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DENGUE: Síndrome de permeabilidade vascular da dengue.

 Diminuição das plaquetas


 Arbovirus  Alterações das enzimas hepáticas
 Familia: flaviviridae  Hipoalbuminemia
 Genero: flavivirus  Ativação do sistema complemento
 Permeabilidade vascular
4 sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4
Causada pela toxicidade da proteína não estrutural 1 ( NS1)
Infecta predominantemente células do sistema reticulo
do vírus da dengue.
endotelial (baço, fígado e medula óssea), incluindo
monócitos, linfócitos, células de Kupffer e macrófagos DENGUE HEMORRAGICA:
alveolares
 A DENGUE hemorrágica é caracterizada pela saída
VETOR: Aedes aegypti de fluidos e proteínas, ( albumina) do leito vascular
para espaços intersticiais.
Doença febril aguda urbana- 2 formas principais da
 Levando a diminuição do volume plasmático,
manifestação da doença:
gerando hipovolemia, hipotensão arterial e choque.
CLASSICA: Se não tratado, pode levar o paciente a óbito.
 Esse evento é rápido e mediado por alterações na
 3 a 5 dias permeabilidade do endotélio.
 39 a 40 graus de febre
 Dor articular, mialgia, cefaleia frontal, dor GRAVIDADE DA DENGUE HEMORRAGICA:
retroorbitraria, náuseas, anorexia, manchas
A dengue hemorrágica é classificada em quatro graus de
HEMORRAGICA: gravidade de acordo com os quadros da hemorragia e
extravasamento do plasma.
 Segunda contaminação com sorotipo diferente
 Febre, mal- estar, dores abdominais, hemorragia GRAU I: Febre, teste do torniquete positivo e/ou tendência
( nasal, gengiva, plaquetas) fácil de sangramento
 Diminuição das plaquetas GRAU II: Grau I associado a hemorragias na pele ou outras.
 Lesão endotelial devido a inflamação intensa
 SINDROME DE PERMEABILIDADE GRAU III: Grau I e grau II, falência circulatória com pulso
VASCULAR DA DENGUE rápido, diminuição da pulsação ou hipotensão, presença de
sudorese, pele úmida e prostação
Infecção com um único sorotipo do vírus pode ter 3
resultados: GRAU IV: Grau I, II, III acompanhada de choque profundo
com pressão e pulso indetectáveis.
1) Proteção duradoura contra o mesmo sorotipo do
vírus DIAGNOSTICO LABORAL:
2) Curta proteção contra infecção e doença de outros
Exames inespecíficos:
sorotipos
3) Infecção com um sorotipo diferente que causa a HEMOGRAMA:
forma hemorrágica.
 Aumento do hematócrito, diminuição das plaquetas
RESPOSTA CLINICA: e leucopenia.
 TGO/ TGP/ TAP/ albumina.
Primeira infecção:
 TGO e TGP: doenças presentes no fígado.
 Muitas vezes pode ser assintomático
PROVA DO LAÇO:
 IDADE E SOROTIPO são determinantes para a
doença  Indica fragilidade capilar e tendência a hemorragias
 Em crianças pequenas infecções com sorotipo 1-4 ( baixa acurácia)
são geralmente assintomáticas. Após a puberdade, a  QUADRADO de 2,5 cm de lado : aparecimento de
manifestação é como nos adultos petequias.
 Em adultos a primeira infecção com sorotipos 1 e 3  POSITIVA: > ou igual a 20 em adultos e > ou igual
causam casos de dengue clássica e sorotipos 2 e 4 a 10 em crianças, ao manter esfignomanometro
casos leves ou inaparentes. insuflado na PA media por 3 a 5 minutos.
 Primeira infecção com sorotipos 2 e 4 em crianças
de todas as idades são geralmente assintomáticas. ESPECIFICOS:
 E infecção com dengue 1 em crianças causa casos
 Reações sorológicas ( MAC-ELISA) – IGM
graves que em geral precisa de internação.
( detectável após o 6 dia da doença). IGG- aumento
Segunda infecção: 4x convalescença.
É o principal exame confirmatório. Hidratação oral

DETECÇÃO DE ANTIGENOS VIRAIS: Solicitar até o 5 Deve ser feita conforme o grupo A.
dia de doença.
Sintomáticos
ISOLAMENTO VIRAL por PCR = Identificação de
sorotipo circulante. Também conforme recomendado para o grupo A.

PESQUISA DE ANTIGENO NS1 Grupo C e D

Imunohistoquimica em amostra de tecido ( necropsia) Pacientes com febre até 7 dias, com pelo menos dois sinais e
sintomas inespecíficas. Além disso, há presença de sinal de
Tratamento da dengue alarme que caracteriza grupo C. O paciente do grupo D está
em choque e pode ou não ter manifestações hemorrágicas.
O tratamento principal da dengue é baseado na reposição
volêmica adequada, considerando o estadiamento da doença Hidratação oral
(grupos A, B, C e D) e os sinais e sintomas.
Em pacientes do grupo C:
Pensando nos casos leves da doença é recomendado
o repouso relativo, enquanto houver febre, além do Hidratação IV imediata: 25ml/kg em quatro horas, com soro
estímulo à ingestão de líquidos. fisiológico ou ringer lactato, de preferência em bomba de
infusão
Caso haja dor ou febre, indica-se a administração de contínua. Repetir esta fase até três vezes se não houver
paracetamol, e evitar a administração de ácido melhora do
acetilsalicílico. hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos.

