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Explicar Asma Brônquica ( Causas, sinais e sintomas, classificações e fatores de risco);

A asma é uma doença inflamatória crônica que atinge cerca de 300 milhões de indivíduos no
mundo1,2 , caracterizada, principalmente, por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e
consequente obstrução ao fluxo de ar. Os indivíduos asmáticos apresentam sintomas como
sibilância, sensação de aperto no peito,

é uma doença respiratória muito comum provocada por uma inflamação dos
pequenos canais de ar dos pulmões, chamados brônquios e bronquíolos. O
processo inflamatório leva à formação de edemas, aumento da produção de muco
e espasmo da árvore respiratória, dificultado a passagem de ar pelos pulmões.

Esse processo é chamado broncoespasmo, que é o estreitamento da luz


brônquica como resultado da contração dos músculos dos brônquios, sendo
caracterizado clinicamente por dificuldade para respirar, chiado no peito, tosse e
sensação de aperto no peito.

Como surge

Quando inspiramos, o ar entra pela narina (ou boca), passa pela laringe e chega à
traqueia, um calibroso tubo que dá origem ao trato respiratório inferior.

A traqueia bifurca-se, formando os brônquios principais, cada um indo em


direção a um dos pulmões. Conforme avançam para o interior dos pulmões, os
brônquios vão se ramificando em segmentos cada vez menores,
chamados bronquíolos, que, por sua vez, terminam nos alvéolos, estrutura onde
ocorre a oxigenação do sangue.

Os bronquíolos terminais são canais de ar tão pequenos, que possuem diâmetro


de apenas 0,5 milímetros.

Por motivos ainda não bem esclarecidos, os pacientes com asma desenvolvem um
processo inflamatório crônico nas suas vias respiratórias pequenas. Esta
inflamação faz com que o asmático seja uma pessoa com um pulmão
extremamente sensível.

Estímulos ambientais simples, tais como exposição a pólen, fumaça, poeira, frio,
etc., que são facilmente tolerados pelos pulmões de pessoas sadias, costumam
provocar uma intensa reação alérgica nos pulmões dos pacientes com asma.

Essa reação exacerbada leva à formação de edemas nos bronquíolos, produção


excessiva de muco e espasmos na musculatura dos brônquios (broncoespasmo),
fatores que provocam uma grande redução no calibre das vias aéreas, dificultando
a passagem de ar.

O indivíduo com crise de asma tem dificuldade para inspirar, mas uma dificuldade
ainda maior de expirar, fazendo com que parte do ar inalado fique preso dentro
dos alvéolos, provocando uma hiperinsuflação dos pulmões.
Felizmente, essa obstrução provocada pela redução do calibre das vias aéreas é
um processo reversível, característica essencial que distingue a asma da
bronquite crônica e do enfisema pulmonar, doenças conhecidas
como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).

A asma é uma doença que pode desaparecer ou apresentar grande melhoria na


adolescência. Em alguns casos, ela desaparece e retorna anos depois na vida
adulta; em outros, ela vai embora e nunca mais volta. Também há os pacientes
que irão desenvolver asma pela primeira vez somente na vida adulta, alguns
somente na terceira idade.

Sintomas

A asma é uma doença que pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum em
crianças. Em 75% dos casos, ela se manifesta antes dos 7 anos. Estima-se que a
doença acometa cerca de 10% da população pediátrica e 5% dos adultos.

Os sinais e sintomas mais comuns da asma são a falta de ar, o broncoespasmo


(caracterizado por um chiado no peito durante a respiração) e a tosse. Muitos
pacientes também queixam-se de sensação de peso ou compressão no peito.
Uma característica típica da asma é o agravamento dos sintomas à noite.

A asma costuma se manifestar em ataques, que vão e voltam, e são


desencadeados por alguns fatores conhecidos, como viroses respiratórias,
fumaça, frio, poeira, pelo de animais, etc

Asma intermitente

Na asma intermitente, as crises surgem com uma frequência menor que 2 dias
por semana, o paciente acorda menos do que 2 noites por mês com crises, a
bombinha com broncodilatador só é necessária em menos de 2 dias por semana e
a asma não costuma influenciar nas atividades do dia a dia.

Asma persistente leve

Na asma persistente leve, as crises de asma surgem com uma frequência maior
que 2 dias por semana (mas não todos os dias), o paciente acorda pelo menos 3 a
4 noites por mês com crises, a bombinha com broncodilatador é necessária em
mais de 2 dias por semana (mas não todos os dias e não mais do que 1 vez por
dia) e a asma pode causar leves limitações nas atividades do dia a dia.

