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Módulo 3-

Mercados de bens
e serviços e de
fatores produtivos
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Mercado – Local em sentido físico ou abstrato, onde


a procura e a oferta de um bem sã o confrontadas,
dando, origem à formaçã o do preço de mercado
desse bem.

Preço – Quantidade de moeda necessá ria para se


obter um determinado bem ou serviço.
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Tipos de mercado:

 Concorrência perfeita
 Concorrência imperfeita
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O mercado de concorrência perfeita ou


bilateral pressupõ e:
Liberdade de entrada no mercado -
qualquer empresa que decida produzir um
bem, poderá fazêlo sem que as empresas já
produtoras desse bem se possam opor
(princípio da concorrência).
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Assim, verificar-se-á :
- livre concorrê ncia entre os produtores, pois nenhuma
empresa se encontra em situaçã o de impor quaisquer
condiçõ es;
- livre concorrê ncia do lado dos consumidores, pelo que
nenhum tem influê ncia sobre o preço do produto de
qualquer das muitas unidades de produçã o;
- o preço dos bens depende do livre jogo da oferta e da
procura, no mercado;
- inexistê ncia de qualquer interferê ncia estranha no
mercado, como seja, por exemplo, a intervençã o do
Estado, limitando ou fixando preços, subsidiando
produtos, fixando salá rios ou estabelecendo margens
má ximas de lucro, etc.
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Carateristicas dos mercados de


concorrência perfeita

Atomismo - existência de muitos


produtores a oferecer o produto e de muitos
consumidores a procurá -lo, nã o se
verificando, deste modo, a possibilidade de
um só agente econó mico (do lado da oferta
ou do lado da procura) provocar alteraçõ es
significativas no mercado.
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Homogeneidade - significa que os bens


produzidos apresentam caraterísticas
semelhantes, pelo que serã o perfeitamente
substi­tuíveis. Só assim poderá haver
concorrência entre as empresas.
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Livre acesso ao mercado – nã o existem


barreiras à entrada no mercado.
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Mobilidade dos factores de produção - o


mecanismo de mer­cado pressupõ e a fá cil
reconversã o e deslocalizaçã o dos fatores
produtivos, capital e força de trabalho, para
os setores que mais oportunidades
lucrativas ofereçam aos produtores.
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Transparência do mercado - os
produtores deverã o poder conhe­cer os
ramos e setores da atividade econó mica
mais lucrativos para poderem mobilizar os
fatores de produçã o para essas ativi­dades.
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Habitualmente, distinguem-se os mercados


entre si em funçã o do nú mero de
intervenientes e da respetiva capacidade de
influência no mercado.
Deste modo, no mercado podem confrontar-
se muitos, poucos ou apenas um produtor e,
por outro lado, os produtos provenientes das
diversas unidades de produçã o podem ser
semelhantes ou diferenciados.
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No mercado de concorrência perfeita os


produtores nã o têm possibilidade de
influenciar o preço dos bens, em virtude de
todos produzirem bens semelhantes. É um
mercado que se caracteriza, portanto, pela
atomicidade, isto é, um mercado dividido
em muitas unidades de produçã o
pequenas que produzem o mesmo bem.
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Para alé m da situaçã o de concorrê ncia


perfeita existem outras si­tuaçõ es de
mercado, de concorrência imperfeita, que
caracterizam a generalidade das
economias.
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Consoante o nú mero de unidades e a sua


capacidade para influen­ciar o mercado e o
comportamento dos consumidores, os
mercados de concorrência imperfeita
podem ser:
 de concorrê ncia monopolística, que se
caraterizam pela exis­tência de muitas
unidades de produçã o pequenas mas que,
ao invés do que acontece com a
concorrê ncia perfeita, produzem bens
nã o homogéneos.
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Assim, estamos em presença de situa­çõ es


de concorrência monopolística, sempre
que existe al­guma diferenciaçã o do
produto, dando a cada produtor um certo
poder para fixar o preço do seu bem.
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 mercados de monopó lio, que se


caraterizam pela existê ncia de apenas uma
grande unidade de produçã o. Neste caso, o
pro­dutor detém o domínio total do
mercado podendo, de certo modo, impor o
preço que desejar.
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 mercados de oligopó lio, que se caracterizam


pela existência de vá rias unidades de grande
dimensã o a produzir o mesmo pro­duto.
Neste caso, o preço é o resultado do acordo
que se esta­belece entre as grandes
produtoras que dividem entre si clientes e
regiõ es.
De certo modo, as empresas oligopolistas
vivem uma situaçã o pró xima da de
monopó lio.
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de concorrência
perfeita

