Você está na página 1de 26

Intoxicação

por Sílica
Silicose
Sílica

•A sílica também conhecida como Dióxido de Silício


SiO2 contem átomos de silício e oxigênio em estruturas
moleculares diferentes, originando diversas substâncias
químicas.
•É um dos minerais mais abundantes na natureza,
representado cerca de 60% da crosta terrestre, encontrado
em rochas e areias.
•É amplamente utilizada como produto final,
subproduto ou matéria-prima em vários processos
industriais.
Formas de exposição
• No trabalho:
A sílica representa um risco maior em ambientes de trabalho como: construção civil,
indústrias de cerâmica, agricultura, metalurgia entre outros, que possuem equipamentos
(tecnologia) que propiciam ou não impedem a contaminação do meio com poeira de sílica.

• No ambiente:
A natureza da poeira de sílica propicia que a exposição ambiental ocorra, basicamente, pela
proximidade a ambientes em que a rocha seja fraturada em pequenos pedaços. Isso se dá
nas proximidades de pedreiras, área de arado, construção civil, extração mineral em minas
a céu aberto, entre outras.

Alterações de vento, contaminação de solo e de água subterrânea são variações comuns


deste processo de trabalho, que apresenta um risco diferenciado para a exposição
ocupacional e ambiental à sílica.
Silicose

•A silicose é uma doença pulmonar


atribuída à inalação de várias formas de
sílica livre e cristalizada que produz uma
reação fibrosa no tecido alveolar é uma
doença crônica fibrogênica, de evolução
em geral muito lenta, progressiva e
irreversível que provoca insuficiência
pulmonar.
O que é silicose?
• Trata-se de uma Pneumoconiose (doenças pulmonares causadas pelo
acúmulo de poeira nos pulmões) causada pela inalação de partículas de
sílica.

• A sílica (ou óxido de silício) é o principal componente da areia e matéria


prima para a fabricação do vidro e do cimento.

• As consequências da inalação dessa substância (principalmente se muito


duradoura), limita muito a capacidade respiratória da pessoa afetada, tanto
no que diz respeito à capacidade de oxigenação do sangue quanto à
expansão pulmonar, com repercussão em outras funções orgânicas,
sobretudo cardíaca.
Fisiopatologia

•Uma vez inaladas, as partículas de sílica depositam-se principalmente nos


bronquíolos respiratórios e alvéolos.
•Se o clearance mucociliar ascendente e linfático não for capaz de remover as
partículas, elas acabam por induzir um processo inflamatório, caracterizado
inicialmente como uma alveolite, podendo evoluir para a fase de fibrose.
Principais efeitos á saúde
•A exposição à sílica também pode aumentar o risco de doenças autoimunes, esclerose
sistêmica, artrite reumatoide, lúpus, complicações na derme, anemia hemolítica, além de vários
tipos de câncer, tais como de pulmão, estômago, fígado, esôfago, pâncreas, intestino, ósseo,
faríngeo, pele, cérebro e rim (INCA, 2012).

•No Brasil, a silicose é a principal pneumoconiose causada por inalação de poeira de sílica.
Caracteriza-se pela formação de tecido conjuntivo fibroso no pulmão, chamada de fibrose. Esta
é responsável pela diminuição da elasticidade pulmonar, prejudicando o processo de trocas
gasosas. O adoecimento por silicose propicia o aumento do risco de câncer pulmonar e de
outras doenças autoimunes (INCA, 2021).

•Trabalhadores expostos à sílica, quando comparados com a população em geral, possui


risco 2 a 3 vezes maior a câncer de pulmão.
•Ressalta-se que grupo de trabalhadores expostos à poeiras estão sujeitos às múltiplas
exposições em seu ambiente de trabalho que extrapolam os riscos decorrentes exclusivamente
da produção de pó.
Medidas de controle

•Recomenda-se a eliminação da substância, mudança de processo ou operação,


umidificação, ventilação, inclausuramento, isolamento, limpeza ou manutenção
geral, sinalização e rotulagem, monitoramento ambiental, limitação do tempo de
exposição, proteção respiratória, asseio pessoal e exames médicos.
•Para que medidas de controle sejam efetivas ou atenuar a exposição do
trabalhador a agentes tóxicos é necessário cumprir, efetivamente as recomendações
contidas no Programa de Proteção Respiratória - PPR , publicação da Fundacentro
conforme Instrução Normativa n° 1 de 11 de abril de 1994.
PPR - PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
•A Instrução Normativa SSST/MTB Nº 1, DE 11 DE ABRIL DE 1994, estabelece que o empregador
deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a utilização dos EPR -
Equipamentos de Proteção Respiratória, quando necessário para complementar as medidas de
proteção coletiva implementadas, ou enquanto as mesmas estiverem sendo implantadas, com a finalidade
de garantir uma completa proteção ao trabalhador contra os riscos existentes nos ambientes de trabalho.
•As medidas previstas deverão observar os seguintes princípios:
I - o estabelecimento de procedimentos escritos abordando, no mínimo:
a) os critérios para a seleção dos equipamentos;
b) o uso adequado dos mesmos levando em conta o tipo de atividade e as características individuais do
trabalhador;
c) a orientação ao trabalhador para deixar a área de risco por motivos relacionados ao equipamento;
II - a indicação do equipamento de acordo com os riscos aos quais o trabalhador está exposto;
III - a instrução e o treinamento do usuário sobre o uso e as limitações do EPR;
IV - o uso individual dos equipamentos, salvo em situações específicas, de acordo com a finalidade dos
mesmos;
V - a guarda, a conservação e a higienização adequada;
PPR - PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
VI - o monitoramento apropriado e periódico das áreas de trabalho e dos riscos ambientais a que estão
expostos os trabalhadores;
VII - o fornecimento somente a pessoas fisicamente capacitadas a realizar suas tarefas utilizando os
equipamentos;
VIII - o uso somente de respiradores aprovados e indicados para as condições em que os mesmos forem
utilizados;
IX - a adoção da proteção respiratória individual após a avaliação prévia dos seguintes parâmetros:
a) características físicas do ambiente de trabalho;
b) necessidade de utilização de outros EPI;
c) demandas físicas específicas das atividades de que o usuário está encarregado;
d) tempo de uso em relação à jornada de trabalho;
e) características específicas de trabalho tendo em vista possibilidade da existência de atmosferas
imediatamente perigosas à vida ou à saúde;
X - a realização de exame médico no candidato ao uso do EPR, quando por recomendação médica, levando
em conta, dentre outras, as disposições do inciso anterior, sem prejuízo dos exames previstos na NR 07;
•Elaboração e Implantação do PPR. O PPR é parte de um conjunto mais amplos de ações de segurança e
saúde do trabalho que as empresas devem adotar e deve estar articulado com o PPRA e PCMSO.

Você também pode gostar