Você está na página 1de 12

1 – O MERCADO FINANCEIRO

O sistema fi nanceiro é parte integrante e importante de qualquer


sociedade econômica moderna. Portanto, é fundamental introduzir
algumas noções básicas sobre o funcionamento da economia,
antes de tratar especifi camente do sistema fi nanceiro, para
que se compreenda melhor as funções e o funcionamento dos
mercados.
A ciência econômica, pode-se dizer, preocupa-se com o estudo da
alocação de recursos da economia. Esse assunto torna-se relevante
devido à constatação de que os indivíduos têm necessidades e
desejos ilimitados, enquanto os recursos disponíveis para atendê-
los são escassos. De fato, se pensarmos nas economias modernas,
os desejos de consumo das famílias estão em geral acima de sua
capacidade econômica. Quando pensamos em países, é fácil
perceber essa noção de escassez dos recursos. Afi nal, o número
de pessoas disponíveis para trabalhar e os recursos naturais, fi
nanceiros e tecnológicos existentes são limitados.
O importante aqui é destacar que as decisões dos agentes
econômicos (famílias, empresas e governo) que compõem esse
sistema econômico moderno, embora individuais, estão
interligadas e impactam o todo.
De um lado, as famílias oferecem os insumos necessários para a
produção das empresas, como o trabalho, o capital e os imóveis,
em troca dos rendimentos do salário, juros, lucros e aluguéis, o
que em conjunto formam a renda dessas famílias. Com essa
renda, as famílias adquirem os produtos e serviços ofertados
pelas empresas. O governo, por sua vez, recolhe impostos e taxas
dessas famílias e empresas, e devolve para a sociedade em
forma de projetos sociais ou serviços básicos não ofertados pelas
empresas.
 
2.6 Poder de Mercado
O “poder de mercado” é a capacidade que um agente
econômico detém de manter os preços
de seus produtos acima do nível competitivo, de forma a
aumentar seus lucros, sem perder
clientes com isso.
Acompanhe, lendo atentamente nos itens a seguir, que o
exercício do poder de mercado
ocorre tipicamente nas seguintes situações: mercados
incompletos, monopólios, monopólios
naturais, oligopólios e cartéis.
Mercados Incompletos:
A existência de um sistema financeiro e/ou um mercado de
capitais pouco desenvolvidos não
fornecem financiamento de longo prazo necessário ao esforço
de desenvolvimento do sistema
econômico. Nesse caso, a intervenção do governo é importante
para a concessão de crédito
de longo prazo que financia os investimentos no setor produtivo
da economia brasileira.
Monopólios:
Quando só uma pessoa ou empresa pode fornecer um produto
ou serviço, temos a situação
de monopólio, em que essa pessoa ou empresa tem poder
sobre os preços das transações. Se
uma empresa é a única que fornece televisão a cabo ou banda
larga na sua cidade, ela consegue
cobrar pelos seus produtos um preço mais alto do que cobraria
se tivesse concorrentes. Se,
em sua cidade, há apenas uma drogaria, o proprietário dessa
drogaria pode cobrar mais pelos
remédios que vende do que se tivesse uma concorrente na sua
cidade.
Monopólios Naturais:
Exemplos típicos de falhas de mercado, os monopólios naturais
são setores cujo processo
produtivo se caracteriza por ter retornos crescentes de escala,
ou seja, quanto maior a
produção, menor o custo da unidade produzida. Às vezes, o
investimento para fornecer alguns
serviços ou produtos são bastante caros para permitir a
existência de concorrência entre várias
empresas. Isto é, o capital necessário para o empreendimento
é tão alto que pode ser mais
vantajoso haver apenas uma empresa produtora do bem em
questão.
Monopólio natural surge quando uma única empresa pode
oferecer um bem ou serviço
ao mercado inteiro a um custo menor do que fariam duas ou
mais empresas. Ele aparece
quando há economias de escala na faixa relevante de
produção. Para qualquer quantidade de
produção, um número maior de empresas leva a uma produção
menor por empresa e a um
custo total médio mais elevado.
Nesses casos, ter apenas uma empresa fornecedora é muito
mais barato para a sociedade
brasileira. Por exemplo, o suprimento de energia elétrica para a
população brasileira é
justamente um clássico exemplo de monopólio natural, pois
custa muito caro construir e
manter duas ou mais redes elétricas para levar energia elétrica
das usinas para as casas e
empresas. O custo fixo envolvido na distribuição de energia
elétrica ainda é muito alto, e ter
apenas um fornecedor de energia para uma determinada
região é muito mais barato para a
sociedade. Por isso, faz mais sentido que haja apenas um
fornecedor.
Como produzir pouco sai muito caro, ter firmas concorrendo
nesse mercado é ineficiente.
Entretanto, a não existência de uma concorrência acirrada traz
custos para a sociedade. Nesse
caso, o governo é fundamental para exercer a regulação dos
monopólios naturais, de forma a
impedir que o forte poder de mercado se reflita em preços
abusivos. O governo pode também
se responsabilizar diretamente pela produção de bem ou
serviço referente ao monopólio
natural.
E, em geral, uma empresa tem dificuldade em manter uma
posição de monopólio sem a posse
de um recurso chave ou sem a proteção do governo.
No caso da ocorrência do monopólio natural, a intervenção do
governo pode ser de duas
formas: Regulação de monopólios naturais, que evita a
cobrança de preços abusivos e Produção
direta de bens e serviços.
Oligopólios:
Ocorre oligopólio quando um pequeno grupo de empresas
controla a oferta de um bem ou
serviço. Não tem o mesmo poder de um monopólio, ainda
assim há influência nos preços.
Por exemplo, um determinado remédio só é fabricado por dois
ou três grandes laboratórios
farmacêuticos. Nesse exemplo, uma saída seria comprar
remédios genéricos, o que aumenta
a competição entre os laboratórios.
Cartéis:
Um cartel consiste em um acordo feito entre empresas do
mesmo ramo. As empresas que
formam o cartel normalmente têm produtos similares e fazem
acordos para coordenar preços,
produção, parcelas do mercado, alocação de consumidores,
dividir territórios de atuação,
acertar quem vencerá quais concorrências públicas para
prestar serviços ao governo, etc. O
objetivo é maximizar lucros, minimizando a concorrência e
impedindo o surgimento de novas
empresas no ramo de sua área. Por exemplo, os edifícios
residenciais em sua cidade podem ser
construídos apenas por um pequeno grupo de construtoras, de
modo que essas construtoras
impõem o preço dos imóveis novos na sua cidade. Outro
exemplo seria as empresas prestadoras
de serviços de limpeza para os órgãos públicos.

