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Propedêutica Respiratória

Prof.ª Dr.ª Renata Escorcio


2022
Avaliação

 Objetivo: definir as alterações do paciente


corretamente

 Tem como base tanto uma avaliação subjetiva quanto


uma avaliação objetiva do paciente.

 Sólido conhecimento teórico é necessário para


desenvolver um plano de tratamento apropriado
para aqueles problemas que podem ser melhorados
pela fisioterapia.
Avaliação

Tomada de decisão clínica

- Avaliação (coleta de dados)


- Análise (interpretação e integração de dados)
- Planejamento (estabelecer metas)
- Intervenção (estratégias e técnicas)
- Reavaliação (averiguar a efetividade do tratamento)
Avaliação

 Dados pessoais (nome, data de nascimento, nº de


registro, diagnóstico e motivo do encaminhamento)

 História da doença atual (HDA)

 História da doença pregressa (HDP)


Avaliação
 História sobre uso de medicamentos

 História familiar

 História social

 Ocupação e hobbies

 História de tabagismo

 Exames complementares e testes


Avaliação Subjetiva

 Baseada na entrevista com o paciente

 Fazer questões amplas - Qual a sua principal queixa? Quais


os problemas que o afetam mais?

 Existem cinco principais sintomas na doença respiratória:


- Dispnéia
- Tosse
- Escarro e hemoptise
- Sibilos
- Dor torácica.
Avaliação Subjetiva

 Para cada um desses sintomas, devem ser feitas


perguntas no que diz respeito:

- À duração
- À gravidade
- Ao padrão
- Aos fatores associados
Dispnéia

Dispnéia (falta de ar)


 é a percepção subjetiva do aumento do trabalho

respiratório; é o sintoma predominante da doença


cardíaca e respiratória.

 Ortopnéia – dispnéia em DDH

 Dispnéia paroxística noturna – dispnéia que acorda o


paciente à noite.
Classificação da dispnéia pela New York
Heart Association
 Classe I – nenhum sintoma em atividade normal,
dispnéia ocorrendo somente com grande esforço

 Classe II – sintomas em atividades normais (subir


escadas, arrumar a cama)

 Classe III – sintomas com médio esforço (tomar banho,


vestir-se)

 Classe IV – sintomas no repouso


Tosse

 Tosse reflexo de proteção

 Qualquer estímulo dos receptores localizados na


faringe, laringe, traquéia ou brônquios pode induzir
a tosse.

 Importante: efetividade da tosse e se é produtiva ou


seca
Tipos de tosse
 Tosse alta, em tom de latido - doença laríngea ou traqueal.

 Tosse recorrente, depois de comer ou beber - é um


importante sintoma de aspiração

 Tosse produtiva crônica - é uma característica fundamental


de bronquite crônica e bronquiectasia.

 Tosse persistente e seca – doença intersticial


do pulmão
Tipos de tosse

 Tosse noturna - é um sintoma importante de asma em


crianças e adolescentes; em pacientes mais velhos é
devida à IC.

 No pós-operatório, a intensidade e a efetividade da


tosse são importantes na avaliação fisioterapêutica.
Escarro

 Adulto normal – 100ml de secreção


traqueobrônquica são produzidos diariamente

 A avaliação deve determinar a cor, consistência e


quantidade de escarro produzidas; isso pode
esclarecer o diagnóstico e a gravidade da doença
Análise do escarro
Sibilo

 O sibilo é um assobio ou som musical produzido pelo


fluxo turbulento através das vias aéreas estreitadas.

 São geralmente percebidos pelos pacientes quando


audíveis na boca
Dor torácica

 A dor torácica em pacientes com problemas


respiratórios geralmente origina-se da inflamação
músculo-esquelética, pleural ou traqueal.

 Dor torácica pleurítica - intensa, aguda, em


punhalada, a qual piora com a inspiração.

 A traqueíte geralmente causa uma dor constante,


em ardência, no meio do tórax, agravada pela
respiração
Dor torácica

 A dor muscúlo-esquelética (da parede torácica) -


geralmente é bem localizada e sentida pela
palpação.

 A angina de peito é o maior sintoma de doença


cardíaca.
A isquemia do miocárdio, caracteristicamente, causa
uma dor retroesternal central em aperto, ou uma
sensação em faixa que pode irradiar-se tanto para o
braço, o pescoço ou a mandíbula.
Outros sintomas

 Febre - Ocorrência de febre alta, à noite, associada com


sudorese (suores noturnos), pode ser o primeiro indicador de
tuberculose pulmonar.

 Dor de cabeça - Dores de cabeça matinais em pacientes


com insuficiência respiratória grave podem significar
retenção noturna de dióxido de carbono.