Asma persistente moderada

Na asma persistente moderada, as crises de asma surgem diariamente, o


paciente acorda mais de 1 vez por semana com crises, a bombinha com
broncodilatador é necessária diariamente e a asma pode causar limitações nas
atividades do dia a dia.
Asma persistente grave

Na asma persistente grave, as crises de asma surgem diariamente, mais de uma


vez por dia, o paciente acorda todas as noites com crises, a bombinha com
broncodilatador é necessária várias vezes por dia e a asma pode causar grave
limitações nas atividades do dia a dia.

Sinais de gravidade

Alguns pacientes além de apresentarem asma persistente moderada a grave,


também podem apresentar severos ataques agudo de asma, sendo necessário
pronto atendimento médico.

Os sinais de gravidade de uma crise asmática incluem:

 Grande esforço para respirar.


 Lábios arroxeados ou azulados.
 Crise de ansiedade.
 Dificuldade para falar.
 Intensa sudorese.
 Nítido uso da musculatura torácica, abdominal ou do pescoço durante
a respiração.
 Redução da consciência ou confusão mental
Se um dos pais sofre de asma, o risco de o filho ter a doença é de 25%. Se o pai e
a mãe forem asmáticos, o risco sobe para cerca de 50%.

A relação com processos alérgicos também é bem clara, sendo muito comum a
associação da asma com outras alergias, como dermatite atópica , rinite
alérgica , urticária, etc

Asma induzida por exercício

Algumas pessoas desenvolvem crises de asma após praticarem atividades físicas.


O nome asma induzida por exercício não é o mais adequado, pois pode levar ao
falso entendimento de que exercícios possam causar asma.

Na verdade, a atividade física pode desencadear uma crise de asma em um


paciente já previamente asmático. Portanto, o termo mais correto
é broncoespasmo induzido pelo exercício.

Na maioria dos casos, a prática de esforço físico agrava uma asma já existente e
sintomática

https://www.mdsaude.com/pneumologia/asma/

Uma vez que não existe cura para a asma, o principal objetivo do manejo desta doença é
alcançar o seu controle. Dependendo do nível de controle, a asma pode ser classificada como
controlada, parcialmente controlada ou não controlada, levando-se em consideração a
presença de sintomas diurnos e noturnos, limitação das atividades, necessidade de medicação
de alívio e função pulmonar

2- Descrever as alterações biomecânicas decorrentes da Asma Brônquica;

Na asma, a inflamação pode provocar aumento da resistência à passagem do ar, diminuindo o


volume corrente expirado e aumentando a capacidade residual funcional, o que caracteriza a
hiperinsuflação. Esta, por sua vez, pode levar a um aplainamento do diafragma e consequente
desvantagem mecânica. Diante disto, a fim de aumentar o diâmetro do tórax na inspiração,
esses indivíduos tendem a recrutar excessivamente a musculatura acessória, podendo levar a
uma hipertrofia adaptativa. Por causa da frequente tensão que são submetidos, esses
músculos podem se encurtar e perder flexibilidade. Como consequência, pode ser observada
perda de força muscular respiratória, podendo refletir-se globalmente, com interferências
diretas na postura

A obstrução ao fluxo aéreo presente na asma pode levar a um excesso de recrutamento dos
músculos respiratórios, acarretando hipertrofia adaptativa com consequentes mudanças na
biomecânica do sistema locomotor. Dentre estas mudanças podem ser citados
comprometimento da função muscular e alterações posturais, tais como hiperlordose da
coluna lombar, aumento da cifose torácica e protrusão abdominal

De fato, pacientes com ADC apresentam características como aumento do tamanho das
glândulas mucosas, da quantidade de neutrófilos, mudanças na matriz extracelular, bem como
o aumento do número de vasos sanguíneos. Tais características podem impactar
negativamente a condição geral dos pacientes com ADC, contribuindo para o aparecimento de
alterações posturais e na capacidade funcional

O encurtamento gerado em consequência desse processo poderá interferir na função de toda


a cadeia muscular respiratória, fazendo com que o tórax se eleve, limitando a amplitude do
movimento do diafragma. Com isso, podem ocorrer alterações como protrusão da cabeça e
ombros, assim como aumento da cifose torácica e da lordose lombar

https://www.ufjf.br/facfisio/files/2015/02/Luciano-Afonso-e-Shenia-Mota.pdf

Em suma, os asmáticos tendem a assumir a seguinte postura: ombros elevados e


protraídos, retificação da cifose dorsal na região interescapular, escápulas abduzidas e
rodadas, aumento do diâmetro antero-posterior do tórax (com saliência do esterno),
aumento da lordose lombar, tensão muscular variável em toda musculatura do
pescoço, dos ombros, face e da coluna, alterações na posição da cabeça, quadril e
membros inferiores, além de dispnéia durante a realização das atividades da vida
diária.

