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Déborah Tayse Coelho Oliveira

ANAMNESE DE UM PACIENTE PNEUMOPATA

Castanhal, PA

2022

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Anamnese fisioterapêutica

Anamnese fisioterapeuta consiste no histórico de todos os sintomas que o


paciente diz sobre determinado caso clínico. Diferentemente do exame físico, a
anamnese é uma espécie de “entrevista” feita pelo fisioterapeuta, onde o paciente é
submetido a uma série de perguntas que ajudarão ao seu diagnóstico, essa é a parte
essencial dos exames clínicos, aliado ao exame físico, a anamnese serve para ajudar
a identificar uma doença, assim como traçar os motivos da sua causa e o melhor
tratamento possível.

Na anamnese de um pneumopata e necessária uma avaliação mais


aprofundada no problema em questão, e preciso procurar saber como e quando tudo
começou a acontecer, quais seus primeiros sintomas, se ocorreu através de uma
simples tosse ou ser hereditário.

-AVALIAÇAO DO PACIENTE:

Na avaliação com o paciente, e preciso destacar todos os sintomas que o


paciente vier a relata, como a tosse, febre, dores ao respirar, dispneia ou ate mesmo
secreções anormais. Quando houver mais de um sintoma, devemos procurar focar
primeiramente no primeiro sintoma, para podermos resolver os seguintes. Algumas
informações necessárias a serem ser apresentadas na avaliação e a sua rotina daria,
como:

° sua idade;

° peso;

° se faz algum exercício e quantos dias da semana;

° exposições a fumaça diariamente;

° histórico familiar;

° se ocorreu contado com alguém doente;

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° se é fumante, alcoólatra ou se faz o uso de alguma substancia inadequada;

° uso de remédios, com ou sem prescrição medica;

° apresentação dos exames: radiografia, tomografia, ultrassonografia e etc.

° secreções pulmonares (serosa, mucoide, purulenta, hemoptise)

-EXAME FSICO.

O exame físico inicia-se após a avaliação, nesse exame será possível


detectar a existência de desconfortos situados pelo paciente, efeitos na fala enquanto
respira (se ocorre falha na frase, como é a pausa que ele faz para respirar perante as
pausas ou até mesmo se ocorre a pausa certa), já na conversa e perceptível ver essas
características, após esses exames pode seguir para os próximos tópicos, que são as
inspeções, a ausculta, a percussão e a palpação torácicas.

° Inspeção deve se concentrar em;

- Dificuldade respiratória e hipoxemia,

- Sinais de possível doença pulmonar crônica (baqueteamento dos dedos ou


edemas)

- Deformidade na parede torácica (tórax chato, em túnel, tórax infudibulforme,


em cariniforme, tórax em sino, cifótico, escoliotico e tórax cifoescolitocio.)

- Padrões respiratório anormais (tempo expiratório prolongado, respiração de


Cheyne-Stokes e respiração de Kussmal).

° Palpação deve ser usada para observar e sentis se há alguma deforme ou


alteração no paciente.

° Percussão é para identificar alterações por meio dos sons emitidos na


respiração, é preciso fazer pequenos ´´ golpes´´ para escutar melhor, pois o corpo
emite um som próprio.

° Ausculta é feita com uso de dispositivos médicos (estetoscópio) para se


obter uma ausculta melhor se não tem nenhum ronco anormal perante a respiração.

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É de extrema importância fazer os teste de respiração para ver se tem sinais
dificuldade pulmonar na hora de expirar e inspirar, como a taquipneia que e a
utilização de músculos acessórios(intercostais,esternoclidomastoideos e/ou
escalenos) para respirar, retrações intercostais e respiração paradoxal, pacientes com
doença pulmonar obstrutiva crônica, por vezes enlaçam seus braços em suas pernas
ou na mesa de exame enquanto sentados (a posição de tripé) em um esforço
subconsciente para fornecer mais força à musculatura acessória e, assim, melhorar a
respiração. Retrações intercostais (movimento para dentro dos espaços intercostais)
são comuns em pacientes mais velhos com limitação grave de fluxo de ar, a respiração
paradoxal (movimento para dentro do abdome durante a inspiração) significa fraqueza
ou fadiga dos músculos respiratórios.

