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Manejo de casos COVID-19

Marcela Tommasi
Nampula, Agosto 2020
Conteudos
• Novas definições de caso (OMS-Agosto 2020)
• Manifestações clínicas do COVID-19
• Sintomas mais comuns associados ao COVID-19
• Factores de risco associados à severidade do COVID-19
• Classificação de gravidade do COVID-19 (OMS)
• Tipos de testes laboratoriais para diagnóstico do COVID-19
• Colheita de esfregaço nasofaríngeo e orofaríngeo
• Manejo de pacientes com doença leve
• Manejo de pacientes com doença moderada
• Manejo de pacientes com doença severa e crítica
• Escores de aviso precoce em pacientes com COVID-19 adulto e pediátrico(MEWS e PEWS)
• Consideracoes para mulheres grávidas, lactantes e recém nascidos
Novas definições de caso da OMS (Agosto
2020)
• Duas definições de caso suspeito A ou B

• Caso provável

• Caso confirmado

• Contacto
Definição de caso suspeito A
Criterios Clínicos Criterios epidemiológicos
1. Um início agudo de febre E de 1. Residir ou trabalhar numa área com
tosse; elevado risco de transmissão do vírus: por
exemplo, locais residenciais fechados e locais
OU humanitários (acampamentos para pessoas
2. Início agudo da combinação de deslocadas), nos 14 dias anteriores ao
TRÊS ou MAIS dos seguintes sinais aparecimento dos sintomas;
ou sintomas: febre, tosse, OU
fraqueza/fadiga geral, dor de • 2. Residir ou viajar para uma área com
cabeça, mialgia, dor de garganta, transmissão comunitária nos 14 dias
coriza, dispneia, anteriores ao início dos sintomas; OU
anorexia/náuseas/vómitos, diarreia, • 3. Trabalhar no sector da saúde, incluindo
alteração do estado mental. nas unidades sanitárias e nos agregados
familiares, nos 14 dias anteriores ao
aparecimento dos sintomas
Definição de caso suspeito B
B. Um paciente com Infecção respiratória aguda
grave (IRAG) com febre ≥ 38°C e tosse; de início
nos últimos 10 dias; e que requer hospitalização.
Caso Provável de COVID-19 (A-B-C-D)
A. Um caso suspeito (descrito acima) E é um contacto de um caso provável
ou confirmado, ou epidemiologicamente ligado a um grupo de casos que
teve pelo menos um caso confirmado identificado dentro desse grupo.
B. Um caso suspeito (descrito acima) com imagens do tórax com achados
sugestivos de COVID-19 (Radiografia de tórax, TAC torácica, Ultra-som
pulmonar).
C. Uma pessoa com um início recente de anosmia (perda do olfacto) ou
ageusia (perda do paladar) na ausência de qualquer outra causa
identificada.
D. Morte, não explicada de outra forma, num adulto com dificuldade
respiratória anterior à morte E que foi um contacto de um caso provável ou
confirmado ou epidemiologicamente ligado a um grupo que teve pelo
menos um caso confirmado identificado dentro desse grupo.
Achados sugestivos de COVID-19 em
Raio-X de torax
Opacidades
nebulosas,
frequentemente
arredondadas em
morfologia, com
distribuição
periférica e
pulmonar inferior
Achados sugestivos de COVID-19 em TAC
torácica
Múltiplas opacidades
bilaterais de vidro
moído,
frequentemente
arredondadas em
morfologia, com
distribuição periférica
e pulmonar inferior
Achados sugestivos de COVID-19 em
Ultra-som pulmonar
Linhas pleurais espessas,
linhas B (multifocais,
discretas, ou confluentes),
padrões consolidados com
ou sem broncogramas
aéreos
Linhas B (Pneumonía temprana)
Caso confirmado
Indivíduo com confirmação laboratorial de infecção por
Covid-19 independemente dos sinais ou sintomas
clínicos.
Contacto
• Qualquer pessoa que foi exposta a qualquer uma das seguintes situações, durante os 2
dias anteriores e/ou 14 dias após o início dos sintomas de um caso provável ou
confirmado:

• Contacto cara a cara com um caso provável ou confirmado a distância de 1 metro e por
mais de 15 minutos;

• Contacto físico direto com um caso provável ou confirmado;

• Atendimento directo a um paciente com doença provável ou confirmada por COVID-19


sem o uso de equipamento de protecção individual (EPI) adequado;

• Outras situações, conforme indicado pelas avaliações de risco locais.