Mercados
de concorrência monopolística
de concorrência de monopó lio
imperfeita de oligopó lio
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O mecanismo de mercado
A Procura e a lei da procura
Os consumidores procuram, no mercado,
os bens e serviços de que necessitam.
A quantidade procurada depende da
quantidade de moeda que os
consumidores estã o dispostos a entregar
para obter uma determinada quantidade
de bens e serviços.
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A procura define-se como o conjunto de bens e


serviços que os consumidores estã o dispostos a
comprar aos diferentes preços.
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A quantidade procurada de um bem


aumenta quando o preço desse bem baixa
ou desce quando o preço do bem aumenta.
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Procura individual Vs Procura agregada

A procura individual corresponde à quantidade de


um bem que cada individuo deseja consumir para
certo preço.
A procura agregada representa o somató rio de
todas as procuras individuais.
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Lei da Procura

A Lei da procura, afirma que a quantidade


procurada de um bem varia na razã o inversa do
respetivo preço.
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Lei da procura – o
preço e a quantidade
procurada variam em
sentidos opostos (tudo
o resto constante).
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A procura individual
é normalmente
representada por
uma reta de
inclinaçã o negativa.
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No exemplo, vemos
variaçõ es na
quantidade
procurada quando o
preço varia .
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Da observaçã o do grá fico conclui-se que quando o


preço aumenta, a quantidade procurada diminui.
Assim a procura de um bem ou serviço depende
essencialmente, dos respetivos preços.
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Outros fatores que determinam a quantidade


procurada:
 Variaçã o no rendimento dos consumidores;
 Variaçã o nos gostos dos consumidores;
 Variaçã o nos preços dos bens
complementares ou dos bens sucedâ neos;
 Sazonalidade;
 Publicidade;
 Aumento da populaçã o.
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A oferta e a lei da oferta

A oferta descreve o comportamento dos produtores,


estabelecendo a relaçã o existente entre os custos de
produçã o e o preço de venda dos bens e serviços.
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O produtor estará na disposiçã o de colocar bens e


serviços no mercado, desde que o respetivo preço
de venda seja superior ao custo de prouçã o.

As decisõ es dos produtores sã o condicionadas


pela possibilidade de lucro, isto é, o aferta
depende da relaçã o preço-custo.
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Oferta – conjunto de bens e serviços que os


produtores estã o dispostos a vender, no
mrcado, para cada preço.
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A oferta agregada representa o


comportamento global, no mercado, dos
produtores de determinado bem, tendo em
conta a quantidade e o custo dos fatores
produtivos, os recursos e a tecnologia
diponiveis.
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Lei da oferta – a quantidade oferecida de


um bem varia na razã o direta do respetivo
preço.
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Sempre que o preço de


um bem aumenta
(diminui) a respetiva
quantidade oferecida
deverá aumentar
(diminuir).
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Para além do preço de venda, sã o ainda fatores


condicionantes da oferta:
 As variaçõ es da procura;
 Alteraçã o dos custos dos fatores de produçã o, como
as alteraçõ es dos preços das materias primas e
variaçõ es salariais;
 As mudanças tecnoló gica;
 A alteraçã o dos preços dos bens complementares e
dos bens sucedâ neos;
 As condiçõ es climaté ricas para os produtos agricolas;
 As previsõ es do produtor relativamente à relaçã o
preço-custo.
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Preço de equilíbrio e quantidade de


equilíbrio

Em cada momento, a quantidade que os


consumidores estã o dispostos a comprar
depende, em principio, do preço pelo qual ele
pode ser adquirido.
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Assim:
 Quanto maior for o preço de um produto,
menor será a quantidade procurada;
 Quanto mais baixo for o preço de um
produto, maior será a quantidade
procurada.
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Naturalmente, a quantidade de vestuá rio acrílico


que cada produtor está disposto a oferecer
dependerá também do preço a que o poderá
vender no mercado, verificando-se que:
 Quanto mais baixo for o preço de um produto,
menor será a quantidade oferecida desse
produto no mercado;
 Quanto maior for o preço do produto, maior
será a respetiva quantidade oferecida pelos
produtores.
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Função procura

qpr = f (p) em que:

qpr - quantidade procurada


 P – preço
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Função oferta

qo = f (p) em que:

qo - quantidade oferecida


 p – preço de venda do bem
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Exemplo:

Considerando o Mercado de vestuá rio acrílico e


sabendo que:

qpr = 600 – 20p


qo = 300 + 30p

Representar graficamente a curva da procura e a


curva da oferta.
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Resolução:
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Para o preço de 6 €, ponto de encontro das


duas curvas, ponto de equilíbrio, as
quantidades procurada e oferecida sã o
iguais a 480 unidades.

