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TAUAN DOS SANTOS SILVA

DPOC (DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA)

TUCURUI-PA
2022
TAUAN DOS SANTOS SILVA

DPOC (DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA)

Trabalho apresentado a faculdade


Uniplan na disciplina de Cuidados da
Saúde do Adulto, sob orientação do
professora Margarete matos, como
requisito para a obtenção parcial de
nota na referida disciplina.

TUCURUI-PA
2022
INTRODUÇÃO

A DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) é uma condição inflamatória dos


pulmões causada por doenças respiratórias, como bronquite crônica ou
enfisema pulmonar, que promovem o fechamento dos brônquios ou bronquíolos,
dificultando, o fluxo de ar e a respiração. A principal causa da DPOC é o
tabagismo, pois a fumaça e outras substâncias presentes no cigarro prejudicam
o tecido das vias respiratórias, levando ao surgimento de sintomas, como falta
de ar, tosse constante com muco e sensação de ruído, ou chiado, no peito ao
respirar.
FISIOPATOLOGIA
Inflamação
Em indivíduos geneticamente suscetíveis, as exposições inalatórias deflagram
uma resposta inflamatória nas vias respiratórias e nos alvéolos, que
desencadeia a doença. Admite-se que o processo seja mediado pelo aumento
da atividade da protease e pela diminuição da atividade antiprotease. As
proteases pulmonares, como a elastase neutrofílica, as metaloproteinases da
matriz e as catepsinas, provocam a lise da elastina e do tecido conjuntivo no
processo normal de reparação tecidual. A atividade dessas proteases costuma
ser balanceada por antiproteases, como alfa-1 antitripsina, inibidor da
leucoproteinase secretória derivada do epitélio, elafina e inibidor tecidual da
metaloproteinase da matriz. Em pacientes com doença pulmonar obstrutiva
crônica, a ativação de neutrófilos e de outras células inflamatórias libera
proteases como parte do processo inflamatório; a atividade da protease supera
a atividade da antiprotease, resultando em destruição tecidual e hipersecreção
de muco.A ativação de neutrófilos e macrófagos também provoca acúmulo de
radicais livres, ânions superóxidos e peróxido de hidrogênio, que inibem as
antiproteases e causam broncoconstrição, edema de mucosa e hipersecreção.
A lesão oxidante induzida pelo neutrófilo, a liberação de neuropeptídeos pró-
fibróticos (p. ex., bombesina) e a redução dos níveis de fator de crescimento
endotelial vascular podem contribuir para a destruição do parênquima pulmonar
apoptótico.A inflamação na doença pulmonar obstrutiva crônica aumenta à
medida que a gravidade da doença aumenta e, na doença grave (avançada), a
inflamação não desaparece completamente com a cessação do tabagismo.
Essa inflamação crônica parece não responder aos corticoides.

Infecção
A infecção respiratória (pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica são
propensos a ela) pode amplificar a progressão da destruição do pulmão.

As bactérias, especialmente Haemophilus influenzae, colonizam as vias


respiratórias inferiores em cerca de 30% dos pacientes com doença pulmonar
obstrutiva crônica. Em pacientes com comprometimento mais grave (p. ex.,
naqueles com hospitalizações prévias), a colonização por Pseudomonas
aeruginosa e outras bactérias gram-negativas é comum. O tabagismo e a
obstrução das vias respiratórias acarretam o comprometimento da depuração
do muco das vias respiratórias, o que predispõe à infecção. Os surtos repetidos
de infecção conduzem ao aumento da magnitude do processo inflamatório, que
acelera a progressão da doença. Entretanto, não existem evidências de que o
uso a longo prazo de antibióticos diminua a progressão da doença pulmonar
obstrutiva crônica.
Limitação do fluxo de ar

A característica fisiopatológica primordial da doença pulmonar obstrutiva


crônica é a limitação do fluxo aéreo provocada por estreitamento e/ou
obstrução das vias respiratórias, perda de retração elástica, ou ambas.

Estreitamento e obstrução das vias respiratórias são causados por inflamação


mediada pela hipersecreção de muco, tamponamento de muco, espasmo
brônquico, fibrose peribrônquica e remodelação das pequenas vias
respiratórias ou uma combinação desses mecanismos. Os septos alveolares
são destruídos, reduzindo as inserções do parênquima nas vias respiratórias,
facilitando assim o fechamento delas durante a expiração.Os espaços
alveolares dilatados às vezes se fundem em bolhas, definidas como espaços
aéreos ≥ 1 cm de diâmetro. As bolhas podem estar totalmente vazias ou ter
filamentos de tecido pulmonar que as atravessam em áreas de enfisema
localmente grave e, ocasionalmente, ocupam todo o hemitórax. Essas
mudanças provocam a perda do recolhimento elástico e a hiperinflação
pulmonar.A maior resistência das vias respiratórias aumenta o trabalho de
respiração. Hiperinsuflação pulmonar, embora diminua a resistência das vias
respiratórias, também aumenta o esforço respiratório. O aumento do trabalho
respiratório pode levar à hipoventilação alveolar com hipóxia e hipercapnia,
embora hipóxia e hipercarbia também possam ser causadas pelo desequilíbrio
entre ventilação e perfusão (V/Q).