Classifica��o dos mercados

A rede dos mercados compreende v�rias situa��es em que se encontra um


determinado produto, ou um grupo de bens dispon�veis para a popula��o. O produto
pode estar s� no mercado; pode sofrer influ�ncia de outros produtos em suas
negocia��es, pode participar de um conjunto muito vasto de produtos dispostos �
venda; e, pode estar no mercado com poucos produtos participando efetivamente do
processo de troca, competindo bravamente com os pequenos, ou com os que tentarem
interagir no processo mercadol�gico (TISDEL: 1978; pp. 82-85).

A classifica��o efetiva da estrutura de mercado pode ser vista por quatro �ticas
principais: a) concorr�ncia perfeita; e, b) monop�lio puro, como mercados abstratos;
c) concorr�ncia monopol�stica; e, d) oligop�lio, como mercados reais ou efetivos,
devido serem os que funcionam na realidade do sistema (HENDERSON & QUANDT:
1976; p. 102).

Para um mercado abstrato, a concorr�ncia perfeita est� fundamentada sobre quatro


hip�teses de grande significado, quais sejam: a) existem muitas empresas vendendo
determinado produto, isto quer dizer que cada firma controla pequena parte do produto
total, causando pouco ou nenhum efeito sobre os pre�os do mercado; b) os produtos
s�o homog�neos, valendo salientar que todas as empresas que devem ser conhecidas
pelos compradores dos produtos que s�o iguais em todos os sentidos; c) existe livre
entrada e sa�da das empresas, das mercadorias, dos servi�os no mercado, cujos
consumidores podem comprar onde quiser, sem qualquer interfer�ncia do Estado; e, d)
h� pleno conhecimento no mercado, entre todos os atores sociais (SIMONSEN: 1969;
pp. 3-4).

J� para o monop�lio puro, a hip�tese funcional � a de que h� uma estrutura onde


existe um s� vendedor, n�o h� substituto pr�ximo, n�o h� concorr�ncia direta,
e o vendedor � o dono absoluto do mercado (LEFTWICH: 1974; p. 210).

O monop�lio puro, apesar de n�o existir concorrente direto, existe o indireto e o


potencial, onde no primeiro caso, existem bens substitutos imperfeitos, e a luta pelo
cruzeiro do consumidor, e no segundo caso, s�o as empresas capacitadas a concorrer
com um monopolista que n�o jogou todo seu potencial de a��o no mercado, caso se
possa participar neste mercado (FERGUSON: 1974; pp. 313-314).

