Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Desde há muito tempo, autores dos mais renomados afirmam que o desemprego é,
acima de tudo, um problema político. Dentre eles destacam-se Marx, Kalecki e Keynes.
É de Marx a célebre expressão do "exército industrial de reserva". Segundo estes
autores, quanto maior o nível de emprego maior se torna a escassez de trabalhadores.
Pela lei da oferta e da procura, a escassez acaba elevando o preço da força de trabalho e,
consequentemente, os custos de produção. Por esse motivo, seria de interesse dos
empresários manter sempre um certo nível deliberado de desemprego, de modo a não
permitir que os salários atingissem certos níveis, indesejáveis do ponto de vista do
capital.
E neste sentido que o presente ensaio tentara reflectir sobre a questão do emprego e
desemprego, tendo como objectivos:
Objectivo Geral
Objectivos Específicos
Metodologia
Para a realização deste ensaio, destacaram-se 3 etapas fundamentais:
i) A consulta de artigos científicos, as teses e dissertações atinentes ao tema em causa;
ii) Discussão em grupo para seleccionar informação de interesse; e
iii) Elaboração do ensaio final.
Revisão da Literatura
Trabalho: o trabalho pode ser visto como uma actividade metódica das forças corporais
e intelectuais do homem, visando sua própria conservação e desenvolvimento e para a
transformação do mundo exterior. (Lisa enciclopédia universal, 1970, p.1165)
Emprego: o emprego se define como sendo uma relação entre homens que vendem a
sua força de trabalho em troca de um valor ou remuneração e homens que compram
essa força de trabalho pagando salário. É uma espécie de contrato estável, e mais ou
menos duradoura no qual o possuidor dos meios de produção paga pelo trabalho de
outros (INEFP, 2004).
Ocupação: ocupação de uma pessoa é a espécie de trabalho feito por ela,
independentemente do local em que esse trabalho é realizado. Considera-se ocupação ao
conjunto de expectativas que indivíduos têm, em relação ao papel exercido por ela
(Ministério do Trabalho, 2009).
Desemprego: conjunto de pessoas com idade activa trabalhar, mas que no entanto, se
encontram sem trabalho (OIT, S/D)
Desenvolvimento
O emprego
O conceito de emprego surgiu a partir do conceito de trabalho. As noções de emprego e
de trabalho são actualmente consideradas como sobrepostas, tendo o termo trabalho
ficado associado à noção de emprego, e por sua vez o emprego ficou associado ao
trabalho renumerado.
Costa (1998) considera o emprego como trabalho renumerado, referindo-se ao trabalho
como uma dimensão fundamental da existência humana, podendo ser renumerado ou
não.
Cachapa (2007,citado por Lopes, 2011) refere que o emprego tem duas dimensões
subjacentes: a pessoal e a social. Na pessoal, o indivíduo realiza-se e assegura a sua
subsistência. Na social, o indivíduo sai do seu círculo familiar e integra-se num
determinado grupo profissional, estabelecendo relações e promovendo a interacção com
a sociedade.
Savickas (1997,citado por Fraga, 2012) refere que o emprego permite que os indivíduos
sejam activos na construção do seu projecto de vida.
Oliveira (2006, citado por Rodrigues, 2012) caracteriza o capital humano pelo
“acrónimo KSAOs - Knowledge, Skills, Abilities and Others, ou seja, conhecimentos,
competências, capacidades e outras características procuradas pelas empresas e que
possibilitam ao trabalhador reconhecer novas oportunidades”
Medidas activas e passivas das políticas de emprego
O Desemprego
A OIT adopta uma definição de desemprego padrão (ou aberto) que tem como base três
critérios que devem ocorrer ao mesmo tempo:
(a) estar sem trabalho;
(b) encontrar-se correntemente disponível para o trabalho; e
(c) estar buscando trabalho.
O conceito de desemprego pode ser assumido de diversas formas. Marx (1983,citado
por Campos, 2009) refere que a noção do desemprego está associada à força de trabalho
como forma de obter um rendimento para satisfazer as necessidades de cada indivíduo.
