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2º Ano – ECO / CTB /GE

MICROECONOMIA

Prof. Elvira Villalla


elviravillalba32@gmail.com
Estes diapositivos não constituem manual da disciplina de
INTRODUÇÃO À ECONOMIA, não dispensam a frequência
às aulas nem a consulta das referências bibliograficas
recomendadas).
- Conceito de Microeconomia
- Evolução histórica da teoria microeconómica
- A Teoria da Procura e da Oferta
- Equilibrio de mercado
- Elasticidade e sua aplicação
- Estruturas de mercado
Conceito de Microeconomia

A microeconomía é a parte da economia que estuda o comportamento de


entidades individuais como mercados, empresas e familias. Trata da
determinação dos preços e das quantidades, bem como das condições pelas
quais se atinge o equilíbrio nos mercados e das relações entre mercados. A
Microeconomia toma como seu campo de análise os problemas económicos de
agentes individuais quanto às decisões que tomam.
Evolução histórica da teoria microeconómica

Em 1776, em uma passagem famosa de seu livro A Riqueza das Nações, o pioneiro economista
escocês Adam Smith escreveu sobre como os indivíduos, buscando seu interesse próprio, muitas
vezes acabam servindo aos interesses da sociedade no seu conjunto. De um homem de negócios
cuja busca de lucro torna a nação mais rica, Smith escreveu: “Ele procura apenas o seu próprio
ganho e, nisso, como em muitos outros casos, é levado por uma mão invisível a promover um fim
que não estava entre as suas intenções.” Desde então, os economistas usam o termo mão invisível
para se referir à maneira pela qual uma economia de mercado consegue domar o poder do interesse
próprio em favor do bem da sociedade. Até hoje o autor é citado tanto por políticos como por
economistas.

Adam Smith: indivíduos perseguindo seu interesse próprio frequentemente promovem o


interesse da sociedade como um todo.
A Teoria da Procura e da Oferta
Curva da procura e Função procura
Procura - quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período
de tempo.
Determinantes da quantidade procurada
- Preço do bem - Pi;
- Preço dos outros bens - Pj;
- Rendimento do consumidor - Y;
- Gostos e Preferências do consumidor - G;
- Informação - I;
- Expectativas – E.
Para estudar a influência isolada de cada uma dessas variáveis utiliza-se a hipótese do ceteris paribus
(tudo o mais permanece constante), ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afectando
separadamente as decisões do consumidor.
A Curva da procura diz respeito à variação da quantidade comprada do bem em função da variação
do preço do próprio bem, admitindo que - tudo o resto se mantém constante (ceteris paribus).
P

Lei geral da procura


Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem, ceteris
paribus.
↓P - ↑Qd ↑P - ↓Qd
Todos os factores que determinam a procura, em conjunto com o preço do bem, constituem a

Função procura do bem i : QDi = ( Pi; Y; G; I; E; Pj )


f

Do ponto de vista analítico a curva da procura é representada por Q = a - bP


Onde “a” e “b” são parâmetros positivos cujo valor varia de acordo com as características
específicas de cada curva da procura.

O sinal menos no parâmetro “b” significa que a curva da procura é negativamente inclinada, ou
seja, face a um aumento do preço de determinado bem, a quantidade consumida desse bem
diminui. Quanto mais baixo for o preço de um bem maior será a quantidade comprada desse
bem, ceteris paribus.
Causas da inclinação negativa da curva da procura
Existem dois efeitos que justificam a relação inversa das duas variáveis e, consequentemente a
inclinação negativa da curva da procura (LEI DA PROCURA DECRESCENTE).

Exemplo: Se o preço da caixa de fósforos aumenta, a queda na quantidade procurada será provocada
por esses dois efeitos somados:

- Efeito substituição: Se o preço da caixa de fósforos subir demasiadamente, os consumidores


passarão a procura isqueiros, reduzindo assim sua procura por fósforo;

- Efeito rendimento: Se aumenta o preço do fósforo, tudo o mais constante (rendimento do


consumidor e preço de outros bens estando constantes), o consumidor perde poder aquisitivo, e
a procura por esse produto diminui, embora seu salário monetário não tenha sofrido nenhuma
alteração.
Deslocamentos da curva e movimentos ao longo da curva da procura

Enquanto que as alterações do preço do bem causam movimentos ao longo da curva da procura, as
alterações dos outros factores que constituem a função procura, tais como o rendimento, os gostos, a
informação disponível, as expectativas e o preço de outros bens, provocam deslocamentos da curva da
procura.

Movimento ao longo da curva


↓P - ↑Qd

↑P - ↓Qd

D
Antes do aumento do rendimento (D0) Após o aumento do rendimento (D1)

Ao preço P0, o consumidor pode comprar Q0. Ao mesmo preço P0, o consumidor pode comprar Q2.

Ao preço P1, o consumidor pode comprar Q1. Ao mesmo preço P1, o consumidor pode comprar Q3.

Deslocamento da curva
Curva da oferta e Função oferta
Oferta - as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período
de tempo.
A curva da oferta indica a quantidade de um bem que os produtores desejam oferecer num
determinado mercado para cada um dos níveis de preços, mantendo-se tudo o resto constante.

