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Objectivo Geral

 Estudar a Dengue no seu todo, desde os sintomas a cura.

Objectivos específicos

 Explicar como a Dengue surge e quais os seus sintomas;


 Descrever métodos de prevenção e quais os cuidados devemos ter com a mesma;
 Analisar o grau epidemiológico da doença e os métodos de resolução da Dengue.

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1. INTRODUÇÃO

A dengue é um grande problema de Saúde Pública que atinge todo o mundo. Em África, as
condições climáticas tem favorecido a proliferação do mosquito ocasionando um aumento
significativo do número de casos nos últimos anos. Durante a época chuvosa, há um
aumento assustador dos casos da doença em todo o território. Sendo ela causada por quatro
diferentes sorotipos (DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4) de um vírus do género
Flavivírus e é transmitida, principalmente, pela picada do mosquito do género Aedes, que
muitas vezes pode levar o indivíduo a morte.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1A Dengue

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por vírus, sendo um dos principais
problemas de saúde pública no mundo. Muitas vezes, os sintomas do tipo mais leve da
doença são confundidos com a gripe, enquanto sua forma mais grave, a dengue
hemorrágica, pode levar à morte.

2.1.2 O microrganismo envolvido

O vírus do dengue pertence à família dos flavivírus e é classificado no meio científico


como um arbovírus, os quais são transmitidos pelos mosquitos Aedes aegypti. São
conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

2.1.3 Sintomas da dengue clássica

Os sintomas de dengue iniciam de uma hora para outra e duram entre cinco a sete dias.
Normalmente eles surgem entre três a 15 dias após a picada pelo mosquito infectado. Os
principais sinais são:

 Febre alta com início súbito (entre 39º a 40º C)


 Forte dor de cabeça

 Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos

 Manchas e erupções na pele, pelo corpo todo, normalmente com coceiras

 Extremo cansaço

 Moleza e dor no corpo

 Muitas dores nos ossos e articulações

 Náuseas e vómitos

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 Tontura

 Perda de apetite e paladar

2.1.4 Sintomas da dengue hemorrágica

Os sintomas de dengue hemorrágica são os mesmos da dengue clássica. A diferença é que a


febre diminui ou cessa após o terceiro ou quarto dia da doença e surgem hemorragias em
função do sangramento de pequenos vasos na pele e nos órgãos internos. Quando acaba a
febre, começam a surgir os sinais de alerta:

 Dor abdominal fortes e contínuas


 Vómitos persistentes

 Pele pálida, fria e úmida

 Sangramento pelo nariz, boca e gengivas

 Manchas vermelhas na pele

 Comportamento variando de sonolência à agitação

 Confusão mental

 Excesso de sede e boca seca

 Dificuldade respiratória

 Queda da pressão arterial:Pulso rápido

Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de


insuficiência circulatória. A baixa circulação sanguínea pode levar a pessoa a um estado de

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choque. Embora a maioria dos pacientes com dengue não desenvolva choque, a presença de
certos sinais alertam para esse quadro:

 Dor abdominal persistente e muito forte


 Mudança de temperatura do corpo e suor excessivo

 Comportamento variando de sonolência à agitação

 Pulso rápido e fraco

 Palidez

 Perda de consciência

A síndrome de choque da dengue, quando não tratada, pode levar a pessoa à morte em até
24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com
dengue hemorrágica morrem.

2.1.5 Diferença entre dengue clássica e hemorrágica

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A dengue pode ser classificada tradicionalmente em dois tipos principais: a clássica e a
hemorrágica. A dengue clássica é relativamente mais comum que a hemorrágica e seu
quadro é menos grave. Isso não significa, no entanto, que esse tipo da dmmmmoença deva
ser tratado com menos atenção, uma vez que a dengue, em qualquer uma de suas formas,
pode levar à morte.Já a dengue hemorrágica ocorre a coagulação do sangue e se ela não for
bem tratada leva o indivíduo a morte. No geral ela é a menos comum,e a hemorragia só
aparece no terceiro ou quarto dia causada pelo sangramento de pequenos vasos da pele e
outros órgãos.

2.1.6 Sinais da dengue

Após um período de incubação de 3 a 15 dias, o início é abrupto e acompanhado por febre,


calafrios, cefaleia, dor retro-orbitária ao movimento dos olhos, dor dorsal, dor lombar e
prostração acentuada. Dor extrema nas pernas e nas articulações ocorre durante as
primeiras horas, daí seu nome tradicional, febre quebra-osso. A temperatura ascende
rapidamente para 40° C, com hipotensão e relativa bradicardia. Pode haver injeção bulbar e
palpebral de conjuntiva, rubor passageiro, ou exantema macular rosa-pálido (em particular
na face). Os gânglios cervical, epitroclear e inguinal apresentam-se normalmente
aumentados.

Febre e outros sintomas persistem por 48 a 96 h, seguidos por defervescência rápida com
sudorese profusa. Os pacientes, então, sentem-se bem por cerca de 24 h, após as quais
normalmente a febre ressurge (padrão bifásico), geralmente com uma temperatura mais
baixa que a da primeira vez. Ao mesmo tempo, um exantemamaculopapular esbranquiçado
se dissemina a partir do tronco para os membros e a face.

