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Microeconomia

A microeconomia diz respeito a todos os fenômenos que ocorrem na escala dos agentes
econômicos: os indivíduos, as famílias, os empreendimentos produtivos (dos quais estes
participam)... E se há interesse em compreender os agentes econômicos, deve-se dar atenção
também aos ambientes de comercialização por eles frequentados

 Demanda
o Demanda é o ato de procurar um produto no mercado. Todos os produtos têm
diversas variáveis que o consumidor leva em consideração na hora de
demandá-lo, contudo, por questões de restrição orçamentária, o preço é a
única variável em comum para qualquer produto demandado.
o Demanda de arroz se dá em função do preço, qualidade, marca, tipo, entre
outros;
o Demanda de cerveja se dá em função do preço, marca temperatura, local,
entre outros;
o Podemos definir a demanda como uma função do preço, coeteris paribus.
Partindo do pressuposto que a renda do consumidor é rígida, deduz-se que a
curva de demanda é negativamente inclinada
o Relação inversa entre preço e quantidade demandada.
o A condição coeteris paribus é importante, pois ela significa que as outras
variáveis que interferem na demanda são tomadas como constantes.
 Oferta
o A oferta é o ato de pôr o produto a venda. A oferta não pode ser confundida
com a produção e nem a venda. Obviamente é ofertado o que foi produzido
com o intuito de vender, contudo, o simples fato de produzir não indica
diretamente que o produto será ofertado. Na análise da oferta ainda a que se
supor que os preços são dados no mercado, isto é, que a empresa trabalha
com concorrência perfeita.
o Obviamente, muitos fatores interferem para que determinada empresa oferte
um produto e não outro. Entretanto, a variável perene em todos os produtos
ofertados é o preço. Ou seja, a oferta se dá em função do preço, coeteris
paribus as outras variáveis.

o Se o preço da soja cai, os produtores não vão querer plantar a soja, portanto a
quantidade de soja também vai diminuir. A tendência é que os produtores de
qualquer bem busquem produzir o que tem um maior no preço no mercado.
Em sendo assim a curva de oferta é positivamente inclinada.

 Mercado e equilíbrio
o Mercado é o lócus de interação entre agentes que ofertam e demandam. Ou
seja, sendo uma interação entre agentes, não é algo automático, autônomo,
apartado de determinada realidade histórica e sim uma construção social.
o As visões mais conversadoras de mercado são as mais hegemônicas, visões
essas que insistem na redução da concepção de mercado como um
mecanismo que ajusta o consumo, a produção, fixa os preços e as quantidades
e os recursos de uma economia, a partir do confronto de interesses entre
compradores e vendedores de bens e serviços e, visto desta forma, a idéia de
equilíbrio impera.
 Elasticidades
o A elasticidade é um cálculo que mede o grau de sensibilidade entre duas
variáveis. Destacamos aqui três principais elasticidades:
o Elasticidade Preço da Demanda (EPD)
 Mede a variação percentual na quantidade demandada a partir de
uma variação percentual no preço do produto. Com a expressão
algébrica abaixo, pode-se verificar como uma variação do preço de um
determinado bem interfere na quantidade demandada desse mesmo
bem.


o Elasticidade-Renda da Demanda (Er)
 Mede a variação percentual da quantidade demandada a partir de
uma variação percentual na renda do consumidor. Por meio dela é
possível verificar o grau de importância de determinado bem no
consumo de um indivíduo ou família.


o Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda (Ex, y)
 Mede a variação percentual da quantidade demandada de um bem x a
partir de uma variação percentual no preço de um bem y. Ou seja, ela
tem o intuito de verificar como oscilações de preços em um mercado
afetam a demanda de bens em outro mercado.


 Estruturas de Mercado x Práticas de Mercado

o Estruturas de Mercado
 Essa estrutura descreve o funcionamento equilibrado ou ideal do
mercado, em que os participantes não têm autonomia em relação ao
preço, pois este é determinado de forma inteiramente impessoal, por
meio da interação entre as forças de oferta e demanda, restando a
cada um se adaptar diante do preço determinado pelo conjunto do
mercado.
o Concorrência Perfeita
 Atomização do mercado: existência de muitos compradores e
vendedores atuando isoladamente, que se comparado ao tamanho do
mercado, nenhum deles conseguem influenciar no preço. Assim, os
preços dos produtos são fixados uniformemente no mercado;
 Produtos homogêneos: isto é, são substitutos perfeitos entre si; dessa
forma não pode haver preços diferentes no mercado.
 Informações simétricas: transparência de mercado, ou seja, existe
completa informação e conhecimento sobre o preço do produto.
 Livre mobilidade de capital e trabalho: a entrada e saída de firmas e
trabalhadores no mercado são totalmente livres, não havendo
barreiras legais e econômicas. Isso permite que agentes menos
eficientes saiam do mercado e que nele ingressem outros mais
eficientes.
 Lucratividade normal: consiste em lucros que apenas remunerem
fatores de produção, isto é, inexistem lucros extraordinários.