S
Determinantes da quantidade oferecida
- Preço do bem;
- Preço dos outros bens;
- Preço (custo) dos factores de produção;
- Mudanças na tecnologia;
- Mudanças climáticas.

Para estudar a influência isolada de cada uma dessas variáveis utiliza-se a hipótese do ceteris
paribus (tudo o mais permanece constante), ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis
afectando separadamente as decisões dos produtores.
A função oferta indica a quantidade de um bem que os produtores desejam oferecer num
determinado mercado para cada um dos níveis de preços, mantendo-se tudo o resto constante. Em
termos analíticos a função oferta é dada pela expressão: Qsi = f (Pi; wj; θ)

Qsi - quantidade oferecida do bem i


Q = a + bP
Pi - preço do bem i
Wj – Preço do factor de produção
θ – outros determinantes da oferta

Lei geral da oferta


Há uma relação diretamente proporcional entre a quantidade ofertada e o preço do bem,
ceteris paribus.
↓P - ↓Qs ↑ P - ↑Q s
Movimento ao longo da curva

Deslocamento da curva
 Alterações do preço provocam um movimento ao longo da curva
da oferta.

 As deslocações da curva da oferta dependem de vários factores


tais como, a tecnologia, os preços dos factores de produção, o
número de fornecedores, as expectativas e condições
meteorológicas.
Equilíbrio de mercado
Mercado - é um lugar físico, uma instituição ou qualquer outro meio (uma conversa telefónica ou uma
página na net, por exemplo) onde se realizam os intercâmbios entre os agentes económicos que
produziram um bem e o oferecem aos agentes económicos que desejam esse bem e o procuram.

O equilíbrio corresponde à situação em que todos os agentes económicos escolhem a melhor acção
possível de acordo com os seus próprios interesses e em que o comportamento de cada pessoa é
coerente com todas as outras.
Existe um único preço que faz com que isto aconteça - preço de equilíbrio.
A quantidade procurada e oferecida a esse preço são iguais - quantidade de equilíbrio.

O mercado está em equilíbrio quando as quantidades oferecidas e procuradas são iguais. Qd = Qs


Representação gráfica do equilibrio de mercado

Equilíbrio de Mercado (ponto E):


ponto de intersecção das curvas de
procura e oferta no qual se
E Qd = Q s
encontram o preço e a quantidade
de equilíbrio, ou seja, o preço e a Procura
quantidade que atendem às
aspirações dos consumidores e
produtores simultaneamente.

Q
Excesso e escassez de Procura e de Oferta

Se a quantidade procurada for maior do que a de equilíbrio, teremos uma escassez da


mercadoria. Ocorrerá uma competição entre consumidores, dado que as quantidades
procuradas serão maiores do que as oferecidas. Nessa situação, muitos consumidores
estarão dispostos a pagar um preço mais elevado pelo produto e os preços de facto se
elevarão. Com o aumento do preço, a quantidade procurada diminuirá, pois alguns
consumidores desistirão de adquirir o produto. Por outro lado, em resposta ao aumento dos
preços, os produtores elevam a produção, aumentando a quantidade oferecida. Portanto, a
tendência é a diferença entre as quantidades procuradas e oferecidas irem se reduzindo
cada vez mais a cada elevação do preço do produto, chegando finalmente ao ponto de
equilíbrio.
Excesso e escassez de Procura e de Oferta

Se a quantidade oferecida for maior do que a de equilíbrio, teremos um excesso de


produção da mercadoria. Esse acúmulo de estoque de mercadorias provocará um
aumento na concorrência entre os produtores que reduzirão o preço buscando eliminar o
estoque. Com a redução do preço, a quantidade procurada aumentará e a quantidade
oferecida diminuirá. Assim sendo, a tendência é a diferença entre as quantidades
procuradas e oferecidas irem se reduzindo cada vez mais a cada redução do preço da
mercadoria, chegando finalmente ao ponto de equilíbrio.
Exemplo nº 1:

Observa a seguinte informação que consta na tabela e represente graficamente as distintas


situações de mercado.

Preço (P) Quantidade Quantidade Situação de mercado


Procurada (Qd) Oferecida (Qs)
1,00 11.000 1.000 Excesso de procura (escassez de oferta)
3,00 9.000 3.000 Excesso de procura (escassez de oferta)
6,00 6.000 6.000 Equilibrio entre oferta e procura
8,00 4.000 8.000 Excesso de oferta (escassez de procura)
10,00 2.000 10.000 Excesso de oferta (escassez de procura)
Exemplo nº 2:

Considere o seguinte modelo de mercado:


Q = 4P - 20

Q = 140 - 4P

As quantidades do bem de consumo estão expressas em unidades diárias.