¿Quais são as manifestações clínicas do COVID-19?

80% Doença leve ou moderada

15% Doença grave (suporte de oxigênio)

5% Doença crítica: síndrome do distress


respiratório do adulto (SDRA), sépsis e
choque séptico (com complicações como
insuficiência respiratória ,
tromboembolismo e / ou falência de vários
órgãos, incluindo lesão renal aguda e
cardíaca).
Sintomas mais comuns associados ao COVID-
19
• Febre ≥37,8ºC (83-99%)
• Tosse (59-82%)
• Fadiga (44-70%)
• Anorexia (40-84%)
• Dispneia-Falta de ar (31-40%)
• Mialgias (11-35%)
Sintomas inespecíficos associados ao COVID-
19
• Dor de garganta
• Congestão nasal
• Congestão conjuntival
• Dor do torácico
• Dor de cabeça
• Dor abdominal, Diarréia, Náusea, vómitos
• Perda de olfato (anosmia), perda de paladar (ageusia)
• Confusão, tonturas
• Hemoptise
Sintomas atípicos - pacientes idosos ou
pacientes imunossuprimidos
• Fadiga,
• Estado de alerta reduzido,
• Mobilidade reduzida,
• Diarréia,
• Perda de apetite,
• Delírio
• Ausência de febre
Crianças Mulheres grávidas

Podem não ter febre ou tosse com Sintomas devido a adaptações


a mesma frequência que os fisiológicas ou eventos adversos
adultos da gravidez, como por exemplo
dispneia, febre, sintomas
gastrointestinais ou fadiga, podem
se sobrepor a os sintomas da
COVID-19
¿Quais são os factores de risco associados à severidade do
COVID-19?

• Idade superior a 60 anos (aumentando com a idade).


• Diabetes
• Hipertensão
• Doença pulmonar crônica (DPOC), Asma
• Doenças cardíaca, cerebrovascular, renal crônica
• Imunossupressão, Câncer
• HIV- Doenças oportunistas respiratórias
• Tuberculose
• Doenças ocupacionais com repercussão pulmonar (silicoses, silicotuberculose,
asbestoses)
¿Qual é a classificação de gravidade do
COVID-19 segundo OMS?
• Doença leve (Sem pneumonia)

• Doença moderada (Pneumonia sem complicações)

• Doença severa (Pneumonia grave)

• Doença crítica (Síndrome do distress respiratório agudo –


SDRA, Sépsis, Choque séptico)
Doença leve
• Pacientes sintomáticos que atendem à definição de caso para
COVID-19 sem evidência de pneumonia viral ou hipóxia.
Doença moderada
Adolescente ou adulto Criança
• Sinais clínicos de pneumonia • Sinais clínicos de pneumonia não grave (tosse
(febre, tosse, dispneia, ou dificuldade em respirar + respiração
respiração rápida) rápida*)
• Sem sinais de pneumonia grave • Sem sinais de pneumonia grave
• SpO2 ≥ 94% no ar ambiente
• SpO2 ≥ 90% no ar ambiente
• *Respiração rápida (em respirações / min): <2
meses: ≥ 60; 2-11 meses: ≥ 50; 1–5 anos: ≥ 40;
> 5 anos: ≥ 30.
Doença severa
Adolescente ou adulto Criança
• Sinais clínicos de pneumonia • Sinais clínicos de pneumonia (tosse ou dificuldade em
respirar + respiração rápida*)
(febre, tosse, dispneia,
respiração rápida)
+ um dos seguintes:
• Cianose central ou SpO2 <90%;
+ um dos seguintes: • Dificuldade respiratória grave (por exemplo, respiração
• Frequência respiratória> 30 rápida, grunhidos, arrastamento torácico muito grave);
respirações / min; • Sinal geral de perigo: incapacidade de amamentar ou
beber, letargia ou inconsciência ou convulsões
• Dificuldade respiratória grave;
ou • *Respiração rápida (em respirações / min): <2 meses: ≥
• SpO2 <90% no ar ambiente 60; 2-11 meses: ≥ 50; 1–5 anos: ≥ 40; > 5 anos: ≥ 30.
Doença crítica - Síndrome do distress
respiratório agudo (SDRA)
• Início ou agravamento dos sintomas respiratórios, até uma semana do aparecimento da
doença.

