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FUNDAMENTOS DE

ECONOMIA
PALESTRA 5: Microeconomia

MBA, Orlanda Arroz


Teoria do Consumidor
Todos os dias tomamos inúmeras decisões sobre como aplicar o dinheiro e o tempo
escassos que dispomos.
A teoria do consumidor trata fundamentalmente da escolha individual, a teoria do
consumidor aborda o consumidor como um indivíduo racional, ou seja, ele calcula
deliberadamente, escolhe conscientemente e maximiza a sua satisfação ou
utilidade do bem/serviço adquirido. A teoria do cosumidor é sustentada por
hipóteses de racionalidade que é dividida em três partes:
1. Preferências
2. Restrições
3. Escolhas
Premissas básicas da teoria do consumidor:
 Integralidade – todo consumidor tem capacidade de ordenar suas preferências;
 Transitividade – existe consistência na capacidade de ordenar as preferências;
 Monotonicidade – mais de um bem é melhor que menos.
Teoria da Utilidade

A Teoria da Utilidade permite, através de preceitos simples, quantificar o quão


desejável (ou indesejável) é uma determinada situação (mesmo que ela envolva
valores que não possam ser expressos por um atributo.
Para melhor explicar como os consumidores escolhem, os economistas
desenvolveram a noção de utilidade.
Utilidade é o nome que se dá ao beneficio pessoal do consumidor numa típica
situação de escolha. Utilidade significa satisfação.
Diferentes bens e serviços proporcionam uma utilidade de satisfação aos
indivíduos ou consumidores e que são capazes de escolher o mais benéfico no seu
ponto de vista.
Cont.

Utilidade Total (UT) é a satisfação que um consumidor associa a quantidade


consumida de um bem.
Utilidade Marginal (UM) é a satisfação adicional obtida pelo consumo de uma unidade
adicional de um bem. O temo marginal significa adicional.
A Lei da utilidade marginal expressa que em uma relação econômica a utilidade
marginal decresce à medida que se consome mais uma unidade.
 Quanto maior é a oferta de um bem, menor é a utilidade marginal;
 Quanto menor a oferta de um bem, maior é a utilidade marginal.
 A utilidade total de um bem cresce quando se consome maiores quantidades dele,
mas seu incremento da utilidade marginal é cada vez menor.
 O consumidor tem satisfação com um bem, mas a unidade seguinte já não lhe
proporciona tanto prazer como a anterior.
Exemplo: Paradoxo da Água e Diamante

O chamado paradoxo da água e do diamante ilustra a importância do conceito de


utilidade marginal.
Por que a água, mais necessária é tão barata, e o diamante, supérfulo, tem preço
tão elevado?
Não há nada de mais útil que a água, mas ela não pode quase nada comprar;
dificilmente teria bens com os quais trocá-la.
Um diamante, pelo contrário, quase não tem nenhum valor quanto ao seu uso, mas
se encontrará frequentemente uma grande quantidade de outros bens com o qual
trocá-lo
Ocorre que a água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (é
abundante), enquanto o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal.
Paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade ou o
contrário a uma opinião admitida como válida. Um paradoxo
consiste em uma ideia incrível, contrária do que se espera.
Também pode representar a ausência de nexo ou lógica.
Cont.

Em sintese, na teoria da utilidade:


 Sua demanda se fundamenta no comportamento dos consumidores;
 As pessoas demandam mercadorias porque seu consumo lhes traz satisfação;
 Não há demanda de mercadorias indesejáveis;
 A utilidade é a medida de satisfação do consumidor ao adquirir uma
mercadoria;
 A utilidade total aumenta a medida que aumenta o consumo, mas a
contribuição de cada consumo extra é decrescente.
Apresentação Gráfica
Exemplo 1
Lei da Procura

A procura de um determinado produto é definida como o agregado das intenções


de aquisição desse produto por parte dos consumidores. Não se deve confundir a
procura com aquisição, pois a procura somente traduz a intenção de aquisição ou
seja, a intenção de compra.
A lei da procura relaciona a quantidade procurada de um produto com o
respectivo preço, e o pode ser anunciada da seguinte forma:
a quantidade procurada de um bem aumenta quando o preço desce, e desce
quando o preço aumenta.
A lei da procura afirma que a quantidade procurada varia em função do preço.
Para um dado preço (P) existe uma quantidade (Q) procurada, mas essa procura
só se traduzira em aquisição se existir quantidade suficiente de bens no
mercado, equivalente ou superior à quantidade procurada.
Cont.

A lei da procura é representa d apela curva D, como sinónimo da lei da procura


e apresenta-se como uma curso com declive negativo.

P representa o preço
Q representa a quantidade procurada
D representa a curva da procura
Cont.

A curva da procura apresenta o declive negativo, isto é, as variáveis apresentam


uma relação inversa ou seja quando uma desce outra sobe, vice-versa. A
quantidade e preço tem uma relação inversa, quanto maior for o preço, menor
será a quantidade procurada e vice-versa.
Cont.

A curva de procura descreve as combinações de preços e quantidades procuradas


quando todos os restantes factores que podem influenciar a procura se mantêm
constantes ou mantendo inalteradas todas as outras coisas (princípio de ceteris
paribus ou coeteris paribus).
Esses factores podem ser:
 Rendimento do consumidor;
 Moda;
 Preços de bens substitutos.
Quando ocorrem variações nos preços, mantendo-se o resto constante, o que se
verifica é a própria lei da procura em acção, isto é, movimento ao longo da curva
em relação a quantidade e o preço.
Deslocação da Curva da Procura
Um fenómeno que pode ocorrer é a deslocação da curva da procura.

