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Sp10
- efeitos fisiológicos
Os efeitos fisiológicos do enfisema pulmonar crônico são variáveis, dependendo da
gravidade da doença e dos graus relativos de obstrução bronquiolar versus destruição
do parênquima pulmonar. As diferentes anormalidades incluem o seguinte.
3.O processo obstrutivo com frequência se apresenta muito pior em algumas partes
dos pulmões do que em outras, de forma que algumas porções sejam bem ventiladas e
outras, mal ventiladas. Essa situação geralmente causa relações ventilação-perfusão
extremamente anormais, com V.A/Q. muito baixa em algumas partes (shunt
fisiológico) – que resulta em má oxigenação do sangue – e V.A/Q. muito alta, em
outras partes (espaço morto fisiológico) – que resulta em ventilação desperdiçada –,
com ambos os efeitos ocorrendo nos mesmos pulmões.
4.A perda de grandes porções das paredes alveolares também diminui o número de
capilares pulmonares pelos quais pode fluir o sangue. Como resultado, geralmente
ocorre um significativo aumento da resistência vascular pulmonar, causando
hipertensão pulmonar que, por sua vez, sobrecarrega o lado direito do coração e
muitas vezes leva a uma insuficiência cardíaca direita (cor pulmonale).
- patogenia
A inalação da fumaça de cigarro e de outras partículas nocivas causa dano e
inflamação pulmonares que, especialmente em pacientes com predisposição genética,
levam à destruição do parênquima (enfisema) e a doenças das vias aéreas
(bronquiolite e bronquite crônica). Os fatores que influenciam o desenvolvimento do
enfisema são os seguintes :
• Células e mediadores inflamatórios: Uma grande variedade de mediadores
inflamatórios encontra-se aumentada (incluindo leucotrieno B4, IL-8, TNF e outros) e
atraem mais células inflamatórias a partir da circulação (fatores quimiotáticos),
amplificam o processo inflamatório (citocinas pró-inflamatórias) e induzem alterações
estruturais (fatores de crescimento). As células inflamatórias presentes nas lesões
incluem neutrófilos, macrófagos e células T CD4+ e CD8 + . Ainda não se sabe se as
células T são específicas para algum antígeno particular ou se são recrutadas apenas
como parte da inflamação.
• Desequilíbrio protease-antiprotease: Diversas proteases que causam ruptura dos
tecidos conjuntivos são liberadas pelas células inflamatórias e epiteliais. Nos pacientes
que desenvolvem enfisema, existe uma deficiência relativa de antiproteases
protetoras (discutidas com detalhes a seguir).
• Estresse oxidativo: Espécies reativas de oxigênio são geradas pela fumaça do cigarro
e por outras partículas inaladas, e também são liberadas pelas células inflamatórias
ativadas, tais como macrófagos e neutrófilos. Elas ocasionam lesões teciduais
adicionais e inflamação .
• Infecção das vias aéreas: Embora a infecção não pareça estar associada ao
desencadeamento da destruição tecidual, infecções virais e/ou bacterianas podem
gerar exacerbações agudas.
A ideia de que as proteases são importantes baseia-se, em parte, na observação de
que pacientes com deficiência genética da antiprotease α1-antitripsina possuem
predisposição ao desenvolvimento de enfisema pulmonar, o qual é agravado pelo
tabagismo. Cerca de 1% de todos os pacientes com enfisema possuem este defeito. A
α1-antitripsina, que está normalmente presente no soro, em fluidos teciduais e nos
macrófagos, é uma importante inibidora de proteases (particularmente a elastase)
secretada por neutrófilos durante a inflamação. A α1-antitripsina é codificada por um
gene no locus do inibidor de proteinase (proteinase inhibitor – Pi) no cromossomo 14.
O locus Pi é polimórfico, de forma que aproximadamente 0,012% da população dos
Estados Unidos é homozigota para o alelo Z, conferindo um genótipo associado a
níveis séricos de α1-antitripsina significativamente mais baixos. Mais de 80% destes
indivíduos desenvolvem enfisema panacinar sintomático, manifestando-se em idade
precoce, e com maior gravidade caso o indivíduo seja tabagista.
