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Assistência de Enfermagem nas Doenças do

Sistema Respiratório

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 11

Lorena Carine, Enfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).


Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho e Pós Graduada em Gestão Hospitalar.
Docente da Grau Técnico.
Doenças do aparelho respiratório: Edema
Agudo de Pulmão. Enfisema Pulmonar. DPOC.
Insuficiência Respiratória.
ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA
Aula 10
DPOC
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)
 A Doença pulmonar obstrutiva crônica é
caracterizada por um estado patológico que
limita o fluxo do ar e que não é plenamente
reversível.

 As DPOCs são divididas em asma, bronquite


crônica e enfisema pulmonar.
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)

 É uma doença pulmonar que obstrui as vias


aéreas, tornando a respiração difícil.

 Normalmente seu início é lento, mas pode


evoluir de modo mais rápido levando a
incapacidade por insuficiência respiratória e
óbito.
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)
 Outros tipos de fumo como o cachimbo, narguilé,
maconha e a exposição passiva também
contribuem para causar e piorar a doença.

 A poluição ambiental, a queima de biomassa


como as queimadas de lavouras e uso de lenha
para cozinhar, como o fogão a lenha, entram
também neste grupo.
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)

 Os principais sintomas da DPOCs são:

Falta de ar aos esforços, que pode progredir até


para atividades corriqueiras como trocar de roupas
ou tomar banho;
Pigarro;
Tosse crônica;
Tosse com secreção e que piora pela manhã.
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)
 Problemas comuns:

• Dor torácica: causada por inflamação,


compressão por tumores, excessiva atividade
muscular na respiração ou traumatismos.

• Cianose: coloração azulada cutânea por


inadequada oxigenação sanguínea (frio,
bombeamento cardíaco fraco).
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)
 Problemas comuns:

• Hemoptise: expectoração sanguínea oriunda


do trato respiratório.

• Insuficiência Respiratória: queda da


quantidade de O2 ou aumento do CO2.
Doença Pulmonar Obstrutiva
Crônica (DPOC)

 Embora a DPOC não tenha cura, os tratamentos


disponíveis atuam retardando a progressão da
doença, controlando os sintomas e reduzindo as
complicações.
ENFISEMA PULMONAR
Enfisema Pulmonar

 O enfisema pulmonar geralmente é o resultado


da evolução da bronquite crônica com depressão
do processo inflamatório e degenerativo, com
rupturas e destruição de estruturas alveolares,
fibrose, colapso, deformação, hiperinsuflação e
distensão alveolar e pulmonar, manifestando-se
por dispneia e hipoxemia progressivas.
Enfisema Pulmonar

 Ambos coexistem em proporções variáveis nas


DPOC, principalmente devido ao fumo.

 Seu resultado final é a destruição dos alvéolos e


das terminações da árvore brônquica e pela
perda da elasticidade pulmonar.
Manifestações Clínicas

 Os principais sintomas incluem:

Dispneia aos esforços que pode progredir para dispneia de


decúbito e dispneia paroxística noturna;

Tosse produtiva matinal (pois há um acumulo das


secreções/muco produzidos durante a noite na árvore
traqueobrônquica);

Hemoptise;

Expectoração.
Manifestações Clínicas

 Ao exame físico pode-se encontrar sinais


característicos de um estereótipo clássico: os
"sopradores róseos" e os "inchados azuis".

 Nos "sopradores róseos" há tórax em tonel,


dispneia do tipo expiratória, sem cor pulmonal e
sem hipoxemia.
Manifestações Clínicas

"Inchados azuis". É o esteriótipo do


bronquítico grave. Paciente obeso e tem
sindrome da apnéia do sono. Há distúrbio
grave de trocas gasosas, o que induz
hipoxemia significativa, manifesta como
cianose.
Enfisema Pulmonar

Tórax em Tonel
Manifestações Clínicas

 Na ausculta: os murmúrios vesiculares também


estão diminuídos, mas há presença de ruídos
adventícios (roncos, sibilos e estertores - devido a
presença de quantidades maiores de muco).
Diagnóstico

• Tosse crônica (geralmente o primeiro sintoma


da DPOC, diária e geralmente durante todo o
dia e raramente é totalmente noturna).

• Produção crônica de expectoração.


Diagnóstico

• Dispneia (progressiva, persistente, presente


diariamente agrava com exercício e durante as
infecções respiratórias).

• História de exposição fatores de risco (fumaça


cigarro, poeiras, fumaça, fogo de lenha e
produtos químicos).
Fisiopatologia

• Os alvéolos são gradualmente destruídos


tornando-se hiperinsuflados.
Tratamento

 Há várias opções de tratamento que podem


ajudar pacientes com enfisema, porém o passo
mais importante é parar de fumar.