3- Discutir a avaliação da força muscular;

A medida de força muscular respiratória é mensurada pelo manuvacuômetro, a força


muscular inspiratória registrada é originada das ações dos músculos inspiratórios e da
pressão gerada pela tendência da parede torácica de se expandir a partir do volume
residual (VR), sendo indicativa da capacidade ventilatória, do desenvolvimento da
insuficiência respiratória e determinante do volume corrente (VC). Enquanto que a força
muscular expiratória, é originada a partir da capacidade pulmonar total (CPT) dos
músculos expiratórios e do recolhimento elástico pulmonar na CPT, a redução desta
está relacionada com a diminuição do pico de fluxo expiratório (PFE) e o aumento do
volume corrente (VC). Levando-se em consideração que os músculos respiratórios são
responsáveis diretos pelo adequado funcionamento do sistema respiratório, e que em
diferentes situações patológicas podem ocorrer alterações da força contrátil dos
músculos, o presente estudo tem como objetivo principal avaliar os valores de PImax e
PEmax dos usuários da Clínica Escola de Fisioterapia.

Força muscular respiratória A medição da força muscular respiratória é feita através das
medições das pressões máximas inspiratórias e expiratórias, com um manômetro. Aceita-se
como pressão inspiratória máxima normal, para um jovem adulto masculino por volta de -125
cmH2O e de pressão expiratória máxima de +230 cmH2O, e em mulheres esse valor diminui
em 30%, após os 20 anos de idade há uma queda de 0,5 cmH2O por ano (PRESTO 2003).

4- Discutir formas de fortalecimento e Endurance da musculatura respiratória;

As técnicas utilizadas para o fortalecimento da musculatura global e respiratória do


paciente em ventilação mecânica são: Threshold; P-Flex; Ajuste da sensibilidade do
ventilador; Estimulação Diafragmática Elétrica Transcutânea (EDET) e exercício
motor global precoce.

1 Threshold: É um aparelho que gera uma carga linear de pressão produzindo


resistência ao inspirar ou expirar por meio de um sistema de mola com uma válvula
unidirecional. Quanto mais comprimida estiver a mola, maior será a resistência, que
é medida em cmH 2 O.

2 P-Flex: É um aparelho que utiliza resistência inspiratória através de orifícios, é


composto de 6 orifícios que serão selecionados pelo terapeuta de acordo com a
manovacuômetria e condições clínicas do paciente. É fluxo dependente, ou seja,
quanto maior o fluxo, maior a resistência e quanto menor o orifício, maior a
resistência. Geralmente este aparelho é utilizado na primeira fase de treinamento,
pois estes sistemas são operacionalmente mais confortáveis para os pacientes
ventilarem espontaneamente, antes de um treinamento mais efetivo e vigoroso,
quando os pacientes se encontram clinicamente mais estáveis.

3 Ajuste da sensibilidade do Ventilador (TRIGGER): O termo trigger tem sido


utilizado para caracterizar o mecanismo pelo qual o paciente, na ventilação mecânica
assistida, dispara ou libera o início da fase inspiratória do ventilador. Para este
disparo, ou seja, para liberar o fluxo inspiratório é necessário que o paciente faça um
esforço inspiratório. Neste caso, quanto maior for o valor absoluto da sensibilidade,
maior deverá ser o esforço do paciente para conseguir abrir a válvula de demanda,
que libera o fluxo inspiratório. Tendo sido esse efeito utilizado para solicitar a
musculatura durante o treinamento na fase de desmame. Porém este método não é
mais utilizado, devido à imprecisão dos valores de trabalho imposto.
4 Estimulação Diafragmática Elétrica Transcutânea (EDET): Apesar de haver
escassez de estudos relacionados ao uso da EDET, este recurso tem sido utilizado na
prática clínica da fisioterapia. Há um equipamento de EDET específico para
estimulação elétrica do diafragma, denominado Phrenics, com parâmetros
padronizados e limitados, objetivando facilitar sua utilização nos pacientes com
disfunção respiratória. Estudos mostram que com o uso da EDET ocorreu aumento
tanto da Pimáx quanto da Pemáx, melhorando a força muscular respiratória
(CANCELLIERO, K. M. e col.). Este recurso é contra indicado para pacientes com
lesão dérmica e que fazem uso de marca passo cardíaco.