Entre os mercados reais, ou efetivos, observa-se a presen�a da concorr�ncia


monopolista que est� caracterizada pela diferencia��o do produto, procurando a
qualquer custo mostrar que o seu produto � melhor do que o do seu concorrente, isto
processado na marca, na composi��o de manufatura, na patente, na embalagem, e em
muitas outras formas de diferenciar um produto do outro.

Este tipo de mercado surgiu da uni�o da concorr�ncia perfeita com o monop�lio


puro, sendo mais pr�ximo da concorr�ncia perfeita, com a restri��o da
homogeneidade, pois ele s� existe efetivamente no longo prazo.

Por fim, aparece a estrutura oligopolista onde uma ind�stria com pequeno n�mero de
grandes empresas produz um certo volume de produto. Nesta rede mercadol�gica, o
que bem diferencia da concorr�ncia monopolista � a quantidade de empresas atuando
no mercado (HEILBRONER: 1973; pp. 150-151).

Uma estrutura oligopolista procura sacrificar o seu vizinho com propagandas e


promo��es frente �s rela��es sociais para tirarem os concorrentes de seu caminho.
Um outro fator que caracteriza um oligop�lio, � o sistema de coaliz�o, ou cartel, que
origina os famosos grupos internacionais de mercado (LABINI: 1980; pp. 89-91).

Classificação Econômica de Mercado


A classificação do mercado varia de acordo com o ponto de vista considerado. Eles
podem ser definidos como mercados internacionais, nacionais, locais, mercados de
produtores ou revendedores, mercados de concorrência perfeita ou imperfeita, mercados
de produtos ou serviços, etc.

De fato, não há definição absoluta de mercado. Existem várias abordagens ou


perspectivas que propõem diferentes maneiras de interpretar ou entender esse termo.
Segundo a Teoria Econômica, um mercado é o local físico onde ocorrem interações
entre oferta e demanda.

Em termos legais, o mercado refere-se à transferência da propriedade de uma pessoa,


natural ou jurídica, para outra, sobre um bem ou serviço.

Por outro lado, no ambiente de marketing ou marketing , o mercado é definido como


“um grupo de pessoas organizadas, com necessidades de atender, dinheiro para gastar e
vontade de fazê-lo” (Stanton, 1994).

Outras definições concentram-se na relação entre quem oferece o bem ou serviço e


quem o exige, enquanto existem autores que confiam nas transações realizadas por
produtores, intermediários e consumidores para resultar em um preço pelo bem. ou
serviço

Em geral, pode-se dizer que em cada um dos diferentes significados do termo estão
presentes os seguintes elementos: bens (bens ou serviços), oferta, demanda e preços.

Como os mercados são classificados?

Os tipos de mercado são classificados de acordo com vários fatores, conforme explicado
abaixo:

1- De acordo com a sua localização geográfica

– Mercado mundial ou internacional: refere-se a todos os tipos de mercado


localizados no exterior, incluindo todos os elementos que os compõem. Por exemplo, o
mercado mundial de um fabricante chinês de celular seria a população européia,
americana e outra asiática.

– Mercado Nacional: é aquele que inclui os potenciais compradores, transações e


outros fatores encontrados no país. É também chamado mercado interno.
– Mercado regional: nesse tipo de mercado, os que pertencem a uma zona geográfica
ou econômica definida são agrupados. Exemplos de mercados regionais são o Mercado
Comum Europeu e o Mercado Comum do Sul (Mercosul).

– Mercado local : um mercado local é aquele que é limitado a uma área bastante restrita.
Por exemplo, uma loja em um shopping center, localizado em uma cidade.

2- De acordo com seus clientes

– Mercado do cliente: esse tipo de mercado é definido de acordo com o produto que
compradores ou usuários estão dispostos a comprar. Por exemplo, o “mercado de roupas
esportivas” é composto por todas as pessoas que exigem ou exigem comprar roupas
esportivas. Nesse sentido, a mesma pessoa pode pertencer a verdadeiros mercados
consumidores, porque ele tem necessidades diferentes para atender.

– Mercado Industrial ou Produtor: o mercado industrial é essencialmente um mercado


consumidor, apenas no nível corporativo. Isso significa que eles usam os produtos que
compram para fabricar bens ou serviços. Por exemplo, o mercado industrial para o
proprietário de uma plantação de milho é o conjunto de empresas que produzem farinha
de milho.

– Mercado de revendedores: refere-se às empresas que compram produtos ou serviços


e depois os vendem e obtêm lucro. Os atacadistas e varejistas de alimentos, por
exemplo, fazem parte do mercado de revendedores dos produtores desses alimentos.

