Você está na página 1de 5

1.

Introdução
1.1 Utilidade total e utilidade marginal

A teoria microeconômica tem como objetivo estudar a demanda de


bens e serviços baseada no conceito subjetivo de utilidade, que
representa a satisfação que os consumidores concedem aos bens e
serviços que adquirem no mercado. A teoria do valor-utilidade é uma
contra partida da teoria do valor-trabalho, desenvolvida pelos clássicos
economistas. Essa teoria assume que o valor de um bem está totalmente
relacionado com a sua demanda, ou seja, na safistição que o consumidor
sente ao possuir um bem, já na teoria do valor-trabalho o valor de um
bem é dependente da sua oferta, por meio dos custos da produção e do
trabalho que são embutidos ao bem. No entante, apesar de possuirem
essas pontos que as antagonizam, a teoria do valor-utilidade foi
estabelecida como um complemento à teoria do valor-trabalho, pois em
um determinado momento observou-se que já não era mais possível
antecipar as variações dos preços dos bens se baseando apenas nos custos
da mão de obra, mas também é necessário considerar o lado da demanda.
A teoria da demanda baseia-se na teoria do valor-utilidade e tem como
conceitos fundamentais a utilidade total e a utilidade marginal. Quanto
mais consumimos um bem ou serviço, maior tende a ser sua utilidade
total, porém sua utilidade marginal diminui, já que o consumidor vai
perdendo a capacidade de perceber a utilidade adicional proporcionada
por cada unidade adicional do bem, chegando eventualmente à saturação.

1.2 Demanda de mercado

A demanda ou procura de um bem ou serviço é a quantidade desejada


pelos consumidores em um determinado período de tempo. A escolha do
consumidor é influenciada por diversas variáveis, sendo as principais o
preço do bem, o preço dos serviços, a renda do indivíduo e suas
preferências e hábitos pessoais. Em alguns mercados, outras variáveis
podem ser relevantes, como fatores climáticos, a localização na qual o
consumidor resíde e sua disponibilidade de crédito.
Para analisar o impacto isolado dessas variáveis, utiliza-se a hipótese
do coeteris paribus, que considera cada variável separadamente,
mantendo as outras constantes.
1.2.1. Relação entre a quantidade procurada e o preço do bem: a lei
geral da demanda.

Existe uma relação de proporcionalidade inversa entre a quantidade da


procura de um bem em comparação com o seu preço. Essa relação é
chamada de lei geral da demanda. A curva da procura é um modelo
gráfico que representa bem essa relação, no eixo vertical estão
representados os preços pela letra P e no horizontal as demandas medidas
em quantidades pelo letra Q.

Figura 1: Curva da procura do bem em relação a demanda.


Os economistas assumem que a curva ou medida de demanda revela
as preferências dos consumidores, desde que estejam maximizando sua
utilidade ou taxa satisfação com o consumo deste produto. Dito isto, há
toda uma teoria por trás da curva um valor que inclui os fundamentos
psicológicos do consumidor.
A curva de demanda se inclina de cima para baixo, da esquerda para a
direita. Corretamente, refletindo o fato de que a quantidade demandada
do produto varia indiretamente em relação ao seu preço.
Existe uma função matemática chamada de função demanda, no qual
a quantidade demandada varia em relação ao preço do bem.
Qd=f(P)
No qual:
Qd é a quantidade da procura de um bem ou serviço restrita a um
determinado período de tempo.
P é o preço do serviço ou bem.
Dois fatores causam a inclinação negativa da curva da demanda: o
efeito substituição e o efeito renda. A soma desses dois efeitos faz com
produz a queda da quantidade demandada quando o preço de um bem ou
serviço aumenta. Sendo assim, é necessário definir o que são essas duas
causas.

a) efeito substituição: quando um bem X tem um substituto Y, ou seja,


outro bem semelhante que atende à mesma necessidade, se o preço de X
aumenta, mantendo tudo o mais constante, os consumidores tendem a
comprar o bem substituto (Y), diminuindo assim a demanda por X. Por
exemplo, se o preço das caixas de fósforos aumentar muito, os
consumidores começarão a comprar um produto similar que realiza a
mesma função, nessa caso um isqueiros, reduzindo assim sua demanda
por fósforos. Esse fenômeno é o efeito substituição.
b) efeito renda: o efeito renda ocorre quando o aumento do preço de
um bem X, considerando a renda do consumidor e os preços dos outros
bens constantes, resulta na diminuição do poder aquisitivo do consumidor
e, consequentemente, na redução da demanda do produto (X). Dessa
forma, mesmo sem alteração no salário monetário, o salário real do
consumidor é afetado em termos de poder de compra.
1.2.2. Outras variáveis que afetam a demanda de um bem.

Na prática, não é só o preço de uma mercadoria que afeta


a sua busca.
Não é o preço de um produto que afeta a sua procura, se a
renda do consumidor aumentar e a demanda por produtos
aumentar, teremos bens comuns. Há também uma classe de
bens chamados bens inferiores, no qual a demanda varia
inversamente com as mudanças na renda; por exemplo, se os
consumidores aumentarem seu poder aquisitivo, o consumo
de carne de segunda classe diminui e o consumo de carne de
primeira classe aumenta. Da mesma forma, existe a categoria
premium ou luxo: se o consumidor ficar mais rico, ele exigirá
mais produtos e de melhor qualidade. Temos também o caso
da satisfação de bens de consumo, quando a demanda pelo
bem não é afetada pela renda do consumidor (por exemplo,
quando a renda aumenta, na verdade não afeta o consumo
de produtos como arroz, farinha, sal, açúcar, etc).
A busca por um bem ou serviço também é afetada pelos
preços de outros bens e serviços. Quando existe uma relação
direta, entre o preço de um bem e a quantidade de outro
bem, eles são chamados de substitutos ou concorrentes.
Por exemplo, um aumento no preço da carne bovina
aumenta a demanda por frango, tudo o mais constante.
Quando existe uma relação inversa entre o preço de um
bem e a demanda de outro bem, eles são chamados de
bens complementares (por exemplo, o número de carros
e o preço da gasolina, o número de camisas sociais e o
preço das gravatas). Por fim, a demanda por um bem ou
serviço também é influenciada pelos hábitos e
preferências do consumidor. O objetivo dos gastos com
publicidade e propaganda é justamente aumentar a
demanda por bens e serviços e influenciar preferências e
hábitos. Além das variáveis descritas acima que se
aplicam à maioria dos estudos de demanda de
commodities, alguns produtos estão sujeitos a fatores
mais específicos (como efeitos sazonais e localização
dos consumidores) ou mais gerais (como condições de
crédito, perspectivas econômicas, congelamentos ou
preço e superfície salarial.

Você também pode gostar