O dano à matriz extracelular mediada por proteases desempenha papel fundamental
na obstrução das vias aéreas observada no enfisema. As vias aéreas menores são
normalmente mantidas abertas pela retração elástica do parênquima pulmonar. A
perda de tecido elástico nas paredes dos alvéolos que envolvem os bronquíolos
respiratórios reduz a tração radial, consequentemente levando os bronquíolos
respiratórios ao colapso durante a expiração. Isto gera obstrução funcional do fluxo
aéreo, apesar da ausência de obstrução mecânica.
- formas de diagnostico
O diagnóstico e a classificação do enfisema dependem, em grande parte, da
aparência macroscópica do pulmão. O enfisema panacinar típico produz
pulmões pálidos e volumosos, que frequentemente encobrem o coração
quando a parede torácica anterior é removida durante a necrópsia. As
características macroscópicas do enfisema centroacinar são menos evidentes.
Até atingirem os estágios mais avançados, os pulmões mantêm uma cor rosa
mais intensa do que no enfisema panacinar, e encontram-se menos
volumosos; além disso, os dois terços superiores dos pulmões são mais
gravemente afetados que as porções inferiores. O exame histológico revela
destruição das paredes alveolares sem fibrose, levando ao aumento dos
espaços aéreos (Fig. 13.7). Além da perda alveolar, o número de capilares
alveolares é diminuído. Os bronquíolos terminais e respiratórios podem estar
deformados em decorrência da perda dos septos que ajudam a firmar estas
estruturas no parênquima. Com a perda do tecido elástico nos septos
alveolares circundantes, a tração radial nas vias aéreas menores torna-se
reduzida. Como resultado, elas tendem a sofrer colapso durante a expiração –
uma importante causa de obstrução crônica de fluxo aéreo no enfisema grave.
A inflamação bronquiolar e a fibrose submucosa estão consistentemente
presentes na doença avançada.
Broncoscopia- para ver parte macroscópica
Doença restritiva n muda índice de tiffenault- dois diminuem
Enfisema pode evoluir para fibrose
Baqueteamento digital deformidade nas unhas clássico de problema pulmonar
e cardíaco (hipoxemia leva a matriz da unha a produzir mais vasos sanguíneos
em volta e unha deforma)
Características Clínicas
A dispneia é geralmente o primeiro sintoma; inicia-se de maneira insidiosa,
porém continuamente progressiva. Em pacientes com bronquite crônica ou
bronquite asmática crônica subjacentes, tosse e chiado podem ser as queixas
iniciais. É comum haver perda de peso que, em alguns casos, pode ser grave o
suficiente para sugerir tumor maligno oculto. Os testes de função pulmonar
revelam VEF1 reduzido e CVF normal ou próxima ao normal. Portanto, a razão
entre VEF1 e CVF é reduzida.
A apresentação clássica do enfisema sem o componente “bronquite” é a
presença de tórax em forma de barril, dispneia, expiração prolongada
evidente, e o paciente sentando em posição inclinada para frente e corcunda.
Nestes pacientes, o aumento do espaço aéreo é grave e a capacidade de
difusão é baixa. A dispneia e a hiperventilação são evidentes, de tal forma que,
até os estágios mais tardios da doença, a troca gasosa se mantém adequada e
as concentrações de gás no sangue são relativamente normais. Devido à
importante dispneia e à oxigenação adequada da hemoglobina, estes
pacientes são, por vezes, chamados sopradores róseos.
Na outra extremidade do espectro clínico, encontra-se o paciente com
enfisema, e que também possui bronquite crônica pronunciada e histórico de
infecções recorrentes. A dispneia nestes casos é geralmente menos evidente.
Na ausência de aumento do impulso respiratório, o paciente retém dióxido de
carbono tornando-se hipóxico e, frequentemente, cianótico. Por motivos ainda
não esclarecidos, estes pacientes tendem a ser obesos – daí a denominação
“inchados azuis”.
Na maioria dos pacientes com DPOC, os sintomas se enquadram entre estes
dois extremos. O espasmo vascular pulmonar induzido pela hipóxia e a perda
de área de superfície capilar pulmonar pela destruição alveolar causam o
desenvolvimento gradual da hipertensão pulmonar secundária, a qual, em
20% a 30% dos pacientes, leva à insuficiência cardíaca congestiva direita (cor
pulmonale, Cap. 11). A morte por enfisema está relacionada com a
insuficiência respiratória ou com a insuficiência cardíaca direita
Enfisema e tabagismo
Enfisema e tabagismo: o tabagismo leva a destruição das fibras de elastina,
bem como ao amento da área do alvéolo, dificultando a hematose.
