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Esta publicação traz uma sintetização do que é Estrutura de Mercado em microeconomia.

O
objetivo desta publicação é transmitir informações pertinentes à quem deseja conhecer sobre o
tema, sem a necessidade de buscar material mais complexo.
Introdução
O presente trabalho visa elucidar as características que identificam a microeconomia, destarte,
seria impossível falar de Economia se não entendermos as Estruturas de Mercado. Sendo nosso
objeto de estudo, buscaremos entender quais são estas estruturas, o que são e como isso interfere
no sistema econômico de um Estado, além é claro, entender em que isso afetaria nossas vidas,
nosso dia-a-dia e como reagiria a economia se caso, o Estado, não intervisse de alguma maneira
nesta estrutura.
Primeiramente devemos entender o que é “mercado” no que se refere à microeconomia, para
somente então, poder nos aprofundar neste contexto e desmembrar suas estruturas. De antemão,
sabemos que a microeconomia é a parte que estuda as relações entre as famílias e as empresas, e
as formas em que este relacionamento acontece.
Voltada à uma análise mais superficial, a microeconomia estuda as formas de preços baseados
nos mercados de bens e serviços, além das formas de serviços e fatores de produção. Este estudo
não foca especificamente nas empresas, mas a forma em que empresas e consumidores se
relacionam entre si, assim, enfoca-se na amplitude de como as empresas operam.
Sintetizando, podemos dizer então que, mercado pode ser entendido como uma instituição
empírica onde ofertantes (empresas) e demandantes (compradores) estabelecem uma relação
comercial com o objetivo de ser realizar transações comerciais. Entendendo então o que é
mercado, podemos evoluir no estudo para conhecer suas estruturas, as quais, influenciam
diretamente nesta relação e em que ponto estas estruturas podem ser benéficas ou prejudiciais ao
consumidor final desta relação.
As estruturas que formam o mercado de bens e de consumo são:
 Concorrência Perfeita: número infinito de empresas, produto homogêneo e não existem
barreiras para entrada de novas empresas;
 Monopólio: uma única empresa, produto sem substitutos, com barreiras à entrada de novas
empresas;
 Concorrência Monopolística (ou imperfeita): inúmeras empresas, produto diferenciado, livre
acesso de empresas ao mercado;
 Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos podem ser
homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas.
Observamos que cada estrutura tem sua particularidade, sendo umas mais benéficas ao
consumidor, e outras, extremamente prejudiciais. Tendo então conhecimento destas
características do mercado, passamos a estudar cada uma delas em suas principais características.
1.Desmembrando as estruturas
Entendemos que cada estrutura tem um estilo próprio de organizar o mercado, desta forma,
resultar em benefícios ao consumidor, como a quantidade de marcas disponíveis de um produto,
tornando seu valor, então, mais baixo, ou então, nos casos de outros sistemas, onde a falta de
opções, ou demanda, resultam em valores extremamente elevados ao consumidor final.
1.1 Concorrência Perfeita
Como o próprio nome diz, trata-se de um sistema considerado perfeito devido ao fato da
existência de inúmeras empresas produzindo determinados produtos, sem barreiras ou restrições
para outras empresas produzirem de forma a beneficiar o mercado com maior demanda e
transparência.
Este sistema possui características que podem ser divididas da seguinte maneira:
I.Atomicidade: um mercado formado por infinitos vendedores e compradores, de
forma que, isoladamente, nenhuma das partes deste sistema influenciarão sobre os
preços praticados;
II.Homogeneidade: todas as empresas oferecem produtos semelhantes, não
existindo grandes diferenças entre embalagens ou qualidade entre seus produtos;
III.Mobilidade: não há nenhum tipo de restrição, pelo mercado, para entrada de
novas empresas ou consumidores;
IV.Racionalidade: empresas maximizam lucros, e consumidores, maximizam
satisfação, assim, cada uma das partes buscam elevar suas vantagens sem
detrimento ou prejuízos uns aos outros;
V.Transparência: todas as informações relevantes deste relacionamento como:
preços, qualidade, custos ou lucro são de livre acesso;
VI.Mobilidade de Bens: teoricamente, os preços não mudam conforme as
regiões, ou seja, o morador de uma região paga o mesmo valor que o morador de
outra região, sem considerar custo de transporte, no entanto, podemos facilmente
verificar que, na prática, isso não acontece;
VII.Inexistência de externalidades: no sistema de concorrência perfeita,
externalidades não influenciam nos custos das empresas ou na satisfação do
consumidor;
VIII.Divisibilidade: uma hipótese matemática não essencial, objetivando apenas
auxiliar a compreensão deste sistema;
IX.Mercado de fatores de produção: os preços dos fatores de produção são
fixados, ou seja, as curvas dos custos de produção são iguais para as empresas do
mercado de bens e serviços.
O sistema de concorrência perfeita pode, então, ser visto como um “ideal”, já que se trata de um
sistema sem barreiras, interferências, podendo ser, com isso, pouco realista. Podemos notar
facilmente que, algumas empresas dominam, notavelmente, determinados mercados, interferindo
diretamente nos preços praticados, no entanto, não existe nenhuma restrição à outras empresas
em disponibilizar seus produtos ao consumidor final.