Faringite, sintomas gastrointestinais (p. ex., náuseas, vômitos) e sintomas hemorrágicos


podem ocorrer. Alguns pacientes desenvolvem febre hemorrágica da dengue. Sintomas
neurológicos são incomuns e podem incluir encefalopatia e convulsões; alguns pacientes
desenvolvem a síndrome de Guillain-Barré.

Os casos leves de dengue que, em geral, não apresentam linfadenopatia regridem em 72 h.


Em doença mais grave, a astenia pode durar várias semanas. A morte é rara. A imunidade

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para a cepa infectante é duradoura, ao passo que a imunidade cruzada para outras cepas
dura somente de 2 a 12 meses.

Doença mais grave pode resultar do aumento da infecção pelos anticorpos, na qual os
pacientes têm um anticorpo não neutralizante de uma infecção anterior com um sorotipo da
dengue e então têm outra infecção com um diferente sorotipo da dengue.

3.1 Diagnóstico

O diagnóstico pode ser diferencial e laboratorial.

3.1.2 Diagnóstico Diferencial

Dengue clássica:

 Considerando que a dengue tem um amplo espectro clínico,


as principais doenças a serem consideradas no diagnóstico diferencial são: gripe,
rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas.

Febre hemorrágica da Dengue – FHD:

 No início da fase febril, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras
infecções virais e bacterianas e, a partir do 3º ou 4º dia, com choque endotóxico
decorrente de infecção bacteriana ou meningococcemia.
 As doenças a serem consideradas são: leptospirose, febre-amarela, malária, hepatite
infecciosa, influenza, bem como outras febres hemorrágicas transmitidas por
mosquitos ou carrapatos.

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3.1.3 Diagnóstico laboratorial
Exame específico
A comprovação laboratorial das infecções pelo vírus da dengue faz-se pelo isolamento do
agente ou pelo emprego de métodossorológicos demonstração da presença
de anticorpos da classe IgM em única amostra de soro ou aumento do título de anticorpos
IgG em amostras pareadas (conversão serológica).

Isolamento: é o método mais específico para determinação do sorotipo responsável pela


infecção. A coleta de sangue deverá ser feita em condições de assepsia, de preferência no
terceiro ou quarto dia do início dos sintomas. Após o término dos sintomas não se deve
coletar sangue para isolamento viral.

Sorologia: os testes sorológicos complementam o isolamento do vírus e a coleta de amostra


de sangue deverá ser feita após o sexto dia do início da doença.

Obs: Não congelar o sangue total, nem encostar o frasco diretamente no gelo para
evitar hemólise. Os tubos ou frascos encaminhados ao laboratório deverão ter rótulo
com nome completo do paciente e data da coleta da amostra, preenchido a lápis para
evitar que se torne ilegível ao contato com a água.

Exames Inespecíficos

Dengue clássica:

Hemograma: a leucopenia é achado usual, embora possa ocorrer leucocitose. Pode estar
presente linfocitose com atipia linfocitária. A trombocitopenia é observada ocasionalmente.

Febre Hemorrágica da Dengue - FHD:

Hemograma: a contagem de leucócitos é variável, podendo ocorrer desde leucopenia até


leucocitose leve. A linfocitose com atipia linfocitária é um achado comum. Destacam-se a
concentração de hematócrito e a trombocitopenia (contagem de plaquetas abaixo de
100.000/mm3).

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Hemoconcentração: aumento de hematócrito em 20% do valor basal (valor do hematócrito
anterior à doença) ou valores superiores a 38% em crianças, a 40% em mulheres e a 45%
em homens).

Trombocitopenia: contagem de plaquetas abaixo de 100.000/mm3.

Coagulograma: aumento nos tempos de protrombina, tromboplastina parcial e trombina.


Diminuição de fibrinogênio, protrombina, fator VIII, fator XII, antitrombina e α
antiplasmina.

Bioquímica: diminuição da albumina no sangue, albuminúria e discreto aumento dos testes


de função hepática: aminotransferase aspartato sérica (conhecida anteriormente por
transaminase glutâmico-oxalacética - TGO) e aminotransferase alanina sérica (conhecida
anteriormente por transaminase glutâmico pirúvica - TGP).

3.1.4 Aspectos Epidemiológicos

A dengue é uma doença febril aguda, de etiologiaviral e de evolução benigna na forma


clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica.

A dengue é, hoje, a mais importante arbovirose (doença transmitida

por artrópodes) que afeta o homem e constitui-se em sério problema

de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições do meio
ambiente favorecem o desenvolvimento

e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor.

3.1.5 Aspectos clínicos

Descrição: A infecção por dengue causa uma doença cujo espectro inclui desde infecções
inaparentes até quadrosde hemorragia e choque, podendo evoluir para o êxito letal.

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Dengue clássica: O quadro clínico é muito variável. A primeira manifestação é a febre alta
(39° a 40°), de início abrupto, seguida de cefaléia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia,
astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema e prurido cutâneo. Hepatomegalia
dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos
clínicos dependem, com freqüência, da idade do paciente.

A dor abdominal generalizada pode ocorrer, principalmentenas crianças. Os adultos podem


apresentar pequenas manifestações hemorrágicas, como petéquias, epistaxe, gengivorragia,
sangramento gastrointestinal, hematúria e metrorragia. A doença tem uma duração de 5 a 7
dias. Com o desaparecimento da febre, há regressão dos sinais e sintomas, podendo ainda
persistir a fadiga.

Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):

os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue clássica, porém evoluem rapidamente
para manifestações hemorrágicas e/ou derrames cavitários e/ou instabilidade hemodinâmica
e/ou choque. Os casos típicos da FHD são caracterizados por febre alta, fenômenos
hemorrágicos, hepatomegalia e insuficiência circulatória. Um achado laboratorial
importante é a trombocitopenia com hemoconcentração concomitante.

A principal característica fisiopatológica associada ao grau de severidade da FHD é a


efusão do plasma, que se manifesta através de valores crescentesdo hematócrito e da
hemoconcentração.

Entre as manifestações hemorrágicas, a mais comumente encontrada é a prova do laço


positiva. A prova do laço consiste em se obter, através do esfignomanômetro, o ponto
médio entre a pressão arterial máxima e mínima do paciente, mantendo-se esta pressão por
5 minutos; quando positiva aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo. Se o
número de petéquias for de 20 ou mais em um quadrado desenhado na pele com 2,3 cm de
lado, essa prova é considerada fortemente positiva.

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Nos casos graves de FHD, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dia de doença,
precedido por um ou mais sinais de alerta. O choque é decorrente do aumento da
permeabilidade vascular seguido de hemoconcentração e falência circulatória. É de curta
duração e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida após terapia anti-
choque apropriada.

4.1 Susceptibilidade e Imunidade

A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal.

A imunidade é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade


cruzada (heteróloga) existe temporariamente.

A fisiopatogenia da resposta imunológica à infecção aguda por dengue pode ser primária e
secundária. A resposta primária sedá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus e
o título de anticorpos se eleva lentamente. A resposta secundária se dá em pessoas com
infecção aguda por dengue, mas que tiverem infecção prévia por flavivírus e o título de
anticorpos se eleva rapidamente em níveis bastante altos. A suscetibilidade em relação à
Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) não está totalmente esclarecida.

Três teorias mais conhecidas tentam explicar sua ocorrência

1. Relaciona o aparecimento de FHD à virulência da cepa infectante, de modo que as


formas mais graves sejam resultantes de cepas extremamente virulentas.

2. Na Teoria de Halstead, a FHD se relaciona com infecções seqüenciais por diferentes


sorotipos do vírus da dengue, num período de 3 meses a 5 anos. Nessa teoria, a resposta
imunológica na segunda infecção é exacerbada, o que resulta numa forma mais grave da
doença.

3. Uma hipótese integral de multicausalidade tem sido proposta por autores cubanos,
segundo a qual se aliam vários fatores de risco às teorias de Halstead e da virulência da
cepa. A interação desses fatores de risco promoveria condições para a ocorrência da FHD.

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Agente etiológico

O vírus da dengue é um arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae.

São conhecidos quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4.

4.1.2 Vectores Hospedeiros

Os vetores são mosquitos do gênero Aedes. Nas Américas,a espécie Aedes aegypti é a
responsável pela transmissão da dengue. Outra espécie, Aedes albopictus, embora presente
no Brasil, ainda não tem comprovada sua participaçãona transmissão, embora na Ásia seja
um importante vetor.

4.1.3 Modo de Transmissão

A transmissão se faz pela picada do Aedes aegypti,no ciclo homem - Aedes aegypti -
homem. Após um repastode sangue infectado, o mosquito fica apto a transmitiro vírus,
depois de 8 a 12 dias de incubação.

A transmissão mecânica também é possível, quando o repasto é interrompido e o mosquito,


imediatamente, se alimenta num hospedeiro suscetível próximo. Não há transmissão por
contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem de fontes de
água ou alimento.

Período de Incubação

Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias.

Período de Transmissibilidade

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A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de
viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o 6º dia da
doença

5.1 Causas da Dengue

A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa, não constituindouma doença contagiosa.
A transmissão se dá pelo mosquito que, após um período de 10 a 14 dias contados depois
de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida.

O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos
em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma
semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as
pessoas.

O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito dadengue adulto vive em


média 45 dias. Uma vez em que o indivíduo é picado, demora no geral de três a 15 dias
para a doença se manifestar, sendo mais comum cinco a seis dias.

A transmissão da dengue raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a


mais propícia gira em torno de 30° a 32° C - por isso o mosquito se desenvolve em áreas
tropicais e subtropicais. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e
úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve.

É importante lembrar que os ovos que carregam o embrião do mosquito da dengue podem
suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas
bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito.

Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o inseto demora dez dias, em média. Os
mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois, as
fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o
desenvolvimento dos ovos.

5.1.2 Na consulta médica

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Especialistas que podem diagnosticar são:

 Clínico geral
 Infectologista.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo.

Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações,como:

 Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram.
 Histórico médico, incluindo outras condições que tenha emedicamentos ou
suplementos que tome com regularidade.

 Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

 Quando seus sintomas começaram?


 Seus sintomas são contínuos ou ocasionais?

 Quão graves são os seus sintomas?

 Alguma coisa parece melhorar seus sintomas ou piorar?

 Você viajou no último mês? Se sim, para qual lugar?

 Você foi mordido por mosquitos durante a viagem?

 Você já entrou em contato com alguém que estava doente?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais
importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes
antes da consulta acabar.