 Ao parar de fumar quando as obstruções de


fluxo de ar ainda são leves ou moderadas
retarda-se o desenvolvimento da falta de ar
incapacitante.

 Transplante de pulmão.
Assistência de Enfermagem

 Semelhante as ações educativas para a asma com


algumas diferenças na forma do tratamento
medicamentoso.

• Oxigenoterapia;
• Broncodilatadores;
• Corticoides;
• Reabilitação Pulmonar (acionar
fisioterapeuta);
Oxigenoterapia
 Os pacientes com retenção de CO2 ou acidose
respiratória devem receber a nebulização em ar
comprimido.

 Nesses casos o paciente pode permanecer com cateter


de O2 conectado para evitar hipoxemia com fluxos
baixos, em torno de, no máximo 2L/min, pois este
paciente possui a maioria de seus alvéolos destruídos e
não há como ser feita a troca gasosa, por isso, se
aumentarmos o fluxo de oxigênio, ele irá ficar
hiperinsuflado e reterá CO2 sem conseguir eliminá-lo de
forma fisiológica.
Prevenção

• Não fumar!!!
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA
AGUDA
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)

 A insuficiência respiratória aguda pode ser


definida como a incapacidade do sistema
respiratório, desenvolvida agudamente, em
desempenhar sua principal função, ou seja,
promover adequadamente a oxigenação do
sangue arterial e a eliminação do gás carbônico.
Insuficiência Respiratória Aguda (IRpA)

 Em um paciente respirando em ar ambiente, definimos na


gasometria:

• A PaO2 é a pressão arterial sanguínea e a PaCO2 é a pressão


de gás carbônico a nível arterial.

• PaO2< 60 mmHg ou SpO2 < 90%, associado ou não a PaCO2


> 50 mmHg (exceto para pacientes retentores de CO2).
Fisiopatologia

 A IRpA ocorre quando há comprometimento em


um ou mais mecanismos responsáveis pelas trocas
gasosas, quando há hipoventilação, alteração na
difusão ou na relação ventilação-perfusão,
tornando o organismo com excesso de CO2 e
escassez de O2.
Causas

 A insuficiência respiratória aguda pode ser devida


a qualquer distúrbio que aumente o esforço
respiratório e, consequentemente diminua o
estímulo respiratório.

 Essas condições podem ser causadas por infecção


do trato respiratório (pneumonia),
broncoespasmo ou acúmulo de secreção.
Causas

 Outras causas comuns estão relacionadas com a


insuficiência ventilatória (na qual o cérebro não
consegue controlar as respirações) e a falência de
troca gasosa (na qual, as estruturas respiratórias
não conseguem funcionar de maneira adequada).
Complicações

• Hipóxia tissular;
• Acidose metabólica (uma acidez excessiva do
sangue e fluidos corporais. Essa acidez pode
reduzir o pH do sangue);
• Acidose láctica (é quando as células do corpo
não tem oxigênio suficiente, produzindo o
ácido lático que acumula-se no sangue).
• Disfunção de múltiplos órgãos;
• Parada cardiorrespiratória.
Manifestações Clinicas

 É possível notar batimentos de asa de nariz e o


uso de musculatura acessória, pele acinzentada e
cianose da mucosa oral, labial e de extremidades.

 O paciente pode mostrar-se inquieto e ansioso,


evoluindo para o estado letárgico, confuso,
torporoso e comatoso.
Manifestações Clinicas

 Além disso, apresenta taquipneia, que indica


insuficiência respiratória, pele fria e úmida,
redução ou ausência do murmúrio vesicular e
presença de ruídos adventícios como sibilos,
roncos e estertores.
Tratamento

 A IRpa é uma situação clínica de emergência.

 O cliente deverá receber oxigenoterapia


cuidadosa (cânulas nasais ou máscaras de
Venturi) para aumentar a PaO2.

 Se a acidose respiratória significativa persistir,


pode ser necessária respiração artificial como
intubação e traqueostomia.
Tratamento

 A ventilação artificial pode ser iniciada se o paciente não


responder às tentativas iniciais.

 O tratamento de rotina inclui antibióticos para infecção,


broncodilatadores e, possivelmente, corticoides.
Cuidados de Enfermagem

• Avaliar a função respiratória e o estado geral do paciente;

• Verificar os sinais vitais, monitorizar o paciente e instalar


oximetria de pulso;

• Administrar a oxigenoterapia de acordo com a prescrição


médica;

• Administrar as medicações prescritas incluindo os


antibióticos, se houver infecção;
Cuidados de Enfermagem

• Auxiliar o médico na intubação endotraqueal e


manutenção da ventilação mecânica;

• Realizar aspiração traqueal para os pacientes que


acumulam secreção traqueobrônquica a fim de
facilitar a ventilação;

• Atentar para o risco de complicações.


