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Assistência de Enfermagem nas Doenças do

Sistema Respiratório

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 9

Lorena Carine, Enfermeira pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).


Pós Graduada em Enfermagem do Trabalho e Pós Graduada em Gestão Hospitalar.
Docente da Grau Técnico.
Revisão do Sistema Respiratório

ENFERMAGEM EM CLÍNICA MÉDICA


Aula 9
SISTEMA RESPIRATÓRIO
 A função do sistema respiratório é facultar ao
organismo uma troca de gases com o ar
atmosférico, assegurando permanente
concentração de oxigênio (O²) no sangue,
necessária para as reações metabólicas, e em
contrapartida servindo como via de eliminação de
gases residuais, que resultam dessas reações e
que são representadas pelo dióxido de carbono
(CO2).
 Este sistema é constituído pelos tratos (vias)
respiratórios superior e inferior.

 O trato respiratório superior é formado por órgãos


localizados fora da caixa torácica: nariz externo,
cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da
traquéia.
 O trato respiratório inferior consiste em
órgãos localizados na cavidade torácica:
parte inferior da traquéia, brônquios,
bronquíolos, alvéolos e pulmões.

 As camadas das pleuras e os músculos que


formam a cavidade torácica também fazem
parte do trato respiratório inferior.
• O pulmão direito é dividido em 3 partes, conhecidas como lobos. O
pulmão esquerdo possui 2 lobos.

• O pulmão esquerdo é menor, porque o coração está localizado desse


lado do corpo.
Como funções do sistema respiratório, têm-se:

- Hematose: processo de troca gasosa;


- Regulação do pH sanguíneo;
- Eliminação de calor e água;
- Olfação;
- Filtração, aquecimento e umedecimento do ar
inspirado.
EXAME FÍSICO
Exame Físico

• O exame físico do aparelho respiratório é dividido em inspeção,


palpação, percussão e ausculta.

• Nesse contexto, mais especificamente em relação à inspeção, temos


que ela é dividida em inspeção estática e inspeção dinâmica.
Exame Físico

• Inspeção: turgor, coloração, assimetrias, profundidade da respiração;


• Palpação: áreas sensíveis, massas, frêmito toracovocal;
• Percussão: produz vibração sonora e tátil e possibilita determinar áreas
com ar, líquido ou material sólido.
• Ausculta: avaliar o fluxo de ar e avaliar se possui obstrução no pulmão.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Avaliação Geral de Enfermagem:

 As avaliações podem ser subjetiva ou objetiva,


como se pode observar a seguir.
INSPEÇÃO ESTÁTICA
Inspeção estática

 A inspeção estática consiste, basicamente, na


observação do aspecto do tórax.

 Isso inclui, por exemplo, a detecção de possíveis


desvios da coluna a escoliose (a qual consiste em
uma curvatura anormal da coluna para um dos
lados do tronco, determinada pela rotação das
vértebras).
Inspeção estática

 A hipercifose (a qual é caracterizada pelo


abaulamento das costas provocado pelo aumento
exagerado da curvatura posterior dessa parte da
coluna) e a lordose (que, quando patológica, pode
provocar o sintoma típico de lombalgia,
especialmente após a realização de atividades que
envolvam o movimento de extensão da coluna
lombar, como ficar sentado ou em pé).
Inspeção estática

 É também no exame estático, que devemos


observar a estrutura do esterno, das costelas e das
vértebras, já que alterações nessas estruturas
podem ser indicativas de certas alterações
estruturais.
Inspeção estática

 É importante detectar a presença de cicatrizes


(como por exemplo, cicatrizes de drenos, de
toracotomias), abaulamentos (sejam eles
pulsáteis, sugerindo a presença de aneurismas, ou
não pulsáteis, como nos tumores), a presença de
erupções cutâneas, bem como presença de
gânglios hipertrofiados, ginecomastia, circulação
colateral, entre outros...)
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Subjetiva:

