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INFECTO: COVID 19 • Transmissão assintomática: detecção de vírus

nas vias respiratórias de 1 a 3 dias antes dos


sintomas
introdução • Transmissão sintomática: mais transmissível
no início da doença pela quantidade de carga
INTRODUÇÃO viral nas vias aéreas superiores
• Transmissão assintomática: indivíduo com
O histórico do COVID no mundo se iniciou em
poucos ou nenhum sintomas que pode
dezembro de 2019 com uma pneumonia viral
contaminar outros indivíduos
associada a um grande mercado de frutos do mar –
relacionado a morcegos e pangolins. Em 30/01 de A suscetibilidade à infecção por covid é geral. E as
2020 a OMS decretou estado de emergência mundial reinfecções só são consideradas se o período entre as
e logo após, estado de pandemia. Em março de 2020 fases sintomáticas é maior do que 90 dias.
foi decretada a transmissão comunitária de covid no
brasil.
FATORES DE RISCO
SOBRE O VÍRUS
• Obesidade – maior fator de risco
A genética mostra ser um vírus novo – SARS-CoV-2,
• Idosos
não derivado de nenhum pré-existente. É um RNA
• Tabagistas
vírus com grande afinidade ao receptor de
• Miocardiopatias
angiotensina humano e portador da proteína Spike
• Hipertensos
que facilita mutações.
• Doenças cerebrovasculares
É altamente patogênico – responsável por causar • Pneumopatias
síndrome respiratória e gastrointestinal (contaminação • Imunossupressão
ambiental). • Doença renal crônica
Sua transmissão ocorre por: • DM
• Doenças cromossômicas
→ contato: contato direto com pessoa infectada ou • Neoplasias malignas
superfícies contaminadas • Cirróticos
→ por gotículas: gotículas respiratórias expelidas • Gestantes
quando há tosse e espirros – principalmente a uma • SRAA – geram doenças mais severas, com
distância de menos de um metro de outra pessoa maior número de admissões em UTIs e morte.
A ACE2 expressa no coração e células do
→ por aerossol: por gotículas respiratórias menores
epitélio renal e pulmonar são mais
que podem ficar suspensas no ar -> comum apenas
acometidos -> ativação local da SRAA e lesão
em profissionais da saúde que manejam pacientes
dos tecidos adjacentes = marcadores de
internados
injúria cardíaca e pulmonar. Nesses casos
Seu R0 – capacidade de infecção de terceiros, é deve-se manter IECA/ BRA
variável de acordo com o estado de isolamento social.
Em casos de convivência social normal, o R0 do covid
é de 2,0. Já em locais pouco protegidos, com contato CLÍNICA
social, o R0 do covid passa a 3,0.
SINAIS E SINTOMAS
TRANSMISSÃO
Em geral os sintomas são mais intensos em idosos e
Em geral o período de incubação do vírus é de 5 a 6
pessoas com comorbidades.
dias. Durante todas as fases da doença, o covid é
transmissível • Febre
• Tosse
• Leucopenia + linfopenia + trombopenia
• Dispneia – se comprometimento das vias
aéreas inferiores
• Mialgia
• Confusão
• Dor articular
• Cefaleia
• Quadro gastrointestinal com diarreia e
vômito
• Dor de garganta
• Conjuntivite
→ SÍNDROME GRIPAL
• Conjuntivite
• Anosmia e disgelsia -> são sinais precoces e indivíduo com quadro respiratório agudo,
prolongados da doença. Quase caracterizado por pelo menos 2 sintomas:
patognomônicos.
• em adultos: febre, calafrio, dor de garganta,
• Raio X com opacidades multifocais = padrão
cefalia, tosse, coriza, distúrbios olfativos ou
em vidro fosco
distúrbios gustativos
→ HIPOXEMIA FELIZ • em crianças: anteriores + obstrução nasal
Paciente que não se sente dispneico mas chega com • no idoso: anteriores + alteração de humor,
saturação baixa e cianose – aumenta o risco de morte síncope, confusão mental, sonolência
= são mais difíceis de tratar e não se beneficiam da → SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)
prona (no geral)
A síndrome respiratória aguda grave (SRAG) pode ser
definida por indivíduo com síndrome gripal que
apresente:
APRESENTAÇÕES
• dispneia/desconforto respiratório OU
→ assintomáticos ou pré sintomáticos: indivíduos que
• pressão ou dor persistente no tórax OU
testaram (com teste positivo), mas não possuem
sintomas • saturação de O2 menor que 95% em ar
ambiente OU
→ doença leve: febre, dor de garganta, mialgia, • coloração azulada (cianose) dos lábios ou do
cefaleia – sem dispneia, folego curto ou alteração rosto
radiológica = doença de vias aéreas superiores • em crianças: além dos anteriores, observa
→ doença moderada: possui sintomas gerais + batimento de asa de nariz, cianose, tiragem
dessaturação (Sat < 93/95%) e alteração radiológica + intercostal, desidratação e inapetência

