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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO-UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE-CCBS


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM-DENF
DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA-MÓDULO 1

ANDRESSA VITÓRIA MOURA BARBOSA


ANTÔNIO HENRIQUE BRAGA MARTINS DE AGUIAR
BEATRIZ CARVALHO PEREIRA SOUSA
BEATRIZ SÁ MENDES BARROS
BRUNA SANTANA DE OLIVEIRA
CARLA RUTH ROCHA BERNAL MARTIN

OXIGENAÇÃO

Profa. Dra. Sirliane de Souza Paiva

SÃO LUÍS
2021
Base do conhecimento científico
Fisiologia Respiratória
A respiração é a troca de oxigênio e dióxido de carbono durante o metabolismo celular
(hematose). Sendo que no processo são destacadas 3 fases: ventilação, perfusão e difusão. A
ventilação envolve os mecanismos de inspiração e expiração. A perfusão é controlada pelo
sistema cardiovascular, com a função de distribuir sangue arterial e retornar sangue venoso aos
pulmões. E em relação à difusão, é a troca de gases respiratórios nos alvéolos e capilares, através
de gradientes de concentrações.
Vale ressaltar que os gases respiratórios entram e saem dos pulmões por diferenças de
pressão, ou seja, na inspiração (processo ativo), o diafragma e os músculos intercostais externos
contraem-se para que a pressão intrapleural fique ainda mais negativa em relação à pressão
atmosférica e assim, o ar consiga entrar. Em contrapartida, na expiração (processo passivo), o
diafragma relaxa e os músculos intercostais internos que contraem, permitindo assim que o ar
“fuja” dos pulmões.
A manutenção dos níveis de oxigênio e dióxido de carbono é mantida através do centro
respiratório, que apresenta como componentes, o bulbo raquidiano e a ponte, onde estes
controlam a frequência da respiração involuntária. Enquanto que o córtex cerebral, regula a
respiração voluntária. Em relação à fisiologia cardiopulmonar, esta funciona por uma sequência
de mecanismos. O sangue desoxigenado (rico em CO2) chega ao átrio direito, que passa para o
ventrículo direito e segue para a circulação pulmonar para ser oxigenado nos pulmões. Agora
oxigenado, o sangue sai dos pulmões ao átrio esquerdo do coração, depois ao ventrículo que irá
bombear o sangue da aorta para a circulação sistêmica. Dessa maneira, o oxigênio e os
nutrientes são distribuídos a todos os órgãos e tecidos do corpo.
Todas essas etapas ritmadas são controladas pelo sistema de condução elétrica do
coração, do nodo SA até as fibras de Purkinje. O eletrocardiograma (ECG) faz uma leitura dessa
atividade, que é o que se denomina de RSN, considerado um ritmo sinusal normal. O
funcionamento cardiopulmonar pode ser alterado através de 4 fatores: fisiológicos, de
desenvolvimento, de estilo de vida e ambientais.
Os fatores fisiológicos referem-se a qualquer alteração no sistema cardiopulmonar que
afete a distribuição de oxigênio, por exemplo, a anemia e inalação de toxinas, ou até mesmo
condições que atrapalhem a movimentação da caixa torácica, comprometendo a ventilação, a
exemplo da obesidade, gravidez e disfunções musculares e cerebrais. Ademais, algumas
doenças que afetam a oxigenação podem ocasionar hipoventilação (ventilação ou eliminação
insuficiente onde o corpo retém CO2), hiperventilação (remoção de co2 mais rápida do que a
produção pelo metabolismo) e hipóxia, que é quando a oxigenação está inadequada a nível
celular, que pode ser potencialmente fatal, acarretando por exemplo, um baixo nível de
hemoglobina, falta de oxigênio no ar em altas altitudes, perfusão ou ventilação inadequadas em
decorrência de traumas, dentre outros.
Além disso, os fatores de desenvolvimento, fatores ambientais e os fatores relacionados
ao estilo de vida também são importantes e fazem parte da base de conhecimento de
enfermagem. Eles incluem as situações em que o indivíduo é exposto durante as fases da vida,
considerando a imunidade e condições do meio e de saúde, além da escolha de hábitos que
podem ser prejudiciais ao sistema cardiopulmonar, a exemplo do tabagismo. Não só tais
complicações a nível pulmonar, como também as alterações do funcionamento cardíaco podem
alterar a oxigenação. Elas estão relacionadas aos distúrbios na condução dos impulsos elétricos
como a arritmia cardíaca, a taquicardia e a fibrilação ventricular. Somado a isso, tem-se também
débito cardíaco alterado, a função valvular prejudica, isquemia do miocárdio e a angina.
Para além dos fatores fisiológicos supracitados, no que tange a base do conhecimento
de Enfermagem, os fatores socioambientais influenciam a necessidade básica de oxigenação do
paciente. Compreender esses aspectos é essencial para o processo de saúde-doença efetivo do
mesmo, são eles: fatores de desenvolvimento, fatores de estilo de vida e fatores ambientais.
Os fatores de desenvolvimento da fase de lactentes até a adolescência a tendência é ter
infecções mais frequentes do trato respiratório superior como resultado da exposição a outras