Para dengue, algumas perguntas básicas incluem:

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 Qual é a causa mais provável para os meus sintomas?
 Que tipos de testes eu preciso fazer?

 Quais tratamentos estão disponíveis?

 Em quanto tempo irei me sentir melhor?

 Existem efeitos a longo prazo desta doença?

 Estou mais propenso a ter novas infecções pela dengue?

 Você tem algum folheto ou outro material impresso que eu possa levarpara casa
comigo?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

5.1.3 Medicamentos para evitar

Pacientes com dengue ou suspeita de dengue devem evitar medicamentos à base de ácido
acetilsalicílico (aspirina) ou que contenham a substância associada. Esses medicamentos
têm efeito anticoagulante e podem causar sangramentos.

Outros anti-inflamatórios não hormonais (diclofenaco, ibuprofeno e piroxicam) também


devem ser evitados. O uso destas medicações pode aumentar o risco de sangramentos.

Medicamentos indicados

O paracetamol e a dipirona são os medicamentos de escolha para o alívio dos sintomas de


dor e febre devido ao seu perfil de segurança, sendo recomendado tanto pelo Ministério da
Saúde, como pela Organização Mundial da Saúde.

Dengue tem cura?

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No caso da dengue clássica, a febre dura sete dias, mas a fraqueza e mal-estar podem
perdurar por mais tempo, às vezes por algumas semanas. Embora seja desagradável, a
dengue clássica não é fatal. As pessoas com essa doença se recuperam completamente.

No entanto, é muito importante ficar atento aos sinais de alerta da manifestação da dengue
hemorrágica, que são, principalmente, os sangramentos no nariz, boca e gengiva. Essa
forma de dengue quando não tratada rapidamente pode levar a óbito.

5.1.4 Complicações e sequelas da Dengue

As complicações da dengue acontecem quando a doença não é identificada e tratada logo


nos estágios iniciais, ou quando os cuidados necessários durante a doença não são seguidos,
como repouso e hidratação constante. Algumas das complicações que podem ser causadas
pela dengue são desidratação grave, problemas no fígado, no coração, neurológicos e/ou
respiratórios, além da dengue hemorrágica, que é uma reação grave ao vírus da dengue que
leva à ocorrência de sangramentos.

1. Dengue Hemorrágica

A dengue hemorrágica é um tipo de dengue que geralmente surge, na maioria das vezes,
quando se é infectado mais do que 1 vez pelo vírus, levando a alterações na coagulação
sanguínea. Esta doença causa sangramentos especialmente nos olhos, gengivas, ouvidos e
nariz, assim como o aparecimento de sangue nas fezes, pintinhas vermelhas na pele,
vômitos e pulso fraco e rápido.

Este tipo de dengue se não for tratada com rapidez pode levar à morte e o seu tratamento
tem de ser feito no hospital para que possam ser controladas as hemorragias e a hidratação
do corpo. Saiba como identificar a dengue hemorrágica.

2. Desidratação grave

A desidratação é uma das consequências mais comuns da dengue e pode ser percebida
através de alguns sinais e sintomas como cansaço extremo, sede, fraqueza, dor de cabeça,

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boca e lábios secos, lábios rachados e pele seca, olhos encovados e fundos e aumento da
frequência cardíaca.

A desidratação pode ser tratada e prevenida através da ingestão e soro caseiro, sucos de
frutos, chás e água enquanto se está doente, porém nos casos mais graves pode ser
necessário ir no hospital para que o tratamento da desidratação seja feito com soro
fisiológico administrado diretamente na veia.

3. Problemas no Fígado

A dengue, quando não tratada corretamente, pode causar hepatite e/ou insuficiência
hepática aguda, que são doenças que acometem o fígado, levando a alterações no
funcionamento do órgão. Nos casos mais graves, estas doenças podem levar a danos
irreversíveis no fígado, podendo ser necessário um transplante.

Quando existem problemas no fígado, geralmente estão presentes sintomas de vômito,


náusea, dores fortes na região da barriga e abdômen, fezes claras, urina escura ou pele e
olhos amarelados.

Quando existem problemas no fígado, geralmente estão presentes sintomas de vômito,


náusea, dores fortes na região da barriga e abdômen, fezes claras, urina escura ou pele e
olhos amarelados.

4. Problemas Neurológicos

Algumas das complicações que surgem quando o vírus da dengue atinge o cérebro são
encefalopatia, encefalite e a meningite. Além disso, a dengue também pode causar Mielite,
uma inflamação na medula espinhal, e Síndrome Guillain-Barré, uma inflamação que afeta
os nervos e resulta em fraqueza e paralisia muscular, o que pode ser fatal. Entenda mais
sobre a Síndrome Guillain-Barré.

Estas complicações podem acontecer porque o vírus da dengue pode passar diretamente
para a corrente sanguínea, podendo atingir o cérebro e o Sistema Nervoso Central,
causando inflamação. Além disso, o vírus pode também provocar uma reação exagerada do

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sistema imune, fazendo com que este produza anticorpos contra o vírus que acabam
atacando o próprio organismo.

Quando o vírus da dengue acomete o Sistema Nervoso Central há o surgimento de sintomas
específicos como sonolência, tontura, irritabilidade, depressão, convulsões, amnésia,
psicose, falta de coordenação motora, perda de força de um dos lados do corpo, nos braços
ou pernas, delírio ou paralisias.