EDEMA AGUDO DE PULMÃO
Edema Agudo De Pulmão (EAP)

 Esta patologia é caracterizada pelo estado de


insuficiência respiratória causada pelo aumento
da água pulmonar decorrente do aumento da
pressão na rede capilar pulmonar, que resulta na
dificuldade de esvaziamento do retorno venoso
pulmonar, sendo um distúrbio grave se não
detectado de imediato, porém, de bom
prognóstico se identificado o mais rápido
possível.
Fisiopatologia

 A sequência de eventos que levam ao edema agudo de


pulmão é descrita como um aumento na pressão
diastólica final do ventrículo esquerdo, que causa
aumento na pressão atrial esquerda.

 Consequentemente ocorre aumento da pressão venosa


pulmonar, levando ao aumento da pressão capilar
pulmonar, com extravasamento de líquido para o
interstício e alvéolos pulmonares.
Causas

 Em geral o edema pulmonar é resultado de uma


insuficiência ventricular esquerda causada por
doença arteriosclerótica, miocardiopatias,
hipertensão ou cardiopatia valvar, intoxicação por
inalação de gases irritantes, sobrecarga de
líquidos, infarto agudo do miocárdio, arritmias e
pneumonias.
Manifestações Clínicas

• Dispneia intensa;

• Palidez;

• PA pode estar alta ou baixa;

• Cianose de extremidades.
Manifestações Clínicas

• Ansiedade;

• Taquicardia;

• Sudorese;

• Intolerância ao decúbito;
Manifestações Clínicas

• Presença de crepitação audível (Podem ser


comparados ao ruído produzido pelo atrito
dos fios de cabelo);

• Tosse com expectoração rósea (que significa


destruição alveolar);

• Pele fria e pegajosa;


Diagnóstico

 A princípio, a clínica é soberana, sendo que a observação médica e


de enfermagem assumem um papel de extrema importância,
contudo se faz necessário complementar o diagnóstico médico
e a assistência de enfermagem, seguindo os passos:

• Estabelecer a causa de base;

• Solicitar RX do tórax no leito;

• Hemograma completo;
Diagnóstico

• Gasometria arterial;

• Instalar oximetria de pulso;

• Monitorizar o paciente;

• Realizar ECG.
Tratamento

 Seguir os passos da avaliação clínica, avaliar o


resultado dos exames e estabelecer condutas
medicamentosas como:

• Morfina – diminui a ansiedade, alivia a


dispneia e melhora a sudorese;

• Furosemida – diurético para eliminar o


excesso de líquidos e reduzir o retorno venoso
ao coração;
Tratamento

 Seguir os passos da avaliação clínica, avaliar o


resultado dos exames e estabelecer condutas
medicamentosas como:

• Aminofilina – diminui os espasmos


musculares das estruturas pulmonares;

• Vasodilatadores – no caso de pacientes com


cardiopatia isquêmica;
Tratamento

• Nitroprussiato de Sódio – na hipertensão


grave para diminuí-la;

• Digitálicos/Digoxina – na tentativa de eliminar


líquidos através da eliminação do potássio;

• Prescrição de Oxigenioterapia ou Máscara de


Venturi;
Cuidados de Enfermagem

• Verificar necessidade de intubação e


ventilação mecânica;

• Solicitar elevação de decúbito a 90°;

• Solicitar controle hídrico rigoroso.


Cuidados de Enfermagem

• Colocar o paciente em decúbito fowler e MMII


abaixo do nível (pendentes);

• Instalar oxigênio ou venturi, conforme


prescrição médica;

• Estabelecer acesso venoso;


Cuidados de Enfermagem

• Realizar balanço hídrico (instalar sonda vesical


de demora);

• Preparar material para possível intubação;

• Instalar monitorização e oximetria periférica;


Cuidados de Enfermagem

• Administrar medicação prescrita;

• Aspirar vias aéreas, se necessário;

• Apoio emocional.
Referências

• https://bvsms.saude.gov.br/21-11-dia-mundial-da-doenca-pulmonar-obstrutiva-cronica-
dpoc/#:~:text=%C3%89%20uma%20doen%C3%A7a%20pulmonar%20que,pela%20manh%C3%A3%20s%C3%A3o%20sintomas%20comuns.
• https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7609-enfisema-
pulmonar#:~:text=Descri%C3%A7%C3%A3o%3A%20O%20enfisema%20pulmonar%20%C3%A9,cigarro%20%C3%A9%20a%20causa%20principal.
Atividade

1. Cite 2 cuidados de enfermagem o paciente com edema agudo


de pulmão.
2. Termos técnicos
Fibrose
Hipoxemia
Miocardiopatias

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