A palpação é necessária para identificarem os sinais de possível doença


crônica pulmonar incluem baqueteamento digital, tórax em barril (aumento do
diâmetro anteroposterior do tórax em alguns pacientes com enfisema pulmonar) e
respiração frenolabial, o baqueteamento é o aumento das extremidades dos dedos
das mãos ou dos pés, ao decorrer da proliferação do tecido conjuntivo entre a unha e
o osso. O diagnóstico é baseado no aumento do ângulo de contorno da unha, no ponto
em que ela sai do dedo (> 180°) ou no aumento da razão de profundidade falângica.

A “esponjosidade” do leito ungueal abaixo da cutícula também sugere


baqueteamento. é observado com mais frequência em câncer pulmonar, mas é um
sinal importante de doença pulmonar crônica, como fibrose cística e fibrose pulmonar
idiopática, sendo observado com menos frequência em cardiopatia cianótica, infecção
crônica , acidente vascular encefálico, doença inflamatória intestinal e cirrose.

As deformidades da parede torácica, como pectus excavatum (uma


depressão esternal que normalmente começa na parte do meio do manúbrio e
progride internamente ao longo do processo xifoide) e cifoescoliose, podem restringir
as respirações e exacerbar os sintomas de doença pulmonar pregressa. São essas
uma das anomalias que geralmente podem ser observadas durante exame cuidadoso
depois que a camisa do paciente é removida. A inspeção também deve incluir uma
avaliação do abdome e da extensão da obesidade, outras condições que podem afetar
a complacência abdominal.

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Padrões respiratórios anormais podem sugerir processos subjacentes à
doença. Uma relação inspiração e expiração prolongada ocorre na doença pulmonar
obstrutiva. Alguns padrões respiratórios anormais causam flutuações na frequência
respiratória, assim deve-se avaliar e contá-la por 1 minuto.

°A respiração de Cheyne-Stokes constitui uma flutuação cíclica da


frequência e da profundidade respiratórias, de breves períodos de apneia, os
pacientes respiram de maneira progressivamente mais rápida e mais profunda
(hiperpneia) e, em seguida, respiram de forma mais lenta e mais superficial até que
se tornam apneicos e repetem o ciclo.

°A respiração de Biot é uma variante incomum da respiração de Cheyne-


Stokes, em que períodos irregulares de apneia, que se alternam com períodos quais
se efetuam 4 ou 5 respirações profundas e iguais.

°As respirações de Kussmaul constituem respirações regulares e


profundas, desencadeadas pela acidose metabólica (Na acidose metabólica, a acidez
excessiva se dá por causa de um problema no metabolismo, que pode ser desencadeado por
diversas condições de saúde, como diabetes).

A ausculta pulmonar do paciente é feita para ver se tem algum som anormal na
respiraçao, esse exame é um dos mais importantes exames a serem feitos perante toda a
avaliação, sendo assim toda a área do tórax deve ser auscultada pelo avaliador, procurando
sempre comparar o lado direito com o lado esquerdo, os aspectos que devem ser auscultados
incluem

° Caráter e volume dos sons respiratórios

° Presença ou ausência de sons vocais

° Atritos pleurais.

A natureza e o volume dos sons respiratórios são úteis na identificação de doenças


pulmonares, sons respiratórios são constituídos por sons normais auscultados sobre a maioria
dos campos pulmonares, sons da respiração bronquial são levemente mais intensos, mais
ásperos e têm tonalidade mais elevada; normalmente eles podem ser auscultados ao longo
da traqueia e de áreas de consolidação pulmonar, como ocorre com a pneumonia. Os sons
respiratorios são repartidos em sons normais e anormais, os normais são os:

-Murmúrio vesicular: representa o movimento do ar nos bronquíolos e alvéolos. ...

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-Ruídos brônquicos: representam o movimento de ar pela traqueia. ...

-Ruídos broncovesiculares: ruídos normais entre a traqueia e os lobos pulmonares


superiores.