– Mercado governamental : esse tipo de mercado é constituído pelas instituições


governamentais que adquirem produtos ou serviços para uso posterior na produção de
bens ou serviços públicos. Como exemplo, podemos considerar que o mercado
governamental de um fabricante de cabos elétricos é a empresa estatal de eletricidade.

3- De acordo com a competição

– Mercado de Concorrência Perfeita: é aquele mercado em que todos os bens e / ou


serviços oferecidos são iguais, ou seja, homogêneos. É por isso que os consumidores
não distinguem entre produtos de mais um fabricante de acordo com suas características
físicas e é possível substituir uma marca por outra sem maiores dificuldades. O preço do
produto é geralmente único, dado o elevado número de compradores. Exemplo: o
mercado de bebidas esportivas.

-Monopólio : esse tipo de mercado é caracterizado pela existência de um único produtor


do bem ou serviço para um grande número de compradores. Um exemplo de monopólio
é a empresa estatal PDVSA na Venezuela, que é o único produtor de derivados de
petróleo naquele país.

– Mercado de concorrência imperfeito: esta categoria é dividida em três


subcategorias de mercados em que a presença de mais de um vendedor é observada:

a) Duopólio: é um mercado em que existem apenas dois produtos que dominam o


mercado. Um exemplo é o caso da Pepsi e da Coca-Cola.
b) Oligopólio: neste caso, o número de vendedores / fornecedores é pequeno e um deles
costuma prever. Existe uma alta demanda e uma forte dependência dos consumidores
em relação aos produtores. Como exemplos de oligopólio podem ser mencionados o
mercado de telefonia móvel e o de TV a cabo.

c) Concorrência monopolística: nesta subcategoria de mercados, os produtos são


substituíveis entre um fabricante e outro como no mercado de concorrência perfeita,
com a diferença de que são produtos bem diferenciados.

3- De acordo com o que eles oferecem

– Mercado de Mercadorias: é aquele mercado em que é oferecido um produto físico e


tangível.

-Market of Services: é a marcação que oferece um serviço aos consumidores. Por


exemplo: serviço de internet, limpeza, assessoria jurídica, entre outros.

4- De acordo com o tempo necessário para definir preços

– Mercado de ofertas imediatas: o preço é estabelecido rapidamente e o preço de


reserva é tomado como referência (o último preço de venda possível).

– Mercado de curto prazo: nesse tipo de mercado, o preço do produto não é rápido e
depende em grande parte dos custos de produção.

Mercado de longo prazo: o cálculo do preço é muito lento e também depende dos
custos de produção.

5- Outros tipos de mercado

– Mercado negro: é aquele em que produtos ilegais são vendidos.

– Mercado de trabalho: trata-se da oferta e demanda de empregos.

– Mercado informal: o mercado formado pelo comércio de rua.

-Mercado de dinheiro: é aquele mercado composto por compradores e vendedores de


moeda estrangeira, como a compra e venda de euros nos Estados Unidos, por exemplo.

– Mercados virtuais: são aqueles em que todas as transações são feitas através da
Internet, como eBay, Amazon etc.

– Mercados de leilão: nesse tipo de mercado, os compradores competem pela oferta de


um produto ou serviço, que é finalmente vendido ao maior lance.

Referências

1. O mercado, classes de mercado, concorrência perfeita e imperfeita. Recuperado de:


novellaqalive2.mhhe.com
2. Tun, T. (1967). Teoria dos mercados . Cambridge, Harvard University Press.
3. O que é um mercado – definição e diferentes tipos de mercado. Recuperado de:
managementstudyguide.com
4. Medina, R. (1990). Princípios de Marketing . Livraria em Manila, Rex
5. Thompson, I. (2006). Meu material on-line UNID: Tipos de Mercado. Recuperado de:
moodle2.unid.edu.mx
6. Díaz, J. (1999).Macroeconomia: primeiros conceitos.Barcelona, Antoni Bosch Editor
7. Esteban, A. et ai. (2008). Princípios de Marketing. Madri, ESIC Editorial.

TIPOS DE Inflação

Antes de compreendermos os tipos de inflação que a nossa estrutura financeira possui,


devemos compreender o que vem a ser a inflação de uma maneira geral. A inflação
consiste no aumento dos preços, assim como no crescimento anormal e contínuo dos
meios de pagamento, estando estes relacionados com as necessidades de circulação dos
bens de consumo, ocasionando a desvalorização da moeda. Em outras palavras, quanto
maior for a inflação, menor será o poder de compra, e menor será o poder aquisitivo da
moeda.

