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Avaliação Respiratório
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisão Técnica:
Prof.ª M.ª Marcia Regina Pinez Mendes
Avaliação Respiratório
• Avaliação Respiratória.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conhecer as especificidades da avaliação do paciente com alterações respiratórias;
• Compreender a anamnese e o exame físico do paciente com alterações respiratórias;
• Analisar os dados obtidos na avaliação respiratória.
UNIDADE Avaliação Respiratório
Avaliação Respiratória
A avaliação de um paciente compreende dados do paciente e dados da patologia
dentro do contexto da vida deste paciente.
Devemos tomar o cuidado de chamar o paciente pelo nome e nunca pelo leito e
ou pela doença que o aflige no momento.
O paciente deve ser ouvido, observado e avaliado com diferentes testes e exames.
Os dados sobre o paciente vão além dos seus sintomas físicos e abrangem diferentes
aspectos, como: psicológicos, socioambientais, vícios, hábitos, antecedentes pesso-
ais, familiares e nutricionais (SARMENTO, 2016a).
O grande objetivo de uma avaliação é obter dados sobre o paciente e a sua saúde,
para elaborar os objetivos de tratamento e este propriamente dito.
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Além da história clínica, devemos levantar a história familiar (HF), a história social
(HS) e os antecedentes pessoais.
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» Marrom: muco, substancias inflamatórias e fragmentos de parênquimas;
» Rósea: muco e hemácias destruídas.
• Consistência:
» Fluida normal;
» Semi–espessa;
» Espessa.
• Quantidade:
» Pequena;
» Média;
» Grande.
A dor é um sinal que deve ser investigado de forma minuciosa, por ser um indicativo
de que algo não está bem. A dor torácica, geralmente se origina por inflamação mus-
culoesquelética, pleural, traqueal ou dor cardíaca. A dor torácica deve ser localizada e
devemos verificar a intensidade, duração, evolução e fatores de melhora e piora.
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Nos anos 80, a fisioterapia respiratória passou a ter um grande crescimento e reconheci-
mento. Os fisioterapeutas especialistas se organizaram e fundaram a Sociedade Brasileira
de Fisioterapia Respiratória (SOBRAFIR), que em 2006, por questões jurídicas, foi renome-
ada para Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia
Intensiva (ASSOBRAFIR). A associação organiza os eventos científicos, aplica provas de pro-
ficiência aos especialistas, entre outras ações importantes.
Visite o site e acompanhe suas ações: https://bit.ly/3g7ODSp
Exame Físico
Iremos avaliar o paciente de forma objetiva e realizar: inspeção estática, inspeção
dinâmica, palpação, verificar os sinais vitais, a ausculta pulmonar e colher os dados
da radiografia de tórax, tomografia, exames laboratoriais (gasometria arterial, hemo-
grama, eletrólitos) e espirometria (MACHADO, 2018).
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A ventilação com suporte mecânico pode ser: ventilação não invasiva e ventila-
ção invasiva.
Ainda devemos realizar a avaliação dos sinais vitais (já aprendidos na disciplina –
Avaliação Físico-funcional I), através de monitores multiparamétricos antes, durante
e depois da realização dos procedimentos fisioterapêuticos.
Cabe aqui salientarmos que a cada aumento de 0,6°C na temperatura corporal,
há cerca de 10% de aumento de consumo de O2 e na produção de CO2, o que acaba
por produzir uma demanda excedente ao sistema cardiorrespiratório, aumentando a
frequência cardíaca e respiratória (SARMENTO, 2016a).
Igualmente a avaliação da pele nos traz dados importantes, é um órgão em perfeita
sintonia com todo o organismo e reflete o estado de saúde do organismo. Obser-
vamos coloração, hidratação e presença de cicatrizes em decorrência de drenagem
torácica, toracotomias, entre outras causas.
Na avaliação da pele investigamos as mudanças da sua coloração e associamos
este resultado ao que está acontecendo com o organismo e, consequentemente, ao
estado do paciente (SARMENTO, 2016a).
Alterações da coloração da pele:
• Palidez: deve ser investigada em toda a extensão da superfície cutânea, sem
se esquecer das regiões palmares e plantares e pode ser generalizada quando
observada em toda a extensão da pele, localizada e/ou segmentar;
» A palidez generalizada indica diminuição das hemácias circulantes nas micro-
circulações cutânea e subcutânea. Ocorre vasoconstrição, generalizada em
consequência de estímulos neurogênicos ou hormonais e por redução real das
hemácias ou mais especificamente das hemoglobinas, que são as responsáveis
pela coloração rosada da pele;
» A palidez localizada ou segmentar tem a isquemia como principal causa.
• Cianose: significa cor azulada da pele e manifesta-se quando a hemoglobina
reduzida alcança valores superiores a 5 g/100 mL no sangue. A cianose deve
ser procurada no rosto, especialmente ao redor dos lábios, na ponta do nariz,
nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés e pode ser gene-
ralizada ou localizada;
» A cianose localizada ou segmentar deriva da obstrução de uma veia que drena
uma região;
» A generalizada possui diferentes mecanismos causais. Em casos de cianose
tipo central, há diminuição excessiva da saturação arterial, hipoventilação pul-
monar e obstrução da superfície respiratória pulmonar.
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• Tórax infundibuliforme (forma de rim): apresenta uma depressão no esterno,
na região inferior, e na região epigástrica vizinha. Este tipo de tórax, que é habi-
tualmente congênito, pode também ser adquirido (tórax de sapateiro);
• Tórax piriforme: apresenta a região superior ao tórax. Até a quarta costela é
muito arqueada anterior e lateralmente; os músculos respiratórios escalenos e os
esternocleidomastóideos são muito desenvolvidos e se contraem visivelmente.
