia da pleura parietal significa
disseminação ou progressão da doença primária e  Não há diferença na sensibilidade diagnóstica
redução da expectativa de vida dos pacientes com entre a citologia oncótica e a realização de cell
câncer; block, obtido por centrifugação do líquido e
emblocamento em parafina do sedimento. No
 São derrames volumosos e sintomáticos; entanto, embora a relação entre custo e benefício
não justifique a realização de cell -block
rotineiramente, esta é uma técnica que pode ser FLUXOGRAMA PARA INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSTICA:
adicionada ao arsenal diagnóstico como uma
ferramenta auxiliar.

 Marcadores tumorais do líquido pleural têm um


papel secundário no diagnóstico dos derrames
neoplásicos. São úteis mais como marcadores de
evolução da doença e na diferenciação entre
adenocarcinomas e o mesotelioma.

 Em derrames neoplásicos, a efetividade da bió-


psia fechada (por agulha) é menor que a da
citologia do líquido pleural. A biópsia da pleura
parietal é efetiva entre 40% e 75% dos casos e
depende do estágio do tumor, da extensão do
comprometimento da pleura parietal, do número
de amostras representativas e da experiência do
profissional.

 A biópsia cirúrgica por toracoscopia vídeo-


assistida ou por toracoscopia médica apresenta
uma efetividade diagnóstica acima de 95%.

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