• Queixas comuns: dispneia, fadiga, tosse,


espirro, sibilo, suspiro, desmaio, tontura, dor
torácica, hemoptise;

• História familiar (pesquisar);


Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Subjetiva:

• Natureza e extensão do desconforto


respiratório;

• Fatores desencadeantes e que aliviam o


desconforto respiratório;
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Subjetiva:

• Uso de medicações e posologia;

• Estilo de vida: fumo, sedentarismo, estresse,


drogas;
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Subjetiva:

• Ocupação profissional;

• Patologias associadas e tratamentos anteriores.


Vídeo

https://www.facebook.com/watch/?v=47507
3312655451
INSPEÇÃO DINÂMICA
Inspeção dinâmica

 Deve- se observar a frequência respiratória, os


ritmos respiratórios, a simetria já que o padrão
normal respiratório deve ser simétrico- e os tipos
respiratórios, que são divididos em abdominal (o
qual é predominante no sexo masculino e em
crianças), torácico (o qual predomina no sexo
feminino) e toracoabdominal.
Inspeção dinâmica

 Nesse caso, para que haja o reconhecimento do


tipo respiratório, deve-se observar a
movimentação do tórax e do abdômen de maneira
atenta, com o objetivo de reconhecer em que
regiões os movimentos são mais amplos.
Inspeção dinâmica

 Em geral, o método usado é contar os movimentos


respiratórios enquanto se estima a contagem da
frequência do pulso.

 Em condições fisiológicas de repouso em adultos, a


frequência respiratória habitualmente, encontra-
se em torno de 12 a 20 incursões respiratórias por
minuto (irpm).
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Distúrbios Respiratórios

 Objetiva:

• Padrão respiratório do paciente;

• Cor da pele e mucosas;

• Comportamento;
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Objetiva:

• Dor, tosse, expectoração, sibilo, roncos;

• Frequência, ritmo e profundidade da


respiração;
Assistência de Enfermagem ao Paciente
com Distúrbios Respiratórios
 Pesquisar:

• Uso de músculos acessórios, dilatação das


narinas, distensão das veias cervicais;

• Cianose de lábios, lóbulo das orelhas, parte


inferior da língua, leito ungueal;
Assistência de Enfermagem ao Paciente
com Distúrbios Respiratórios

 Pesquisar:

• Hemoptise, inquietação, fadiga e ansiedade;

• Comprometimento da função cerebral: falta de


discernimento, confusão mental,
desorientação, vertigem, síncope, torpor.
Sinais de Hipóxia

• Sinais respiratórios: Taquipneia, respiração


laboriosa (retração intercostal), cianose
progressiva.

• Sinais cardíacos: Taquicardia seguida de


bradicardia, hipotensão e parada cardíaca.

• Sinais neurológicos: Inquietação, confusão,


prostração, convulsão e coma.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 Problemas comuns:

• Dispneia;

• Obstrução das vias aéreas;

• Ventilação inadequada dos pulmões;

• Insuficiente teor de oxigênio na atmosfera;


Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 A oxigenoterapia consiste na administração de oxigênio para
suprir uma deficiência do paciente, que pode ocorrer por
diversos motivos.

 O oxigênio é somente (21%) do ar ambiente que respiramos. 21%


Isso é suficiente para pessoas em condições físicas normais, mas Ar ambiente
para aquelas que possuem alguma deficiência pulmonar não é.

 Algumas condições pulmonares impedem que o paciente


consiga adquirir a quantidade necessária de oxigênio através da
respiração normal, causando falta de ar.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Problemas comuns:

• Eficiência circulatória alterada;

• Aumento das exigências de oxigênio no


organismo;

• Pressão ou trauma do centro respiratório


bulbar;
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 Problemas comuns:

• Ansiedade: fortes emoções.

• Tosse: mecanismo pelo qual o organismo


liberta o trato respiratório das irritações e
obstrução das vias respiratórias mediante
expiração explosiva.