o CARTEL - Acordo ilegal e informal entre empresas visando lucros


extraordinários. Os objetivos mais comuns dos cartéis são:
 Controle do nível de produção e das condições de venda;
 Fixação e controle de preços;
 Fixação de margens de lucros e divisão de territórios de operação.
 É evidente que os cartéis eliminam a concorrência e podem lesar por
meio de preços construídos artificialmente.
o Práticas de Mercado
 DUMPING - Prática comercial que consiste em vender produtos a
preços inferiores aos custos de produção, com a finalidade de eliminar
concorrentes e ganhar maiores fatias de mercado.
 TRUSTE - Tipo de estrutura empresarial na qual várias empresas, já
detendo a maior parte de um mercado, se combinam por meio de
fusões e aquisições para assegurar esse controle, estabelecendo
preços elevados que lhes garantam elevadas margens de lucro (lucros
extraordinários).
o Monopólio
 Situação em que um setor do mercado com múltiplos compradores é
controlado por um único vendedor de mercadoria ou serviço, sendo
assim não existe concorrência na oferta. Dentre as razões para a
existência de um monopólio podemos citar as barreiras estratégicas e
estruturais.
 As barreiras estruturais decorrem de características tecnológicas,
econômicas ou legais dos mercados. Temos como exemplos as ditas
Economias de escala (monopólios naturais); Economias de
aprendizagem; Economias de relacionamento/confiança;
Diferenciação; Patentes; Concessões; Tarifas e quotas aplicadas ao
comércio internacional.
 As barreiras estratégicas são devidas à ação deliberada dos
monopolistas, que procuram evitar a entrada de concorrentes e
manter a sua posição dominante. Os exemplos são a prática de Preços-
limites; Excesso de diferenciação; Controle de inputs e outlets, etc.
o Concorrência monopolista
 É uma estrutura de mercado na qual são produzidos bens
diferenciados uns dos outros, entretanto, com substitutos próximos e
passíveis de concorrência. Nesta estrutura, podem participar muitas
empresas, de diferentes portes empresariais, sempre oferecendo
produtos que podem ser diferenciados entre si (ainda que compondo
um mesmo segmento de bens).
 Em síntese, uma estrutura de concorrência monopolista é observada
quando:
 i) existem muitos compradores e vendedores;
 ii) os consumidores têm as suas preferências definidas e os
vendedores tentam diferenciar seus produtos (preços baixos,
elevado padrão de qualidade, etc.);
 iii) não há barreiras para entrada de novas firmas;
 iv) cada empresa tem certa autonomia para fixar seu preço,
 v) quando, dentro dessa estrutura de mercado, uma empresa
lança algo exclusivamente novo, que apenas ela detém isso
pode configurar um monopólio (temporário) dentro de um
mercado com ampla concorrência.
o Oligopólio
 Mercado no qual a oferta de um produto ou serviço é controlada por
um pequeno grupo de vendedores, ou seja, pequeno número de
ofertantes. A noção fundamental subjacente ao oligopólio é a da
interdependência econômica, ou seja, as decisões sobre o preço e a
produção de equilíbrio são interdependentes, porque a decisão de um
vendedor influi no comportamento econômico dos outros
vendedores.
 Por ser uma estrutura bastante observável no mundo real,
notadamente pelas constantes fusões e aquisições presentes nesses
mercados, é importante analisar as formas mais usuais de competição
presentes no oligopólio. São elas:
 1. Demanda quebrada: Os oligopolistas supõem que a curva de
demanda seja quebrada e se um empresário aumentar o preço, os
outros não o seguiram, pois, a demanda é elástica. Por outro lado, se
um empresário baixar os preços, os outros também abaixarão talvez
mais do que ele, gerando uma “guerra de preços” em um ramo
inelástico da demanda de mercado. Têm-se como exemplos as
empresas aéreas e as empresas de cigarros.
 2. Liderança de Preços: É uma coalizão imperfeita, na qual as
empresas de um setor oligopolista decidem tacitamente estabelecer o
mesmo preço, aceitando a liderança de uma empresa da indústria. A
firma líder fixa o preço e é seguido pelas demais. O melhor exemplo
para o caso brasileiro é a indústria de cimento.
 3. Cartel Perfeito: É uma associação formal ou informal de produtores
que transferem para uma organização central todas as decisões
referentes a preços visando aumentar o seu lucro, tal qual no
monopólio. Nesse caso, os oligopolistas reconhecem a
interdependência que têm, procurando se unir para maximizar o lucro
do cartel. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é
um exemplo dessa estratégia.
 4. Teoria da Organização Industrial moderna: Essa estratégia consiste
em maximizar o crescimento da firma, mantendo uma margem fixa
sobre os custos. A estratégia de crescimento da firma é a inovação.
Quanto maior a diversificação do produto (inovação) maior o
crescimento equilibrado da firma.
 5. O processo de destruição criativa: Segundo o economista Joseph
Schumpeter, no oligopólio, a forma de concorrência mais intensa não
se dá pela guerra de preços como já se antecipou, mas sim pela
inovação. As inovações podem ser tanto de processos, quando se
melhora o modo de se fazer o produto, quanto de produto, quando se
melhora o produto propriamente dito.
 A concorrência é influenciada pelas inovações nos processos ou nos
produtos, que podem ser:
 Inovação radical: consiste em destruir o produto anterior e sua cadeia
produtiva de modo rápido e irreversível, a partir do surgimento de um
novo produto e consequentemente uma nova cadeia produtiva.
Exemplo: das antigas máquinas de escrever ao computador pessoal;
 Inovação incremental: quando um produto ou processo é
constantemente modificado e se torna melhor do que era. Isso vai
destruir o produto velho em um hiato de tempo mais longo.
Exemplo: dos primeiros televisores a válvula à atual TV de LCD;
 Inovação adaptativa: inovação para a empresa e não para o mercado.
A empresa em questão se equipara às outras que já evoluíram. De
modo simplificado seria um “Control C – Control V” empresarial.

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