5. Problemas Cardíacos e Respiratórios

A dengue também pode levar ao derrame pleural, quando atinge os pulmões, ou à


miocardite, que é a inflamação do músculo do coração.

Quando existem problemas respiratórios ou cardíacos, alguns dos sintomas que podem ser
sentidos incluem falta de ar, dificuldade em respirar, mãos e pés frios e com cor azulada,
dor no peito, tosse seca, dores musculares ou tonturas.

Todos estes problemas devem ser tratados no hospital, pois tratam-se de complicações mais
graves que necessitam de tratamento adequado e acompanhamento clínico constante. Além
disso, é muito importante estar sempre atento ao sintomas apresentados, pois quando não
tratada adequadamente a dengue pode evoluir para a morte.

6.1 Síndrome de choque

A síndrome de choque da dengue é a complicação mais séria da dengue, se caracterizando


por uma grande queda ou ausência de pressão arterial, acompanhado de inquietação,
palidez e perda de consciência.

Uma pessoa que sofreu choque por conta da dengue pode sofrer várias complicações
neurológicas e cardiorrespiratórias, além de insuficiência hepática, hemorragia digestiva e
derrame pleural. Além disso, a síndrome de choque da dengue não tratada pode levar a
óbito.

6.1.2 Aplicativos para o combate da dengue

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Existem vários aplicativos que ajudam no tratamento prevenção contra dengue . Veja
alguns a seguir, sempre lembrando que eles não substituem um bom acompanhamento
médico:

UNA - SUS Dengue: Este aplicativo possibilita que o usuário calcule a reposição de
líquidos de acordo com suas características fisiológicas e apresenta dicas relacionadas ao
tratamento e prevenção da doença. Avaliado com 4,4 estrelas na Google Play.

Observatório do Aedes Aegypti: O app possibilita que a população denuncie a suspeita de


focos e casos de dengue. Dessa forma, o governo poderá ter acesso mais rapidamente às
informações para planejar o combate. Avaliado com 4,3 estrelas na Google Play.

7.1 Prevenção

Tome a vacina

A vacina contra dengue foi criada para prevenir a manifestação do vírus. Atualmente
apenas uma vacina foi licenciada no Brasil, a desenvolvida pela empresa francesa Sanofi
Pasteur.

Ela é feita com vírus atenuados e é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos
de dengue existentes. Possui a estrutura do vírus vacinal da febre amarela, o que lhe dá
mais estabilidade e segurança.

Vacinas com o vírus atenuado são aquelas que diminuem a periculosidade do vírus,
garantindo que ele não cause doenças, mas sejam capazes de gerar resposta imunológica,
fazendo com que o organismo da pessoa reconheça o vírus e saiba como atacá-lo quando a
pessoa for exposta a sua versão convencional.

A eficácia na população acima de 9 anos é de, aproximadamente, 66% contra os quatro


sorotipos de vírus da dengue. Isso significa que em um grupo de cem pessoas, 66 evitariam
contrair a doença.

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Além disso, reduz os casos graves - aqueles que levam ao óbito, como a dengue
hemorrágica - em 93% e os índices de hospitalizações em 80%.

Além dela, o Instituto Butantan está testando uma nova vacina feita no Brasil. O antídoto
também é feito com vírus atenuados e está na última fase de testes.

Antes ela passou por testes clínicos nos Estados Unidos em 600 pessoas e depois em São
Paulo por mais 300. O plano de fazer os testes agora em todo Brasil é garantir que as
pessoas estudadas tenham contato com todos os sorotipos da doença.

Evite o acúmulo de água

O mosquito coloca seus ovos em água limpa, mas não necessariamente potável. Por isso é
importante jogar fora pneus velhos, virar garrafas com a boca para baixo e, caso o quintal
seja propenso à formação de poças, realizar a drenagem do terreno.

Também é necessário lavar a vasilha de água do bicho de estimação regularmente e manter


fechadas tampas de caixas d'água e cisternas.

Coloque tela nas janelas

Colocar telas em portas e janelas ajuda a proteger sua família contra o mosquito da dengue.
O problema é quando o criadouro está localizado dentro da residência. Nesse caso, a
estratégia não será bem sucedida.

Por isso, não se esqueça de que a eliminação dos focos da doença é a maneira mais eficaz
de proteção.

Coloque areia nos vasos de plantas

O uso de pratos nos vasos de plantas pode gerar acúmulo de água. Há três alternativas:
eliminar esse prato, lavá-lo regularmente ou colocar areia.

A areia conserva a umidade e ao mesmo tempo evita que e o prato se torne um criadouro de
mosquitos.

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Seja consciente com seu lixo

Não despeje lixo em valas, valetas, margens de córregos e riachos. Assim você garante que
eles ficarão desobstruídos, evitando acúmulo e até mesmo enchentes. Em casa, deixe as
latas de lixo sempre bem tampadas.

Coloque desinfetante nos ralos

Ralos pequenos de cozinhas e banheiros raramente tornam-se foco de dengue devido ao


constante uso de produtos químicos, como xampu, sabão e água sanitária.

Entretanto, alguns ralos são rasos e conservam água estagnada em seu interior. Nesse caso,
o ideal é que ele seja fechado com uma tela ou que seja higienizado com desinfetante
regularmente.