• Alterações radiológicas: infiltrados, opacidades bilaterais, atelectasia lobar/pulmonar ou


nódulos; edema pulmonar não explicado por insuficiência cardíaca ou hiper-hidratação

• Origem dos infiltrados pulmonares: insuficiência respiratória não totalmente explicada


por insuficiência cardíaca ou sobrecarga de fluidos. Necessita de avaliação objetiva (por
exemplo, ecocardiografia) para excluir a causa hidrostática de infiltrados / edema, se
nenhum fator de risco estiver presente.

•   SpO2 / FiO2 ≤ 315 sugere SDRA (inclusive em pacientes não ventilados).


Doença crítica- Sépsis
Adultos Crianças
• Síndrome da resposta inflamatória sistêmica • infecção suspeita ou comprovada e ≥ 2
com disfunção orgânica com infecção critérios de SIRS (síndrome da resposta
suspeita ou confirmada. inflamatória sistêmica), e dos quais um
• Sinais de disfunção orgânica: alteração da deve ser temperatura anormal ou
consciência, oligúria, respiração difícil ou contagem de glóbulos brancos.
rápida, dispneia, saturação de oxigênio
baixa, taquicardia, pulso fraco, extremidades
frias, baixa pressão arterial, evidência
• SIRS: Tº > 38,5 ou <36, taquicardia (em
laboratorial de coagulopatia, >1 ano bradicardia), taquipneia,
trombocitopenia, acidose (elevação do necessidade de ventilação mecânica,
lactato sérico), fosfato alto ou contagem anormal de glóbulos
hiperbilirrubinemia. brancos
Doença crítica-Choque séptico
Adultos Crianças
• Qualquer tipo de hipotensão
Sépsis com: ou dois ou três dos seguintes:
• Hipotensão [pressão arterial média • Estado mental alterado;
(PAM) < 65 mmHg] a despeito de • Taquicardia ou bradicardia (FC <90 bpm ou >160 bpm
em menores de 12 meses e FC <70 bpm ou >150
ressuscitação volêmica adequada e bpm em crianças);
requerendo o uso de vasopresores • Preenchimento capilar prolongado (>2 seg) ou pulso
para manter PAM>=65 mmHg; e fraco;
• Taquipneia;
• Nível sérico de lactato> 2 mmol / L • Pele manchada ou fria ou erupção petequial ou
purpúrica;
• Aumento do lactato;
• Oligúria;
• Hipertermia ou hipotermia
Sinais vitais normais em pediatría
Idade Frequência cardíaca Frequência Pressão arterial sistólica
Respiratoria
Prematuro 120 - 80 50 - 70 40 - 60

< 1 mês 100 - 60 35 - 55 50 - 70

1-12 meses 80 - 140 30 - 40 70 - 100

12-36 meses 80 - 130 20 - 30 70 - 100

3-5 anos 80 - 110 20 - 30 80 - 110

6-11 anos 70 - 100 18 - 24 80 - 120

+ 12 anos 60 - 90 14 - 22 100 - 120


Tipos de amostras para RT-PCR

• Esfregaços nasofaríngeos
• Aspirados nasofaríngeos: boa sensibilidade,
• Esfregaços orofaríngeos: baixa sensibilidade. Recomenda-se que sejam
combinados com esfregaços nasofaríngeos e acondicionados no mesmo meio
de transporte viral.
• Expectoração: Boa sensibilidade. Difícil obter (tosse não é produtiva). Se é
necessária para testar tuberculose colher a expectoração em área bem
ventilada (sem indução / nebulização para minimizar o risco de
aerossolização).
• Lavado broncoalveolar: alta sensibilidade (exige técnicos altamente
qualificados, risco biológico)
Colheita de esfregaço nasofaríngeo e orofaríngeo

• Assoar a nariz antes da colheita


• Introduzir a zaragatoa até à nasofaringe (distância
• Introduzir a zaragatoa na região da
narina-orelha).
garganta (em cada uma das
• Inclinação da cabeça de 45 – 70º
amígdalas)
• Fazer 3 rotações de 180 graus para absorver a
• Fazer movimentos circulares suaves
secreção e colher uma boa amostra
(evite tocar a língua e os dentes)
• Colocar a amostra no meio de transporte viral (MTV)
• Colocar a amostra no MTV
 