Em nossa estrutura financeira, podemos alicerçar a estrutura inflacionária em três tipos


distintos de inflação:

1) Inflação de demanda. Aumento na procura de um determinado bem, sem que exista


uma resposta compatível da oferta, sendo assim necessário aumentar o valor desse bem
para equilibrar a economia.

2) Inflação de custo. Também pode ser chamada de inflação de oferta, e é aquela na


qual ocorre um aumento em fatores que incidem diretamente sobre o produto. Por
exemplo, caso ocorra o aumento do valor da matéria-prima, os produtos que são
derivados dessa matéria irão sofrer uma inflação. Essa inflação pode ocorrer também
em virtude da elevação das taxas de juros, salários, combustíveis e tarifas públicas.

3) Inflação estrutural. Esta se relaciona com a ineficiência de serviços fornecidos pela


infraestrutura de uma determinada economia, ou seja, é baseada na rigidez da oferta de
bens e serviços dessa estrutura econômica.

São esses os pontos cruciais que fazem com que nosso dinheiro passe a ter um menor
poder aquisitivo.

A inflação está ganhando espaço no noticiário econômico e no cotidiano de pessoas de todo o


mundo. O aumento da cotação das commodities reflete nos valores pagos pelos bens que são
negociados nos mercados internacionais, como combustíveis, fertilizantes e grãos.

“A inflação é um fenômeno natural, definida como o aumento generalizado dos preços;


quando controlada, não é um problema”, explica Walcir Soares Junior, professor de Ciências
Econômicas na Escola de Negócios da Universidade Positivo (UP).

Contudo, as causas são diversas e podem estar inter-relacionadas.


Entenda quais são os diferentes tipos de inflação e as causas.

1. Inflação inercial

“A inflação inercial é um fator psicológico”, afirma Marcelo Cabús Klötzle,


coordenador do curso de Financial Analytics da Escola de Negócios (IAG) da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

A inércia é um processo relacionado à expectativa da inflação. Por medo do reajuste


dos preços, o vendedor ou produtor acredita que a inflação vai subir e eleva o valor de
produtos e serviços antes mesmo de existir um aumento real.

2. Inflação de demanda

O rápido crescimento econômico sem políticas públicas adequadas impulsiona a massa


de salários, gerando uma demanda que pressiona o preço dos produtos.

“Uma economia atrasada tende a estimular o consumo além da capacidade


produtiva”, exemplifica Jackson Teixeira Bittencourt, coordenador do curso de
Ciências Econômicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

3. Inflação de oferta

A inflação de oferta é chamada de inflação de custos. “Os preços sobem devido à


elevação dos gastos de insumos importantes como petróleo, água e energia elétrica”,
afirma o professor Soares Junior.

A crise hídrica, por exemplo, provocou o acionamento das termelétricas, que têm custo
maior, gerando a criação de novas tarifas energéticas. Dessa forma, provoca-se um
“boom” de preços em todas as cadeias produtivas.

4. Hiperinflação

Quando a inflação sai totalmente do controle, ficando acima do patamar de 50% ao


ano, é chamada de hiperinflação. “O fenômeno aconteceu na Alemanha logo após a
Primeira Guerra Mundial e no Brasil antes do Plano Real”, lembra Klötzle.

Nesse tipo de inflação, os preços chegam a um nível tão alto que os reajustes
acontecem a todo momento e o governo não consegue mais segurar o movimento
inflacionário.

5. Estagflação

De forma geral, o aumento inflacionário está relacionado ao crescimento econômico,


mas a estagflação está associada a aumentos de preços com estagnação. “A economia
está com a demanda desaquecida, mas os preços não param de subir”, aponta
Bittencourt.
Combater esse tipo de inflação se torna um desafio, pois o aumento de juros reduz a
inflação e derruba o crescimento econômico, enquanto a redução aquece a economia,
mas gera alta de preços.

6. Espiral inflacionária

A elevação no preço das matérias-primas pode causar inflação de oferta. Para


recompor o poder de compra dos trabalhadores, um reajuste salarial é necessário.

“Do ponto de vista da economia, o aumento de salário também é um aumento nos


custos, o que gera mais inflação e assim por diante”, comenta Soares Junior. Esse
fenômeno é conhecido como espiral inflacionária.

7. Inflação estrutural

A inflação estrutural é quando há aumento de preços que tem como causas as


deficiências na infraestrutura do país e na cadeia produtiva. “A greve dos
caminhoneiros gerou o encarecimento de diversos produtos porque não havia como
transportá-los”, afirma Klötzle.

Outro exemplo de inflação estrutural é quando as mercadorias produzidas


nacionalmente são mais voltadas para o mercado externo, diminuindo a oferta no
mercado doméstico.

Você também pode gostar