 Edema periférico - paciente com problema respiratório


sugere insuficiência cardíaca direita.
Avaliação Objetiva

 Baseada no exame físico do paciente


 Iniciar observando o paciente no leito, se está cansado, com
respiração superficial, está com suporte de O2, quanto? Se
cansa à fala, aos movimentos?
 Em UTI:
- suporte ventilatório (modo, O2 suplementar) e a interface
(máscara, tubo, traqueostomia)
- DVA
- nível de consciência (Glasgow)
- checar os sinais vitais (FC, PA, FR, Tº)
Avaliação Objetiva

 Temperatura corporal – 36,5 à 37,5ºC

 Febre > 37,5º a cada 0,6ºC na


temperatura corporal 10% no consumo de
O2 e na produção de CO2

sobrecarga cardiorrespiratória

FC e FR
Avaliação Objetiva

 FC – 60 à 100 bpm
- taquicardia - > 100 bpm
- bradicardia - < 60 bpm

 FR – 12 à 16 rpm
- taquipnéia - > 20 rpm
- bradipnéia - < 10 rpm
Avaliação Objetiva

 Cianose – descoloração azulada da pele e da


mucosa

- cianose central – vista na boca hipoxemia


- cianose periférica – dedos, lobos das orelhas
circulação periférica
Observações do Tórax
 Tipos de tórax

- cifose - da curvatura torácica

- cifoescoliose - escoliose + cifose (padrão restritivo)

- Pectus excavatum ou “tórax escavado”, “peito escavado” -


parte do esterno está deprimido em seu interior

- Pectus carinatum ou “peito de pombo” - esterno está


projetado anteriormente (criança com asma grave)
Pectus excavatum

Técnica de Nuss
Pectus carinatum
Observações do Tórax

Tipos de tórax

- Hiperinsuflação - as costelas perdem seu ângulo de 45°


com a coluna torácica e tornam-se quase horizontais
(enfisematoso grave).
Padrão Respiratório
 Respiração normal – 12 a 16 rpm

 Expiração prolongada

 Apnéia – ausência de respiração > 15 seg.

 Hipopnéia - da respiração com ventilação inadequada


(sono em pctes com doenças resp.)

 Respiração de Kussmaul – é rápida, profunda, com a


ventilação minuto (acidose metabólica)
Padrão Respiratório

 Respiração de Cheyne-Stokes – respiração irregular com


ciclos de incursões respiratórias profundas que
progressivamente se tornam superficiais (algumas vezes ao
ponto de apnéia), e então lentamente se aprofundam
(neurológicos graves).

 Respiração atáxica – respirações inadequadas,


incoordenadas e respirações superficiais (lesão cerebelar)

 Respiração apnêustica – inspiração prolongada (lesão


cerebral).
Ausculta Pulmonar

 Ausculta – é o processo de escutar e interpretar os


sons produzidos dentro do tórax

 Estétoscópio - consiste em um diafragma e uma


campana conectada por um tubo que se bifurca em
duas peças que alcançam as orelhas (olivas)

 O diafragma e a campana devem estar intactos


para que o som possa ser ouvido apropriadamente
Ausculta Pulmonar

 De preferência em ambiente silencioso e com o tórax


exposto

 Orientar o paciente a respirar profundamente com a


boca aberta, pois a turbulência dentro do nariz pode
interferir nos sons respiratórios.
Ausculta Pulmonar

 A ausculta deve ser sistemática (abrangendo a


região anterior, lateral e posterior do tórax), de
maneira simétrica e comparativa

 Evitar acoplar o estetoscópio sobre escápula,


saliência óssea ou mamas.
Causas de possíveis erros na ausculta
respiratória
 Respiração muito superficial e arrítmica;

 Respiração nasal;

 Ruídos de deglutição;

 Enfisema subcutâneo;

 Atrito das roupas e dos fâneros torácicos;

 Defeito do estetoscópio
Ruídos Normais

 Classificação:

- Som Traqueal
- Murmúrio Vesicular
- Murmúrio Brônquico
- Murmúrio Broncovesicular

MV ou ausente
Ruídos Adventícios

 Classificação:

- Cornagem
- Roncos
- Sibilos
- Estertores Crepitantes
- Estertores Subcrepitantes
- Atrito Pleural
Ruídos Adventícios

 Cornagem: resulta da estenose nas porções superiores das


vias aéreas respiratórias

 Roncos: som contínuo, ocupam as duas fases respiratórias,


podendo ser por estenose ou obstrução por secreção nas
paredes dos brônquios maiores

 Sibilos: som agudo e contínuo, por estenose ou obstrução


parcial de brônquios de pequeno calibre ou bronquíolos; >
freqüência na expiração, que pode ser por broncoespasmo,
secreção espessa ou edema de parede bronquiolar
Ruídos Adventícios

 Estertores Crepitantes: são ruídos finos, exclusivamente


inspiratório, característicos dos edemas do parênquima
pulmonar

 Estertores subcrepitantes: ruídos audíveis nas duas fases


da respiração, que resulta da mobilização de qualquer
conteúdo líquido presente nos brônquios

 Atrito Pleural: resulta do impedimento do deslizamento dos


folhetos pleurais na existência de irregularidades nas
superfícies das pleuras

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