Enfisema: O enfisema é caracterizado pela perda de elastina, a fibra elástica
que ajuda os alvéolos a retraírem durante a expiração. A elastina é destruída
pela elastase, uma enzima liberada pelos macrófagos alveolares, que
apresenta aumento na sua atividade em fumantes, na tentativa de livrar os
pulmões dos irritantes presentes no cigarro. As pessoas com enfisema
possuem mais dificuldade de expirar do que de inspirar. Os seus alvéolos
apresentam perda de retração elástica, o que faz a expiração – normalmente
um processo passivo – necessitar de um esforço consciente.
Hipertrofia do ventrículo esquerdo junto com direito
Enfisema e hipertensão
Enfisema e hipertensão: o enfisema reduz a eficácia das trocas gasosas. Uma
dos consequências seria e diminuição do O2, que seria detectado pelos
quimiorreceptores. Os quimiorreceptores excitem o vaso motor, elevando a
PA através do aumento do DC. sobrecarga no ventrículo direito, no primeiro
momento o corpo tenta compensar aumentando a filtração no rim. Diminui a
reabsorção de sódio e água lesiona o endotélio, diminui o diâmetro dos
vasos, constrição na arteríola aferente e estimula o sistema SSA, aumenta a
pressão do indivíduo.
Aumenta complacência
Individuo fica hipertenso, mecanismo de controle túbulo glomerular não dá
conta quando é crônico, com o tempo faz dano glomerular
- anormalidades da regulação
Febre
É considerada parte da resposta imune normal do corpo. As toxinas de
bactérias, entre outros patógenos, estimulam a liberação de fatores químicos
pirogênicos a partir de células do sistema imune. Os pirogênios são citocinas indutoras
de febre que também têm muitos outros efeitos.
Eles induzem a febre por reajustar o termostato hipotalâmico em um ponto
superior. A temperatura ambiente normal é percebida como muito fria, e o paciente
começa a tremer, gerando calor adicional. Os pirogênios podem também aumentar a
termogênese sem tremor, provocando aumento da temperatura corporal.
O significado adaptativo da febre ainda não está claro, mas ela parece
aumentar a atividade dos leucócitos envolvidos na resposta imune.
A febre alta pode ser perigosa, uma vez que uma febre de 41°C por mais do
que um breve período causa danos ao encéfalo.
A exaustão por calor e o choque por calor são as formas mais comuns de
hipertermia, uma condição na qual a temperatura do corpo aumenta para valores
anormalmente altos. O excesso de calor, como, por exemplo, em temperaturas
centrais de 37,5 a 39°C, tem como característica a desidratação grave.
A intermação é a forma mais grave de hipertermia, com temperatura central
do corpo mais alta. A pele geralmente se torna ruborizada e seca. O rápido e imediato
resfriamento do paciente pode ser importante, uma vez que diversas funções
enzimáticas e proteínas começam a se desnaturar em temperaturas acima de 41°C.
Nessa temperatura, o risco de morte e choque térmico pode chegar próximo a 50%.
A hipertermia maligna, na qual a temperatura do corpo se torna elevada de
forma anormal, é uma condição determinada geneticamente. Um defeito nos canais
de Ca2+ de músculos esqueléticos libera demasiada quantidade de Ca2+ para o
citoplasma da célula. Enquanto os transportadores celulares trabalham para mover o
Ca2+ de volta para as mitocôndrias e o retículo sarcoplasmático, o calor liberado da
hidrólise do ATP aumenta substancialmente a temperatura do corpo.
Neurocirurgia, lesão de área hipotalâmica- paciente com febre
Infarto pode ter febre
A hipotermia, uma condição na qual a temperatura do corpo cai
anormalmente, também é uma condição perigosa. Quando a temperatura central do
corpo cai, as reações enzimáticas ficam mais lentas, e a pessoa perde a consciência.
Quando o metabolismo diminui, o consumo de oxigênio também diminui
- papel do antitrermico