• febre e tosse persistente OU


• tosse persistente e piora progressiva dos DIAGNÓSTICO
outros sintomas OU
• sintomas + fator de risco SE SG OU SRAG:
→ doença severa: possui dessaturação < 93%, Fr > 30 1.1. biologia molecular: resultado detectável para
incursões, infiltrado em > 50% do pulmão, PaO2/FiO2 SARS-Cov2 por meio de:
< 300 e/ou comorbidades → pacientes necessitam de
• PT-PCR em tempo real
UTI pois gera falência e/ou disfunção de múltiplos
• RT-LAMP
órgãos e choque (doença crítica)
Realizar preferencialmente entre o 3 e 7° dia
sintomático
1.2. Teste imunológico: resultado reagente para IgM, APÓS O DIAGNÓSTICO
IgA e/ou IgG produzido por ELISA. Ideal se realizado a
partir do 8° de sintoma. O paciente diagnosticado com covid deve ser
notificado imediatamente e isolado.
1.3. Pesquisa de antígeno teste rápido: resultado
reagente para SARSA-Cov2 por meio de SAWB ou PROTOCOLO DE ISOLAMENTO
pesquisa de anticorpos IgG e IgM em amostra de
O isolamento deve se iniciar logo após o diagnóstico
sangue
do Covid e perdurar por:
 indivíduos não vacinados: válidos testes de
biologia molecular, sorológico e pesquisa de
antígeno
 indivíduos vacinados: válidos testes de
biologia molecular e pesquisa de antígeno –
PCR e SWAB
 diagnóstico para assintomáticos: biologia
molecular e pesquisa de antígeno

EXAMES COMPLEMENTARES
→ hemograma com: leucopenia, linfopenia e
trombopenia
Além dessas medidas, o paciente liberado no 5° dia,
→ RX: opacidades difusas – padrão de vidro fosco deve manter medidas adicionais até o 10° dia, como:

→ Exame de imagem preferencial: TC de alta • usar máscara


resolução (TCAR). Podem ser encontrados para • evitar contato com pessoas
diagnóstico: imunocomprometidas ou com fatores de
risco, bem como aglomerações –
• opacidade em vidro fosco bilateral, periférica,
distanciamento de no mínimo 1m
com ou sem consolidações = pavimentação
• não frequentar locais onde não possa usar
• opacidade em vidro fosco multifocal de
máscara em tempo integral como em
morfologia arredondada, com ou sem
restaurantes
consolidações = pavimentação
• não viajar por esses 5 dias
• sinal do halo reverso
• em crianças: consolidações multifocais similar REINFECÇÃO
aos casos de TB miliar
Só é considerada reinfecção pessoa com sintomas do
• indicado para todos os pacientes com
COVID após 90 dias do quadro primeiro e confirmação
sintomas de acometimento de vias áreas
por sequenciamento genômico para comprovar
inferiores = dispneia, taquipneia, cianose,
linhagens diferentes = 2 resultados positivos de PCR
dessaturação
em intervalo > 90 dias