Limpe as calhas

Grandes reservatórios, como caixas d'água, são os criadouros mais produtivos de dengue,
mas as larvas do mosquito podem ser encontradas em pequenas quantidades de água
também.

Para evitar até essas pequenas poças, calhas e canos devem ser checados todos os meses,
pois um leve entupimento pode criar reservatórios ideais para o desenvolvimento do Aedes
aegypti.

Lagos caseiros e aquários

Assim como as piscinas, a possibilidade de lagos caseiros e aquários se tornarem foco de


dengue deixou muitas pessoas preocupadas, porém, peixes são grandes predadores de
formas aquáticas de mosquitos.

O cuidado maior deve ser dado, portanto, às piscinas que não são limpas com frequência.

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Uso de inseticidas e larvicidas

Tanto os larvicidas quanto os inseticidas distribuídos aos estados e municípios pela


Secretaria de Vigilância em Saúde têm eficácia comprovada, sendo preconizados por um
grupo de especialistas da Organização Mundial da Saúde.

Os larvicidas servem para matar as larvas do mosquito da dengue. São aqueles produtos em
pó, ou granulado, que o agente de combate a dengue coloca nos ralos, caixas d'água, enfim,
nos lugares onde há água parada que não pode ser eliminada.

Já os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização, que matam os
insetos adultos enquanto estão voando, pela manhã e à tarde, porque o mosquito tem
hábitos diurnos.

O fumacê, como é chamado, não é aplicado indiscriminadamente, sendo utilizado somente


quando existe a transmissão da dengue em surtos ou epidemias.

Desse modo, a nebulização pode ser considerada um recurso extremo, porque é utilizada
em um momento de alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à dengue
falharam ou não foram adotadas.

Algumas vezes, os mosquitos e larvas da dengue desenvolvem resistência aos produtos.


Sempre que isso é detectado, o produto é imediatamente substituído por outro.

Uso de repelente

O uso de repelentes, principalmente em viagens ou em locais com muitos mosquitos, é um


método importante para se proteger contra a dengue. Recomenda-se, porém, o uso de
produtos industrializados.

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Os repelentes caseiros, como andiroba, cravo-da-índia, citronela e óleo de soja não
possuem grau de repelência forte o suficiente para manter o mosquito longe por muito
tempo.

Além disso, a duração e a eficácia do produto são temporárias, sendo necessária diversas
reaplicações ao longo do dia, o que muitas pessoas não costumam fazer.

8.1 Tratamento

Dengue clássica:

Não há tratamento específico. A medicação é apenas sintomática, com analgésicos e


antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os salicilatos e os
antiinflamatórios não hormonais, já que seu uso pode favorecer o aparecimento de
manifestações hemorrágicas e acidose. O paciente deve ser orientadoa permanecer em
repouso e iniciar hidratação oral.

Febre Hemorrágica da Dengue - FHD:

Os pacientes devem ser observados cuidadosamente para identificação dos primeiros sinais
de choque. O período crítico será durante a transição da fase febril para a afebril, que
geralmente ocorre após o terceiro dia da doença. Em casos menos graves, quando os
vômitos ameaçarem causar desidratação ou acidose,ou houver sinais de hemoconcentração,
a reidratação pode ser feita em nível ambulatotial.

Sinais de alerta:

 Dor abdominal intensa e contínua;


 Vómitos persistentes;

 Hepatomegalia dolorosa;

 Derrames cavitários;

 Sangramentos importantes;

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 Hipotensão arterial

 Diminuição da diurese;

 Agitação;

 Letargia;

 Pulso rápido e fraco; extremidades frias; cianose;

 Diminuição brusca da

 Temperatura corpórea associada

 À sudorese profusa;

 Taquicardia;

 Lipotimia; e

 Aumento repentino do hematócrito.

Aos primeiros sinais de choque, o paciente deve ser internado imediatamente para correção
rápida de volume de líquidos perdidos e da acidose. Durante uma administração rápida de
fluidos é particularmente importante estar atento a sinais de insuficiência cardíaca.

Vigilância Epidemiológica

Notificação: por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito deve ser
comunicado, pela via mais rápida, ao Serviço de Vigilância Epidemiológica mais próximo.

Medidas de Controlo

A notificação dos casos suspeitos, a investigação do local provável de infecção, bem como
a busca activa de casos são medidas importantes. A única garantia para que não existaa
dengue é a ausência do vector. A OMS preconiza que há maior probabilidade de ser

24
deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação predial (número de imóveis com
focos positivos de Aedes aegypti sobre o total de imóveis inspecionados vezes 100) estão
acima de 5%. No entanto, não existe nível "limite" abaixo do qual se possa ter certeza de
que não ocorrerão surtos de dengue. Em aéreas com Aedes, o monitoramento do vector
deve ser realizado constantemente, para conhecer as aéreas infestadas e desencadear as
medidas de combate. Entre as medidas de combate constam:

 Manejo ambiental:

Mudanças no meio ambiente que impeçam ou minimizem a propagação do vector, evitando


ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes;

 Controlo químico:

Consiste em tratamento focal (elimina larvas), peri-focal (em pontos estratégicos de difícil
acesso) e por ultra baixo volume - “fumacê” (elimina alados).