Tipos de desemprego
Segundo Passos e Nogami no livro Princípios de economia (2005), são pelo menos 4
(quatro) tipos de desemprego, obviamente causados por motivos diferentes
Uma das formas seria o chamado Desemprego Friccicional (ou desemprego natural), o
qual consiste em indivíduos desempregados, temporariamente, ou porque estão
mudando de emprego, ou porque foram demitidos, ou porque ainda estão procurando
emprego pela primeira vez. Recebe esta nomenclatura porque o mercado de trabalho,
segundo os autores, ocorre com atrito, não combinando trabalhadores e postos
disponíveis de trabalho, sendo que sua duração vai depender dos benefícios dados aos
desempregados, como o seguro desemprego.
Da descrição acima, pode-se ver que Moçambique ainda está longe de atingir o pleno
emprego dos seus recursos, resultando em taxas de desemprego elevados. Então, de um
modo geral, o tipo de desemprego predominante não será causado pelas fricções no
mercado, mas sim um desemprego resultante da própria estrutura da economia, com
uma produtividade abaixo do seu potencial, donde se conclui que o tipo de desemprego
prevalecente é o desemprego estrutural.
Causas do Desemprego
As causas do desemprego são muitas e, muitas vezes, o que é causa para uma
determinada linha de pensamento, pode ser solução para outra. Dentre as causas mais
citadas, pode-se enunciar: o desenvolvimento tecnológico, a globalização,
terciarização, a desindustrialização, o excesso desconcentração da renda, os
modernos métodos de gestão, de um modo geral, como a reengenharia e o
downsizing, além de outras.
Ganhão (1997,citado por Lopes, 2011) apontava as causas de desemprego da seguinte
forma:
Factores económicos (por exemplo, o abrandamento da actividade económica e
a falência de empresas);
Consequências do Desemprego
As consequências, por sua vez, podem ser devastadoras, tanto do ponto de vista da
pessoa do desempregado e de sua família quanto do ponto de vista social e político. A
conta do desemprego, directa ou indirectamente, é paga por todos. É paga via aumento
de impostos para cobrir despesas do tipo salário desemprego, despesas médico-
hospitalares, despesas com segurança e assim por diante.
Assim como não há consenso mínimo quanto às causas do desemprego, não há também
nenhuma convergência em relação às soluções. Mais uma vez, o que é solução para uns,
pode ser causa de desemprego para outros. Dentre as medidas de combate ao
desemprego mais citadas pode-se enumerar: facilitação do consumo e do crédito,
incentivo ao investimento privado, implementação de políticas fiscais e monetárias
adequadas, aumento das despesas pública (com ampla utilização do Estado como
empregador e como desenvolvimento de políticas sociais do tipo auxílio desemprego),
flexibilização do mercado de trabalho, redução da jornada de trabalho, trabalho de
tempo parcial, licenças remuneradas, restrição às horas extras, trabalho compartilhado,
treinamento e requalificação de recursos humanos, além de outras possibilidades.
Desemprego em Moçambique
Uma das características importante de Moçambique é que uma larga parte da força do
trabalho encontra-se no sector informal, que se caracteriza por providenciar rendimentos
baixos aos seus trabalhadores e muitas vezes instáveis.
Abaixo está emanada uma lista de medidas e alternativas que seguidas poderão
proporcionar redução das taxas de desemprego em Moçambique:
Recomendações
O desemprego em 2017 em Moçambique afectará 22,5% dos cerca de 23 milhões da sua
população, segundo Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP),
por isso os desempregados devem desenvolver competências individuais,
demonstrando-se ser proactivos, resilientes e empreendedores, para que a sua
(re)inserção no mercado de trabalho seja facilitada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Regado, L.(2012). Anos de Ouro da vida activa-35 aos 45 anos: vidas quebradas,
sonhos adiados. Dissertação de Mestrado, Universidade do Minho, Braga.