Manejo de pacientes com doença leve
• Tratamento sintomático (paracetamol), nutrição e hidratação adequadas.
• Não administrar antibióticos (a menos que seja necessário para outras patologias
associadas).
• Fazer rastreio de outras doenças como malária, tuberculose e HIV (se HIV + fazer CV)
• Isolamento domiciliar, educar paciente e familiares em sinais de alarma (ex: febre
persistente> 5 dias, respiração rápida, falta de ar em repouso ou com esforço leve,
dor / pressão no peito, confusão)
• Seguimento domiciliar ou telefónico de 2/2 días
• Alta domicilar: 14 días sem sintomas. Não será feito controle de negatividade ao nível
domiciliar, excepto para profissionais de saúde, profissionais de defesa (polícias,
guardas prisionais, militares).
Manejo de pacientes doença moderada

• Podem ou não necessitar de internação hospitalar. Internar se têm


comorbidades ou em casos onde o seguimento próximo em isolamento
domiciliar não seja garantido (e.g paciente em zonas rurais de difícil accesso).
• Tratamento sintomático com paracetamol 500mg-1 gr EV/VO de 6/6 h
• Tratamento antibiótico: Ceftriaxona 1g EV de 12/12 h ou Amoxicilina 500mg, 1
cp VO de 8 em 8h por 7 a 10 dias + Azitromicina 500mg por dia, EV/oral por 7 a
10 dias.
• Pacientes em seguimento domiciliar control 2/2 días (alta 14 días sem sintomas)
• Pacientes hospitalizados monitorar com escores (MEWS e PEWS). Alta quando
tiver estabilização clínica (completar isolamento domiciliar ate 14 días sem
sintomas).
Manejo de pacientes com doença severa e crítica (1)
• Monitoramento regular de sinais vitais (incluindo oximetria de pulso)
eutilização de pontuações médicas de alerta precoce (MEWS/PEWS)
• Laboratorio basal e frequente: Hemograma, glicémia, ureia,
creatinina, ALT/AST . Se disponível testes de coagulação: protrombina
(PT), tempo parcial de tromboplastina (TPP), fibrinogênio, Dímero D,
lactato sérico, Na, K, gases em sangue (Ph, PO2, PCO2).
• Raio X de tórax, ECG
• Monitore sinais ou sintomas de tromboembolismo venoso ou
arterial, como acidente vascular cerebral, trombose venosa profunda,
embolia pulmonar ou síndrome coronário agudo.
Manejo de pacientes com doença severa e crítica (2)

• Tratamento sintomático (febre, dor, • Manejo da sepse e choque


hidratação, reposição de eletrólitos, séptico
nutrição)
• Avaliar necessidade de
• Oxigenoterapia e posicionamento em
Pronação transfusão sanguínea.
• Agonistas B2 com inaladores de • Avaliação e tratamento de
medidor de dose outras doenças e comorbidades
• Antibioticoterapia empírica • Fisioterapia
• Prevenção de tromboembolismo • Cuidados paliativos
venoso
• Corticosteróides • Critérios de alta (alta segura)
Tratamento sintomático
• Febre (Paracetamol)
• Manejo da dor (paracetamol, tramadol)
• Manejo da hidratação: Idealmente oral. Se nao é possivel IV com use
Riner lactato ou solucao normosalina com cautela! (a ressuscitação
agressiva pode piorar a oxigenação devido ao risco de sobrecarga)
• Suplementação de potássio
• Nutrição
• Profilaxia da úlcera péptica (omeprazol ou ranitidina)
Oxigenoterapia (1)
Saturação de Indicação de oxigenoterapia
Oxigênio (SpO2)
> 95 % Sem necessidade de oxigenoterapia
< 94 % Avaliar ao paciente e indicar oxigenoterapia se há quaisquer
sinais de emergência de vias respiratórias, respiração ou
circulação.
<95% Indicação de oxigenoterapia em mulheres grávidas
< 90 % Critério de gravidade. Oxigenoterapia urgente (mesmo se o
paciente não tem sinais de emergência)

Fazer teste da caminhada: SpO2 em repouso e logo de dar 30 pasos. No caso de pneumonia Covid-19, é
possível ter dessaturação após um esforço mínimo, apesar de uma aparência clinica e SpO2 repouso boa.
Oxigenoterapia (2)
Outras Indicacoes de oxigenoterapia:

• Distress respiratório severo ou de início agudo


• Sépsis com hipoperfusão ou choque
• Alteração do estado de consciência
• Hipo-perfusão periférica (extremidades frías)

Alvos da terapia de Oxigênio:


• Pacientes com dificuldade respiratória, hipoxemia ou choque, o alvo imediato é SpO2 ≥94%
• Uma vez estável: procure manter
• Adultos e criancas: ≥90%
• Mulheres grávidas ≥95%
Se pode gerar fluxos mais altos de 8 a 20 L / min conectando dois concentradores de oxigênio de 10 L em
Y. O tubo da máscara com o reservatório pode ser conectado à uma peça em Y. Os concentradores são
conectados ao tubo de silicone de 5 mm (SCTDTUBE 052) ou ao tubo padrão fornecido com cada máscara
facial (o tubo deve ser segurado à la peça em Y).

Como alternativa, se o conector Y não estiver disponível, dois concentradores de oxigênio ainda poderão
ser usados para um único paciente hipóxico ou em caso de que o reservatório da máscara estiver em
colapso:

● 5 ou ate 10 L / min são administrados por cânula nasal (umedecida) e, simultaneamente,


● 10L/min são administrados máscara com reservatório
Fontes e distribuição
de oxigênio para os
centros de tratamento
COVID-19
Posição prona
B2
Agonistas e
inhaladores
com
medidor de
dose (IMD)
Antibióticos
• Adultos: Ceftriaxona 1g EV de 12/12H 7 a 10 días (logo completar com
ou Amoxicilina com ácido clavulânico 7 días más )
• + Azitromicina 500mg por dia, EV/Oral por 7 a 10 dias (se nao
disponível, usar doxiciclina 100mg 2x/day for 10 days)
• Criança:Penicilina Cristalina 200,000-400,000 UI/kg/dia 6/6h 7 dias ou
Ceftriaxona 80-100mg/kg/dia 12/12h por 7 dias e Azitromicina
10mg/kg/dia 1X/dia por 7 dias.
• (casos moderados dar VO Amoxicilina 80-100mg/kg/dia 8/8h por 7
dias e Azitromicina 10mg/kg/dia 1X por dia por 7 dias)
Tromboprofilaxia
• A coagulopatia (hipercoagulabilidade) é comum em pacientes com COVID-19
grave (tromboembolismo venoso profundo e arterial).
• Dar Enoxaparina 40mg subcutánea dose única (ou heparina 5000 UI sc 2x dia)
• Reduzir enoxaparina a 20 mg SC DU se o peso e < 50 Kg ou IMC < 18 Kg/m² ou em pacientes
com clearance de creatinina < 30 ml/min.
• Em pacientes com sobrepeso >120 Kg- ou IMC > 30 Kg/m² considerar 60 mg SC DU
especialmente se houver vários fatores de risco trombóticos

Contra-indicações: plaquetas <25 x 10⁹/L, hemorragia recente, distúrbios hemorrágicos