Este último deve ter uso restrito em epidemias, como forma complementar de interromper a
transmissão de dengue, ou quando houver infestação predial acima de 5% em áreas com
circulação comprovada de vírus.

 Melhoria de saneamento básico;


 Participação comunitária no sentido de evitar a infestação

 Domiciliar do Aedes, por meio da redução de criadouros potenciais do vetor


(saneamento domiciliar).

9.1 Historial da Dengue

O mosquito transmissor da dengue é originário do Egito, na África, e vem se espalhando


pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16, período das Grandes
Navegações. Admite-se que o vector foi introduzido no Novo Mundo, no período colonial,
por meio de navios que traficavam escravos. Ele foi descrito cientificamente pela primeira
vez em 1762, quando foi denominado Culex aegypti. O nome definitivo – Aedes aegypti –
foi estabelecido em 1818, após a descrição do gênero Aedes. Relatos da Organização Pan-
25
Americana de Saúde (OPAS) mostram que a primeira epidemia de dengue no continente
americano ocorreu no Peru, no início do século 19, com surtos no Caribe, Estados Unidos,
Colômbia e Venezuela.

As primeiras referências foram feitas por David Bylon sobre um surto em Java em 1779, e
Benjamin Rush sobre uma epidemia na Filadélfia em 1780. No final do século XIX, a
dengue já era reconhecida como uma doença de costas, portos e cidades, espalhando-se
para o interior ao longo dos rios.

Houve relatos de epidemias no século XVII, mas os primeiros registros mais plausíveis de
dengue datam de 1779 e 1780, quando uma epidemia varreu a Ásia, África e América do
Norte.

A dengue ocorre em climas tropicais e subtropicais, principalmente em áreas urbanas e


semiurbanas. A dengue grave é uma das principais causas de doenças graves e morte entre
crianças em alguns países da Ásia e da América Latina.

“Vacinas “

É um grave problema de saúde pública, por isso, medidas que visam ao controle da doença
são fundamentais para garantir a saúde da população. Em dezembro de 2015, foi lançada a
primeira vacina contra a dengue

9.1.2 Registo de dengue em Angola

As autoridades sanitárias angolanas registaram, este ano, cinco mortes causadas por
dengue, de um total de 1.339 casos, dos quais 1.286 em Luanda, capital do país, um
aumento face a anos anteriores relativizado pelo Ministério da Saúde.

Em declarações, hoje, à Lusa, o chefe de departamento de Higiene e Vigilância


Epidemiológica da Direção Nacional de Saúde Pública, Eusébio Manuel, disse tratar-se de
um aumento de casos que não significa uma epidemia, mas sim melhorias no diagnóstico
da doença.

26
Melhoramos muito em termos de diagnóstico, foram distribuídos testes em todas as
unidades sanitárias do país, houve também melhoria na capacitação do pessoal, na
notificação da informação, este aumento significa a melhoria do sistema de diagnóstico,
afirmou.

Eusébio Manuel frisou que desde ano de 2013, que houve o maior surto de dengue no país,
tem sido registados casos de dengue, com maior ou menor proporção.

Os dados referem que em 2013 foram registados 1.245 casos, com 11 óbitos, número que
reduziu, quer em casos e óbitos, em 2014, depois da implementação de uma série de
medidas, para 446 e 11, respetivamente.

Em 2015, segundo Eusébio Manuel, os resultados das medidas de combate à doença foram
“muito positivos”, com a redução significativa de casos para apenas dez e nenhum óbito.

Daquele ano para cá, sublinhou Eusébio Manuel, os números de casos e óbitos voltaram a
subir, mas devido a melhorias no diagnóstico da doença.

“Em 2016, registamos 66 casos, com um óbito, em 2017 foram 176 casos e quatro óbitos.
Isso tem muito a ver com o diagnóstico”, disse o responsável, acrescentando que este ano,
já foram registados 1.339 casos, dos quais 1.286 só em Luanda, e cinco mortes.

Sobre a dengue, o representante da Organização Mundial de Saúde em Angola, Hernando


Agudelo, disse ser uma doença endémica no país, contrariamente à hemorrágica.

“Há um surto, há dois casos provenientes do Uíge, aqui em Luanda também há casos",
disse Hernando Agudelo.

O representante da OMS frisou que “há dengue hemorrágico, mas estão a ser feitas
atividades para prevenir o alastramento da epidemia”.

“Duas crianças mortas e há atividades que estão em curso, pulverização intra e extra
domiciliar, campanhas de sensibilização sobre a prevenção. O problema é que as pessoas
acumulam mosquitos em casa, deixam os depósitos de água abertos e aí estão os mosquitos,

27
precisa de muita educação e isso está a ser feito, há um grupo no ministério que está a
trabalhar isso”, realçou.

9.1.3 Educação em Saúde e Participação Comunitária

É necessário promover, exaustivamente, a Educação em Saúdeaté que a comunidade


adquira conhecimentos e consciência do problema para que possa participar efetivamente.
A população deve ser informada sobre a doença (modo de transmissão, quadro clínico,
tratamento etc.), sobre o vetor (seus hábitos, criadouros domiciliares e naturais) e sobre as
medidas de prevençãoe controle.

