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Desemprego

O desemprego afeta milhões de pessoas pelo mundo, independentemente do grau de


desenvolvimento de um país. Entretanto, os maiores números de cidadãos e cidadãs sem
emprego formal localizam-se em países emergentes e/ou subdesenvolvidos, algo que
preocupa organizações internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a
Organização das Nações Unidas (ONU).

Ambas desenvolvem projetos em conjunto com os países mais afetados a fim de diminuírem-
se as taxas de pessoas não atendidas formalmente pela economia do mercado de trabalho.

Definição de desemprego
Como definição de desemprego, podemos citar o que está no Dicionário Aurélio da Língua
Portuguesa. Segundo o dicionário, o desemprego “é a falta de emprego; situação em que
parcela da força de trabalho não consegue obter ocupação”.

Essas definições simples e resumidas não traduzem a angústia de quem está desempregado,
mas nos mostram o que, de fato, é o desemprego. Vale lembrar que essa “ocupação” a que o
dicionário se refere é em relação ao emprego formal, sendo desempregado aquele(a) que não
possui um emprego dessa forma.

Podemos definir desemprego também como sendo algo que atinge grande parte da população
em idade ativa, a chamada População Economicamente Ativa (PEA), que, ao não conseguir
empregos formais, passa a viver na informalidade, em subempregos, ou mesmo sem nenhuma
ocupação. Em todos os casos, essas pessoas passam a integrar a População Economicamente
Inativa (PEI).

Contudo, há casos em que os desempregados formais (aqueles que possuíam empregos com
carteira assinada e demais garantias celetistas) encontram ocupação no mercado informal,
como ambulantes, camelôs, autônomos, entre outros. Essas pessoas, mesmo estando
empregadas informalmente (sem as garantias celetistas), podem ser consideradas
desempregas por órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para o IBGE, são consideradas desempregadas todas as pessoas acima de 14 anos que não
estão trabalhando, mas que estão à procura de trabalho. Contudo, não basta não ter um
emprego para ser considerado um desempregado. Há os casos de universitários que dedicam
seu tempo somente aos estudos, donas de casa que não possuem emprego fora de seus
domicílios, empreendedores informais etc.

Causas do desemprego
As causas do desemprego são as mais variadas e diversas, desde mudanças estruturais e
inovações tecnológicas a crises econômicas e sociais. Vejamos algumas delas.

O surgimento de inovações técnicas e científicas sempre, ao longo da história, trouxe


mudanças na sociedade, comportamentais e/ou econômicas. Como exemplo, temos a
Revolução Industrial, que substituiu o trabalho da manufatura pelo trabalho industrial.

Durante muito tempo, ainda nos primórdios da Revolução Industrial, no século XIX, pessoas
deixaram suas casas na zona rural para tentar a vida na zona urbana. Eis aí uma causa de
desemprego: o excesso de mão de obra. É comum encontrarmos trabalhos simples que pagam
pouco e com inúmeros candidatos às vagas, mas pode ser que não haja vaga para todos,
gerando-se desemprego.

Na mão contrária, temos as mesmas inovações técnicas que necessitam de mão de obra
qualificada, mas há poucos profissionais que preencham os requisitos. Mais uma causa do
desemprego: a falta de qualificação e profissionalização na sociedade.

Há também as causas que ocorrem por crises econômicas, sanitárias, políticas e sociais. Em
todas essas as crises, os postos de trabalho mais vulneráveis são os mais simples e pelos quais
se recebe menos, como serviços gerais, auxiliares e cargos afins.

Tipos de desemprego
Os tipos de desemprego estão relacionados às causas do desemprego. Uma parcela da
população fica desempregada por conta de alguma mudança brusca na sociedade, como
intensificação da tecnologia, crise econômica ou mesmo contenção de gastos por parte das
empresas. Veja os tipos de desemprego e suas causas:

Desemprego estrutural
Ocorre quando há uma mudança estrutural na sociedade. Os trabalhadores atingidos por esse
tipo de desemprego não conseguem adequar-se à nova realidade do mercado de trabalho ou
às novas demandas trabalhistas.

Geralmente ocorre quando há crescimento econômico e mudança de paradigmas, como a


substituição da máquina de escrever pelo computador. Nesse exemplo, o datilógrafo, caso não
aprendesse a mexer em computadores, estaria desempregado, encaixando-se nesse tipo de
desemprego.

Desemprego conjuntural
Ocorre por um conjunto de mudanças, como:

• crises
• pandemias
• epidemias
• desastres naturais, entre outros

Dos tipos de desemprego, esse pode ser considerado o mais fácil de ser contornado, pois tais
mudanças são passageiras, o que acarreta, posteriormente, na contratação dos antigos
trabalhadores, quando a situação vir a melhorar.

Desemprego sazonal
Acontece em determinadas épocas do ano. Muito comum em áreas agrícolas, que têm grande
demanda durante o plantio e a colheita, mas, na maior parte do ano, a demanda de trabalho
diminui-se, bem como o número de trabalhadores.

Desemprego friccional
Aqui temos um tipo que atinge pessoas que podem estar à procura do primeiro emprego, que
saíram do antigo emprego para buscar um melhor, ou que foram demitidas e ainda estão à
procura, mas recebendo auxílios trabalhistas, como o seguro-desemprego.
Consequências do desemprego
O desemprego gera consequências em toda a sociedade. Isso porque, com ele, há uma
redução do número de pessoas com renda fixa, o que diminui o consumo e,
consequentemente, afeta o giro da economia.

Em segundo lugar, um território (uma cidade, um estado ou um país) com alto número de
desempregados pode significar má administração pública e aumento das desigualdades
sociais. Esses fatores podem afugentar investidores estrangeiros que, ao verem essas mazelas,
acabam por concluir como sendo um risco o investimento nesses lugares.

Por último, mas não menos importante, o desemprego pode trazer sérios problemas
psicológicos àqueles que estão nessa condição, como a depressão. Nesse caso, pode-se dizer
que, além de um problema econômico, o desemprego deve ser encarado como um problema
de saúde pública.

Taxa de desemprego
Em nível mundial, uma das responsáveis por medir-se as taxas de desemprego é a OIT. Essa
organização tem a missão de “promover oportunidades para que homens e mulheres possam
ter acesso a um trabalho decente e produtivo”, segundo palavras dela mesma.

De acordo com a OIT, em 2020, mais de 41 milhões de pessoas estavam desempregadas na


América Latina e Caribe, o que significa, aproximadamente, 13% da PEA. Um número
alarmante, pois evidencia as fragilidades econômicas que os países dessa área do globo
sofrem, além de explicitar a má distribuição de renda e as desigualdades sociais.

Desemprego no Brasil
No Brasil, o órgão responsável pela medição dessa taxa é o IBGE, com a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD).

Taxa de desemprego no Brasil


Segundo a PNAD de 2020, a taxa de desocupação (termo usado pelo instituto) no Brasil no ano
citado é de 13,3%, com um leve aumento se compararmos com 2019, ano em que a taxa era
de 12%. Em termos quantitativos, a porcentagem de 2020 corresponde a mais de 13 milhões
de brasileiros em idade de trabalhar que estão desamparados pelo mercado formal.

O destaque dessa pesquisa fica por conta das regiões brasileiras, cada uma teve um percentual
diferente. Essas diferenças são explicadas pelo grau de desenvolvimento e qualificação de cada
localidade.

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