herdados / adquiridos não tratados; trauma com alto risco de sangramento; sangramento
ativo; dentro de 12 horas de procedimentos como cirurgia ou punção lombar;
endocardite bacteriana aguda.
Corticosteróides
• dexametasona 6 mg / dia IV ou por via oral até 10 dias (pode ser
interrompido mais cedo se houver melhora na secreção ou paciente já não
precisa oxigenoterapia)
• Alternativa hidrocortisona IV (160mg /d) ou prednisolona VO (40mg / d).
• Pacientes grávidas e lactantes: prednisolona oral (40 mg / d) (e não
dexametasona)
• Para crianças e desnutridos, ainda não existem evidências suficientes com
recomendações claras, mas um benefício razoável é sugerido em
adolescentes com obesidade / diabetes.
• CUIDADO: corticosteróides suprimem o sistema imunológico, podem causar
hiperglicemia e podem aumentar a pressão arterial
Manejo da sépsis e choque séptico (1)
• Terapia antimicrobiana e início de carga de fluidos mais vasopressores
para a hipotensão.
• Em adultos 250-500 mL de solución salina normal ou Ringer Lactato-RL)
como bolus rápido nos primeiros 15 a 30 minutos.
• Em crianças 10 a 20 mL / kg como um bolus nos primeiros 30 a 60
minutos.
• Determine a necessidade de bolus adicionais de fluido (250–500 mL em
adultos; 10–20 mL / kg em crianças) com base na resposta clínica e na
melhoria dos objetivos de perfusão e reavalie os sinais de sobrecarga de
líquidos após cada bolus
Manejo da sépsis e choque séptico (2)
• A ressuscitação hídrica pode levar à sobrecarga de volume com
insuficiência respiratória (SDRA). Se não houver resposta à carga de
fluido ou aparecerem sinais de sobrecarga (por exemplo, distensão
venosa jugular, crepitações na ausculta pulmonar ou hepatomegalia)
interrompa a administração de fluidos
• Alvos de perfusão PAM (> 65 mmHg), débito urinário (> 0,5 mL / kg /
h em adultos, 1 mL / kg / h em crianças) e melhoria da coloração da
pele, perfusão das extremidades, preenchimento capilar frequência
cardíaca, nível de consciência e lactato.
Manejo da sépsis e choque séptico (3)
• Vasopressores: para pacientes que permaneçam com pressão arterial
média (PAM) abaixo de 65 (após a infusão de volume inicial)
• Idealmente usar um cateter venoso central (se não possivel usar veia
periférica de bom calibre para evitar extravasamento e necrosis)
• Primeira linha norepinefrina (em criancas epinefrina)
• Se os sinais de hipoperfusão e disfunção cardíaca persistirem, apesar
de atingir o alvo da PAM com fluidos e vasopressores, considerar o
uso de droga inotrópica como a dobutamina.
Avaliação e tratamento de outras doenças e comorbidades
• Pacientes com doenças crônicas como (HIV, Tuberculose, Diabetes, Hipertensão,
imunodepressão, ASMA, DPOC devem manter a sua medicação habitual, e não parar
sem que haja uma orientação médica.
• ASMA/DPOC: inalador com esteróides pode ser continuado. Em exacerbações
agudas dar salbutamol deve ser usado com um espaçador; nebulizador não é
recomendado (geração de aerossol).
• Diabetes: fazer teste de glucosa de base para diagnóstico. Pacientes em uso de
metformina com sinais de infecção grave, considere interromper a metformina
(maior risco de acidose quando associado à hipóxiae mudar a insulina (NPH e rápida)
• HIV: fazer CV e CD4´(diagnosticar falença TARV), avaliar doenças oportunistas
• TB: Genexpert a todos os pacientes com tosse (ver Resistencia a Rif). Continuar
tratamentos, monitorar Raio- X
Prevenção de complicações em pacientes
hospitalizados
• Fisioterapia e mobilidade
• Reduzir dias de ventilação mecânica invasiva e incidência de
pneumonia associada à ventilação (paciente em posição semi reclinada, higiene
oral, sucção/drenagem de secreções, troque o umidificador cada 5-7 días)
• Reduzir incidência de infecção sanguínea por cateter
• Reduzir incidência de infecção sanguínea por cateter
• Minimizar ocorrência de úlceras de decúbito
• Minimizar a ocurrencia de efeitos adversos de medicamentos e interacções
medicamentosas
• Tromboprofilaxia e protecção gástrica
Cuidados de conforto - cuidados paliativos
• Minimizar o sofrimento e maximizar o conforto, tratando sintomas fisicamente
angustiantes e apoiando os pacientes e sua família
• Os principais sintomas para aliviar são:
Falta de ar e / ou tosse: Morfina, O2, corticoides
Secreções respiratórias: Hioscina butilbromida-butilbrometo de escopolamina
(Buscopam)
Dor: Escala de analgesia: paracetamol> ibuprofeno> tramadol> morfina. Considere o
efeito sinérgico de paracetamol + tramadol e paracetamol + morfina.
Agitação / ansiedade: diazepam
Inquietação terminal, delírio: haloperidol
Náusea e vômito: metoclopramida
Rotar ao pacientes e cuidar a pele com higiene e cremes hidratantes (evitar úlceras
de decúbito).
Escores de aviso precoce em pacientes com COVID-19 adulto e pediátrico(MEWS e PEWS)