O esterno se torna proeminente, assim como a extremidade esternal das claví-
culas. Nos seus dois terços inferiores, o tórax é achatado e estreito;
• Tórax em forma de batel (barco): é muito raro e caracteriza-se por uma
depressão mediana da parte superior do tórax, chegando até a quinta costela.
A depressão pode chegar a 5 cm de profundidade.
Devemos ficar atentos na inspeção à presença de drenos torácicos. O dreno é
indicado quando existe a necessidade de retirar sangue, pus, linfa e derrame
neoplásico (MACHADO, 2018).
Na sua presença é preciso tomar os seguintes cuidados: medir o débito, observar
o aspecto do líquido drenado, verificar oscilação, não fixar o sistema na cama,
não pinçar e não levantar o frasco.
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A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo SARS-CoV-2 (coronavírus) que compro-
mete diferentes sistemas corporais, entre eles o trato respiratório. A fisioterapia respira-
tória possui um papel fundamental em vários âmbitos, na assistência ao paciente grave
(intubação, ventilação mecânica e mudanças de decúbito), nas condutas terapêuticas para
remoção de secreção brônquica e na melhoria da função respiratória e na atenção primária.
Veja a descrição do papel do fisioterapeuta na ASSOBRAFIR: https://bit.ly/3g7ODSp
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Na sequência iremos realizar a palpação, que por sua vez permite examinar: a
forma, o volume, a sensibilidade e a consistência das estruturas corporais e das lesões.
Juntamente à nossa avaliação iremos realizar a ausculta pulmonar que é de suma im-
portância para avaliação e para o atendimento do paciente com alterações respiratórias.
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culdade que o ar encontra para sair das vias aéreas estreitadas. Revela aumento
da resistência à passagem do fluxo de ar;
• Estertores crepitantes: são ruídos finos, de mesmo timbre e intensidade, presen-
tes apenas na fase inspiratória. São produzidos pelo deslocamento das p aredes
dos alvéolos, indicam alteração alveolar, presente na pneumonia, e mbolia pul-
monar e na fase inicial do edema agudo de pulmão;
• Estertores subcrepitantes: são ruídos grossos, que se assemelham ao rompi-
mento de bolhas. São encontrados no fim da inspiração e no começo da expira-
ção, surgem do choque entre o fluxo de ar e as secreções líquidas nos brônquios.
Podem ser finos, médios e grossos, de acordo com o diâmetro do brônquio onde
são gerados.
Para treinar a ausculta pulmonar, a Universidade Federal de Ouro Preto disponibiliza em seu
site de semiologia os sons da ausculta pulmonar normal e também os sons anormais.
Disponível em: https://bit.ly/3jI976F
E por fim iremos introduzir o estudo do exame radiológico (será abordado com
maior profundida na disciplina Fisioterapia respiratória), o exame radiológico e as
imagens das estruturas internas do tórax são importantes para a identificação de
anormalidades do coração, do parênquima pulmonar, da pleura, da parede torácica,
do diafragma, do mediastino e do hilo (MACHADO, 2018).
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São sinais de hiperinsuflação: mais que 10 arcos costais visíveis acima do diafragma;
aumento da transparência pulmonar (diminuição do leito vascular); aplanamento
do diafragma; aumento do diâmetro anteroposterior do tórax; coração em gota;
aumento dos espaços intercostais; bolhas parenquimatosas (SARMENTO, 2016b).
Importante!
O fisioterapeuta sempre deve acompanhar o Ministério da Saúde, observando a orienta-
ção sobre as políticas públicas adotadas na avaliação e tratamento de diferentes patolo-
gias nas diversas fases da vida.
O Ministério da Saúde, junto com outros ministérios, instituições de pesquisa, ONGs, en-
tidades médicas e associações de portadores de doenças crônicas, elaborou o plano de
ações estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DNCT).
A seguir temos o link para o plano atual de ação no manejo das DCNT: https://bit.ly/3jMGO75
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas clínicas
Ler o capítulo 4 do livro:
SARMENTO, G. J. V. Fisioterapia respiratória no paciente crítico: rotinas
clínicas. 4. ed. São Paulo: Manole, 2016.
Avaliação respiratória, capacidade funcional e comorbidade em indivíduos com hipertensão arterial
RUAS, G.; Couto, V. F.; PEGORARI, M. S.; OHARA, D. G.; JAMAMI, L. K.;
JAMAMI, M. Avaliação respiratória, capacidade funcional e comorbidade em
indivíduos com hipertensão arterial. Saúde Coletiva, vol. 10, núm. 59, 2013, pp.
31-36 Editorial Bolina São Paulo, Brasil.
Leitura
Avaliação da força respiratória muscular de crianças segundo a classificação do índice de massa corporal
SCHIVINSKI, C. C. S.; ROSA, G. J. Avaliação da força respiratória muscular de
crianças segundo a classificação do índice de massa corporal. Revista Paulista de
Pediatria, 2014.
https://bit.ly/2CNYBdz
Avaliação das pressões respiratórias máximas em pacientes renais crônicos nos momentos
pré e pós-hemodiálise
ROCHA, C. B. J.; ARAÚJO, S. Avaliação das pressões respiratórias máximas
em pacientes renais crônicos nos momentos pré e pós-hemodiálise. J. Bras.
Nefrol. vol.32 no.1 São Paulo Jan./Mar. 2010.
https://bit.ly/39xDesM
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Referências
MACHADO, M. G. R. Bases da fisioterapia respiratória: terapia intensiva e reabi-
litação. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
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