5 Exercício Motor Global Precoce: Os exercícios (movimentos ativos, ativo-


assistidos ou passivos) são de grande importância na manutenção da saúde física e
mental do ser humano. A mobilização dos membros superiores utilizados juntamente
com exercícios respiratórios otimizam o aumento dos diâmetros da caixa torácica,
melhorando a ventilação. Os exercícios com os membros inferiores são importantes
na manutenção do retorno venoso (LUIZ, A. P. W. e col.). A fisioterapia motora
precoce faz com que os indivíduos saiam mais cedo da cama, deambulem em menos
dias e tenham um menor tempo de permanência na unidade de terapia intensiva e no
hospital. E o mais importante, os pacientes que receberam fisioterapia motora
precoce apresentaram um menor tempo de ventilação mecânica, pois a imobilidade,
descondicionamento físico e fraqueza são problemas comuns em pacientes com
insuficiência respiratória aguda em ventilação mecânica.

https://interfisio.com.br/a-importancia-do-fortalecimento-muscular-no-auxilio-do-
desmame-de-pacientes-em-ventilacao-mecanica-invasiva-uma-revisao-sistematica/

O treinamento da musculatura respiratória (TMR) pode ser realizado com alguns tipos de
dispositivos, através da resistência de molas, como o Threshold e o PowerBreathe, com cargas
impostas à espirometria de incentivo a volume e a fluxo ou com técnicas de respiração.2,6,7,9-
11 Independentemente da técnica utilizada, os exercícios respiratórios visam à melhora na
função pulmonar, na força muscular respiratória e mobilidade tóraco-abdominal, sendo
considerados eficientes e seguros na fisioterapia

endurance muscular é a capacidade do músculo em oferecer resistência à fadiga, em um


determinado tempo de trabalho. A capacidade de endurance muscular depende do tipo de
fibras, do suprimento sangüíneo e da integridade dos elementos contráteis. Os testes de
endurance muscular são: • Método de hiperpnéia . • Ventilação voluntária máxima (VMM) •
Capacidade ventilatória máxima (CVSM) Índice tensão-tempo - Pdi/Pdimax

file:///C:/Users/Bruno/Downloads/949-Texto%20do%20Artigo-4450-4359-10-20170327.pdf

Os treinamentos de endurance (aeróbico) e força (anaeróbico) são adequados para o aumento


da resistência e força muscular, respectivamente. O treino aeróbico consiste na realização de
exercícios em esteiras e bicicletas com baixa intensidade e longo tempo e o treino de força
inclui exercícios com peso/ carga elevadas e baixas repetições de movimento

Os treinos de endurance levam a um desenvolvimento funcional e alterações


adaptativas nas composições de tais músculos. O diafragma é o músculo mais
danificado, tornando-se reversível, o que reduz a zona de aposição e, por conseguinte,
limita sua excursão
Os treinos de endurance e força são apropriados para elevar a resistência e força
muscular, simultaneamente. O primeiro incide na execução de atividades em esteiras e
bicicletas ergométricas com pouca intensidade e por muito tempo e o segundo abrange
atividades com peso/ carga altas e poucas repetições.

Dentre esses componentes, o treinamento aeróbio (endurance) constitui a


principal estratégia para melhorar a tolerância ao esforço. É comumente realizado
em esteira ou bicicleta ergométrica, de três a cinco vezes por semana, por 20 a 60
minutos, a uma intensidade acima de 60% da taxa máxima de trabalho. O
treinamento aeróbio de alta intensidade é recomendado, pois determina maiores
benefícios fisiológicos quando comparado ao de baixa intensidade.

O treinamento de força tem sido adicionado ao treinamento aeróbio, pois é


específico para determinar aumento de massa e força musculares, as quais estão
relacionadas à sobrevida, ao uso de serviços de saúde e à capacidade de exercício
em pneumopatas. Geralmente são realizadas uma a três séries, de 8 a 12
repetições, com carga de 50 a 85% da força máxima para cada agrupamento
muscular (membros superiores e inferiores), de duas a três vezes na semana. O
treinamento específico da musculatura respiratória torna-se interessante para
aqueles sujeitos que apresentam fraqueza muscular respiratória (pressão
inspiratória máxima -60 cmH2O)

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