• Espirro: mecanismo similar, confinado ao nariz.


Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 Problemas comuns:

• Sibilo: indica que o ar nas vias aéreas passa através


de luz estreita, promovendo um som de assovio.

• Soluço: contração espasmódica do diafragma,


causada por irritação do sistema respiratório ou
digestivo.

• Suspiro: inspiração ou expiração demorada.


Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Problemas comuns:

• Expectoração: produzida pela maior


quantidade de secreções nos pulmões.

• Fadiga e fraqueza muscular: devidas à


inadequada oxigenação do tecido muscular.

• Vertigem, desmaio, ou distúrbios mentais:


inadequada oxigenação cerebral.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Tipos específicos de Respiração:

• Taquipneia: aumento da frequência respiratória;

• Hiperpneia: aumento da profundidade da


respiração (acidose metabólica, febre, crises de
ansiedade);

• Hiperventilação: taquipneia e hiperpneia;


Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 Tipos específicos de Respiração:

• Cheyne-Stokes: apneia/respiração profunda. Tem


relação com aumento da pressão intracraniana,
insuficiência cardíaca congestiva, doença renal,
meningite e excesso de drogas.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 Tipos específicos de Respiração:

Kussmaul: A respiração é composta por 4 fases:


Inspirações ruidosas;
Apneia em inspiração;
Expiração ruidosa;
Apneia em expiração.

Hiperventilação associada à acidose grave de


origem diabética e renal.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios

 Tipos específicos de Respiração:

• Dispneia Paroxística Noturna: sono interrompido por


dispneia súbita, levando-o a sentar-se no leito, ou
mesmo levantar-se e procurar obter alívio da súbita
sensação de sufocação.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
 Tipos específicos de Respiração:

• Biot: É uma anormalidade do padrão


respiratório em que é percebido períodos de
apneia, alternados com períodos respiratórios
de amplitude variáveis, sem haver um padrão
de sucessão entre eles.

• Esse ritmo é frequentemente encontrado em


pacientes com o diagnóstico de hipertensão
intracraniana e que apresentam lesões do
sistema nervoso central.
Assistência de Enfermagem ao Paciente com
Distúrbios Respiratórios
Tipo Característica Condições clínicas
Descontínuo, explosivo,
Estertores Edema pulmonar; pneumonia em
interrompido. Alta intensidade;
creptantes estágios de remissão.
baixo timbre.
Menor intensidade do que os Doenças pulmonares intersticiais;
Estertores
estertores creptantes; baixo timbre insuficiência cardíaca;
subcreptantes
e menor duração. atelectasia.

Contínuo, de longa duração, timbre Estreitamento das vias aéreas;


Sibilos
alto, musical e som de assobio. asma brônquica; DPOC.

Produção de expectoração
Contínuo, de longa duração, baixo
Roncos (geralmente eliminada através de
timbre e ruidoso.
tosse ou aspiração).
Fricção das paredes parietais
Atrito Pleural Ruído estridente como um rangido. inflamadas; perda da lubrificação
normal das pleuras.
SATURAÇÃO DE O² (SpO²)
Saturação periférica de O²

• A oximetria de pulso é a maneira de medir quanto oxigênio seu sangue


está transportando.

• O nível de oxigênio mensurado com um oxímetro é chamado de nível de


saturação de oxigênio.
Saturação periférica de O²

• A SpO2 é a porcentagem de oxigênio que seu sangue está


transportando, comparada com o máximo da sua capacidade de
transporte.

• Idealmente, mais de 89% das suas células vermelhas devem estar


transportando oxigênio.
Saturação periférica de O²

• Caso você tenha uma doença pulmonar, seu nível de oxigênio sanguíneo
pode vir a ser menor do que o normal.