Apesar disso, a maioria dos casos leves de dengue regridem Em pacientes do grupo D:
espontaneamente em 10 dias.
 Iniciar a hidratação parenteral com solução salina
Grupo A isotônica (20ml/Kg em até 20 minutos, tanto
adultos como crianças) imediatamente,
Pacientes com febre até 7 dias e com pelo menos dois sinais
independente do local de atendimento. Se
e sintomas inespecíficos, como cefaleia e mialgias. Além
necessário, repetir por até três vezes.
disso, esse paciente tem história epidemiológica compatível,
com prova do laço negativa e sem sinais de alarme.  Leito de observação em unidade, com capacidade
para realizar hidratação venosa sob supervisão
Hidratação oral
médica, por um período mínimo de 24h.
Em adultos:

 1º dia: 80 mL/kg/dia, sendo:


Manhã 1L de SRO e 2L de líquidos caseiros;
À tarde: 0,5L de SRO, 1,5L de líquidos caseiros;
À noite: 0,5L de SRO e 0,5L de líquidos caseiros.

 2º dia: 60 mL/kg/dia com 4L distribuídos de forma


semelhante ao longo do dia.

Em crianças:
A classificação da dengue
 Orientar hidratação oral no domicílio, de forma
precoce e abundante, com líquidos e soros de Visto de forma geral as fases clínicas e sintomas da dengue,
reidratação oral. Deve ser ofertado de acordo com a podemos abordar então a classificação da dengue. Ela
aceitação da criança. é baseada em dados da anamnese e do exame físico e
dividida em grupos: A, B, C e D. 
Sintomáticos
E um dado importante: a classificação da dengue muda a
Deve ser administrados antitérmicos e analgésicos. Para cada reavaliação. Portanto, os dados avaliados na
isso, são indicadas medicações classificação devem ser investigados ativamente durante a
como dipirona, paracetamol e antiinflamatórios não consulta e a cada reavaliação do paciente. Isso inclui
hormonais. palpação do abdome, realização de aferição de PA e prova
Grupo B do laço em todas as consultas, durante o episódio de
dengue. 
São os pacientes com febre até 7 dias, acompanhada por
pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos. No entanto, Grupo A
esses pacientes têm a prova do laço positiva ou O grupo A é o mais simples! Se o paciente não tem sinais de
manifestações hemorrágicas, mas sem sinais de alarme. alarme ou comorbidades, ele é grupo A! 
Nesse caso, os exames são dispensáveis, mas podem ser orientações de hidratação e tratamento medicamentoso
realizados a critério clínico.  seguem conforme no grupo A. 

O tratamento é realizado com hidratação vigorosa → 60 Se há alteração do hematócrito (em mais de 10%, ou se


ml/kg/dia, sendo 1/3 com solução salina (soro caseiro, soro estiver acima de 38 para crianças, 44 para homens e 50 para
fisiológico ou sais de reidratação oral) e no início com homens), deve ser realizada uma etapa de hidratação e nova
volume maior. Para os 2/3 restantes, orientar a ingestão de avaliação laboratorial em 4 horas. 
líquidos caseiros (água, suco de frutas, soro caseiro, chás,
água de coco etc.).  Caso haja manutenção da alteração em hematócrito ou se
apresentar sinais de alarme e , deve ser conduzido como o
Habitualmente, pode-se correr o risco de na hora da grupo C. 
orientação, dar a informação de “beber muita água”. Mas o
tratamento da dengue é muito mais que isso: atenção para Grupo C 
prescrição formal da quantidade de líquido ingerido. Faça as Também é fácil de definirmos o grupo C: presença de
contas e oriente seu paciente adequadamente!  qualquer um dos sinais de alarme, já citados na fase
Deve-se evitar a ingestão de salicilatos e não utilizar crítica. 
AINES. Além disso, para as dores e mal estar, prescrição de O mais importante é iniciar a reposição
dipirona e paracetamol, apenas.  volêmica intravenosa, na medida de 20ml/kg/h até melhora
O paciente deve ser orientado a retornar após a clínica e laboratorial. Esse processo pode ser repetido por
defervescência da dengue, ou seja, quando permanecer 48h até três vezes. Reavaliar sinais vitais, diurese, PA. Se a
sem febre, ou se não houver febre, no quinto dia de doença.  resposta for inadequada, deve ser conduzida como grupo D.
Se houver resposta adequada, com melhora clínica, sinais
Grupo B  estáveis, segue a fase de manutenção: 