TRATAMENTO
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE
• Distanciamento social
→ AngioTC: indicada para casos de dispneia + • Uso de máscaras pela população
dessaturação + angina -> busca por TEP
• Higiene frequente das mãos e uso de álcool (cetamina, etomidato, propofol ou midazolan)
em gel -> bloqueador neuromuscular (succilcolina ou
• Evitar contato próximo com pessoas doentes rocurônio)
• Higiene do espirro – cobrir boca e e nariz ao • Caso a PaO2 / FiO2 < 150, ou , mesmo após
espirrar entubação não houver melhora da saturação:
• Ficar em casa e evitar contato com outras indicada a pronação (caso severo) -> deve ter
pessoas duração e 16 horas, após esse momento, deve
• Limpar e desinfetar objetos e superfícies ser despronado por no mínimo 4 horas para
tocadas com frequência reavaliação. Se houver necessidade pode-se
pronar novamente. As contraindicações da
TRATAMENTO DA FORMA LEVE pronação são: má resposta à pronação (piora),
escara ou instabilidade hemodinâmica.
→ tratamento domiciliar isolado
→ Coleta de exames: gasometria arterial, TCAR, teste
→ uso de medicações para sintomas por 14 dias
rápido de influenza, ECG, PCR ou teste imunológico,
glicemia, função renal e hepática, D-dímero e DHL
(pelo risco de TEP), função hepática, hemograma
TRATAMENTO DA FORMA MODERADA completo, coagulograma, marcadores inflamatórios
→ hospitalização (PCR e pro calcitonina), troponina, lactato
desidrogenase
• Alta é indicada se ausência de febre ou
dispneia por >48 sem uso de antitérmicos +
melhora dos parâmetros laboratoriais
FORMA CRÍTICA
→ oxigenoterapia se Sat < 95%, desconforto
Paciente em UTI, com tempestade de citocinas,
respiratório
choque distributivo, disfunção cardíaca e renal,
• Uso de corticoide indicado elevação de mediadores inflamatórios e baixa
• Uso de ACO pelo risco de embolia pulmonar resposta ao tratamento -> pronação.
por comprometimento das vias aéreas
inferiores

→ avaliar piora das doenças de base: sinal de alarme


MEDICAMENTOS PARA PACIENTES
HOSPITALIZADOS
→ antibioticoterapia se indicado
ANTICOAGULANTES

• Heparina não fracionada 5000 UI, SC, 8/8h


FORMA SEVERA • OU enoxaparina 40mg, SC, 1x ao dia
→ internação em semi-intensiva ou UTI
CORTICOESTEROIDES
→ Uso de O2 com alvo de 92/95% se Sat < 95%
• Em pacientes em uso de oxigênio
• Uso obrigatório de corticoide pela oxigenação • Dexametasona 6mg IV ou VO 1x/dia x10 dias
suplementar • OU hidrocortisona 50mg IV 6/6 x 10 dias
• Oxigenoterapia em cânula nasal de baixo fluxo
ANTIMICROBIANOS
sem atingir metas: uso máscara de O2 ->
cânula nasal / cateter de alto fluxo ou VNI • Usados em caso de infecções bacterianas
• Casos de Sat <80, PaO2 < 60 = entubação de concomitantes
sequência rápida pela dessaturação em
poucos segundos
TOLCILIZUMABE
• Para entubação de sequência rápida: pré • É um anticorpo monoclonal inibidor de IL-6
medicação (lidocaína ou fentanil) -> sedativo
• Pode ser usado em pacientes em uso de CNAF → FASE 2A/2B
ou VNI com deterioração do quadro clínico
Uso dos inibidores de IL-6 se:
• Pacientes em uso de tocilizumabe não podem
estar em uso de antimicrobianos • Relação PaO2 / FiO2 < 300
• Piora do quadro respiratório nas últimas 48
MEDICAMENTOS QUE NÃO DEVEM SER
horas em ar ambiente, ou cateter de O2
UTILIZADOS evoluindo para máscara de O2 eou cateter de
• Cloroquina alto fluxo
• Hidroxicloroquina • Pro calcitonina < 0,5
• Azitromicina
• Colchicina
• Ritonavir
• Ivermectina
COMPLICAÇÕES
SÍNDROME INFLAMATÓRIA
MEDICAMENTOS PARA PACIENTES NÃO MULTISSISTÊMICA PEDIÁTRICA (SIM-P)
HOSPITALIZADOS
Nova apresentação clínica rara em crianças que ocorre
PROFILAXIA após dias ou semanas do tratamento e cura do COVID-
19. Caracteriza-se por uma síndrome hiper
→ cilgavimabe-tixagevimabe (evusheld)
inflamatória, exacerbada e tardia que pode levar a um
É um anticorpo monoclonal IgG1 humano quadro de falência múltipla de órgãos. Apresenta-se
recombinante direcionado aos pacientes que desejam com pelo menos 2 dos seguintes sintomas:
fazer profilaxia e que não podem tomar a vacina – sem
• febre alta e persistente
contato com alguém infectado antes. Podem ser
• alteração de pele ou mucosa: conjuntivite
usados em casos emergenciais.
bilateral não purulenta, rash cutâneo ou
• Pessoa deve ter > 12 anos e > 40Kg edema de mãos e pés E/OU
• Deve ter comprometimento imunológico • sintomas gastrointestinais: dor abdominal,
moderado a grave ou uso de terapia vômito, diarreia E/OU
imunossupressora • Sinais clínicos de miocardite, pericardite ou IC:
• Não substitui a vacina para pacientes passíveis taquicardia, aumento de troponina e/ou
de vacinação peptídeo natriurético atrial, confirmados pelo
ECO E/OU
TRATAMENTO
• Hipotensão ou choque E/OU
→ FASE 1 (LEVE) = ANTIVIRAIS • Sintomas neurológicos: letargia, cefaleia,
estado mental alterado
Utilizada em pacientes que possui risco de
• Evidência de coagulopatia: aumento de TP,
complicações dentro de 7 dias do início dos sintomas
TTPa ou D-dímero
• molnupirvir
→ exames confirmatórios:
• Nimaltrevir com ritonavir (paxlovid) –
atualmente disponível para uso em • IgG ou IgM de covid
imunossuprimidos > 18 anos ou pessoa > 65 • Hemograma: neutrofilia, linfopenia E/OU
anos, que: tem covid confirmado por teste plaquetopenia
rápido, estar entre o 1 e 5°dia se sintoma, • Marcadores de inflamação elevados
apresentar quadro clínico leve / moderado • Calcitonina < 0,5
E/OU não querer O2 suplementar • Não é comum velamento intersticial no RX
• Remdesivir
→ TRATAMENTO : VACINAÇÃO PARA GRUPOS PRIORITÁRIOS
• Corticoide Os grupos prioritários são atualmente divididos em
• Aspirina dois subgrupos: os de vacinação semestral e os de
• Imunoglobulina humana vacinação anual
• Imunobiológicos