Assim, conclui-se que o preço de 6 € torna


compatíveis as vontades expressas pelos
consumidores (procura) e pelos
produtores (oferta).
6 € e o preço de equilíbrio de mercado do
vestuá rio acrílico.
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Deslocações da curva da oferta

Exemplo:
A curva da oferta, inicialmente na
posição S1, sofre uma deslocação
para a direita, para a
posição S2.

Na posiçã o S2, a quantidade


oferecida é consistentemente
maior, para todos os possíveis
preços, do que acontecia na
posiçã o inicial S1.
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Causas possíveis para este comportamento:

Diminuição dos custos de produção - os


vendedores colocam maior quantidade dos seus
produtos à venda desde que consigam produzir
os mesmos produtos a um preço mais baixo e
mesmo assim obtenham lucros suficientes para
a sua atividade.
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 A diminuiçã o dos custos de produçã o pode ter


diversas origens, entre as quais a baixa dos preços
das matérias-primas, descida do preço da mã o de
obra, progressos tecnoló gicos ou melhores
funcionalidades organizativas que permitam
produzir mais e com os mesmos custos.
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 Melhores condiçõ es climatéricas - que se


refletem em melhores níveis de produçã o,
mantendo-se o mesmo padrã o de custos.
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Situaçã o 2

Deslocaçã o da curva da
oferta para a esquerda
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Existem causas possíveis para este


comportamento que passam por:
 Aumento dos custos de produçã o - que origina
consistentemente, para todos os preços, uma
menor quantidade oferecida do bem.
 Condiçõ es climatéricas desfavoráveis – que se
refletem no agravamento dos níveis de
produçã o, elevando o padrã o de custos.
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Mercado de trabalho

Mercado de trabalho- sã o todos os


compradores e vendedores que procuram
e oferecem, respetivamente, trabalho.
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Segmentação do mercado de trabalho

O mercado de trabalho pode ser


segmentado em vá rias categorias, sendo as
mais comuns as seguintes:
 Quanto aos setores de produçã o
 Emprego no setor privado
 Emprego na Administraçã o Pú blica
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 Quanto àforma de propriedade


 Trabalhadores por conta de outrem
 Trabalhadores por conta pró pria

 Quanto ao género
 Trabalhadores do sexo masculino
 Trabalhadores do sexo feminino
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Componentes do mercado de trabalho

O mercado de trabalho relaciona a procura


de trabalho (os que procuram emprego) e
a oferta de trabalho (aqueles que oferecem
emprego), onde o preço do bem a
transacionar é o trabalho.
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O impacto da tecnologia e do preço do produto


sobre a procura de trabaho

O desenvolvimento tecnoló gico acarreta, para


alé m das vantagens inerentes ao processo
produtivo, algumas desvantagens. Uma delas é a
poluiçã o. Outra é o uso intensivo das má quinas
em qualquer setor econó mico.
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O desemprego provocado pela substituiçã o do


trabalho do ser humano pelo trabalho das
má quinas denomina-se desemprego estrutural.
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Salá rio de equilíbrio

Salá rio resultante do ajustamento entre o


mercado de oferta de salá rio e o mercado da
procura de salá rio, onde a oferta e a procura
confluem no mesmo ponto (equilíbrio).
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O desemprego como um desequilíbrio do


mercado

O desemprego surge como fenó meno social e


econó mico, em consequência do desequilíbrio
entre a procura e a oferta de mã o de obra.
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Tipos de desemprego
Desemprego tecnológico – é um desemprego
resultante das mutaçõ es tecnoló gicas e das
reestruturaçõ es dos processos produtivos

Desemprego oculto – pode resultar de duas


situaçõ es: pelo trabalho precá rio ( engloba as
pessoas que possuem um ocupaçã o temporá ria,
mas que estã o procurando emprego) e pelo
desalento (inclui quem ficou sem trabalho e,
depois de procurar emprego durante muito
tempo, acabou por desistir da procura)
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Desemprego repetitivo – desemprego que deriva


das mudanças constantes de emprego por parte da
mã o de obra com baixo nível de qualificaçã o
profissional.

Desemprego voluntário – desemprego que resulta


da recusa por parte do trabalhador em aceitar um
emprego, em consequê ncia de vá rios fatores como:
baixa remuneraçã o, má s condiçõ es de trabalho, …
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Desemprego de exclusão – deriva de um


desequilíbrio no mercado de trabalho onde a
procura de mã o de obra por parte dos
empregadores é menor face à procura de trabalho
por parte dos trabalhadores.

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