crianças infectadas bem como, a um sistema imunológico em amadurecimento e exposição ao
tabagismo passivo ou ativo. A passo que adultos e jovens de meia idade estão expostos a fatores
de risco cardiopulmonares como uma dieta pouco saudável, sedentarismo, estresse, uso de
medicamentos sem prescrição e tabagismo. Em relação aos idosos, o processo de
envelhecimento provoca naturalmente uma série de alterações do sistema cardiopulmonar, a
exemplo, da calcificação das válvulas do coração e das vias respiratórias.
Acerca dos fatores relacionados ao estilo de vida, pode-se pontuar: nutrição, exercício
físico, tabagismo, uso abusivo de substâncias como álcool e estresse. Cabe ao enfermeiro
instruir o paciente a adquirir consciência da importância de hábitos saudáveis. Por fim, no que
diz respeito aos fatores ambientais, vale destacar que o ar poluído da zona urbana e o local de
trabalho podem ser ambientes propícios para o desenvolvimento de doenças pulmonares em
decorrência da exposição aos poluentes ocupacionais.
O processo de enfermagem é dividido em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico,
planejamento, implementação e evolução (avaliação). É uma forma dinâmica, sistemática e com
tomada de decisão clínica para o desenvolvimento e implementação do cuidado
individualizado. Durante o processo é importante que o pensamento crítico seja adotado no
cuidado dos pacientes. O pensamento crítico bem-sucedido é aquele que assegura o cuidado ao
paciente de forma metódica e lógica. Além disso, pode ser definido como a combinação de
conhecimentos, experiências, atitudes e padrões.
A coleta de dados ocorre através de técnicas e auxílio de métodos, e é o primeiro passo
para obter informações que orientarão os cuidados da equipe de enfermagem seja para o
indivíduo, família ou para o coletivo. É necessário que se faça uma avaliação minuciosa de cada
paciente e interpretação crítica dos resultados para que o cuidado seja seguro para o paciente.
A história de enfermagem para a função respiratória inclui presença de tosse, falta de
ar, dispneia, chiado, dor, exposições ambientais, frequência da infecção do trato respiratório,
fatores de risco pulmonar, problemas respiratórios anteriores, uso atual de medicamentos e
histórico de tabagismo ou exposição ao fumo passivo. Já para a função cardíaca inclui dor e as
suas características, fadiga, circulação periférica, fatores de risco cardíaco e presença no
passado ou atual de condição cardíaca.
O exame físico também faz parte da coleta de dados e é uma “investigação” do corpo
do paciente para determinar o seu estado de saúde. É dividido em quatro etapas sendo: inspeção,
palpação, percussão e ausculta. Para a realização da primeira etapa, a inspeção, é necessário
que o instrumento básico observação esteja muito bem desenvolvido, uma vez que é por meio
dele que este primeiro exame será realizado. Aparência da pele, cor das mucosas, nível de
consciência, padrões de respiração, movimento da parede torácica e uso dos músculos
acessórios são alguns pontos relevantes para que a inspeção seja feita com qualidade.
Na palpação é possível verificar, por pressão, o estado das estruturas externas. É
possível saber como está a circulação periférica, presença ou ausência de edema periférico e
mesmo avaliar o fluxo sanguíneo arterial. Por meio da percussão sabe-se se há fluido anormal
ou ar nos pulmões e faz-se uso de leves e pequenos golpes para essa identificação.
A ausculta é importante e necessária para a identificação e análise dos sons cardíacos e
pulmonares juntamente com suas anormalidades como sopros na ausculta cardíaca, e presença
de fluídos na ausculta pulmonar. No que tange aos testes de diagnósticos, última etapa antes de
se fazer o diagnóstico de enfermagem, nesse processo são feitos vários exames e testes onde
terão a finalidade de analisar o funcionamento do sistema cardiopulmonar e ser possível a
percepção de possíveis disfunções. Dentre os testes, podemos destacar: o teste tuberculínico,
para diagnóstico de doenças pulmonares e, troponinas cardíacas e enzima creatinoquinase (CK)
para alterações a nível cardiovascular.
Após a coleta de dados do paciente é importante a interpretação do enfermeiro para que
elabore o diagnóstico. Existem exemplos de diagnóstico de enfermagem para pacientes com
alteração na oxigenação como: fadiga, troca gasosa prejudicada, intolerância a atividades,
padrão respiratório ineficaz e ventilação espontânea prejudicada. Para seguir o tratamento do
paciente é necessário um planejamento de enfermagem para que se estabeleça metas e
resultados, prioridades no tratamento e um trabalho em equipe efetivo e multiprofissional. Por
fim, com as ações listadas na fase do planejamento, para promover e manter a oxigenação
adequada se faz necessário que intervenções sejam implementadas pelo enfermeiro através dos
cuidados continuados.

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