Devem ser utilizados os meios de comunicação de massa pelo seu grande alcance e
penetração social. Para fortalecer a consciência individual e coletiva, deverão ser
desenvolvidas estratégias de alcance local para sensibilizar os formadores de opinião paraa
importância da comunicação/educação no combate à dengue; sensibilizar o público em
geral sobre a necessidade de uma parceria governo/sociedade com vistas ao controle da
dengue em todo o país e enfatizar a responsabilidade social no resgate da cidadania numa
perspectiva de que cada cidadão é responsável por si e pela sua comunidade.

9.1.4 Pontos chaves

 O vírus da dengue é transmitido pela picada de mosquitos Aedes.


 A dengue geralmente provoca febre repentina, cefaleia retro-orbital grave, mialgia,
adenopatia, exantema característico e dor extrema nas pernas e articulações durante
as primeiras horas.

 A dengue pode provocar febre hemorrágica potencialmente fatal, com tendência a


um sangramento e choque (febre hemorrágica por dengue e síndrome do choque da
dengue).

28
 Suspeitar de dengue se os pacientes vivem ou viajaram para áreas endêmicas se têm
sintomas típicos; diagnosticar utilizando sorologia, testes antigênicos ou PCR no
sangue.

9.1.5 Importância da vigilância e controle das doenças

A rápida urbanização e a mudança climática podem alterar ainda mais os padrões de


doenças. Isso ressalta a necessidade de melhorar a capacidade de diagnóstico e a vigilância
tanto de vetores quanto de enfermidades para enfrentar esse crescente desafio da saúde,
segundo os pesquisadores.

“Os vírus emergentes estão na vanguarda da atenção de todos devido à pandemia da covid-
19”, disse a pesquisadora Andrea Buchwald a líder da pesquisa e estudante de pós
doutorado na Escola de Saúde Pública em comunicado divulgado pela Universidade do
Colorado. “A pandemia ressaltou a importância de se preparar e prevenir grandes surtos
virais que podem ter enormes consequências económicas e de saúde pública ”, completa
Buchwald.

Os especialistas descrevem algumas medidas que podem ser tomadas para reduzir o risco
de grandes surtos, como o aumento da capacidade de teste, o investimento em vigilância e a
implementação de medidas de controlo de mosquitos.

29
3. CONCLUSÃO

A literatura consultada indica que a redução de casos de dengue está diretamente ligada à
educação da população. O desenvolvimento de ações educativas diminui o impacto
econômico para a saúde do município. Neste contexto a enfermagem tem um papel
fundamental na educação da população. Ampliar os conhecimentos sobre a dengue é algo
muito positivo, pois reduz a incidência de casos.

Acabar com a dengue não é uma tarefa individual, e sim uma ação coletiva. Necessita de
um trabalho intersetorial para atingir os objetivos propostos para o seu enfrentamento.

Enfim, a prevenção e as medidas de combate a dengue requerem tanto a participação


quanto à mobilização da comunidade para que sejam adotadas medidas de prevenção
simples, objetivando a interrupção da cadeia de transmissão e contaminação, visto que
ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com o foco da doença.

30
4. BIBLIOGRAFIA

www.dn.pt/lusa/amp/angola-ja-registou-este-ano-cinco-mortes-entre-1339-casos-de-

www.dn.pt/lusa/amp/angola-ja-registou-este-ano-cinco-mortes-entre-1339-casos-de-

www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias/dengue-fique-atento-aos-sintomas-e-saiba-
como-se-prevenir

www.tuasaude.com/sequelas-da-dengue/amp/

www.dengue-10070295.html

www.world health-organization

31
ÍNDICE
Objectivo Geral.......................................................................................................................1
Objectivos específicos.............................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................2
2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................................3
2.1A Dengue.......................................................................................................................3
2.1.2 O microrganismo envolvido.......................................................................................3
2.1.3 Sintomas da dengue clássica......................................................................................3
2.1.4 Sintomas da dengue hemorrágica..............................................................................4
2.1.5 Diferença entre dengue clássica e hemorrágica.........................................................5
2.1.6 Sinais da dengue.........................................................................................................5
3.1 Diagnóstico.......................................................................................................................7
3.1.2 Diagnóstico Diferencial.............................................................................................7
3.1.3 Diagnóstico laboratorial.................................................................................................7
3.1.4 Aspectos Epidemiológicos.........................................................................................9
3.1.5 Aspectos clínicos........................................................................................................9
4.1 Susceptibilidade e Imunidade.........................................................................................10
4.1.2 Vectores Hospedeiros..............................................................................................11
4.1.3 Modo de Transmissão..............................................................................................12
5.1 Causas da Dengue.......................................................................................................12
5.1.2 Na consulta médica..................................................................................................13
5.1.3 Medicamentos para evitar........................................................................................14
5.1.4 Complicações e sequelas da Dengue.......................................................................15
6.1 Síndrome de choque........................................................................................................17
6.1.2 Aplicativos para o combate da dengue....................................................................18
7.1 Prevenção........................................................................................................................18

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8.1 Tratamento......................................................................................................................22
9.1 Historial da Dengue........................................................................................................22
9.1.2 Registo de dengue em Angola.................................................................................22
9.1.3 Educação em Saúde e Participação Comunitária.....................................................22
9.1.4 Pontos chaves...........................................................................................................22
9.1.5 Importância da vigilância e controle das doenças....................................................22
3. CONCLUSÃO...............................................................................................................22
4. BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................22

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