• Quando seu nível de oxigênio é baixo, as células do seu corpo podem ter
dificuldade de trabalhar apropriadamente.
Saturação periférica de O²

• Entretanto, suas células podem ser agredidas e sofrer danos se a baixa


nos níveis de oxigênio ocorrer muitas vezes.

• Se seu nível de oxigênio é baixo em ar ambiente, você pode ser


solicitado a usar oxigênio suplementar (extra).
Saturação periférica de O²

• A maioria dos oxímetros dão uma leitura 2% acima ou 2% abaixo da


saturação que poderia ser obtida pela gasometria arterial.

• Por exemplo, se sua saturação de oxigênio for de 92% no oxímetro de


pulso, ela pode ser de fato qualquer valor entre 90 e 94%.

• A leitura do oxímetro pode ser menos acurada se o paciente usar


esmaltes, unhas postiças, tiver as mãos frias, ou tiver a circulação
deficiente.
ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS
Aspiração de vias aéreas

• É a aplicação de sucção no trato respiratório do paciente para ajudá-lo a


remover secreções líquidas das vias aéreas superiores e inferiores.

• É necessária a aspiração quando o cliente é incapaz de limpar as


secreções respiratórias.
Aspiração de vias aéreas

 Ações gerais da Enfermagem:

• Verificar a frequência respiratória;

• Manter vias aéreas desobstruídas;

• Aspiração de secreções: traqueia, nariz, boca;


CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Aspiração de vias aéreas

 Ações gerais da Enfermagem:

• Verificar a frequência respiratória;

• Manter vias aéreas desobstruídas;

• Aspiração de secreções: traqueia, nariz, boca;


Cuidados de Enfermagem

 Ações gerais da Enfermagem:

• Respiração artificial: intubação (cânula, faringe,


traqueia);

• Aumentar a eficiência ventilatória;

• Posicionamento adequado: cabeceira elevada;


Cuidados de Enfermagem

 Ações gerais da Enfermagem:

• Estimular respiração profunda e o uso de espirômetro


feito pelo fisioterapeuta;

• Alivio da dor ou desconforto associados à respiração;

• Administrar antitussígenos, expectorantes,


broncodilatadores, fluidificantes, conforme prescrição
médica;
Cuidados de Enfermagem

 Ações gerais da Enfermagem:

• Estimular movimentação ativa ou fazer a


passiva;

• Assegurar adequado suprimento de oxigênio;

• Drenagem postural;
Drenagem postural

A drenagem postural é uma técnica


que serve para eliminar o catarro do
pulmão através da ação da gravidade,
sendo útil principalmente em doenças
com grande quantidade de secreção.
Cuidados de Enfermagem

 Ações gerais da Enfermagem:

• Nebulização;

• Oxigenoterapia (cateter nasal/Venturi);

• Exercícios respiratórios;

• Ambiente ventilado;
Cuidados de Enfermagem

 Ações gerais da Enfermagem:

• Reduzir demandas de oxigênio;

• Manter repouso relativo;

• Evitar esforços desnecessários;

• Minimizar a ansiedade do paciente.


Exemplo de anotação de Sistema Respiratório
Referências

• https://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Respiratorio
• https://enfermagemflorence.com.br/termos-tecnicos-sistema-respiratorio/
• https://www.tuasaude.com/drenagem-postural/
• https://sbpt.org.br/portal/publico-geral/doencas/oximetria-de-pulso/
• https://blog.jaleko.com.br/exame-fisico-do-aparelho-respiratorio/
• http://www.enfermagemesquematizada.com.br/respiracao-de-kussmaul-cheyne-stokes-e-biot/
1. Qual a sequência do exame físico do sistema respiratório?
2. Termos técnicos:
Atividade
Apneia
Anóxia
Asfixia
Bradipneia
Cianose
Dispneia
Epistaxe
Eupneia
Expectoração
Hemoptise
Hipóxia
Hipercapnia
Hiperpneia
Platipneia
Taquipneia
Trepopneia

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