a) Calcule a quantidade e o preço de equilíbrio nesse mercado. (3v)
b) Suponha uma alteração do preço para 25 kz, haverá excedente ou escassez? Determine
sua quantia. (2v)
Exercícios da ficha práctica nº 2
Elasticidade e sua aplicação
A procura e a oferta de um bem variam de acordo com determinadas alterações, como o preço do bem, o
rendimento dos consumidores, o preço de outros bens, o custo dos factores de produção…
Mas qual será o grau de resposta da quantidade procurada e oferecida dessas variações?
Para analisar a sensibilidade das quantidades procuradas relativamente ás variações das suas
determinantes, usa-se a elasticidade.
Um elemento muito importante para caracterizar a procura de um bem é saber qual o impacto que uma
alteração do preço tem sobre a quantidade procurada. Ou seja, saber qual a influência de uma variação
unitária do preço sobre as quantidades procuradas.
Do ponto de vista da empresa, o conhecimento desta sensibilidade da procura às variações do preço é
decisivo para avaliar até que ponto é que é possível subir o preço, ou até que ponto vale a pena
descê-lo.
O conceito de elasticidade é muito importante pois, muitas vezes, permite explicar o sucesso ou fracasso
de determinadas medidas de política económica.
Elasticidade preço da procura - uma medida da sensibilidade da quantidade procurada de um bem às
variações do seu preço, supondo que se mantêm constantes as restantes variáveis que influenciam as
decisões de consumo do indivíduo consumidor.

Qualquer elasticidade é um rácio.


Algebricamente, a elasticidade preço da procura no ponto (Ep d) é igual ao rácio entre a variação
proporcional na quantidade procurada do bem e a variação proporcional do preço do próprio bem.

Variação percentual Qd
Epd = Esta elasticidade dá o impacto na quantidade procurada do
Varição percentual P
bem provocado por uma variação do preço do próprio bem.

Cálculo da Elasticidade no arco ou no ponto Epd = - (ΔQ/ΔP)(P/Q)


Classificação da elasticidade preço da procura

| Epd |<1 Neste caso a procura é RÍGIDA ou INELÁSTICA: uma variação do preço em 1% provoca
uma variação da quantidade procurada inferior a 1%, ou seja, a quantidade procurada varia em
menor proporção da variação do preço do próprio bem.

| Epd | = 1 Neste caso a elasticidade da procura é UNITÁRIA: uma variação do preço em 1% provoca
uma variação da quantidade procurada em 1%, ou seja, a quantidade procurada varia na mesma
proporção da variação do preço do próprio bem.

| Epd | > 1 Neste caso a procura diz-se ELÁSTICA: uma variação do preço em 1% provoca uma
variação da quantidade superior a 1%, ou seja, a quantidade procurada varia em maior proporção do
que a alteração do preço do próprio bem.
Os bens podem classificar-se de acordo com vários tipos de elasticidade da
procura.

Para bens essenciais, como a alimentação, a procura tende a reagir pouco a


variações no preço pelo que a procura no caso destes bens diz-se rígida.

Para bens de luxo, como viagens em cruzeiros, a procura é muito sensível à


variação nos preços, dizendo – se ser elástica.
Elasticidade preço da oferta - mede a variação percentual ou proporcional da quantidade
oferecida (Qs ) em resposta a variações do preço (P), mantendo-se tudo o resto constante.

EpS =(ΔQ/ΔP)(Pi/Qi)

Nota: enquanto a elasticidade preço da procura tem sinal negativo, a elasticidade da oferta tem
sinal positivo evidenciando uma relação directa entre as quantidades oferecidas e o preço.
Determinantes da elasticidade da procura
 Existência de bens substitutos

 Custo de aquisição do bem

 Grau de necessidade

 Tempo que as pessoas levam a responder a variações - quando confrontados com um aumento de
preços, normalmente, os consumidores têm menos alternativas disponíveis no curto prazo do que no
longo prazo.

Determinantes da elasticidade da oferta


 Limite até onde pode ser expandida a produção do sector de actividade
 Tempo
Exercícios da ficha práctica nº 2
Estruturas de mercado

Estruturas de mercado de bens e serviços

- Concorrência Perfeita - Monopólio


- Concorrência Monopolista - Oligopólio

- As várias estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três


características:

 Número de empresas que compõe o mercado;

 Tipo do produto fabricado (produtos homogêneos/idênticos ou diferenciados);

 Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.


Concorrência pura ou perfeita
 Número muito grande de empresas;

 Produtos homogêneos;
 Não existem barreiras à entrada de novas empresas no mercado;
 Transparência de mercado;
 No longo prazo os lucros extraordinários desaparecem.
Não há um mercado de concorrência perfeita no mundo real, sendo talvez
o mercado Agrícola é o exemplo mais próximo.

Monopólio
 Uma única empresa domina todo o mercado;
 Produto sem substitutos próximos;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Congregado, E. et. al (2002). Microeconomía. Cuestiones y problemas resueltos.
Editorial Prentice Hall.

 Krugman, P. y Wells, R. (2006). Introducción a la Economía: Microeconomía.


Editorial Reverté.

 Pindyck, R. e Rubinfeld, D. (2010). Microeconomía. 7a ed. São Paulo: Pearson.

 Samelson, P. e Nordhaus, W. (2005). Economia. 18ª ed. McGraw-Hill.

 Sousa, A. (1987). Análise Económica. Universidade de Lisboa.

 Sullivan, A. (1998). Microeconomics – Principles and Tools. Prentice Hall.

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