• Os pacientes com COVID-19 devem ser monitorados de perto (sinais


vitais, saturacao de oxigenio pelo menos duas vezes por día). Logo se
calcula o MEWS ou PEWS
• Pacientes com MEWS / PEWS de 0-2 não necessitam de alterações em
seu tratamento atual (baixo risco de piora).
• Um MEWS / PEWS de 3 ou 4 indica que um paciente tem risco médio
de deterioração clínica (reavaliar tamento atual e aumentar
frequência com que são monitorados).
• Os pacientes com COVID-19 com MEWS / PEWS ≥5 apresentam alto
risco de deterioração clínica ou morte.
Escala de Coma Glasgow
Alta hospitalar segura
• Evolução clínica favorável;
• Ausência de febre há pelo menos 72 horas sem uso de antipiréticos
• Melhora significativa do quadro respiratório
• Oximetria do pulso com saturação de oxigénio em ambiente e sem esforço: >
93% em adultos, ≥ 94% em crianças e ≥ 95% em grávidas
• Melhoria evolutiva óbvia da imagem pulmonar (RX do tórax com melhoria ou
sem lesão)
• Ao nível hospitalar somente serão feitas as testagens de controle de cura aos
casos com comorbidades (2 PCR negativos para SARS-Cov-2 , ao fim de 3 dias das
melhorias acima listadas). ATENÇÃO: Colher amostra para o 2º teste só após ter
resultado do 1º teste!
Consideracoes para mulheres grávidas
• Actualmente não há evidência de transmissão vertical do SARS-CoV-2.
• infecções no 3ro trimestre com alguns casos de rotura prematura das
membranas , sofrimento fetal e partos pré-termo.
• Não identificaram grandes riscos de complicações em bebês nascidos de mães
com COVID-19.
• Posição da paciente: a compressão da veia cava inferior pode causar uma
diminuição no retorno venoso e na pré-carga cardíaca com hipotensão.
Mulheres grávidas com sépsis e / ou choque séptico posicioná-las em
decúbito lateral esquerdo
• Devem-se seguir as normas nacionais e condutas nacionais dos cuidados
obstétricos. COVID-19 + não é por si indicação de cesariana.
Recomendações chave para mulheres com COVID-19 durante o
parto é no pós-parto imediato

• O clampeamento do cordão umbilical (1-3 min) e a reanimação do recém


nascido recém nascido devem continuar segundo as normas nacionais
• Deve-se ter o menor número possível de pessoas para o atendimento ao
RN, devidamente paramentadas com Equipamento de Proteção Individual
(EPI).
• A pessoa que acompanha a mulher grávida durante o trabalho de parto
deve ser rastreado para COVID-19
• O contacto precoce pele a pele e sem interrupção entre mães e o recém
nascido deve ser facilitado e incentivado após o nascimento, aplicando
simultaneamente as medidas necessárias para a PCI.
Recomendações chaves para mães lactantes com COVID-19
• é recomendada a manutenção do aleitamento materno (higienização correta das mãos e
uso de máscara)

• o conjunto mãe e o bebê devem poder permanecer juntos durante o dia e noite e
praticar o contato pele a pele, incluindo cuidados como a mãe canguru, especialmente
imediatamente após o nascimento e durante o estabelecimento da amamentação (aplica-
se também a bebês nascidos prematuros ou com baixo peso).

• a mãe com COVID-19 grave que não consegue amamentar a seu bebê, pode ser usado
leite materno exprimido (com medidas apropriadas de PCI) ou doadora de leite humana
(ou banco de leite humano), outra mulher que amamente a criança (prévio teste de HIV
negativo) ou substitutos adequados do leite materno.
Cuidados ao recém nascido com COVID-
19
• Manifestações clínicas inespecíficas (sobreponíveis às outras como a
sépsis neonatal). Apresentação mais frequente: Instabilidade térmica,
sucção fraca, letargia e sintomas respiratórios: taquipnéia, adejo nasal,
gemido, apneia, tosse, tiragem. Os sintomas gastrointestinais são menos
frequentes (diarreia, vômito, distensão abdominal); podendo levar a um
quadro de enterocolite necrosante (ECN).

• Diagnóstico é clínico e epidemiológico: RN sintomático ou assintomático


com mãe com COVID-19 (entre 14 dias antes do parto até 28 dias após
do parto) ou recém nascido exposto a pessoa com COVID-19 (familiares,
cuidadores, equipe médica, visitantes).
Miuto obrigada

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