No gráfico acima, a curva se movimenta para a direita, o que ocorre em função da


alteração das quantidades procuradas. Na posição D2 a quantidade procurada é
maior para todos os possíveis preços, do que acontecia na posição D1.
Cont.

As possíveis causas para esta alteração de comportamento dos consumidores


podem ser as seguintes:
 Aumento do número de consumidores, consequentemente a quantidade
demandada aumentou;
 Aumento do rendimento médio dos consumidores;
 Variação dos gostos dos consumidores, no sentido do produto em causa ser
agora mais atractivo (moda);
 Variações nos preços de produtos relacionados, esses podem ser bens
substitutos ou bens complementares.
Cont.
A curva da procura também pode se deslocar para a esquerda.

Nesta situação, a curva D2 diz-nos que a quantidade procurada do bem é agora


sistematicamente menor para todos os preços possíveis. As causas do presente
cenário podem ser as opostas do que referimos para o caso da deslocação da curva
da procura para direita.
Curva da Indiferença
Uma curva de indiferença é o gráfico de uma função que mostra as combinações
de bens em que o consumidor é indiferente entre qualquer uma delas. Ou seja,
ele não tem preferência entre uma combinação ou outra, já que cada uma
providência o mesmo nível de utilidade.
Esta curva irá representar diferentes combinações entre as quantidades que o
consumidor irá escolher entre os bens X e Y.
As curvas da indiferença mostram todas as combinações que geram a mesma
satisfação ao consumidor.
As curvas de indiferença jamais se interceptam e tem inclinação negativa, o que
indica que sempre que o consumidor abre mão de um bem X é necessária um
compensação em certa quantidade de um bem Y para que a utilidade continue a
mesma.
Se a renda do consumidor ficar menor, sua curva diminui. A restrição
orçamentária é que define sua curva de indiferença.
Cont.
Em resumo, a curva da indiferença:
 É uma curva desenhada num espaço em que a cada eixo corresponde a
quantidade consumida de diferentes bens.
 As curvas de indiferença são usadas para demonstrar como um consumidor faz
sua escolha entre diferentes bens de acordo com a utilidade que os atribui.
 Em cada ponto dessa curva corresponde a diferentes combinações de
quantidades consumidas dos bens, o consumidor retira exactamente a mesma
utilidade ou nível de satisfação, daí a designação de curva de indiferença.
 A configuração das curvas de indiferença estão assim directamente relacionadas
com as preferências de cada consumidor.
Representação Gráfica
A indiferença representa os pontos onde um consumidor troca quantidades de um
bem A pelo bem B, sendo que a sua utilidade não se altera, a curva diminui ou
aumenta em função do orçamento do consumidor, como na figura abaixo:
Exemplo – Curva da Indiferença
Um consumidor pretende escolher entre unidades de café e chá em sua compra,
sendo que atribui utilidade igual a 1 na escolha combinada entre os dois
produtos.
Para manter o nível de utilidade o consumidor pode escolher entre níveis
diferentes de café ou chá, como na tabela abaixo:
Cont.
Pelo exemplo, o consumidor pode diminuir de 0,9 para 0,7 unidades de chá e
aumentar de 0,1 para 0,3 unidades de café, ou seja, 0,2 unidades adicionais de
café, mantendo a utilidade da compra.
A relação de troca entre os dois bens numa curva de indiferença designa-se como
taxa marginal de substituição (TMS). De uma forma geral a taxa marginal de
substituição num ponto é igual ao declive da curva nesse ponto
Restrição Orçamental
A expressão Restrição Orçamental designa o conjunto de combinações de bens possíveis
de ser consumidos por dado consumidor tendo em conta o seu rendimento disponível.
Numa representação gráfica simplificada em que num dos eixos é colocado um bem e
num outro eixo e outro bem, a restrição orçamental surge como um espaço delimitado
pelos eixos e por uma recta que une os dois pontos de cada eixo que correspondem ao
máximo que é possível consumir de cada um dos bens direccionando para ele todo o
rendimento disponível.
Juntamente com as preferências do consumidor, a restrição orçamental permite
determinar, para cada preço de cada um dos dois bens, a quantidade que o consumidor
deseja adquirir ou consumir do bem.
A equação que representa a restrição orçamental função:

Px.X + Py.Y = R
Onde:
Px é o Preço do bem X, X representa a quantidade desse bem
Py é o Preço do bem Y, X representa a quantidade desse bem
R é o Rendimento Fixo ou Orçamento Fixo
Cont.

Combinando num mesmo gráfico as curvas de indiferença com uma linha de


restrição orçamental, e partido do princípio base da teoria do consumidor de que
o seu objectivo é maximizar a sua utilidade, é possível encontrar o chamado
ponto óptimo de consumo.
Por outro lado, fazendo variar o preço de um dos bens, é possível avaliar as
implicações que essa variação terá na quantidade desejada do bem e, a partir
daí, construir a respectiva curva da procura.
Cont.

A conclusão que pode retirar da figura é a de que o consumidor faz a sua


aquisição no ponto onde a recta é tangente á curva de indiferença de ordem
superior neste ponto a rácio substituição é igual ao declive da recta orçamental.
FIM

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