LONG COVID
O covid pode desencadear um estado
hipercoagulabilidade e disfunção endotelial que
resulta em formação generalizada de trombos +
alteração da resposta imune = tempestade de
citocinas. Esses fatores combinado podem levar a
sintomatologia prolongada por meses. Como:

• Dor torácica
• Dor muscular generalizada
• Fadiga
• Dispneia
• Disfunção cognitiva
• Estado inflamatório persistente
• Trombose
• Desencadeamento de doenças autoimunes
• Perda do olfato persistente
• Tosse persistente

Tais sintomas afetam a capacidade laboral e de saúde


mental do pacinete.

O quadro prolongado não é relacionado ao quadro /


gravidade da doença inicial. Mulheres, idosos, obesos,
asmáticos e profissionais da saúde tem maior risco de
desenvolvimento de long covid.

VACINAÇÃO
Não são mais recomendadas vacinações com esquema
primários – vacinas monovalentes. O esquema vacinal → CONSIDERNADO O HISTÓRICO DE DOSES PRÉVIAS
brasileiro passou a aceitar apenas doses bivalentes
(Pfizer).

Vacinas disponíveis:

• SINOVAC/Butantan (inativada)
• Janssen (recombinante)
• AstraZeneca/fiocruz (recombinante)
• Pfizer/Wyeth (RNA mensageiro)
O.B.S.: DOADORES

Os doadores de sangue ficam considerados inaptos à


doação por pelo menos um período de 7 dias após a
vacinação por vacinas de RNAm e 48 horas se
vacinados com vacinas de vírus inativado.

CONTRAINDICAÇÕES
• Hipersensibilidade grave (anafilaxia prévia)
Pessoas que já apresentaram uma reação anafilática
confirmada a uma dose anterior de uma vacina covid-
19

• Somente com relação a vacina AstraZeneca:


pacientes que sofreram trombose venosa
e/ou arterial importante em combinação com
trombocitopenia após vacinação com
qualquer vacina para a COVID-19
Todos os casos de evento adverso pós-vacina
contra COVID devem ser notificados. grave em
gestante após administração da vacina AstraZenecA.
A gestantes e puérperas com comorbidades
que ainda não tenham sido vacinadas deverão ser
vacinadas com vacinas sem o vetor viral, como a
Sinovac ou Pfizer.

• Síndrome de trombose com trombocitopenia


podem ter associação com as vacinas de
vetor viral.

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