1.2 Monopólio
Este tipo de sistema apresenta três características:
a)Uma única empresa produtora do bem, ou serviço;
b)Não há produtos substitutos
c)Existem barreiras à entrada de empresas concorrentes.
Atualmente, no Brasil, encontramos raros mercados onde o sistema monopolista
predomine, isso se deve ao fato da constante intervenção do estado regulamentando as
relações de mercado. A seguir, veremos algumas características deste sistema:
I.Monopólio Puro (ou Natural): Devido à elevada escala de produção, exige
altos índices de investimento. Assim, torna-se muito difícil alguma empresa
oferecer um produto com preço equivalente ao da empresa já estabelecida.
Geralmente, observamos este sistema aplicado em serviços públicos como:
água, esgoto, energia elétrica, etc.
II.Proteção de Patentes: a empresa detém a exclusividade na produção de
determinado produto que foi, por ela, desenvolvido. Ex: Xerox, porém, devido
às intervenções do governo, atualmente, o direito de patente se dá por um
determinado período, após este período, a patente se torna domínio público,
permitindo, então, que outras empresas possam produzir este produto;
III.Tradição no mercado: Se dá quando determinada empresa, ou mesmo
região, domina de maneira tácita determinado mercado, à exemplo da suíça na
produção de relógios.
Pode nos parecer que mercado monopolista seja uma realidade apenas no passado, no entanto, o
Brasil tem um péssimo exemplo do que é mercado monopolista, uma vez que a estatal Petrobrás,
é a única empresa com direitos para explorar as reservas petrolíferas no país, além de ser,
basicamente, a única fornecedora de combustíveis ao povo brasileiro, o resultado disso vemos
muito bem em nosso dia-a-dia, com preços totalmente desproporcionais ao que seria no caso de
um mercado com a devida ampla concorrência.
Além do fato de ser monopolista, a Petrobrás é uma empresa estatal, ou seja, controlada pelo
governo, a grande “vantagem” disso, está na moeda de troca em que se tornou a administração
desta, favorecendo enormemente a corrupção e, como podemos ver, nos últimos anos tamanho
prejuízo e danos que isto vem acarretando aos cidadãos brasileiros.
1.3 Oligopólio
O sistema oligopolista pode ser definido de duas formas:
 Oligopólio Concentrado: Pequeno grupo de empresas dominando um determinado setor;
 Oligopólio Competitivo: um pequeno grupo de empresas que domina um setor com muitas
empresas
Primeiramente, devemos entender o que é um mercado oligopolista, em que este sistema,
pouco conhecido pela população, afeta o mercado de bens de consumo e porque, mesmo
parecendo diferente do mercado monopolista, prejudica exponencialmente o consumidor
brasileiro.
Pelo fato de existir empresas dominantes, estas controlam o mercado, determinando os valores
de venda dos produtos conforme seus termos e condições numa negociação unilateral, no qual, o
consumidor tem baixíssimo poder de reação sobre as alterações de preços, em suma, as empresas
impõem suas condições e o consumidor não tem nenhum poder de influir acerca disto.
Vejamos, então, quais setores são controlados e por quais tipos de empresas:
           1.3.1 Oligopólio Concentrado
Como mencionado anteriormente, no sistema oligopolista concentrado, temos apenas um
pequeno grupo de empresas que dominam determinados setores na produção de bens de
consumo, ou também, na prestação de serviços de alto consumo.
O primeiro exemplo é o setor automobilístico. No Brasil, existem apenas algumas poucas
montadoras que detém a maior fatia do mercado, estas, até poucos anos atrás, controlavam
integralmente o mercado, são elas: Ford, VW, Fiat, Chevrolet. Estas empresas formavam o que,
conforme o estudo da economia, os chamados cartéis, ou seja, conluio de produtores que
determinam a “política” que deverá ser adotada por toas as empresas do setor, fixando preços e a
cota do mercado de cada uma delas.
Além do setor automotivo, temos também os setores de comunicação. Vejamos o mercado de
telefonia, por exemplo, quatro empresas dominam quase que integralmente a prestação do
serviço no país. Este domínio de mercado se mostra ainda mais grave, se desmembrarmos cada
setor, ficando então divido da seguinte forma:
Telefonia fixa: No estado de São Paulo, por exemplo, a telefonia fixa é fornecida por,
basicamente, duas únicas empresas:
 Vivo fixo
 NET fone (que tem o serviço oferecido pela empresa Embratel)
Telefonia móvel: Também em São Paulo, o serviço é oferecido por apenas quatro empresas:
 Vivo
 Claro
 Oi
 Nextel
Internet Fixa: Ressalvado algumas poucas fornecedoras que utilizam o sistema via satélite, ou
rádio (que são ainda piores que os sistemas tradicionais) o serviço é oferecido por apenas duas
empresas:
 Net
 Vivo
TV por Assinatura: Apesar da diferença na entrega do serviço, trata-se do mesmo produto e,
como o item acima, a qualidade está muito longe do que é oferecido em outros países, são elas:
 Vivo TV
 NET TV
 Sky TV
Como podemos observar, na maioria das prestações, o serviço conta com duas empresas que
dispõe de todos os serviços citados e, algumas poucas, participando de apenas um ou dois
serviços. Notamos que, a qualidade destes serviços está muito longe do ideal e, mais ainda, do
preço que pagamos, isso se deve ao fato de estas empresas manipularem o mercado, controlando
os preços e as condições para o oferecimento dos produtos.