O grupo B compõe os pacientes que não têm sinais de → 25ml/kg em 6 horas. Após, se houver melhora clínica,
alarme, mas têm um risco maior de gravidade. Esse risco é inicia-se a segunda fase → 
considerado se há comorbidades associadas ou se há sinais
de sangramento espontâneo, como sangramento gengival, → 25ml/kg em 8 horas, sendo ⅓ com soro fisiológico e ⅔
petéquias na pele ou sangramento induzido – na prova do com soro glicosado. 
laço.  Aqui, devemos aumentar a gama de exames. Além de
E aí está a grande importância da prova do laço – para hemograma completo, é necessário albumina sérica,
sabermos a classificação da dengue de um paciente, transaminases e radiografia de tórax para avaliar a
SEMPRE é necessário realizar a prova do laço! Agora, se presença de derrame pleural. Outros exames podem ser
ele já apresentou sangramento espontâneo, não é mais solicitados conforme necessidade: glicose, ureia, creatinina,
necessário fazer a prova do laço, beleza?  eletrólitos, coagulograma, gasometria, ultrassonografia de
abdome e de tórax. 
Para se enquadrarem no grupo B, são consideradas
condições clínicas especiais e/ou de risco social ou Exames de confirmação para Dengue são obrigatórios em
comorbidades (lactentes – menores de 2 anos –, gestantes, pacientes do grupo C. 
adultos com idade acima de 65 anos, hipertensão arterial ou Necessariamente, o paciente do grupo C deve permanecer
outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, em observação no período mínimo de 48 horas. Recebe alta
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças se houver melhora clínica e ausência de febre nesse período.
hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e As plaquetas devem estar acima de 50 mil. O paciente
púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, retorna para casa, classificado como grupo B e deve ser a
hepatopatias e doenças autoimunes).  partir de então conduzido como tal. 
Nesse caso, o hemograma é obrigatório, para avaliação de Grupo D 
plaquetas e hematócrito, e o paciente deve permanecer em
observação até o resultado deste.  O grupo D é o grande perigo da Dengue. Ele é caracterizado
por paciente com presença de sinais de choque, sangramento
OU SEJA: se você está em uma unidade básica de saúde e o grave ou disfunção grave de órgãos. O paciente deve ser
paciente é grupo B, deve haver suporte para realização de acompanhado imediatamente em leito de terapia intensiva. 
um hemograma e reavaliação no mesmo dia. Se não houver,
ele deve ser encaminhado para um pronto atendimento para São sinais de choque: 
realização deste. 
 Taquicardia
NÃO SE ESQUEÇA DE HIDRATAR O PACIENTE ATÉ
QUE SAIA O RESULTADO DO EXAME!   Extremidades distais frias

Caso o hematócrito seja normal, o paciente deve receber  Pulso fraco e filiforme
avaliação clínica diária até mudança de classificação da
 Enchimento capilar lento (>2 segundos)
dengue ou até 48 horas após a queda da febre, ou
imediatamente em caso de sinais de alarme. As demais  Pressão arterial convergente (<20 mm Hg)
 Taquipneia  Dor abdominal intensa ( referida ou a palpação) e
continua
 Oligúria (< 1,5 ml/kg/h)  Vomitos presentes
  Acum
ulo de
Classificaçã
Características  Conduta 
o da dengue

Paciente sem sinais de


alarme, comorbidades,
Acompanhamento ambulatorial e
Grupo A  grupo de risco ou
hidratação oral. Exames a critério
condições clínicas
especiais

Observação e reavaliação até


Paciente sem sinais de
resultado de exames, com
alarme, com sangramento
hidratação oral supervisionada. Se
espontâneo ou
necessário (em caso de recusa do
Grupo B  induzido. Condições
soro oral), realizar hidratação
clínicas especiais,
venosa em 40ml/kg em 4
comorbidades ou grupo
horas.Reavaliação diária, até 48
de risco
horas após a queda da febre

Exames obrigatórios para avaliação


de função renal, hepática,
Presença de sinal de hemograma, albumina sérica.
Grupo C 
alarme Exames de imagem são
recomendados (rx de tórax  e USG
para avaliar derrame cavitários)

Expansão volêmica, exames


obrigatórios, acompanhamento em
Grupo D  Presença de choque  leito de terapia intensiva

Hipotensão arterial (fase tardia do choque) líquidos ( ascite, derrame pleural, derrame
pericárdio)
 Cianose (fase tardia do choque)  Hipotensão postural ou lipotimia
A expansão volêmica deve ser realizada com 20ml/kg em  Hepatomegalia maior que 2 cm do rebordo costal
até 20 minutos, e repetir até 3 vezes se necessário. Se a  Sangramentos de mucosa
resposta à expansão volêmica for inadequada, pode-se  Letargia ou irritabilidade
utilizar expansores plasmáticos, como albumina ou colóides  Aumento progressivo do hematócrito
sintéticos.

Pode ser necessário transfusão sanguínea em caso de


sangramento, ou infusão de plasma fresco, vitamina K e Um resumo de classificação da DENGUE:
crioprecipitado. 

Lembrar de oferecer O2 em todas as situações de choque! 

Os exames recomendados são similares aos do grupo C, mas


aqui incluímos ecocardiograma para avaliar a função
cardíaca. 

SINAIS DE ALARME:

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