E os sons anormais são representados pelos:

°Os estertores são ruídos respiratórios adventícios descontínuos. Os estertores


finos constituem sons breves e de alta tonalidade e os estertores grossos, sons de duração
longa e baixa tonalidade. Os estertores foram comparados ao som de amassar embalagens
plásticas ou à abertura de Velcro.

°Os roncos são sons respiratórios de baixa tonalidade, que podem ser auscultados
durante a inspiração ou a expiração. Ocorrem em uma variedade de condições, incluindo
bronquite crônica

°Sibilos são sons respiratórios musicais de assobio, que são mais intensos durante
a expiração do que na inspiração e envolvem o estreitamente das vias respiratórias de
pequeno calibre, sibilos podem constituir um achado físico ou um sintoma geralmente
associado à dispneia.

°O estridor é um som predominantemente inspiratório e de alta tonalidade,


provocado pela obstrução extratorácica das vias respiratórias superiores, habitualmente, pode
ser auscultado sem estetoscópio, em geral, o estridor é mais intenso que o sibilo, é
predominantemente inspiratório e é auscultado com mais intensidade sobre a laringe. Deve
provocar a preocupação com a obstrução de via respiratória superior, que coloca a vida em
risco.

°A redução nos sons respiratórios indica pouco movimento de ar nas vias


respiratórias, como acontece na asma e na doença pulmonar obstrutiva crônica, em que o
espasmo brônquico ou outros mecanismos limitam o fluxo aéreo. Os sons respiratórios
também podem ser atenuados na vigência de derrame pleural, pneumotórax, ou lesão
obstrutiva endobrônquica.

A ausculta cardíaca pode revelar sinais de hipertensão pulmonar, insuficiência


cardíaca e insuficiência tricúspide.

FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES PULMONARES

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Idade

Em revisões sistemáticas, as complicações pulmonares aumenta


progressivamente, conforme a faixa etária, com ponto de corte a partir dos 50 anos,
riscos consideravelmente maiores são encontrados a partir dos 80 anos,
demonstrando, com base nesta revisão, que a idade é um predito de risco
independente para complicações pulmonares, mesmo após adaptações de análise
por condições de morbidades associadas.

Obesidade, diabetes e asma

Em revisão sistemática de 2006, dados mostram que não há aumento de risco


estatisticamente significativo de complicações pulmonares em pacientes obesos após
a cirurgia, mesmo naqueles com obesidade mórbida. Acreditava-se que a diminuição
dos volumes pulmonares no pós-operatório representasse aumento no risco de
complicações, mas, em análise sistemática, isso não se confirmou.

TESTES DIAGNOSTICOS

Espirometria

A espirometria é a medida do ar que entra e sai dos pulmões. Pode ser realizada durante
respiração lenta ou durante manobras expiratórias forçadas. A espirometria é um teste que auxilia na
prevenção e permite o diagnóstico e a quantificação dos distúrbios ventilatórios.

Radiografia de tórax

Existe a recomendação de realização de uma radiografia de tórax quando o paciente


será submetido a uma cirurgia de alto risco e é sabidamente portador de uma doença
pulmonar, quando há queixas do aparelho respiratório ou alterações ao exame clínico em uma
avaliação ambulatorial.

Tomografia computadorizada pulmonar e ressonância magnética

São exames especialmente úteis em pacientes portadores de DPOC e


neoplasia pulmonar quanto à determinação da gravidade e extensão dessas doenças,
podendo ser complementares a uma radiografia prévia de tórax.

Exames laboratoriais

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A análise de gases sanguíneos a partir de uma gasometria arterial é útil para
se determinar elevações dos níveis de CO2, bem como alterações respiratórias
crônicas ou agudas. Ressalta-se que alto nível de CO2 não é preditor de CPPO. Seus
dados também auxiliam o cálculo da oferta de oxigênio e o planejamento da oferta de
O2.

Conclusão

Perante todos os pontos analisados neste trabalho, é visto que o paciente


pneumopata precisa de uma anamnese muito bem estruturada e completa para que
permita a avaliação seja direta na condição clínica vista em questão. Exames
complementares devem ser solicitados para que o tratamento do paciente venha ser
completo sem nenhuma falha ou erro, é de suma importância que não venhamos
discriminar nenhum sintoma anormal e

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