Apesar da aparente briga comercial, onde as empresas se mostram como a que oferecerá maior
vantagem e melhor serviço ao consumidor, podemos notar que, o número de reclamações que
estas empresas recebem nos órgãos de proteção e defesa do consumidor, demonstra que essas
empresas realizam acordos para controlar o mercado e, mesmo com tantas reclamações,
permanecem praticamente isentas de responsabilidades, uma vez que o consumidor, não dispõe
de opções para que possam se resguardar e optar por um serviço realmente com a devida
qualidade e respeito que se deve ao consumidor.
O mesmo acontece nos setores de chocolate (Nestlé e Garoto), cerveja (Ambev, Heineken), rede
de supermercados (Carrefour, Wal-Mart, Pão de Açúcar), refrigerantes (Coca-Cola, Antártica),
setores de fabricação de insumos e matéria prima (Votorantim, no setor de cimento e papel e
celulose, Mineradoras, sendo cada uma detentora de um determinado minério), ou seja, notamos
que na maioria dos bens de consumo do qual o cidadão mais dispõe, os preços são controlados
pelas empresas, e obviamente, com isso, o cidadão paga um preço mais caro do que realmente
pagaria se o sistema não fosse controlado desta maneira. Neste caso, temos o
sistema: Oligopólio Competitivo.
1.4 Concorrência Monopolística (ou Concorrência Imperfeita)
A concorrência monopolística é o oposto da Concorrência Perfeita, por isso, é também
chamada de Concorrência Imperfeita. Isto se deve ao fato de existir numerosas empresas
no mercado, mas que oferecem serviços, ou produtos, não homogêneos, ou seja, não
totalmente substituíveis. Deste modo, essas empresas detêm, de alguma forma, o poder
de influir diretamente no valor de seus produtos ou serviços.
As características principais características que definem o sistema de concorrência
monopolística são:
 Muitas empresas produzindo determinado bem ou serviço;
 Cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos próximos;
 Cada empresa tem certo poder sobre preços, considerando que, por ser diferenciado, influirá
diretamente na preferência do consumidor, que dispõe de produto diferente caso opte por
produto oferecido pela empresa concorrente.
Trata-se de um sistema mais realista, pois reflete o devido livre poder de escolha do
consumidor pelo produto de sua preferência e permiti à empresa potencializar seus
lucros. Este sistema se parece muito com o sistema monopolista, mas, neste caso, não
existe apenas uma empresa produzindo ou oferecendo determinado serviço, ou produto.
Conclusão
Após estudarmos cada uma das estruturas de mercado dentro do sistema da microeconomia,
pudemos conhecer a atuação da empresa no mercado econômico, e como as empresas, através
destas estruturas influenciam na relação com os consumidores. Por outro lado, entendemos
também como as famílias são atingidas devido a formação de preços baseado nestas condições
que as estruturas definem.
Vimos que nesta relação empresa/consumidor, quando a balança é favorável para um, a grosso
modo, é desfavorável para o outro, ou seja, se uma empresa atinge elevados lucros se for um
mercado monopolista, em consequência, o consumidor arcará com preços exorbitantes, muito
além do que deveria ser. Em contrapartida, se o mercado oferecer maiores benefícios ao
consumidor, oferecendo, à este, preços extremamente baixo, significa que as empresas sofreriam
com baixíssimas margens de lucro. Então fica claro para entendermos que, para equilibrar esta
balança, seria sensato existir um mercado onde ambos se beneficiem, mas isso é,
definitivamente, impossível.
Concluímos então que, um mercado com uma estrutura de concorrência perfeita, se trata de uma
visão utópica, visto que, cada lado desta contenda buscará sempre as vantagens que melhor lhe
favoreça, impedindo que se equilibre para o outro lado as vantagens. Por fim, não devemos,
jamais, deixar buscar tornar o mercado o mais próximo possível do ideal, pois, apenas desta
forma é que será possível tornar uma economia forte e crescente.

A citação é a menção no trabalho de uma informação retirada de alguma


outra fonte, visando maiores esclarecimentos do assunto tratado ou para
reforço da ideia do autor. Pode ser direta, indireta, mista ou citação de
citação.
A citação é uma parte obrigatória de qualquer trabalho acadêmico. E
sua importância é na justificativa do argumento elaborado, de maneira a
utilizar um arcabouço teórico levantado sobre o tema. Um trabalho com boas
e corretas citações é de extrema relevância.

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