Complicações

Além da limitação do fluxo aéreo e da insuficiência respiratória, as


complicações às vezes incluem

• Hipertensão pulmonar

• Infecção respiratória

• Perda ponderal e outras comorbidades

Hipoxemia crônica aumenta o tônus vascular pulmonar que, se difuso,


causa hipertensão pulmonar e cor pulmonale. O aumento na pressão vascular
pulmonar pode ocorrer por causa da destruição do leito capilar pulmonar em
decorrência da destruição dos septos alveolares.
Infecções respiratórias virais ou bacterianas são comuns entre os pacientes
com doença pulmonar obstrutiva crônica e causam uma grande porcentagem
das agudizações. Atualmente, acredita-se que as infecções bacterianas
agudas são decorrentes da aquisição de novas cepas de bactérias, em vez de
provenientes do crescimento de bactérias colonizadoras crônicas.

Pode haver perda ponderal, talvez em resposta à diminuição da ingestão


calórica e aumento dos níveis circulantes do fator de necrose tumoral (FNT)-
alfa.
MANIFESTAÇÕES CLINICAS

A Doença Pulmonar Crônica Obstrutiva apresenta diversos sintomas. Eles


costumam ser notados somente após ocorrer significativo dano ao pulmão e,
caso o paciente não trate, geralmente pioram no decorrer dos anos,
principalmente se a exposição ao tabaco persistir.
Na fase inicial da DPOC, os sintomas costumam ser:
• Dificuldade para respirar;
• Falta de ar;
• Tosse;
• Presença de catarro.
Conforme a doença for se agravando, outros indícios passam a ser notados,
como:
• Chiado;
• Aperto no peito;
• Necessidade de limpar a garganta ao acordar, devido a quantidade
excessiva de muco pulmonar (pigarro);
• Lábios com coloração azulada (cianose);
• Falta de energia;
• Presença de infecções respiratórias mais frequentes;
• Tornozelos, pés ou pernas inchadas;
• Perda de peso.
Um sinal de alerta especificamente para fumantes é quando começam a ter
muitos casos de gripe ou pneumonia seguidos. Além disso, é preciso dar
atenção redobrada à tosse crônica, matinal e diária nos últimos 2 anos. Este é
considerado o sintoma da DPOC mais característico e, ao mesmo tempo, mais
negligenciado.
De maneira geral, quando a DPOC se encontra em fase adiantada, os sintomas
são praticamente diários e intensos. Com isso, tendem a dificultar a realização
de atividades simples do cotidiano, e quase impossibilitar a prática de atividades
físicas.
FATORES DE RISCO

A exposição ao tabaco, à poluição, gases e substâncias tóxicas são os principais


fatores de risco da DPOC. A prematuridade também aumenta a predisposição à
doença em idades mais avançadas.Normalmente, seu início é lento, mas pode
evoluir de modo mais rápido levando a incapacidade por insuficiência respiratória
e óbito. Outros tipos de fumo como o cachimbo, narguilé, maconha e a exposição
passiva também contribuem para causar e piorar a doença. A poluição
ambiental, a queima de biomassa como as queimadas de lavouras e uso de
lenha para cozinhar, como o fogão a lenha, entram também neste grupo.

Embora a DPOC não tenha cura, os tratamentos disponíveis atuam retardando


a progressão da doença, controlando os sintomas e reduzindo as complicações.
É fundamental consultar um médico pneumologista para diagnóstico e
tratamento adequados. A fisioterapia e os exercícios físicos com orientação
profissional adequada de um fisioterapeuta também são aliados do paciente.
TRATAMENTO

• Cessação do tabagismo

• Broncodilatadores inalatórios, corticoides, ou ambos

• Tratamento de suporte (p. ex. suplementação de oxigênio,


reabilitação pulmonar)

O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica engloba o tratamento


da doença crônica estável e prevenção e tratamento
de exacerbações. Tratamento do cor pulmonale, uma complicação comum da
doença pulmonar obstrutiva crônica grave e de longa duração, é discutido em
outro capítulo.
Parar de fumar é fundamental no tratamento da doença pulmonar obstrutiva
crônica.
O tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica estável visa prevenir as
exacerbações e melhorar as funções pulmonar e física. Aliviar os sintomas
rapidamente, sobretudo com fármacos beta-adrenérgicos de ação rápida e
diminuir as exacerbações com corticoides inalatórios, fármacos beta-
adrenérgicos de ação prolongada, anticolinérgicos de ação prolongada, ou uma
combinação (ver tabela Tratamento inicial da doença pulmonar obstrutiva
crônica).
A reabilitação pulmonar prevê o treinamento com exercícios estruturados e
supervisionados, orientação nutricional e instruções sobre como se cuidar.
Indica-se oxigenioterapia para pacientes selecionados.
O tratamento das exacerbações assegura oxigenação adequada e pH
sanguíneo próximo do normal, reverte a obstrução das vias respiratórias e trata
qualquer causa.
FONTES:
Robert A. Wise.Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),ManualMSD,2020.Disponivel
em : https://www.msdmanuals.com. Acesso em: 15/11/2022

DPOC: o que é, sintomas, causas e tratamento.Tuasaúde,2022. Disponivel em:


https://www.tuasaude.com/doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-dpoc/. Acesso
em: 15/11/2022

Conhecer os principais sintomas da DPOC. ClinicaCDRA,2019.Disponivel em:


https://www.cdra.com.br/sintomas-dpoc.Acesso em: 15/11/2022

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